CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Condições da ação.

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Transcrição:

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres (Aula 27/03/2018). Condições da ação. Atualmente com o novo CPC são consideradas condições da ação legitimidade de parte e interesse de agir, nos termos do artigo 17. Se não preenchidos as condições da ação o juiz não julgará o mérito, conforme preceitua o artigo 485, inciso VI, como segue: Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: VI - Verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; (...) (Grifo nosso) Legitimidade das partes qualidade expressa em lei que autoriza o sujeito a invocar a tutela jurisdicional, ninguém pode postular em nome próprio direito alheio. A legitimidade pode ser ordinária e extraordinária. Ordinária seu interesse. somente o titular do direito poderá postular para haver satisfeito Extraordinária algumas pessoas autorizadas pelo ordenamento jurídico podem pleitear direito alheio, conforme preceitua o artigo 18 do CPC, exemplo, sindicato, OAB, Ministério Público, mãe grávida. 1

Interesse de agir é uma condição para o exercício da ação, de ordem estritamente processual e que não determina a existência ou não do interesse substancial juridicamente protegido. O interesse de agir é a soma de três elementos, necessidade, utilidade e adequação. Necessidade indispensabilidade de demonstrar a intervenção jurisdicional. Utilidade a decisão do juiz deve ser útil as partes, exemplo, Fábio move uma ação contra Adriana de despejo e cobrança, contudo, antes de ser citada a Adriana desocupa o imóvel, assim Fábio vai sucumbir no pedido de despejo e não pode compensar, a utilidade da ação de despejo não existe mais. Adequação que a via eleita seja adequada para alcançar a tutela jurisdicional para satisfazer a pretensão. Pressupostos. 2

Litispendência. Litis = conflito + Pendência = algo não resolvido Litispendência existência de ações ativas idênticas, assim os elementos identificados, partes, causa de pedir e pedido são os mesmos. A consequência deste instituto é a extinção das ações com a manutenção de apenas uma. Havendo litispendência a ação que for distribuída primeiro seguirá enquanto as outras serão extintas. Coisa julgada. Coisa julgada se dá este instituto quando temos uma ação que já teve sua apreciação pelo poder judiciário e uma das partes ingressa novamente com uma ação com as mesmas partes, mesmos pedidos e mesma causa de pedir, ou seja, reinstala o debate, difere da litispendência, pois neste instituto as ações estão ativas, enquanto na coisa julgada já temos uma ação definitiva encerrada. A consequência será a extinção da ação. Continência. Continência ocorre quando há duas ou mais ações com as mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmos pedidos, contudo, os pedidos de uma das ações serão mais abrangentes do que a outra, são parecidas as ações só que não são idênticas. A consequência será a reunião das ações, será competente para analisar e julgar o mérito das demandas, o juízo em que foi distribuído em primeiro lugar a ação. Exemplo: Ação 1 Pedro litiga com Marcos sobre um contrato, ingressa em juízo pedindo a revisão da cláusula 2 do contrato no foro da capital de São Paulo. 3

Ação 2 Marcos litiga com Pedro sobre um contrato, ingressa em juízo pedindo a revisão da cláusula 2, 3 e 4 do contrato no foro de Belo Horizonte, Minas Gerais. Conexão Conexão existência de mais de uma ação com as mesmas causas de pedir ou mesmo pedido, mas não precisa ser as mesmas partes, exemplo, acidente da Linhas Aéreas Tam no Jabaquara. Haverá reunião das ações ao juízo em que primeiro foi distribuído a ação. Prevenção do juízo será prevento o juízo da primeira ação distribuída. Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. ofício. Todos os institutos devem ser arguidos pelo réu, e o juiz pode agir de Arbitragem. Arbitragem foi criada no Brasil em 1996 revolucionando a sistemática da contenção e resolução de litígios no sistema brasileiro. O tribunal arbitral possui natureza particular e não se confunde com o poder judiciário, atua de forma paralela a este, tratasse de um meio alternativo de solução de conflitos e só pode ser realizado em face de direitos disponíveis. A arbitragem é regulada pela lei 9.307/96 alterada pela lei 13.129/15. Sentença arbitral gera condenação, não cabe recurso, é auto exequível, salvo embargos de declaração e título executivo judicial por força de lei, artigo 515, inciso VII do CPC: Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: 4

I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO). 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. (Grifo nosso). É importante diferenciar arbitragem de mediação e conciliação, pois na arbitragem o juiz arbitral tem poder de decisão. Mediação visa-se recuperar o diálogo entre as partes, assim, são elas que decidem, ambas partes chegam a um acordo sozinhas. 5

Conciliação o conciliador age num conflito de forma ativa, sugerindo uma solução para o conflito das partes. Assim, a conciliação pode ser mais indicada quando há uma identificação evidente do problema, quando este problema é verdadeiramente a razão do conflito - não é a falta de comunicação que impede o resultado positivo. Arbitragem surge no momento em que as partes não resolveram de modo amigável a questão. As partes permitem que um terceiro, o árbitro, especialista na matéria discutida, decida a controvérsia. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 6