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Transcrição:

Foto: arquivo CFEMEA

Ousamos criar novas formas de nos organizar e novas estratégias para lutar O CFEMEA-Centro Feminista de Estudos e Assessoria, ao completar 25 anos de existência, considera como estratégia prioritária fortalecer, proteger, promover o autocuidado e cuidado entre as ativistas que transformam o mundo. Ousamos criar novas formas de nos organizar e novas estratégias para lutar, que dialogam e almejam intensificar esse momento tão fecundo do ativismo das mulheres, evidenciado no surgimento de muitos novos coletivos, nas várias iniciativas artivistas (arte+ativismo), em tanta movimentação e protesto pelas ruas e na internet, nas centenas de comunidades virtuais, nos diversos blogs feministas e de mulheres negras, além dos grandes movimentos nacionais de mulheres.

Foto: arquivo CFEMEA

No que acreditamos? Só fortalecendo e ampliando a organização das mulheres vamos ter mais poder de apontar as violações de direitos, denunciar a violência, demandar justiça, criar alternativas, propor mudanças. Ao abrirem espaço na conflitiva e estreita arena política brasileira, os movimentos de mulheres e feminista orientam os processos de mudança pela a justiça socioambiental, a igualdade e o diálogo intercultural. Temos certeza que, democraticamente, é assim que se abrem as possibilidades de um futuro onde tod@s possam viver bem, desenvolver plenamente as suas capacidades, ser livres e ter direitos. Aprofundar a democracia e garantir direitos é um grande desafio para as mulheres nos movimentos sociais e ativistas.

Nossas lutas Foi pela profundidade da nossa crítica feminista e com a força da nossa atuação política que nos instituímos como sujeito político na arena pública e conquistamos a cidadania. Questionamos profundamente a forma como o poder é exercido para dominar as mulheres, desde as relações mais íntimas, no espaço doméstico e familiar, no trabalho produtivo e reprodutivo, nas relações inter-raciais e interétnicas, nos movimentos sociais e no sistema político. Na luta política e democrática, conquistamos espaços que não existiam. Mudamos o mundo! Lutamos pelo fim da ditadura militar e, nas últimas décadas, enfrentamos muitas batalhas pela ampliação dos direitos das mulheres. Hoje, vivemos uma ofensiva conservadora que ameaça os avanços até agora alcançados, exigindo das ativistas mais cuidado entre si, força para resistir, firmeza e criatividade para mudar esse quadro. Criminalização dos Crescimento da onda Crescimento do Modelo movimentos sociais; religiosa, dogmática e racismo, homofobia, desenvolvimentista fundamentalista; lesbofobia, transfobia, injusto e predatório. e de todo tipo de violência;

Foto: Flávia Viana

Qual é o problema? No Brasil, as mulheres ativistas são ameaçadas, criminalizadas, deslegitimadas, detidas arbitrariamente, moralmente desqualificadas, agredidas, abandonadas até a morte e assassinadas, simplesmente por serem o que são: mulheres, negras, indígenas, camponesas, lésbicas, trans, prostitutas, trabalhadoras domésticas, gestantes, por viverem em favelas, em quilombos ou em terras indígenas. Por quererem ser livres e ter autonomia, por lutar pelos seus direitos, de suas comunidades e seus povos. Nossa resposta: Contribuir para a sustentabilidade do ativismo das mulheres, impulsionando a dimensão política do autocuidado e do cuidado entre ativistas.

Autocuidado é um ato político, é algo revolucionário pra gente e perigoso pra quem quer nos oprimir. Lidi, PaguFunk O que é autocuidado e cuidado entre ativistas? O cuidado entre ativistas e autocuidado constituem-se em caminho para/da transformação social que mobilizamos. É condição do processo de autocrescimento individual, de formação de vínculos entre as ativistas e de fortalecimento de sujeitos políticos coletivos que as mulheres instituem. É em si uma estratégia de proteção e de empoderamento das mulheres. É o caminho que escolhemos para lidar com as emergências, sem renunciar e para confirmar nossas estratégias feministas e antirracistas.

Nossa abordagem Pelo estabelecimento de diálogos com as mulheres ativistas em diversos movimentos sociais, em especial nos movimentos feminista e de mulheres brasileiro. Pelo reconhecimento mútuo dos riscos que cada uma sofre, em diferentes frentes de luta. Pela pedagogia feminista e pelo diálogo intercultural para as mulheres se afirmarem como sujeitos autônomos e, coletivamente, enfrentarem a dominação patriarcal, a ordem heteronormativa, etnocêntrica e racista. Pela ampliação e fortalecimento dos vínculos de solidariedade e reciprocidade que mobilizam o cuidado entre ativistas e fortalecem suas lutas por direitos. Nos aproximamos pela humilhação, e formamos laço pela sobrevivência e pela potência de nossas vidas e lutas. Tatiana, Cia Revolucionária Triângulo Rosa

Nossas ações Mapear práticas, metodologias, espaços, pessoas e organizações que desenvolvem experiências para o autocuidado e o cuidado entre ativistas. Construir uma rede de curadoras e terapeutas para/de ativistas. Realizar encontros, oficinas e atividades específicas em processos formativos e organizativos de ativistas. Desenvolver um marco conceitual e metodológico para alicerçar as ações educativas. Instalação de um Centro para os processos de formação, as vivências, o acolhimento, o cuidado, autocuidado para e entre ativistas.

Nas cidades, no campo e nas florestas brasileiras as ativistas levantam a bandeira: Nosso corpo, nosso território: não se invade, não se maltrata e não se viola. Entre em contato cfemea@cfemea.org.br +55 61 32241791 Na web CFEMEA-Centro Feminista de Estudos e Assessoria SCS, Quadra 2, Bloco C, Ed.Goiás, Sala 602 CEP 70317-900. Brasília, DF Brasil

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