INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE ARGILA BENTONITA EM MEMBRANAS DE POLI(BUTILENO ADIPATO CO-TEREFTÁLICO)/POLI(ÁCIDO LÁTICO)

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Transcrição:

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE ARGILA BENTONITA EM MEMBRANAS DE POLI(BUTILENO ADIPATO CO-TEREFTÁLICO)/POLI(ÁCIDO LÁTICO) 1* D. D. S. Morais, 2 R. Barbosa, 1 K. M. Medeiros, 1 E. M. Araújo, 1 T. J. A. Mélo 1 Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais UAEMa/UFCG. *Avenida Aprígio Veloso, 882, Bodocongó, Campina Grande - PB. E-mail: * dayannediniz@hotmail.com 2 Universidade Federal do Piauí Centro de Tecnologia, UFPI/CT. RESUMO Os processos de separação por membranas têm sido utilizado nos mais diferentes setores da atividade industrial, abrangendo desde a indústria química, alimentícia, farmacêutica, médica e biotecnológica. Neste trabalho, uma argila bentonita foi adicionada a partir da intercalação por fusão em uma matriz da blenda de poli(butileno adipato co-tereftálico)/poli(ácido lático) PBAT/PLA, nos teores de 1 e 3% em massa de argila. Após isso, foram produzidas membranas através da técnica de evaporação de solvente. Por DRX, foi observada a possível formação de estruturas esfoliadas e/ou parcialmente esfoliadas nas membranas. Por DSC, observou-se que a adição da argila não promoveu alterações nas temperaturas de transição vítrea e fusão cristalina da matriz de PBAT/PLA. A morfologia das membranas foi observada por MEV e, verificou-se que a argila favoreceu a porosidade das membranas. Palavras-Chaves: membranas, nanocompósitos, argila bentonita, poli(butileno adipato co-tereftálico), poli(ácido lático). INTRODUÇÃO Nas últimas décadas tem havido um interesse crescente, a nível mundial, em relação aos polímeros biodegradáveis, principalmente quando se considera o desenvolvimento de novos produtos que provoquem menor impacto ambiental. Isso se deve porque em sua maioria, os materiais plásticos obtidos de polímeros sintéticos convencionais são derivados do petróleo, que não é uma fonte biodegradável (1). Entretanto, apesar do crescimento na substituição dos polímeros convencionais por biodegradáveis, ainda se têm pouco estudo sobre a aplicação destes em membranas industriais. Sendo necessário um esforço para o desenvolvimento do potencial das membranas biodegradáveis, assim como também, a combinação destas com várias tecnologias, tais como os nanocompósitos (2). 2235

Os nanocompósitos são uma classe de compósitos derivados de partículas inorgânicas ultrafinas, com tamanhos na ordem de nanômetros (nanocarga), as quais são homogeneamente dispersas em uma matriz polimérica (3). Com relação a sua estrutura, quando as moléculas de um polímero penetram no espaço interlamelar da nanocarga aumentando um pouco a distância interlamelar, tem-se um nanocompósito intercalado. Se a interação entre o polímero e as lamelas for muito grande, a ponto de separá-las individualmente, de modo que fique uniformemente dispersas na matriz polimérica, o material obtido é classificado como esfoliado ou delaminado (3,4). O termo membrana é definido como uma fase permeável ou semipermeável que permite a passagem de certas espécies e restringe o movimento de outras. O fluxo do material através da membrana é favorecido pela variação de força motriz, variação de concentração, pressão e potencial elétrico. Em geral as membranas podem ter significativamente estruturas diferentes, mas todas têm em comum a característica da seletividade no transporte para diferentes componentes (5,6). De um modo geral, as membranas podem ser classificadas em densas e porosas. Tanto as membranas densas como as porosas podem ser isotrópicas ou anisotrópicas, ou seja, podem ou não apresentar as mesmas características morfológicas ao longo de sua espessura (6,7). O objetivo deste estudo é avaliar a influência de uma argila bentonítica na estrutura e morfologia de membranas obtidas de poli(butileno adipato cotereftálico)/poli(ácido lático). MATERIAIS E MÉTODOS Materiais Foi utilizada a blenda PBAT/PLA de nome comercial Ecovio LBX 8145 fornecida pela Basf, a qual possui 45% em massa de PLA, responsável pelo conteúdo renovável da blenda, T m = 140-155 C e, IF= 1.0-1.7 g/10min (a 190 ºC/5 kg). A argila bentonítica Brasgel- PA, CTC = 90 meq/100g, fornecida pela Bentonit União Nordeste (BUN)/BR. O Tetrahidrofurano PA ACS - (THF), produzido pela Vetec, foi utilizado como solvente para a preparação das membranas. 2236

Preparação dos nanocompósitos e das membranas Inicialmente, o polimero foi seco a 80 C por 5 horas em uma estufa a vácuo. Os nanocompósitos contendo 1 e 3% em peso de argila foram preparados pelo método de intercalação por fusão, usando um homogeneizador modelo MH-50H. Após o processamento a blenda e seus nanocompósitos foram triturado em forma de pellets. As membranas foram preparadas a partir da dissolução da blenda (PBAT/PLA) e seus nanocompósitos em 15% em peso de solução de tetrahidrofurano - THF, sob agitação por 24 horas a temperatura ambiente. A solução foi vertida e espalhada com um bastão de vidro em uma placa de vidro, e esta foi deixada para evaporar o solvente em um recipiente fechado. Caracterizações As análises de DRX da argila e das membranas foram conduzidas em aparelho XRD-6000 Shimadzu, utilizando-se radiação Kα do cobre, tensão de 40KV, corrente de 30 ma, varredura entre 2θ de 2 a 30 e velocidade de varredura de 2 /min. A análise por DSC foi realizada em equipamento DSC-50 SHIMADZU, a uma taxa de aquecimento de 10ºC/min em atmosfera de nitrogênio (N 2 ) a uma vazão de 50 ml/min, da temperatura ambiente até 350 C. O grau de cristalinidade (X c ) foi determinado pela comparação entre medida da área sob o pico endotérmico (fusão) e o calor de fusão do polímero 100% cristalino, conforme a seguinte Eq.(1) (8) : (1) Onde: H m entalpia de fusão; H m100% - entalpia de fusão para o PLLA ou PDLA 100% cristalino=93,7 J/g (9) ; M PLA fração mássica do PLA; X c - Grau de cristalinidade. As determinações do grau de cristalinidade para a blenda PBAT/PLA e seus nanocompósitos foram normalizadas em relação ao PLA. As membranas foram analisadas por MEV em equipamento SSX 550 Superscan Shimadzu. As amostras foram fraturadas em nitrogênio líquido para evitar a deformação plástica. As superfícies das amostras foram revestidas com ouro (sputtering Metalizador Shimadzu IC-50, utilizando uma corrente de 4 ma por um período de 3 minutos). 2237

Intensidade (u.a) 21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais RESULTADOS Difração de raios-x (DRX) A Fig. 1 ilustra os difratogramas da argila bentonítica sem modificação (MMT), e das membranas de PBAT/PLA puro e com teores de 1 e 3% de MMT. Observa-se para a argila MMT o espaçamento basal na reflexão d 001 de 13,30 Å, característico do grupo da esmectíticas presente na bentonita, calculado segundo a Lei de Bragg. Observa-se para todas as membranas de PBAT/PLA a presença de um pico mais intenso em aproximadamente 2θ= 16.8 referente provavelmente a formação das fases cristalinas α pseudo-ortorrômbica e/ou β ortorrômbica do PLA, que pode ter sido provocada pelo processo de preparo das membranas, ou seja, devido ao tipo de processamento aplicado a este polímero (3,10). Com relação à estrutura das membranas obtidas a partir dos nanocompósitos da blenda PBAT/PLA com teores de 1 e 3% de argila MMT, verificou-se o desaparecimento do pico caracteristíco da argila MMT, o que sugere a possível formação de estruturas esfoliadas e/ou parcialmente esfoliadas. 13,30 Å MMT MPBAT/PLA MPBAT/PLA 1%MMT MPBAT/PLA 3%MMT 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 2 Fig. 1: Difratogramas da argila MMT e das membranas blenda PBAT/PLA pura e com teores de 1 e 3% de MMT. Calorimetria exploratória diferencial (DSC) A Tab. 1 contêm os valores obtidos por DSC das membranas obtidas a partir da blenda PBAT/PLA pura e com teores de 1 e 3% da argila MMT. 2238

Observam-se para as membranas de PBAT/PLA pura e com teores de 1 e 3% de MMT, as temperaturas de transição vítrea (T g ) e de fusão cristalina (T m ). Os valores de T g situam em torno de 55 C, já para a T m observam-se valores em torno de 151 C, estes eventos são característicos da fase do PLA na blenda. A adição da argila não promoveu nenhuma alteração relevante sobre a T g e T m da blenda PBAT/PLA, concordando com outros estudos da literatura (11,12). Tab. 1: Propriedades térmicas obtidas por DSC das membranas de PBAT/PLA puro com teores de 1 e 3% de argila MMT. Amostras T g ( C) T m ( C) H m (J/g) X c (%) MPBAT/PLA puro 54,1 150,9 9,1 21,6 MPBAT/PLA 1% MMT 49,3 151,2 9,6 23,0* MPBAT/PLA 3% MMT 55,3 150,8 9,8 24,0* Em geral, percebe-se que com o aumento do teor de argila nas membranas, o grau de cristalinidade foi ligeiramente maior que o polímero puro. Alexandre et al. (2009) observaram o efeito no aumento do grau de cristalinidade para nanocompósitos de PA12 para teores com até 2,5% de argila, assim como também verificaram que em estruturas parcialmente esfoliadas, o aumento no grau de cristalinidade foi mais pronunciado, sendo atribuído a uma melhor dispersão da nanoargila, uma vez que se tem um maior teor de cristais pequenos. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) Nas Figs. 1 a 3 estão apresentadas as fotomicrografias da superfície de topo e secções transversais das membranas obtidas a partir da blenda PBAT/PLA puro e com teores de 1 e 3% de argila MMT, respectivamente. Analisando as imagens da superfície de topo, verifica-se que a morfologia de todas as membranas de PBAT/PLA apresentam domínios esféricos bem distribuídos por toda a superfície, referentes provavelmente à fase dispersa do PLA dentro da matriz de PBAT. A adição de 1 e 3% da argila MMT conduziu a formação de alguns de alguns poros localizados aleatoriamente na superfície de topo das membranas. Nas imagens das secções transversais estão ilustradas nas Figs. 1b, 2b e 3b. Observa-se para a membrana de PBAT/PLA puro uma superfície transversal densa. Entretanto, verificam-se morfologias diferenciadas para as membranas de PBAT/PLA com teores de 1 e 3% de argila MMT, as membranas apresentaram 2239

poros e macroporos localizados preferencialmente próximos à superfície de topo, com espessuras variando entre 22 e 24 µm. (a) (b) Fig. 1: Fotomicrografias obtidas por MEV da membrana de PBAT/PLA puro: (a) superfície de topo, (b) secção transversal. (a) Fig. 2: Fotomicrografias obtidas por MEV da membrana de PBAT/PLA com teor de 1% MMT: (a) superfície de topo, (b) secção transversal. (b) (a) Fig. 3: Fotomicrografias obtidas por MEV da membrana de PBAT/PLA com teor de 3% MMT: (a) superfície de topo (b) secção transversal. CONCLUSÕES (b) 2240

A influência da adição de uma argila bentonítica em membranas de poli(butileno adipato co-tereftálico)/poli(ácido lático) foi avaliada. A partir dos resultados de DRX foi possível verificar que a argila promoveu possivelmente, a formação de estruturas esfoliadas e/ou parcialmente esfoliadas nas membranas de PBAT/PLA. Por MEV observou-se uma superfície de topo densa com domínios esféricos bem distribuídos do PLA por toda a superfície nas membranas de PBAT/PLA puro. Já para as membranas nas quais se adicionou a argila MMT verificou-se poros localizados aleatoriamente. Em geral, a adição da argila nas membranas favoreceu uma morfologia transversal com poros e macroporos. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Bentonit União Nordeste (BUN), a Akzo Nobel, ao LabMat (Laboratório de Engenharia de Materiais/CCT/UFCG), ao MCT/CNPq, à CAPES e ao PRH-25/ANP, pelo auxílio financeiro. REFERÊNCIAS (1) AVÉROUS, L. Biodegradable Multiphase Systems Based on Plasticized Starch: A Review. Journal of Macromolecular Science. Part C - Polymer Reviews, v.c44, n.3, p.231 274, 2004. (2) AURAS, R.; ALMENAR, E. Permeation, sorption, and diffusion. In: AURAS, R.; LIM, L. -T.; SELKE, S. E. M.; TSUJI, H. (Ed.). Poly(lactic acid): Synthesis, Structures, Properties, Processing, and Applications. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 2010. p. 155-179. (3) SINHA RAY, S.; BOUSMINA, M. Biodegradable polymers and their layered silicate nanocomposites: in greening the 21st century materials world. Progress in Materials Science, v.50, n.8, p.962-1079, 2005. (4) MIKITAEV, A. K.; LIGIDOV, M. Kh.; ZAIKOV; G. E. (Ed.) Polymer/silicate nanocomposites based on organomodified clays. New York: Nova Science Publishers, Inc. 2006. 221p. (5) SCOTT K. Handbook of Industrial Membranes, Advances Tecnology. Oxford: Elservier, 1995. (6) AMADO, F. D. R. Produção e aplicação de membranas com polímeros convencionais e Polianilina para uso em eletrodiálise no tratamento de efluente industriais. 2006. (Tese de doutorado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2241

(7) HABERT, A. C.; BORGES, C. P.; NÓBREGA, R. Processo de Separação com Membranas. 1. ed. Rio de Janeiro: E-papers Serviços Editoriais Ltda, 2006. (8) XIAO, H.; LU W.; YEH, J.-T. Crystallization Behavior of Fully Biodegradable Poly(Lactic Acid)/Poly(Butylene Adipate-co-Terephthalate) Blends. Journal of Applied Polymer Science, v.112, p.3754 3763, 2009. (9) FAMBRI, L.; MIGLIARESI, C. Crystallization and thermal properties. In: AURAS, R.; LIM, L.-T.; SELKE, S.E.M.; TSUJI, H. (Ed.). Poly(lactic acid): Synthesis, Structures, Properties, Processing, and Applications. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 2010. p.113-124. (10) CARRASCO, F.; PAGÈS, P.; GÁMEZ-PÉREZ, J.; SANTANA, O. O.; MASPOCH, M. L. Processing of poly(lactic acid): Characterization of chemical structure, thermal stability and mechanical properties. Polymer Degradation and Stability, v.95, p.116-125, 2010. (11) BALAKRISHNAN, H.; HASSAN, A.; WAHIT, M.U.; YUSSUF, A. A.; RAZAK, S.B.A. Novel toughened polylactic acid nanocomposite: Mechanical, thermal and morphological properties. Materials and Design, v.31, p.3289 3298, 2010. (12) CHIVRAC, F.; KADLECOVA, Z.; POLLET, E.; AVÉROUS, L. Aromatic copolyester- based nano-biocomposites: elaboration, structural characterization and properties. Journal Polymer Environment, v.14, p.393 401, 2006. INFLUENCE OF THE ADDITION OF BENTONITE CLAY IN POLI (BUTYLENE ADIPATE CO-TEREPHTHALIC) / POLY(LACTIC ACID) MEMBRANES ABSTRACT The processes of membrane separation have been used in many different sectors of industrial activity, ranging from the chemical industry, food, pharmaceutical, medical and biotech. In this paper, a bentonite clay was added by melt intercalation in a poly(butylene adipate-co-terephthalic acid)/poly(lactic acid) blend at levels 1 and 3 wt% of clay. After that, membranes were produced by solvent evaporation technique. From the XRD results, it was verified the possible formation of exfoliated/partially exfoliated structures in the membranes. By DSC, it was observed that the addition of clay did not promote alterations in glass transition temperature and crystalline melting of the PBAT/PLA matrix. The morphology of the membranes were observed by SEM and it was verified the clay formation of porous membranes. Keywords: membranes, nanocomposites, bentonite clay, poly(butylene adipate-coterephthalic acid), poly(lactic acid). 2242