AÇÕES SUSTENTÁVEIS NO SEMIÁRIDO SOB A ÓTICA DE ALUNOS DE BREJINHO, PERNAMBUCO

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Transcrição:

AÇÕES SUSTENTÁVEIS NO SEMIÁRIDO SOB A ÓTICA DE ALUNOS DE BREJINHO, PERNAMBUCO Amanda Rafaela Ferreira Souza, Jéssica Maria Alexandre Soares; Ana Carla da Silva Rodrigues, Edna Rodrigues do Nascimento; Edevaldo da Silva Universidade Federal de Campina Grande UFCG. E-mail: amanda-souzaah@hotmail.com Universidade Federal de Campina Grande UFCG. E-mail: jessicamaryitapetim@hotmail.com Universidade Federal de Campina Grande UFCG. E-mail: anacarlarodrigues18@hotmail.com Universidade Federal de Campina Grande UFCG. E-mail: edy_egm@hotmail.com Universidade Federal de Campina Grande. E-mail: edevaldos@yahoo.com.br Resumo: O desenvolvimento sustentável no âmbito do semiárido atua na amenização dos efeitos da seca e no fomento financeiro dos projetos de agricultura familiar, e a educação ambiental preocupada com a conservação e uso sustentável. O aumento do consumo dos recursos naturais é consequente principalmente do aumento desordenado da população. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi analisar a ótica dos alunos do município de Brejinho, Pernambuco, relacionadas a ações ambientais mais sustentáveis no semiárido. A pesquisa foi realizada no município de Brejinho, Pernambuco na Escola Municipal São Sebastião. As informações foram coletadas por meio da aplicação de um questionário contendo 11 afirmações. No que diz respeito ao conhecimento dos alunos relacionado aos tipos de energias renováveis presentes no Nordeste do Brasil (51,6%, n=33) concorda em grande parte com tal afirmativa. Quando questionados se suas ações diárias podem interferir no equilíbrio ambiental da sua cidade (42,2%, n=27) concorda completamente. A maioria dos alunos entrevistados (50,0%, n=32) concorda em grande parte quando questionado se motivam às pessoas para ações de preservação ambiental. No que cerne a produção de lixo por parte dos alunos entrevistados (40,6%, n=26) eles concordam em grande parte que o seu lixo pode degradar o ambiente. Conclui-se que os alunos conhecem sobre as energias renováveis do Nordeste do Brasil. A maioria deles tem a consciência de que suas ações cotidianas podem interferir no equilíbrio ambienta, afetando negativamente o meio ambiente e população. Nesse contexto, mostra-se a importância de ações sustentáveis no semiárido e divulgação dessas práticas para a população. PALAVRAS-CHAVE: Conscientização, Sustentabilidade, Práticas Ambientais, Conhecimento. INTRODUÇÃO A ideia de desenvolvimento sustentável está focada na necessidade de promover o desenvolvimento econômico da geração presente, sem comprometer a geração futura. A

Educação Ambiental, sendo propulsora do desenvolvimento sustentável, atua como importante aliada no manejo dos recursos do semiárido, sendo de fundamental importância na conscientização ambiental e para implementação de projetos de natureza sustentável. O desenvolvimento sustentável no semiárido deve amenizar os efeitos da seca e no fomento financeiro dos projetos de agricultura familiar, e a educação ambiental preocupada com a conservação e uso sustentável dos recursos naturais do semiárido atua como disseminadora de boas práticas e uso seguro e sustentável dos bens presentes (ARAÚJO; ARRUDA, 2011). O homem está se distanciando do meio ambiente e de si mesmo, onde o caráter do individuo não é o privativo, mas sim os bens materiais e consumismo. As sociedades capitalistas estão sendo modificadas intensificando tal propósito (MOURA; VIEIRA; LOYOLA, 2013; SILVA; OLIVEIRA; SILVA, 2015). O aumento do consumo dos recursos naturais é consequente principalmente do aumento desordenado da população, intensificando o grau de ameaças e degradações ao meio ambiente, bem como ações não sustentáveis (GODECKE; NAIME; FIGUEIREDO, 2013). A discussão em torno da sustentabilidade, por ser de abrangência mundial, têm ocupado espaço importante na agenda dos meios de comunicação (FERNANDEZ,2014). A sustentabilidade deve ter uma abordagem sistêmica, pois apesar de o termo sustentabilidade estar evidente, se carece da necessidade de adoção do desenvolvimento de ações práticas (WALDEMAR, 2011). A problemática ambiental é corrente no mundo todo, pois com o advento do capitalismo e das revoluções industriais, houve alteração nos padrões de consumo e climático. Com o aumento da demanda mundial por produtos industrializados, pela necessidade de uso explorativo dos recursos naturais, maior será a oferta de tais produtos e a consequente degradação ecológica (FERREIRA; BARBOSA, 2015). O desenvolvimento sustentável tem a capacidade de instigar a educação ambiental e da consciência ecológica visam à produção racional e condizente com padrões seguros de mínimo existencial (ARAÚJO; ARRUDA., 2011) É necessário que haja um envolvimento da Educação Ambiental na construção da criticidade dos indivíduos para com as relações ambientais, para que o processo ensino aprendizagem seja capaz de mostrar a interação harmoniosa do homem com o meio ambiente

(Vieira, 2014). Assim a EA tem o intuito de transformar o ponto de vista do ser humano, para que este possa ter atitudes ambientalmente corretas (Tozoni-Reis; Campos, 2014). Para formação do sujeito ecológico, o educador deve trabalhar com o diálogo e não apenas com normas, pois assim os indivíduos são capazes de tornar-se críticos diante dos problemas ambientais (MACHADO, 2009). Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi analisar a ótica dos alunos do município de Brejinho, Pernambuco, relacionadas a ações ambientais mais sustentáveis no semiárido. 2. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada no município de Brejinho, Pernambuco, na Escola Municipal São Sebastião. Brejinho é um município localizado na macrorregião do Sertão pernambucano e na microrregião do Pajeú, sua área territorial é de 106,276 km² e população de 7.464 habitantes (IBGE, 2015). O tamanho amostral foi estabelecido segundo Rocha (1997), definindo a amostra a partir do número total de alunos que estudam no ensino fundamental dessa escola, e considerando um erro padrão de 5%. Dessa forma, foi determinada uma amostra de 65 alunos, sendo realizada de forma aleatória simples, entre as turmas de 8º e 9º anos. As informações foram coletadas por meio da aplicação de um questionário contendo 13 afirmações (Tabela 1). As afirmativas versavam sobre temas ambientais relacionados à ações sustentáveis dos alunos, sendo oito construídas de acordo com a escala de Likert com 5 níveis de respostas: de 1 a 4: 1- discordo completamente, 2- discordo em grande parte, 3- concordo em parte, 4- concordo em grande parte, 5- concordo completamente; de 5 a 11: 1 - Sempre, 2 Muitas vezes, 3 - Pouco, 4 Raramente, 5 - Nunca.; e duas questões discursivas.

Tabela 1- Afirmativas aplicadas aos alunos entrevistados Afirmativas 1. Eu sei sobre os tipos de energias renováveis presentes no Nordeste do Brasil 2. As minhas ações diárias podem interferir no equilíbrio ambiental de minha cidade 3. Eu motivo as pessoas para ações de preservação ambiental 4. O que eu produzo de lixo é pouco para degradar o ambiente Para as questões de 5 a 10- Com que frequência vejo: 5. Queimadas 6. Desmatamento 7. Agressão aos animais 8. Poluição de rios 9. Esgoto a céu aberto 10. Mau uso da água Fonte: Autores, 2016. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, utilizando o software Microsoft Excel 2013. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados 64 alunos, sendo (59,4%, n=38) do sexo feminino e (40,6, n=26) do sexo masculino, com faixa etária de 12 a 16 anos. A frequência das respostas dos alunos entrevistados para o questionário aplicado estão relacionadas na Tabela 2. Tabela 2 Frequência das respostas dos alunos entrevistados para as questões de 1 a 4. Afirmativas 1. Eu sei sobre os tipos de energias renováveis presentes no Nordeste do Brasil 2. As minhas ações diárias podem interferir no equilíbrio ambiental de minha cidade 3. Eu motivo às pessoas para ações de preservação ambiental completamente Concorda parte Concorda em grande Indiferente Discorda em grande parte completamente Discorda 21,9 51,6 0 20,3 6,2 42,2 21,9 26,6 9,4 0 18,7 50,0 15,6 9,4 6,2

4. O que eu produzo de lixo pode degradar o ambiente Fonte: autores, 2016. 31,2 40,6 6,2 12,5 9,4 Tabela 3 Frequência das respostas dos alunos entrevistados para as questões de 5 a 11. Afirmativas Frequência com que vejo: 5. Queimadas 0 35,9 52,6 9,4 3,1 6. Desmatamento 10,9 45,3 21,9 18,7 3,1 7. Agressão aos animais 3,1 23,5 21,9 45,3 6,2 8. Poluição dos rios 0 40,6 29,7 7,8 21,9 9. Esgoto a céu aberto 34,4 21,9 32,8 7,8 3,1 10. Mau uso da água 28,1 56,2 9,4 6,2 0 Fonte: Autores, 2016. No que diz respeito ao conhecimento dos alunos relacionado aos tipos de energias renováveis presentes no Nordeste do Brasil (51,6%, n=33) concorda em grande parte com tal afirmativa, demonstrando assim julgar ter um amplo conhecimento acerca das energias renováveis da sua região. Esse resultado é importante, pois, as energias renováveis são provenientes de ciclos naturais, de fontes primárias e, por isso, são praticamente inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do planeta (PACHECO, 2006); assim o conhecimento o consciência dos alunos acerca de tais temas acarreta consciência e melhor utilização de tais recursos. Quando questionados se suas ações diárias podem interferir no equilíbrio ambiental da sua cidade (42,2%, n=27) concorda completamente, apresentando assim a consciência necessária para se ter um ambiente mais saudável, pois o equilíbrio ambiental depende primeiramente das ações cotidianas dos indivíduos. Ações diárias cotidianas são responsáveis muitas vezes pelas devastações e desastres ambientais, que podem ser evitados com maneiras simples de precaução e preservação ambiental (PAIOLA; TOMANIK, 2008). Para que isso seja possível é necessária à consciência crítica e a vontade de viver um mundo melhor. Sempre Muitas vezes Pouco Raramente Nunca

A maioria dos alunos entrevistados (50,0%, n=32) concorda em grande parte quando questionado se motivam às pessoas para ações de preservação ambiental, isso demonstra o investimento por parte de cada um para conscientizar as pessoas para ações sustentáveis e preservação ambiental. Transformando o conhecimento ambiental em ação e espalhar para todos o valor da preservação, significa não medir esforços para conscientizar o mundo de que cada gesto gera consequências e que é preciso ser responsável com os recursos da natureza e consciente sobre suas atitudes (AZUERO; RODRIGUEZ, 2016). No que cerne a produção de lixo por parte dos alunos entrevistados (40,6%, n=26) eles concordam em grande parte que o seu lixo pode degradar o ambiente, o que mostra que eles tem a consciência de que seus atos e atitudes erradas para com o meio ambiente poderá degradá-lo. Os resíduos sólidos urbanos, conhecidos como lixo, constituem uma preocupação ambiental mundial. O aumento na geração do lixo é um problema crescente em diversos países, sendo necessária a adoção de medidas para diminuir esse número (REGO; BARRETO; KILLINGER, 2002). Quanto à frequência com que veem queimadas 52,6% (n=33) responderam que é com pouca frequência, esse é um dado importante, pois a incidência de queimadas causa degradação e prejuízo ambiental. As queimadas são responsáveis por diversos prejuízos, dentre eles: redução da visibilidade do ambiente, aumento de acidentes de tráfego, destruição da biota pelo fogo, aumento na incidência de doenças, diminuição da produtividade, efeitos psicológicos e custos econômicos (RIBEIRO; ASSUNÇÃO, 2002); sendo assim é importante a baixa incidência de queimadas e ações de prevenção para o não acontecimento destas. Com relação ao desmatamento (45,3%, n=29) diz vê-los muitas vezes, o que é preocupante, porém presente. Na região Nordeste o índice de desmatamento é muito grande e a cobertura vegetal original é modificada principalmente por ações antrópicas. Os impactos causados em decorrência do desmatamento incluem a perda de oportunidades para o uso sustentável da floresta. O desmatamento é responsável por degradar o ambiente afetar a Biodiversidade, ciclagem de água e armazenamento de carbono (FEARNSIDE, 2006).

No que diz respeito à agressão aos animais (45,3%, n=29) afirmam que raramente presenciam esse fato. Esse é um dado importante, pois os animais devem ser tratados com respeito e admiração, que assim como os humanos são seres vivos e necessitam de carinho e atenção. Quanto à poluição dos rios (40,6%, n=26) afirmam ver muitas vezes, o que é um dado preocupante, pois a poluição dos rios leva a consequente escassez de água. A poluição dos rios é decorrente de processos de urbanização e falta de cuidados, como a falta de saneamento ou o saneamento de maneira inadequada (JACOBI, 2016), problemas como esse podem resultar em crise hídrica no presente ou futuro, então medidas devem ser adotadas para evitar tal fato. Com relação a esgotos a céu aberto (34,4, n=22) dizem presenciar sempre. Esgotos a céu abeto são vetores de doenças e disseminadores de pragas como insetos, ratos e baratas. Além das diarréias e outras infecções causadas pela falta de coleta e de tratamento de esgoto, outras doenças prejudicam toda a população que convive com esse fato. Quanto ao mau uso da água (56,2%, n=36) afirmam o ver muitas vezes, isso demonstra práticas ambientais insustentáveis exercidas por parte da população. A sustentabilidade da água é conseguida com ações cotidianas como a racionalização por parte da população, e para que isso seja possível há a necessidade de conscientização da população para o uso racional da água (MARTIRANI, 2006). 4. CONCLUSÃO Conclui-se que os alunos conhecem sobre as energias renováveis do Nordeste do Brasil. A maioria deles tem a consciência de que suas ações cotidianas podem interferir no equilíbrio ambiental, afetando negativamente o meio ambiente e população. Notou-se também que eles motivam a população para práticas ambientais de preservação e de cuidados ambientais. Nesse contexto, mostra-se a importância de ações sustentáveis no semiárido e divulgação dessas práticas para a população. As ações voltadas à preservação ambiental e

sustentabilidade devem ser implantadas pelos cidadãos e disseminadas através de práticas cotidianas. REFERÊNCIAS ARAUJO, J. M.; ARRUDA, D. B. Práticas de sustentabilidade no semiárido nordestino: direito ao desenvolvimento econômico-sustentável. Veredas do Direito: Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, v. 8, n. 16, p. 235, 2012. AZUERO, F.; RODRIGUEZ, J. A. Preservación ambiental de la amazonia colombiana: retos para la política fiscal. Cuadernos de Economía, Bogotá, v. 35, n. spe67, p. 281-313, Jan. 2016. FEARNSIDE, P. M. Desmatamento na Amazônia: dinâmica, impactos e controle. Acta Amazônica, v. 36, n. 3, p. 395-400, 2006. FERNADEZ, B. Política pública, juventude e sustentabilidade. Argumentum. v. 6 iss:2 pg.201-217, 2014. FERREIRA, M. F. N.; BARBOSA, J. B. M. Obsolescência programada: a teoria do decrescimento, o direito ao consumo e seus reflexos no desenvolvimento sustentável. Revista de estudos jurídicos do UNI-RN, v. Preliminar, p. 86-103, 2015. GODECKE, M. V.; NAIME, R. H.; FIGUEIREDO, J. A. S. O consumismo e a geração de resíduos sólidos urbanos no Brasil. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 8, n. 8, p. 1700-1712, 2013. IBGE. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística. Disponível em: < http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=261360 >. Acesso em: 24 Ago. 2016. JACOBI, P. R.; EMPINOTTI, V. L.; SCHMIDT, L. Escassez hídrica e direitos humanos. Ambiente & Sociedade, v. 19, n. 1, 2016. MACHADO, A. Q. T. A educação dialógica e a virtualização da linguagem: constituindo o sujeito ecológico. Revista Didática Sistêmica, v. 9, p. 12-23, 2009.

MARTIRANI, L.A.; VELASCO, G. N. Sociedade de consumo e ambiente: valores sociais, necessidades psicológicas e educação. 2006. MOURA, T. B.; VIANA, F. T.; LOYOLA, V. D. Uma análise de concepções sobre a criança e a inserção da infância no consumismo. Psicologia ciência e profissão, v. 33, n. 2, p. 474-489, 2013. PACHECO, F. Energias Renováveis: breves conceitos. Conjuntura e Planejamento, v. 149, p. 4-11, 2006. PAIOLA, Lucy Mara; TOMANIK, Eduardo Augusto. Populações tradicionais, representações sociais e preservação ambiental: um estudo sobre as perspectivas de continuidade da pesca artesanal em uma região ribeirinha do rio Paraná. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, v. 24, p. 175-180, 2008. REGO, Rita de Cássia Franco; BARRETO, Maurício L.; KILLINGER, Cristina Larrea. O que é lixo afinal? Como pensam mulheres residentes na periferia de um grande centro urbano. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6, p. 1583-1591, 2002. RIBEIRO, Helena; ASSUNCAO, João Vicente de. Efeitos das queimadas na saúde humana. Estudos avançados, São Paulo, v. 16, n. 44, p. 125-148, 2002. SILVA, E.; OLIVEIRA, H. M.; SILVA, P. M. Consumismo, obsolescência programada e a qualidade de vida da sociedade moderna. Educação Ambiental em Ação, n. 53, ano XIII, 2015. TOZONI-REIS, M. F. C.; CAMPOS, L. M. L. Educação ambiental escolar, formação humana e formação de professores: articulações necessárias. Educar em revista, Curitiba. Editora UFPR, n. 3, p. 145-162, 2014. WALDEMAR, J. Sustentabilidade empresarial e a dimensão da exequibilidade. Navus: Revista de Gestão e Tecnologia. v.1, n.1,. P. 7, 2011.