Trabalho de TCP/IP Avançado



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Transcrição:

Trabalho de TCP/IP Avançado Novembro/ 2001 - Professor: Paulo Lício de Geus Alunos: Anna Paula Ferreira - ra 501006 Guilherme Steinberger Elias - ra 501022 Tema: BGP 1. Introdução BGP (Border Gateway Protocol protocolo de gateway de fronteira) O BGP-4 possibilita o intercâmbio de informações de roteamento entre os diversos sistemas autônomos, ou ASs (Autonomous Systems), que em conjunto, formam a Internet. Explicando de uma forma simplificada, ele permite que os dados trafeguem entre os ASs até chegar ao AS de destino, e dentro dele siga até o seu destino final (máquina). Uma vez que o BGP-4 também estará presente (em uma versão chamada BGP-4+ [RFC 2283]) no backbone Internet do futuro ( 6bone), conhecer seus mecanismos básicos é fundamental para quem esteja envolvido na administração de um AS de qualquer porte ou que precisa saber mais sobre roteamento na Internet. 2. Histórico Há alguns anos, quando o principal backbone da Internet era a ARPANET, as instituições de pesquisa conectadas à rede precisavam gerenciar manualmente as tabelas de rotas para todos os possíveis destinos. Com o crescimento da Internet, verificou-se que era impraticável manter todas as tabelas atualizadas dessa forma, e que mecanismos de atualização automática eram necessários. Os pesquisadores da Internet optaram, então, por usar uma arquitetura que consistia de um reduzido e centralizado grupo de es (core routers) que tinham, em suas tabelas, as rotas para todos os possíveis destinos da Internet; e um outro grupo maior de es que possuíam em suas tabelas apenas informações (rotas) parciais, e não para toda a Internet. Os core routers eram administrados pelo INOC (Internet Network Operations Center), e o grupo maior de es externos ficou conhecido pelo termo "noncore routers" (es fora do núcleo), que conectavam as redes locais das instituições de pesquisa ao backbone da ARPANET. 117/05/02

2.1 GGP Foi desenvolvido, então, o protocolo GGP (Gateway-To-Gateway Protocol), que foi usado nos core routers para atualização automática das tabelas de rotas entre eles. O GGP era um protocolo baseado no algoritmo de vetor de distância (Vector-Distance, também conhecido como Bellman-Ford). Essa arquitetura tem, tecnicamente, pontos fracos graves principalmente com relação a sua capacidade de expansão, e a Internet acabou crescendo muito, indo além de um único backbone gerenciado de forma centralizada. Verificou-se, portanto, não ser possível expandir esse backbone arbitrariamente, por haver diversas limitações técnicas. Como o backbone de cada site pode ter uma estrutura complexa, o esquema de core routers não iria conseguir suportar a conexão de todas as redes diretamente. Era necessário um novo esquema que permitisse aos noncore routers passar informações aos core routers sobre as redes que estavam "atrás" de si, além de oferecer autonomia de gerenciamento aos sites. Até o momento, estava sendo usado o conceito de interconexão que levava em conta apenas a arquitetura do roteamento em uma internet e não contemplava as questões administrativas envolvidas. Os projetistas notaram que as interconexões de um backbone com arquitetura complexa não devem ser encaradas como várias redes independentes conectadas a uma internet, mas como uma organização que controla várias redes e que garante que as informações sobre as rotas internas são consistentes e que pode escolher um de seus es para fazer a ponte de comunicação para o "mundo exterior". Entra em cena o conceito do Sistema Autônomo (Autonomous Systems - AS), no qual as redes e es estão sob o controle de uma mesma entidade administrativa. Esse conceito substitui a idéia das redes locais conectadas ao backbone central. Cada AS tem a liberdade de escolher o esquema e arquitetura que melhor lhe convém para descobrir, propagar, validar e verificar a consistência das suas rotas internas e a responsabilidade de anunciar para os outros ASs as rotas para suas redes internas não visíveis. Para anunciar as rotas para suas redes internas entre si, os ASs precisavam concordar em usar um esquema único, como um mesmo idioma por toda a Internet; e para permitir um algoritmo de roteamento automatizado distinguir entre um AS e outro, foi designado a cada AS, um número (Autonomous System Number - ASN) pela mesma autoridade central encarregada de atribuir todos os endereços identificadores das redes conectadas à Internet. 2.2 Exterior Gateway Protocol EGP Dois es que pertençam a ASs diferentes e trocam informações de roteamento entre si são considerados "vizinhos externos" (exterior neighbors). Se ambos pertencerem ao mesmo AS são considerados "vizinhos internos" (interior neighbors). O protocolo de 217/05/02

roteamento usado pelos exterior neighbors é o Exterior Gateway Protocol ou simplesmente EGP [RFC 904]. É ele que permite o anúncio das rotas para as redes internas do AS para o núcleo (core) da Internet. Com o tempo, o EGP apresentou diversas limitações técnicas e potenciais problemas para ser usado na Internet. Apesar das tentativas para produzir novas versões (EGP2 e EGP3) do protocolo, os projetistas não obtiveram sucesso por haver a necessidade de muitas alterações fundamentais na estrutura do mesmo. O EGP apresentou deficiências insustentáveis, como restrições em topologia, incapacidade de evitar "loops" de roteamento e pouca flexibilidade para a configuração de políticas de roteamento. Um grande desafio para os projetistas era a solução de como transformar uma arquitetura internet para não depender de um sistema centralizado (core routers) - deixando uma topologia organizada hierarquicamente e iniciando outra, com diferente estrutura. Além disso, tinha o desafio de como fazer uma arquitetura internet suportar uma forma de colaboração mais próxima entre certos ASs do que entre outros. Isso levou os engenheiros do IETF a desenvolver uma solução para esses problemas através de um novo, mais moderno e mais robusto protocolo de roteamento externo. 2.3 Border Gateway Protocol Version 4 - BGP-4 O BGP é um protocolo de roteamento para ser usado entre múltiplos sistemas autônomos em internets baseadas no protocolo TCP/IP. O BGP-4 [RFCs 1771, 1772] tornou-se o sucessor natural do EGP, efetivamente atacando suas deficiências mais sérias, ou seja, evitando "loops" de roteamento e permitindo o uso de políticas de roteamento entre ASs baseado em regras arbitrárias por eles definidas. Além disso, o BGP-4 foi a primeira versão do BGP a suportar endereços agregados (Classless Interdomain Routing, ou simplesmente CIDR) e o conceito de supernets. 3. O uso do BGP-4 O BGP é usado nas situações em que uma rede precisa conectar-se a mais de um provedor simultaneamente (multi-home), ou quando se deseja ter um pouco mais de controle sobre quais caminhos seus dados seguirão pela Internet. Basicamente, o BGP serve para informar às redes externas a um AS quais são as rotas para redes atingíveis dentro de sua rede. O propósito do BGP-4 é anunciar rotas para outras redes externas, ou sistemas autônomos. Esses anúncios são como "promessas" de que os dados serão transportados para o espaço IP representado pela rota sendo anunciada. BGP é uma minuta de um protocolo padrão. O seu status é eletivo. Ele é descrito na RFC 1771. O protocolo de gateway de fronteira é um protocolo de gateway externa usado para trocar informações sobre a acessibilidade da rede entre os ASs. 317/05/02

Sistemas Autônomos IGPs IGPs EGP Sistema Autônomo A IGPs Sistema Autônomo C Sistema Autônomo B O BGP-4 foi introduzido na Internet na rodada de livre troca de informação de roteamento entre os sistemas autônomos. Baseado em CIDR (Classless Inter-Domain Routing roteamento inter-domínio sem classe), o BGP evoluiu desde então, para apoiar a agregação e a redução da informação de roteamento. Em essência, o CIDR é uma estratégia designada para tratar dos seguintes problemas: Exaustão do espaço de endereços classe B Crescimento da tabela de roteamento O CIDR elimina o conceito das classes de endereços e fornece um método para resumir n rotas diferentes em rotas únicas. Isto reduz significamente a quantidade de informação de roteamento que os es BGP devem armazenar e trocar. Definição de alguns termos usados no BGP: Emissor BGP Um sistema executando BGP. Vizinhos BGP Um par de emissores BGP trocando informações de roteamento inter-as. Os vizinhos BGP podem ser de dois tipos: Interno: Um par de emissores BGP no mesmo sistema autônomo. Os vizinhos BGP internos devem apresentar uma imagem consistente do AS aos seus vizinhos BGP externos. 417/05/02

Externo: Um par de vizinhos BGP em sistemas autônomos diferentes. Os vizinhos BGP externos devem estar ligados por uma conexão BGP como é definido a seguir. Essa restrição significa que na maioria dos casos onde um AS tem várias conexões BGP inter- AS, isto também exigirá vários emissores BGP. Sessão BGP Uma sessão TCP entre vizinhos BGP que estejam trocando informações de roteamento usando BGP. Os vizinhos monitoram o estado da sessão enviando regurlamente uma mensagem manter viva. (O intervalo recomendado é de 30 segundos.) * A mensagem Manter viva é implementada na camada de aplicação, e é independente da mensagem Manter viva (keeplive) disponível em várias implementaçòes TCP. ASBR (AS border router de borda AS) Um que tem uma conexão para vários sistemas autônomos. Nota: A nomeclatura para este tipo de é de certa maneira variada. A RFC 2328, que descreve o OSPF, usa o termo de fronteira de AS. A RFC 1771 e a 1772, que descreve o BGP, usa os termos de fronteira e de gateway. Nós usamos o primeiro termo sistematicamente ao descrever tanto o OSPF quanto o BGP. O BGP define dois tipos de es de fronteira de AS, dependendo de seu relacionamento de topologia com o emissor BGP que se refere a ele. Interno Um de próximo salto no mesmo AS que o emissor BGP. Externo Um de próximo salto em um AS diferente do emissor BGP. O endereço IP de um de fronteira é especificado como um próximo salto de destino quando o BGP anuncia um caminho AS a um dos seus vizinhos externos. Os es de fronteira de próximo salto devem compartilhar uma conexão física tanto com os emissores BGP que enviam, quanto com os que recebem. Se um emissor BGP anuncia um de fronteira externo como um próximo salto, este deve ter tomado conhecimento de um dos pares do emissor BGP. Conexão AS O BGP define dois tipo de conexões inter-as: Conexão Física Um AS compartilha uma rede física com outro AS, e esta rede está conectada a pelo menos um de fronteira de cada AS. Como estes dois es compartilham uma rede, eles podem trocar pacotes entre si, sem exigir quaisquer protocolos de roteamento intra-as. (Isto é, não precisam de um IGP ou de um EGP para se comunicarem.) Conexão BGP Uma conexão BGP significa que há uma sessão BGP entre um par de emissores BGP, um em cada AS. Esta sessão é usada para comunicar as rotas através dos es de fronteira conectados fisicamente e que podem ser usados para redes específicas. O BGP requer que os emissores BGP estejam na mesma rede dos es conectados 517/05/02

fisicamente para que a sessão BGP também seja independente de todos os protocolos de roteamento intra-as ou inter-as. Os speakers BGP não precisam ser es de fronteira, e vice-versa. Obs.: O termo conexão BGP pode ser usado para referir-se a uma sessão entre dois emissores BGP no mesmo AS. Tipo de Tráfego O BGP categoriza o tráfego em um AS como um entre dois tipos: local Tráfego local é o tráfego que se origina ou termina neste AS. Isto é, tanto o endereço IP de origem quanto o de destino estão no AS. trânsito Tráfego de trânsito é todo o tráfego não-local. Uma das metas do BGP é minimizar a quantidade de tráfego de trânsito. Tipo do AS Um AS é categorizado como um dos três tipos: stub Um AS stub tem uma única conexão inter-as com um outro AS. Um AS stub carrega apenas o tráfego local. multihomed Um AS multihomed tem conexões com mais de um AS mas recusa carregar tráfego de trânsito. transit Um AS de trânsito tem conexões com mais de um AS e carrega tanto o tráfego de trânsito quanto o local. O AS pode impor restrições às normas sobre o que o tráfego de trânsito carregará. Número do AS Um número de 16 bits identificando unicamente um AS. Este é o mesmo número AS usado pelo BGP. Caminho do AS Uma lista de todos os números de AS atravessados por uma rota quando está trocando informações de roteamento. Em vez de trocar contagens de métrica simples, o BGP comunica todos os caminhos aos seus vizinhos. Norma de roteamento Um conjunto de regras que obrigam o roteamento a estar de acordo com as exigência da autoridade que gerencia o AS. As normas de roteamento não são definidas no protocolo BGP, mas são selecionadas pela autoridade do AS e apresentadas ao BGP na forma de dados de configuração de implementação específica. As normas de roteamento podem ser selecionadas pela autoridade do AS da maneira que esta considerar correta. Por exemplo: 617/05/02

Um AS multihomed pode recusar-se a agir como um AS de trânsito. Faz isto ao não anunciar rotas para outras redes que não sejam aquelas diretamente a ele conectadas. Um AS multihomed pode limitar-se a ser um AS de trânsito para um conjunto restrito de ASs adjacentes. Faz isto anunciando a sua informação de roteamento apenas a este conjunto. Um AS pode selecionar qual AS de saída deve ser usado para carregar o tráfego de trânsito. Um AS também pode aplicar critérios relacionados ao desempenho quando selecionar os caminhos de saída: Um AS pode otimizar o tráfego para usar caminhos ASs curtos em vez de longos. Um AS pode selecionar rotas de trânsito de acordo com a qualidade do serviço dos saltos intermediários. A informação do serviço de qualidade poderia ser obtida usando mecanismos externos para o BGP. A partir destas definições pode-se verificar que um AS stub ou um AS multihomed tem as mesmas propriedades de topologia que um AS na arquitetura ARPANET. Isto é, ele nunca age como um AS intermediário em uma rota inter-as. Na arquitetura ARPANET, o EGP para que tal AS trocasse informação de alcance com os seus vizinhos, e isto ainda é verdade com o BGP. Sendo assim, um AS stub ou um AS multihomed podem a continuar a usar o BGP ( ou qualquer outro protocolo adequado) para operar com um AS de trânsito. Entretanto, a RFC 1772 recomenda que, para estes tipos de AS, o BGP seja usado em vez do EGP, porque isto fornece vantagens em largura de banda e em desempenho. Além disto, em um AS multihomed, é mais provável que o BGP forneça uma rota inter-as melhor que o EGP, já que o EGP apenas verifica a acessibilidade e não a distância. Seleção de Caminho Cada emissor BGP deve avaliar os caminhos diferentes para um destino do(s) (es) de fronteira para uma conexão AS, selecionar o que melhor concorda com as normas de roteamento em vigor e então anunciar esta rota a todos os seus vizinhos BGP naquela conexão AS. O BGP é um protocolo de vetores de distância mas, ao contrário dos protocolos de vetores de distância tradicionais como o rip, onde há uma métrica única, o BGP determina a ordem de preferência aplicando uma função de mapeamento em cada caminho, para um valor preferencial e selecionando o caminho que tem o valor mais alto. A função aplicada é gerada pela implementação do BGP de acordo com a informação da configuração. Entretanto, o BGP não mantém uma métrica de custo para todo o caminho, o que muitas vezes considera-se um defeito, mas não existe nenhum mecanismo que o BGP possa utilizar para obter um custo uniforme para os caminhos ao longo de inúmeras redes atuais de provedores de serviço. Quando há vários caminhos viáveis para um destino, o BGP mantém todos eles mas só anuncia aquele que tiver o mais alto valor de preferência. Esta abordagem permite uma mudança rápida para um caminho alternativo, caso o primeiro tenha falhado. 717/05/02

Normas de Roteamento A RFC 1772 inclui um conjunto de normas recomendadas para todas as implementações: Uma implementação BGP deve ser capaz de controlar as rotas que anuncia. A granularidade deste controle deve ser pelo menos no nível de rede para as rotas anunciadas e no nível de AS para os receptores. Por exemplo, o BGP deve fornecer uma norma para anunciar uma rota a uma rede específica para um AS adjacente específico. Deve-se tomar cuidado quando um emissor BGP selecionar uma nova rota que não possa ser anunciada para um determinado companheiro exteno, enquanto a rota previamente selecionada foi anunciada para aquele companheiro. Especificamente, o sistema local deve indicar explicitamente ao companheiro que a rota anterior está agora inexeqüível. O BGP deve fornecer uma norma de ponderação (pesos) para os caminhos. Cada AS pode receber a designação de um peso e o caminho preferencial ao destino é então aquele com o menor peso agregado. O BGP deve fornecer uma norma para excluir um AS de todos os caminhos possíveis. Isto pode ser feito com uma variante da norma anterior; para cada AS a ser excluído é dado um peso infinito e o processo de seleção da rota recusa-se a considerar os caminhos de peso infinito. Atualizações de Roteamento de Roteadores Norma de Entrada Roteador BGP Processo de Decisão Rotas a serem Usadas Norma de Saída Atualizações de Roteamento de es BGP Tabela de Roteamento Normas de Roteamento e Processo BGP A figura apresenta as normas de roteamento e o processo BGP: 1. As atualizações de roteamento são recebidas de outros es BGP. 2. O mecanismo de normas de entrada filtra as rotas e manipula atributos. 3. O processo de decisão escolhe as rotas que o BGP usará. 4. O mecanismo de saída filtra as rotas e manipula atributos para as rotas a serem anunciadas. 5. As atualizações de roteamento são anunciadas a outros es BGP. 817/05/02

Consistência do AS O BGP exige que um AS de trânsito apresente a mesma visão para todo AS que estiver usando os seus serviços. Se o AS tiver vários emissores BGP, eles devem concordar com dois aspectos da topologia: intra-as e inter-as. Como o BGP não lida de forma alguma com o roteamento intra-as, uma visão consistente da topologia intra-as deve ser fornecida pelos protocolos de roteamento interno empregados pelo AS. Naturalmente, um protocolo como o OSPF que implementa a sincronização dos bancos de dados do presta-se muito bem a este papel. A consistência da topologia externa pode ser fornecida por todos os emissores BGP no AS tendo as sessões BGP entre si, mas o BGP não necessita que este método seja usado, apenas que a consistência seja mantida. Troca de Informações de Roteamento O BGP só anuncia as rotas que ele mesmo usa para os seus vizinhos. Isto é, o BGP está de acordo com o paradigma salto a salto normal da Internet, apesar de ter informação adicional na forma de caminhos AS e teoricamente ser capaz de fornecer informação de uma rota para um vizinho que ele mesmo não usaria. Quando dois emissores BGP criam uma sessão BGP, eles começam trocando todas as suas tabelas de roteamento. A informação de roteamento é trocada via mensagens. Como a informação de roteamento contém o caminho AS completo, para cada destino relacionando na forma de uma lista de números AS além do alcance usual e a informaçào do próximo salto usado nos protocolos de vetores de distância, ele pode ser usado para suprimir os ciclos de roteamento e para eliminar o problema de contagem até o infinito encontrado no. Depois que os vizinhos BGP tiverem desempenhado a troca inicial dos seus bancos de dados de roteamento, eles só trocam atualizações para esta informação. Descrição do Protocolo O BGP é executado em uma conexão de camada de transporte confiável, entre es vizinhos. O BGP depende da conexão de transporte para a fragmentação, retransmissão, reconhecimento e seqüenciamento. Ele assume que a conexão de transporte será encerrada de maneira ordenada, entregando todos os dados caso apareça uma notificação de erro. As implementações práticas do BGP usam o TCP como mecanismo de transporte. Portanto, as unidades dos dados do protocolo BGP estão contidas dentro dos pacotes TCP. As conexões para o serviço BGP em um usam TCP porta 179. O protocolo BGP abrange quatro estágios principais: Abertura e confirmação de uma conexão BGP com um vizinho Manutenção da conexão BGP Envio de informações de acessibilidade Notificação de condições de erro ASX Abrir ASY BGP Manter viva Atualizar BGP Notificação 917/05/02

A Figura mostra: As Mensagens BGP Fluem entre os emissores BGP. Abrindo e Confirmando uma Conexão BGP: A comunicação BGP entre dois es começa com o estabelecimento da conexão do protocolo de transporte TCP. Ums vez que a conexão tenha sido estabelecida, cada envia uma mensagem abrir ao seu vizinho. A mensagem abrir do BGP, como todas as mensagens BGP, consiste de um cabeçalho padrão mais o conteúdo específico do tipo de pacote. O cabeçalho padrão consiste de um campo de 16 octetos, com todos os bits iguais a um quando o código de autentificação for 0, do comprimento do pacote BGP total, e de um campo de tipo que especifíca o pacote como sendo um dos quatro tipos possíveis: 1. ABRIR 2. ATUALIZAR 3. NOTIFICAÇÃO 4. MANTER VIVA Cabeçalho da Mensagem BGP Número de Octetos Configurado todo em 1 s 16 Marcador 2 Comprimento 1 Tipo 1 = Abrir 2 = Atualizar 3 = Notificação 4 = Manter-se Viva Amensagem aberta define o número AS do de origem, o seu identificador de BGP e o tempo de retenção para a conexão. Se durante um período de retenção não forem recebidas quaisquer mensagens Manter viva, Atualizar ou Notificação, o de origem assume um erro, envia uma mensagem de notificação e encerra a conexão. A mensagem Abrir também fornece um comprimento de parâmetro opcional e parâmetros opicionais. Estes campos podem ser usados para autenticar um companheiro BGP. Formato da Mensagem Abrir do BGP Números de octetos 19 Cabeçalho Comum Tipo =1 1 Versão 2 2 Número de AS do Transmissor Tempo de Retenção 4 1 12 Identificador do BGP Cumprimento do Parâmetro Opcional Parâmetros Opicionais 1017/05/02

Uma mensagem Abrir aceitável é reconhecida por uma mensagem Manter viva. Quando es vizinhos tiverem enviado mensagens Manter viva em resposta a abrir, eles podem prosseguir com a troca de outras mensagens Manter viva, Notificação e Atualizar. Mantendo a Conexão BGP: Mensagens BGP devem ser trocadas periodicamente entre os vizinhos. Se nenhuma mensagem tiver sido recebido pelo período do cronômetro de retenção calculado através do uso do menor entre os tempos de retenção configurados e o de retenção recebido na mensagem ABRIR, então um erro é assumido na conexão. O BGP usa mensagens Manter viva para manter a conexão entre os vizinhos. As mensagens Manter viva consistem apenas do cabeçalho do pacote BGP, sem nenhum dado. A RFC recomenda que o cronômetro de retenção seja de 90 segundos e o cronômetro Manter viva seja de 30 segundos. Enviando Informações de Acessibilidade: As informações de acessibilidade são trocadas entre os vizinhos BGP em mensagens de Atualizar. Uma mensagem Atualizar é usada para anunciar uma única nota exeqüível para um companheiro, ou para retirar de serviço rotas não-exeqüíveis. Uma atualização pode anunciar simultaneamente uma rota exeqüível e retirar de serviço várias rotas inexeqüíveis. Blocos básicos de uma mensagem ATUALIZAR: NLRI (Network Layer Reachability Information Informações de acessibilidade de camada de rede) Atributos de caminho Rotas retiradas Mensagem Atualizar do BGP Número de Octetos 19 Cabeçalho Comum 2 Comprimento de Rota Inexeqüível Tipo = 2 Variável Variável Variável 2 Rotas Retiradas Comprimento do Atributo do Caminho Total Atributo do Caminho Informação de Alcance de Camada de Rede NLRI (Network Layer Reachability Information Informações de acessibilidade de camada de rede): O NLRI é o mecanismo pelo quel o BGP-4 suporta o roteamento sem classe. O NLRI é uma indicação de campo variável, na forma de uma rota de prefixo IP, das redes que estão sendo anunciadas. O NLRI também é representado por <comprimento, prefixo>. A forma <14,220.24.106.0> indica uma rota a ser alcançada da forma 220.24.106.0.255.252.0.0 ou 220.24.106.0/14 no formato CIDR. 1117/05/02

BGPs Trocando NRLIs AS1 Caminho 1, caminho 2 AS2 Emissor BCP Caminho 3, caminho 4 Emissor BCP Informação de Acessibilidade Caminho 1 Caminho 2 Caminho 3 Caminho 4 Informação de Acessibilidade Caminho 1 Caminho 2 Caminho 3 Caminho 4 Atributos de Caminho: Cada atributo de caminho consiste de um conjunto triplo de valores: flag de atributo, tipo do atributo e valor do atributo. Três dos flags de atributo fornecem informações sobre o status dos tipos de atributo, e podem ser opicional ou bem conhecido, transitório ou não-transitório e parcial ou completo. Os flags de atributo devem ser lidos em conjunto com os seus tipos de atributo associados. Há sete tipos de atributos que juntos definem uma rota anunciada: Origem, que é um atributo obrigatório bem conhecido (código tipo 1), e define a origem da nota como um IGP, um EGP ou INCOMPLETO (por exemplo uma rota estática). Caminho AS é um atributo obrigatório bem conhecido (código tipo 2), e define os ASs que devem ser cruzados para alcançar a rede que está sendo anunciada. É uma seqüência de números de AS que uma rota atravessou para alcançar um destino. O AS que origina a rota acrescenta o seu próprio número de AS quando envia a rota ao seu companheiro BGP externo. Cada AS que recebe a rota e a encaminha para outro companheiro BGP anexará o seu próprio número AS como último elemento da seqüência. Próximo salto é um atributo obrigatório bem conhecido (código 3), e define o endereço IP do ASBR que é o próximo salto no caminho ao(s) destino(s) relacionado(s). 1217/05/02

Multi_exit_disc que é um atributo opcional não transitório (código tipo 4), usado por um processo de decisão de um emissor BGP para discriminar entre vários pontos de saída para um sitema autônomo vizinho. Local_pref é um atributo arbitrário bem conhecido (código tipo 5), e usado por um emissor BGP para informar outros emissores BGP, em seu próprio sistema autônomo, do grau de preferência do emissor de origem para uma rota anunciada. Atomic_aggregate é um atributo arbitrário bem conhecido (código tipo 6), e usado por um emissor BGP para informar outros emissores BGP que o sistema local selecionou uma rota menos específica, sem selecionar uma rota mais específica que está incluída nela. Agregador é um atributo transitivo opicional (código 7), e indica o último número AS que formou a rota agregada, seguido pelo endereço IP do emissor BGP que formou a rota agregada. Atributos do Caminho BGP Número de Octetos 1 1 O T P EL Tipo de Atributo Reservado O = Opcional T = transitório P = Parcial EL = Comprimento Estendido 1 ou 2 Variável Comprimento do Atributo Valor do Atributo Rotas Retiradas: Um comprimento de rota inexeqüível indica em octetos o comprimento total do campo Rotas Retiradas. Este valor igual a 0 indica que nenhuma rota está sendo retirada de serviço, e que o campo Rotas Retiradas não está presente nesta mensagem de atualização. Rotas retiradas é um campo de comprimento variável. As atualizações que não são exeqüíveis ou que não estejam mais em serviço e precisam ser retiradas da tabela de roteamento BGP. As rotas retiradas têm os mesmos formatos da NLRI. As rotas retiradas também são representadas por <comprimento, prefixo>. A forma <15,220.24.106.0> indica uma rota a ser retirada da forma 220.24.106.0 255.254.0.0 ou 220.24.106.0/15 no formato CIDR. 1317/05/02

Trocando as Rotas Retiradas AS1 Caminho 1 AS2 Emissor BCP Emissor BCP Troble Informação de Acessibilidade Caminho 2 Caminho 3 Caminho 4 Informação de Acessibilidade Caminho 2 Caminho 3 Caminho 4 Notificando Erros: As mensagens de notificação são enviadas por um vizinho quando as condições de erro são detectadas. A conexão de transporte BGP é fechada imediatamente depois que uma mensagem de notificação tenha sido enviada. As mensagens de notificação consistem de um código de erro e um sub-código de erro, que qualificam o erro principal. O formato das mensagens de notificação. Mensagem de Notificação BGP Números de Octetos 19 Cabeçalho Comum Tipo = 3 1 1 Variável Código de Erro Sub-código de Erro Dados Os códigos de erro que são fornecidos pelo BGP são os seguintes: Erro de Cabeçalho de Mensagem Erro de Mensagem Abrir Erro de Mensagem Atualizar Expirou o Cronômetro de Retenção 1417/05/02

Erro do Mecanismo de Estado Finito Cessar Um campo de dados é incluído na mensagem de notificação para fornecer informações de diagnóstico adicionais. Referências RFC 1771 A Border Gateway Protocol 4 (BGP-4) RFC 1772 Application of the Border Gateway Protocol in the Internet RFC 1812 requirements for IP Version 4 Routers Biografia TCP/IP Tutorial e Técnico Martin w. Murhammer Orcun Atakan Stefan Bretz Larry R. Pugh Kazunari Suzuki David H. Wood Editora Makron Books Artigo: BGP4 Parte 1-12 de Março de 1999 Alex Soares de Moura RNP News Generation Volume 3, número 2 1517/05/02