CORPO E MEMÓRIA NO PORCO DE HILDA HILST

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1 CORPO E MEMÓRIA NO PORCO DE HILDA HILST Geruza Zelnys de Almeida Mestre em Literatura e Crítica Literária (PUC/SP). Resumo O artigo tem como objetivo analisar os processos inventivos e estruturais que conferem qualidade artística ao conto Gestalt, da escritora brasileira Hilda Hilst. A análise traça o percurso do olhar pelo projeto literário que mescla elemento fantástico, procedimentos metalinguísticos e retalhos de memórias ficcionais na estrutura física do gênero conto, ou seja, o conto como corpo: único lugar possível a busca do autoconhecimento. Palavras-chave: corpo; conto; memória. Abstract This article objective is to analyze the aesthetic and structural elements that give artistic qualities to Gestalt tale, from the Brazilian writer Hilda Hilst. The analysis draws a route of the look about the literary project constructed with fantastic element and pieces of fiction memories in the physical structure of tale, or else, the tale like body: unique possible place for the knowleage. Keywords: body; tale; memory. 041

2 Na obra da escritora brasileira Hilda Hilst ( ) uma barreira deve ser vencida pelo estudioso que se propõe a classificar os textos em prosa da autora. Uma linha fronteiriça extremamente tênue separa sua prosa de sua poesia e, não raro, o universo poético engloba e superpõe-se ao prosaico. Sendo assim, quem se dispõe a compreendê-la deve enveredar não só pelas teorias do conto, como também da poesia, fundamentalmente importante para a compreensão dos processos inventivos desses textos, cuja intransitividade característica obriga-nos a mergulhos cada vez mais profundos na busca da significação O conto Gestalt, selecionado para análise, é escrito em terceira pessoa e revela, na confluência de vozes dialógicas, traços da influência dostoieviskiana. Além disso, Gestalt realiza a proposta básica da poética hilstiana: a junção entre sagrado e profano, entre corpo e memória, tão almejada no conjunto de sua obra. Originariamente publicado em 1977 em Pequenos discursos. E um grande, Gestalt participa de uma seleção que mescla a tirania do regime político da época aos interditos sexuais. Alcir Pécora, responsável pela organização e apresentação do volume tece, com muita propriedade, comentários temáticos sobre ética, legitimidade do amor, resistência, paixão e desejo na escritura hilstiana. Em vista disso, arde-nos o desejo de lançar um novo olhar sobre o texto e percorrer outro caminho que não o temático: o da construção textual. Assim, guiados pelos olhos desvendados de Isaiah, a personagem central, buscamos decifrar o que se esconde para além das aparências desse corpo/porco, no entrelaçamento de suas palavras e silêncios. Pretende-se, com esta análise, demonstrar as diversas possibilidades de olhar para esses corpos, os figurativos e o textual, este suporte material da existência daqueles. Impulsionados pelo fantástico da situação duvidosa, substituímos o pensar no texto e no seu significado oculto pelo olhar sensívelmaterial sobre o ele-mesmo, reconhecendo-o como ficção e, por isso, produto de linguagem e de retalhos memorilísticos que se entrelaçam na busca pelo autoconhecimento. Busca-se, portanto, a compreensão do texto nos procedimentos que integram uma escritura originariamente metalingüística, ou seja, uma memória textual à procura de si em si mesma. Do título Gestalt possui elementos psicológicos bastante evidentes, entretanto, ao intitular o conto, Hilda Hilst direciona o leitor a buscar sentidos através da estrutura textual, uma vez que a identidade entre construção e conhecimento inscreve-se nos fundamentos da gestalt, também denominada psicologia da forma. Assim, os inúmeros indícios de sexualidade, as associações ao nome da autora que poderiam desviar-nos para uma leitura meramente biográfica devem figurar num segundo plano, pois a teoria da gestalt preocupa-se mais com a percepção, deixando quase inteiramente de lado o domínio da sexualidade e da emoção (Leite, 1977, p. 37). Isso porque os gestaltistas negam o inconsciente e procuram descobrir, mesmo no comportamento emocional, características de racionalidade ou percepção adequada (p. 37). Por isso, Isaiah, ao modo dos gestaltistas, busca na fisicalidade da forma, os modelos de pensamento/construção para sua leitura do porco, objeto que se apresenta diante dele, incitando-o a buscar o conhecimento. Também nós, leitores do conto, agimos como Isaiah porque o conto figura em toda sua estranheza e dessemelhança sobre nossos olhares.

3 Assim, é o título que nos dá a chave para a entrada no texto e sua aproximação com as teorias literárias que sustentam a forma breve. Ainda segundo Leite (1997, p. 132), três princípios da teoria gestaltista são significativos para a análise literária : o primeiro princípio é a negação de uma descrição ingênua da realidade, o segundo refere-se os conceitos de equilíbrio e desequilíbrio, e o terceiro trata da teoria da expressão. Dessa forma, pode-se aproximar o primeiro princípio da precisão fotográfica cortaziana, uma vez que o conto é um recorte que se destaca dentro da homogeneidade dos acontecimentos. E um recorte é a criação de um universo distinto, singular e único, o que nega qualquer simplicidade nesta realidade representada. Quanto aos conceitos de equilíbrio e desequilíbrio, eles assemelham-se às tensões narrativas propostas por Piglia, Borges, Edgar Alan Poe e outros teóricos contistas, responsáveis pela tensão e distensão na narrativa. Já a preocupação com a expressão na teoria da gestalt pode ser associada ao elemento estético na literatura, ou seja, os princípios poéticos que provocam o estranhamento e, por conseguinte, o desejo de apreensão da representação. Desejo este que funde personagem, narrador e leitor provocando uma incrível identidade entre eles. A partir dessas primeiras observações ligadas ao título, nos embrenhamos numa tessitura de desejos que se mesclam e se imbricam uns nos outros atrás das instâncias representacionais no texto: Isaiah, narrador e leitor, conforme veremos a seguir. Do corpo Cortazar (1974, p. 151) aproxima o conto da fotografia pelo justo limite que o enquadra num acontecimento único, ou seja, o conto seleciona um fragmento da realidade fixando-lhe limites. Entretanto, esse recorte abre-se para uma realidade muito mais ampla, como uma visão dinâmica que transcende espiritualmente o campo abrangido pela câmara. Nesse sentido, Gestalt é um conto exemplar dado seu limite físico e abertura do pequeno e particular para o grande e universal. Em seu recorte inscreve-se a história de Isaiah, o matemático, que entre seus cálculos e geometrias encontrou no seu quarto o porco. Durante as tentativas de compreensão do fenômeno, Isaiah alimenta o porco, rememorando sua infância, revisitando seus medos, até que se dá a descoberta: o porco era, na verdade, uma porca. Porém, o inusitado, diluído na visão distanciada do narrador, adquire status de normalidade absoluta, quando Isaiah batiza a porca com o nome da mãe Hilde e casa-se com ela, sendo ambos felizes. Intenso, Gestalt é um todo condensado, quase como um curto poema, devido à qualidade de recursos estilísticos; à intransitividade, que não permite o total deslocamento do interior para o extra-literário; e pela universalidade que emana do tema central: medo e desejo pelo desconhecido. Essa carga de poeticidade cria uma tensão que impede a separação entre as partes e o todo do texto, impossibilitando relações nítidas de causa e efeito. A situação matrimonial, aparentemente absurda, se não pode ser deduzida logo no início do conto, é sugerida numa estrutura que mescla o real e o fantástico: Absorto, centrado no nó das trigonometrias, meditando múltiplos quadriláteros, centrado ele mesmo no quadrado do 043

4 044 quarto, as superfícies de cal, os triângulos de acrílico, suspensos no espaço por uns fios finos os polígonos, Isaiah o matemático, sobrolho peluginoso, inquietou-se quando descobriu o porco. O elemento fantástico apresenta-se como princípio construtivo limítrofe entre forma e conteúdo. Incitado pelo fantástico, o leitor se reporta à construção do conto, procurando por uma segunda história, velada ou de caráter metalingüístico (Piglia, 1999). Isso ocorre porque a fantasticidade é, fundamentalmente, um modo de produzir no leitor uma inquietação física (medo ou variantes), através de uma inquietação intelectual (dúvida) (Chiampi, s/d, p. 53). Nesse sentido, a literatura fantástica promove o conhecimento místico do universo, pois, brotando do cotidiano, produz a re-significação de imagens, antes automatizadas, em novo contexto. Dessa forma, o fantástico em Gestalt o aparecimento inusitado do porco no quarto de Isaiah e o casamento entre eles atua de dois modos distintos: primeiro como re-significação da imagem porco num contexto diferenciado (possibilitando uma interpretação mística); segundo, na mesma proporção que atua nos textos borgianos, evidenciando a forma deliberadamente não realistapsicológica, mas artificial e representacional. É assim que o próprio texto se flagra enquanto construção lingüística, produto e produtora de palavras: E porque o porco efetivamente estava ali, pensá-lo parecia lógico a Isaiah, e começou pensando spinosismos: 'de coisas que nada tenham em comum uma não pode ser a causa de outra'. Mas aos poucos, reolhando com apetência pensante, focinhez e escuros do porco, considerou inadequado para o seu próprio instante o Spinoza citado aí de cima (...) No trecho sublinhado há o destaque para o espaço narrativo: aí de cima reporta-se às linhas textuais e, explicitamente, revela-nos que não se trata de realidade, mas de arte. Esse indicador é de quem conhece a estrutura física do texto e está intercambiando planos com as personagens. Narrador ou autor implícito, essa voz é de alguém que observa a cena de fora, ou seja, é um corpo distanciado desses que se nos apresentam. A inquietação física (na variante desconforto) leva-nos a uma dúvida intelectual, pois a trajetória literária da autora não se priva ao puramente convencional. A dúvida provoca um raciocínio abdutivo, ou seja, ao revés, questionando o já-dado no texto numa atitude de espelhamento entre leitor e matemático: se é que estas aqui, dentro da minha evidência, neste quarto, atuando na minha própria circunstância, e efetivamente estás e atuas, dize-me por quê. A constatação, seguida da pergunta da personagem, não deixa de fazer parte do universo do leitor, o qual também inquire ao conto: se o porco pertence a esse conjunto textual (que se constrói sobre o campo de visão de Isaiah e dele leitor) tem de haver um porquê. Isso se dá graças à inversão de causalidade: ao invés de seguirmos linearmente da causa para o efeito, o efeito surpreendente nos leva a buscar suas causas. Alazraki (1968, p. 94) afirma que los efectos de que una causa es capaz son imprevisibles, de la misma manera que son inimaginables las causas que un cierto efecto puede requerir. Portanto, em Gestalt, a memória entrelaçada de medos, que persegue a personagem Isaiah desde a infância, é tanto a causa do seu racionalismo quanto o efeito provocado pelo encontro com o porco, pois no hay hecho, por humilde que sea, que no implique la história universal y su infinita concatenación de causas y efectos (Alazraki, 1968, p. 94).

5 Vê-se que é na rede de causas e efeitos que se percebe cifrada uma segunda história; não um enigma, mas uma figura oculta. Como Kafka, Hilda Hilst narra com extrema naturalidade a história secreta, que é a da criação literária enquanto reconhecimento e desautomatização do olhar, e, sigilosamente, a história visível que é a do corpo-porco. Sendo assim, ao invés do previsível e convencional (equilíbrio-tensão-equilíbrio) o conto instaura o imprevisível e anticonvencional (tensão-equilíbrio-tensão). Embora pareça haver um equilíbrio no final do conto: Um parênteses devo me permitir antes de terminar: Isaiah foi plena, visceral, lindamente feliz. Hilde também, é preciso enfatizar que no espaço da recepção isso não ocorre. A tensão mantém-se e culmina em perguntas não respondidas: Qual é o significado do porco? Do que Isaiah tem medo? Por que a porca recebe o nome de Hilde? Hemingway, na teoria do iceberg, afirma que lo más importante nunca se cuenta. La historia secreta se construye com lo no dicho, com el sobreentendido y la alusión (apud Piglia, 1999, p. 96). Por isso, tais questões continuam como questões, abrindo-se para a universalidade metafísica própria da grande literatura e cabe ao leitor atuar como co-autor preenchendo as lacunas próprias de uma construção narrativa pós-moderna. Segundo Santiago (1989, p. 39), o narrador pós-moderno quer extrair a si da ação narrada, em atitude semelhante à de um repórter ou de um espectador, ele narra a ação enquanto espetáculo a que assiste desprovido de sua atuação. Tal atitude narrativa está presente em Gestalt, porém, apontando para a impossibilidade de concretização desse completo distanciamento. Assim, além das marcas textuais deixadas pelo narrador (por exemplo o Spinoza aí de cima ou um parênteses devo me permitir antes de terminar ), ele também faz uso de um discurso indireto livre que o seqüestra para o interior da narração: Bem, está aí. Milho, batatas, uma lata de água, e sinto muito o não haver terra para o teu mergulho mais fundo, de focinhez. Seguindo essa ordem de idéias, observa-se que a experiência de conhecimento da personagem torna-se experiência do próprio narrador: E porque o porco efetivamente estava ali, pensá-lo parecia lógico a Isaiah, e começou pensando spinosismos: 'de coisas que nada tenham em comum uma não pode ser a causa de outra'. No fragmento, o termo grifado possui a marca de julgamento daquele que o profere, já que o sufixo ismo tem função pejorativa no contexto, evidenciando a falibilidade dos conceitos puramente teóricos de Spinoza. E a presença de Spinoza no texto é relevante se atentarmos para sua concepção filosófica, que prega a autonomia da razão inscrita no modelo cartesiano utilizando-se do método dedutivo. Portanto, o narrador evidencia que, por mais que o matemático não tenha de imediato reconhecido o porco, ambos estão ligados. Resta a Isaiah saber o porquê. Isso remete, sem dúvida, a oposição entre corpo e alma equivalente à oposição entre doxa e episteme. Assim, o porco enquanto corpo físico animal e lugar do sensível opõe-se a Isaiah enquanto pura racionalidade humana lugar genuíno da abstração. É por isso que o porco de Isaiah absteve-se de responder tais rigorismos e simplesmente focinhou de Isaiah os sapatos, encostou nádegas e ancas com alguma timidez : porque sua realidade é a da concretude, da sensação, do conhecimento concreto. Apenas quando Isaiah resolve não fazer mais perguntas e 045

6 046 afagar amornando a lisura do couro é que ele realmente encontra a resposta. Ou seja, o matemático que se libertou do corpo precisa retornar a ele para chegar ao conhecimento: somente através das inscrições/indiscrições do corpo físico é possível chegar ao autoconhecimento. Entretanto, diferente da epifania recorrente nos textos clariceanos, Gestalt não nos oferece um momento pleno de conhecimento e entendimento de uma verdade. Apesar da revelação abrupta: era uma porca o porco, o conhecimento se constrói paulatinamente, não como um insight, mas com o acúmulo e transformação de percepções, concomitante à construção e transformação do próprio conto. Dessa maneira, o metaconto deixa clara a natureza da ficção em si mesma: a potencialidade para as mutações e os desvios elucidados, com naturalidade e franqueza, por um narrador que se permite ser pura ficção. Por conseguinte, o conto vai se edificando enquanto metafísica, ou seja, elabora uma perseguição ao já-dado (porco) na busca da compreensão dos elementos fundantes do fenômeno. É assim que o narrador, por meio de uma dicção elevada, demonstra um profundo conhecimento das ciências matemáticas e derruba a equação spinosiana: de coisas que nada tenham em comum entre si, uma não pode ser a causa de outra. Ao questionar o mecanicismo spinosiano, o narrador enfatiza a validade da visão sistêmica tanto na realidade representada quanto na confecção do texto literário. O que o pensamento sistêmico traz para a ciência moderna é justamente a possibilidade de unir razão e sentimento que, assim como numa mônada, se conectam e se relacionam. Tal mudança de percepção propõe o retorno à unidade, não completa e acabada, mas como signo da incompletude tão característica das coisas do homem. Apoiados nas leis da física, narrador/isaiah/leitor vão elaborando junções magnético-textuais, provando que, ao passo que a igualdade repele, a diferença atrai. Disso decorre a curiosidade de Isaiah adaptado às linhas retas que dominam o espaço em questão pela redondeza e moleza/flexibilidade do ser circular porco. A diferença se dá, também, quanto à construção do próprio espaço narrativo, feita através do jogo de opostos, fundadores de tensão: Absorto, centrado no nó das trigonometrias, meditando múltiplos quadriláteros, centrado ele mesmo no quadrado do quarto, as superfícies de cal, os triângulos de acrílico, suspensos no espaço por uns fios finos os polígonos, Isaiah o matemático, sobrolho peluginoso, inquietou-se quando descobriu o porco. Escuro, mole, seu liso, nas coxas diminutos enrugados, existindo aos roncos, e em corridas gordas, desajeitadas o ser do porco estava ali. (...) acercou-se e, de cócoras, de olho-agudez, ensaiou pequenas frases tortas, memorioso (...). Como se verifica há diversos níveis de oposição: claro / escuro, cima / embaixo, duro / mole, lógico / ilógico, abstração / materialidade, masculino / feminino. No paradigma de Isaiah, nome frisado pela vogal aberta a: o compreensível; no paradigma do porco, termo fechado na vogal o: o mistério que envolve a memória ficcional. Nem o léxico é poupado na junção das diferenças. Na lembrança da infância, a fala alemã dos pais é mantida, seguida do seu igual-diferente em português:

7 Isaiah lembrou-se de si mesmo, menino, e do lamento do pai olhando-o: immer krank parece, immer krank, sempre doente parece, sempre doente, é o que o pai dizia na sua língua. É doença não é Hilde? Hilde sua mãe, sorria, Ach nein, é pequeno, é criança, e quando ainda somos assim, sempre de alguma coisa temos medo, não é doença Karl é medo. Ressalta-se, ainda, que a racionalidade puramente abstrata da personagem reclama pelo retorno ao material para a compreensão da coisa em si. Essa busca do conhecimento no outro que a ele se limita leva Isaiah a reconhecer a si próprio. Nós, leitores, também buscamos compreender a simbologia representada, ou seja, desvelar a mediação entre o ser e sua representação. Mas, para isso é necessário escarafunchar a metáfora do porco, perseguindo seu significado na concretude desta imagem. Evidentemente, Gestalt possui reminiscências bíblicas: o porco é associado à legião de demônios e sua carne, considerada imunda, é proibida em algumas religiões, porém, mais importante ainda é o fato dessa imagem ser uma recorrência na obra hilstiana. Associado ao corpo, inscrito na construção anagramática, o porco é uma metáfora insistentemente utilizada pela autora na configuração do imaginário físico corporal como via de acesso ao sagrado: Porque cada um de nós, Clódia, tem que achar o seu próprio porco. (Atenção, não confundir com corpo.) Porco, gente, porco, corpo às avessas (Hilst, 2002, p. 82). A respeito de Com meus olhos de cão, por exemplo, Moraes (1999, p. 121) comenta sobre a recorrência da relação porcocorpo-deus e do desdobramento da personagem feminina hilstiana: (...) Essa intimidade torna-se ainda mais intensa na relação de Amós com a porca Hilde, cujos atributos humanos branda, paciente, silenciosa, afável, boníssima, 'me faz grande companhia' a tornam próxima da porca Hillé, espécie de alter ego da autora, presente em diversos livros. Também se pode associar a imagem à visão metalingüística proposta nesta análise. O porco, enquanto corpo físico de Isaiah, não deixa de ser o corpo físico textual prenhe de memórias lidas. Essa interpretação conjuga a identidade entre personagem e leitor na busca pelo re-conhecimento do porco/corpo/conto. O leitor tanto quanto o narrador pós-moderno sabe que o 'real' e o 'autêntico' são construções da linguagem (Santiago, 1989, p. 40.) e, portanto, também retorna à ela: Retomou algarismos, figuras, hipóteses, progressões, anotava seus cálculos com tinta roxa, cerimoniosa, canônica, limpo bispal Isaiah limpou os dejetos do porco, muito sóbrio, humildoso. Assim, a equação Isaiah/leitor para reconhecer o porco/conto não pode abster-se de nada no sistema que observa: Bem está aí. Milho, batatas, uma lata de água, e sinto muito o não haver terra para o seu mergulho mais fundo, de focinhez. No fragmento encontra-se metaforizada a necessidade do retorno a terra/texto, barro inaugural dos sentidos, para o re-encontro consigo mesmo. Percebe-se que o conto não tem apelo religioso, mas inscreve-se numa religiosidade imanentista e terrena, mais humana que divina. Assim, dá-se o mergulho de Isaiah nos olhos do porco, retornando ao seu barro-memória da experiência infantil, necessário à compreensão da realidade presente: sóbrio agora também o porco um pouco triste, esfregando-se nos cantos, um aguado-ternura nos dois olhos e por isso Isaiah lembrou-se de si mesmo, menino. Destaca-se a importância da retribuição do olhar na bipolaridade 047

8 048 do conhecimento: observado e observador em comunhão, pois a visão se faz em nós pelo fora e, simultaneamente, se faz de nós para fora, olhar é, ao mesmo tempo, sair de si e trazer o mundo para dentro de si (Novaes, 1988, p. 33). Nesse sentido, o conhecimento se dá no texto por duas vias: primeiro por meio do olhar de Isaiah sobre o porco e segundo por meio do olhar do leitor sobre o conto. Uma ponte, feita de palavras, liga a experiência muda do olhar lançado ao outro, mesmo que esse outro seja o si mesmo. Por isso a seleção lexical encontrase no paradigma do olhar: sobrolho, reolhando, olho-agudez, evidência, olhos, olhando etc. É necessário enfatizar que o fator espaço-temporal influencia as imagens lingüísticas, transformando-as: porco/isaiah/conto deixa de ser uma imagem fixa para se tornar móvel; única para se tornar múltipla: era uma porca o porco. Verifica-se que essa construção mutante não elimina o porco (o porco era uma porca), mas o mantém deflagrando um novo atributo observado por outro ângulo de visão, ou ainda, outra possibilidade de análise do objeto no tempo de sua duração. O tempo, embora comprimido num passado completo ( ambos foram felizes ), faz emergir um outro: o passado presente na lembrança através do medo e dos pais. Se todo narrar pressupõe um lembrar (Benjamin, 1975), o passado memorial se reconstrói transformado: o medo do desconhecido é diluído no batismo do porco com o nome da mãe Hilde, agente transmissor de segurança e conhecimento. Como todo ato de conhecimento vem acompanhado do medo, porque é precedido pela certeza do desconhecido, e, uma vez que nomear é conhecer, segundo Octavio Paz, Isaiah só deixa de ter medo ao decidir dar um nome ao seu porco: Isaiah foi adoçando a voz, vou te dar um nome, vem aqui, não te farei mais perguntas, vem, ele veio, o porco, a anca tremulosa roçou as canelas de Isaiah, Isaiah agachou-se redondo de afago, foi amornando a lisura do couro, e mimos, e falas (...) Isaiah ao receber o porco em esponsais inaugura o casamento entre os opostos: mente / carne, alma / corpo, masculino / feminino, humano / animal, sacro / profano, palavra / silêncio. Entretanto, essa harmonia não faz desaparecer o jogo dialético das imagens. O sacramento da Igreja, que valida perante Deus a união conjugal, valida também a união de incompletudes fundadoras do ser, real ou ficcional, e traz em seu bojo um sem número de reminiscências da tradição literária que se origina e se desenvolve sob o signo mítico de Eros e Psiquê espelhadas e multifacetadas nos desdobramentos lingüísticos-semânticos de um porco/corpo literário.

9 ANEXO Gestalt Absorto, centrado no nó das trigonometrias, meditando múltiplos quadriláteros, centrado ele mesmo no quadrado do quarto, as superfícies de cal, os triângulos de acrílico, suspensos no espaço por uns fios finos os polígonos, Isaiah, o matemático, sobrolho peluginoso, inquietou-se quando descobriu o porco. Escuro, mole, seu liso, nas coxas diminutos enrugados, existindo aos roncos, e em curtas corridas gordas, desajeitadas, o ser do porco estava ali. E porque o porco efetivamente estava ali, pensá-lo parecia lógico a Isaiah, e começou pensando spinozismos: de coisas que nada tenham em comum entre si, uma não pode ser causa da outra. Mas aos poucos, reolhando com apetência pensante, focinhez e escuros do porco, considerou inadequado para o seu próprio instante o Spinoza citado aí de cima, acercou-se, e de cócoras, de olho-agudez, ensaiou pequenas frases tortas, memorioso: se é que estás aqui, dentro da minha evidência, neste quarto, atuando na minha própria circunstância, e efetivamente estás e atuas, dizeme por quê. Nas quatro patas um esticado muito teso, nos moles da garganta pequeninos ruídos gorgulhantes, o porco de Isaiah absteve-se de responder tais rigorismos, mas focinhou de Isaiah os sapatos, encostou nádegas e ancas com alguma timidez e quando o homem tentou alisá-lo como se faz aos gatos, aos cachorros, disparou outra vez num corre gordo, desajeitado, e de lá do outro canto novamente um esticado muito teso e pequeninos ruídos gorgulhantes. Bem, está aí. Milho, batatas, uma lata de água, e sinto muito o não haver terra para o teu mergulho mais fundo, de focinhez. Retomou algarismos, figuras, hipóteses, progressões, anotava seus cálculos com tinta roxa, cerimoniosa, canônica, limpo bispal Isaiah limpou dejetos do porco, muito sóbrio, humildoso, sóbrio agora também o porco um pouco triste esfregando-se nos cantos, um aguado-ternura nos dois olhos, e por isso Isaiah lembrou-se de si mesmo, menino, e do lamento do pai olhando-o: immer krank parece, immer krank, sempre doente parece, sempre doente, é o que pai dizia na sua língua. É doença não é, Hilde? Hilde, sua mãe, sorria, Ach nem, é pequeno, é criança, e quando ainda somos assim, sempre de alguma coisa temos medo, não é doença Karl, é medo. Isaiah foi adoçando a voz, vou te dar um nome, vem aqui, não te farei mais perguntas, vem, e ele veio, o porco, a anca tremulosa roçou as canelas de Isaiah, Isaiah agachou-se, redondo de afago foi amornando a lisura do couro, e mimos e falas, e então descobriu que era uma porca o porco. Devo dizer-lhes que em contentamento conviveu com Hilde a vida inteira. Deu-lhe o nome da mãe em homenagem àquela frase remota: sempre de alguma coisa temos medo. E na manhã de um domingo celebrou esponsais. Um parêntese devo me permitir antes de terminar: Isaiah foi plena, visceral, lindamente feliz. Hilde também. 049 (Hilst, Hilda. In: Rútilos. São Paulo: Editora Globo, 2003)

10 NOTA 1 Para facilitar o acompanhamento do leitor, reproduzimos o conto no final deste estudo. REFERÊNCIAS ALAZRAKI, Jaime. La ley de causalidad. In: La prosa narrativa de Jorge Luis Borges. Madrid: Ed. Gredos, BENJAMIN, Walter. O narrador. In: Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, CADERNOS de Literatura Brasileira, Hilda Hilst. São Paulo: Instituto Moreira Salles, CHIAMPI, Irlemar. O realismo maravilhoso. São Paulo: Ed. Perspectiva, s/d. CORTAZAR, J. Valise de Cronópio. SP: Perspectiva, HILST, Hilda. Gestalt. In: Rútilos. São Paulo: Globo, HILST, Hilda. Contos d'escárnio. Textos Grotescos. São Paulo: Globo, LEITE, Dante Moreira. Psicologia e Literatura. São Paulo: Ed. Nacional, NOVAES, Adauto. (Org.). O Olhar. São Paulo: Companhia das Letras, PIGLIA, Ricardo. Formas Breves. Buenos Aires: Temas Grupo Editorial, SANTIAGO, Silviano. O narrador pós-moderno. In: Nas malhas da letra. São Paulo: Cia das Letras,

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