CONSELHO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL CONMETRO
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- Simone Bandeira Gil
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1 CONSELHO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL CONMETRO Resolução n 04, de 16 de dezembro de 1998 Usando das atribuições que lhe confere o Artigo 3º da Lei n 5966, de 11 de dezembro de Considerando que a Resolução n 02/97, de 11 de dezembro de 1997, do CONMETRO, aprovou o documento "Termo de Referência do Sistema Brasileiro de Certificação -SBC", que estabelece que o Comitê Brasileiro de Certificação -CBC, deve estudar e propôr as regras para a utilização da Declaração do Fomecedor -DF, no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidadade Industrial -SINMETRO; Considerando a necessidade de incrementar as exportações brasileiras de produtos serviços, utilizando a DF como urn redutor de barreiras técnicas ao comércio; Considerando que a DF e urn poderoso instrumento de proteção, educação, saúde e segurança do consumidor; Considerando que a DF e também un poderoso instrumento de proteção da concorrência justa entre o produto nacional e o produto importado; Considerando a necessidade de integrar as atividades de certificação e de avaliação de conformidade, no âmbito do SINMETRO, resolve: Art. 1º -Aprovar o documento "Diretrizes para Emissão de Declaração do Fomecedor e para a Marcação de Produtos" anexo. Art. 2º -Recomendar que a implementação do uso da Declaração do Fomecedor no âmbito do SINMETRO se dê na forma de Programas e Projetos, explicitando-se as metas e os indicadores de acompanhamento, informando periodicamente o andamento ao CONMETRO. Art. 30- Delegar, ao INMETRO a coordenação da implantação e o contrôle da DECLARAÇÃO DO FORNECEDOR, para produtos regulamentados no âmbito do SINMETRO. Art. 40- Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. JOSÉ BOTAFOGO GONÇALVES - Ministro de Estado da Indústria, do Comercio e do Turismo Presidente do CONMETRO
2 ANEXO DIRETRIZES PARA EMISSÃO DE DECLARAÇÃO DO FORNECEDOR E PARA A MARCAÇÃO DE PRODUTOS 0 Introdução Estas diretrizes foram estabelecidas com o objetivo de fomecer orientações gerais quanto ao uso da Declaração do Fomecedor (DF) como demonstração da conformidade de produtos industriais a Regulamentos Técnicos, Normas Técnicas e a marcação destes produtos para indicar ao consumidor que se tratam de produtos de qualidade controlada. As autoridades, quando estão envolvidos aspectos ligados a saúde, segurança de pessoas e bens, ao meio ambiente ou a defesa do consumidor, podem estabelecer requisitos obrigat6rios a serem atendidos pelos produtos, processos ou serviços a serem disponibilizados no mercado. Com este fim emitem Regulamentos Técnicos. As autoridades podem ainda considerar apropriado, em função do grau de risco que o uso de produto não -conforme pode acarretar, tambem estabelecer procedimentos para a demonstração da conformidade a esses requisitos como condição necessária para que os produtos cobertos pelos mencionados Regulamentos Técnicos possam ser admitidos no mercado. Urn dos meios mais empregados no Brasil e no mundo, com esta finalidade, e a certificação compulsória. Sistemas simples podem ser suficientes para prover a necessária confiança na conformidade do produtos. Existe em uso no mundo urn extenso leque de ferramentas e instrumentos que vão da situação mais simples, caso da Declaração do Fomecedor, a mais completa que é o caso da certificação de produtos. A Declaração do Fomecedor consiste, basicamente, na garantia, por parte do fomecedor, sob sua inteira responsabilidade, de que o produto atende aos requisitos especificados em Normas ou Regulamentos Técnicos. Desta maneira, a Declaração do Fomecedor é urn mecanismo simples e ágil. Em função do risco que o uso de urn produto não -conforme pode acarretar, é possivel que o Orgão Regulamentador estabeleça procedimentos de avaliação e demonstração da conformidade suplementares, como por exemplo, a combinação da Declaração do Fomecedor com a solicitção de ensaios de tipo em laboratórios independentes ou o acompanhamento da produção por organismos de inspeção. Por outro lado, para que o uso da Declaração do Fomecedor seja urn instrumento eficaz, são necessárias algumas pre -condições que possibilitem coibir o mau uso deste instrumento. De fato, a utilização indiscriminada da Declaração do Fomecedor e a não penalização pelo seu mau uso pode levar ao descrédito,do sistema de avaliação da conformidade e da regulamentação, bem como a impunidade, a concorrência desleal e a propaganda enganosa. Encontramos no mercado Marcas ou Selos que não se sustentam em nenhum modêlo e podem criar confusão para o consumidor e desprestigiar adeclaração do Fomecedor. Desta maneira, recomenda-se as empresas, setores industriais e aos Orgãos Regulamentadores que pretendam recorrer a Declaração do Fomecedor como mecanismo de demonstração da conformidade, que considerem cuidadosamente os riscos e as vantagens envolvidos, as possíveis conseqüências no mercado, em particular o seu uso como estímulo a concorrência justa e a presença das condições menci adas, que se encontram descritas neste documento. A utilização da Declaração do Fomecedor no campo voluntário, empregando normas técnicas, é uma prática intemacional também adotada no Brasil e implica em responsabilidade civil do declarante, de acordo com a lei 8078/90 -Código de Proteção e Defesa do Consumidor. O uso
3 da Declaração do Fomecedor, no âmbito voluntário, deve ser encorajado como meio válido para demonstrar conformidade às normas técnicas. ", 1 Objetivo Estabelecer as diretrizes para o uso da Declaração do Fomecedor (DF) para produtos objeto de Regularnentação Técnica ou de Normas Técnicas e para marcação de produtos objeto de Regulamentação Técnica no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade dustrial- SINMETRO, em conformidade com a Lei. Nota -Estimula-se que outros organismos regulamentadores além do INMETRO utilizem a Declaração do Fomecedor, adotada no âmbito do SINMETRO, com a recomendação de que se preserve o conjunto de regras estabelecidas nestas Diretrizes.. 2 Definições 2.1 Fomecedor: segundo a ISO, parte que fomece o produto, processo ou serviço podendo ser urn fabricante, distribuidor, importador, montador, prestador de serviço, etc; de acordo com o código de Defesa do Consumidor, pessoa física ou jurídica, publica ou privada, nacional ou estrangeira, em como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importção, exportação, distribuição ou comercialização de produtos. 2.2 Dec1aração do Fomecedor: procedimento pelo qual urn fomecedor da garantia escrita que urn produto está em conformidade com os requisitos especificados. 2.3 Orgao Regularnentador: órgao federal que emite Regularnentos Técnicos, estabelecendo características de urn produto, processo ou serviço, inc1uindo as disposições administrativas aplicaveis, cujo cumprimento e obrigat6rio. NOT A: os termos "Autocertificação" e "Certificação de Primeira Parte" nao devem ser uti1izados. 3 Documento Complementar ABNT ISO/IEC Guia 22: Critérios gerais para a declaração de conformidade pelo fornecedor 4 Condições necessarias para o uso da Declaração do Fornecedor As condições abaixo sao necessárias para se aumentar a credibilidade da Declaração do Fornecedor, prevenir o mau uso e assegurar a sua eficacia como instrumento de demonstração da conformid de: a) existência de urn mercado competitivo para oproduto em causa; b) existência de uma legislação e de urn aparato jurídico eficazes e capazes de coibir o uso da Declaração do Fomecedor; c) existência de uma fiscalização eficaz e capacitada para supervisionar a utilizção da Declaração do Fomecedor no âmbito compulsório; d) utilização para produto identificado com base na análise de risco, considerando o impacto sobre uso para o consumidor ou para o meio arnbiente; e) existência de urn sistema de informação eficaz ao consumidor; e f) utilização de normas técnicas aceitas no âmbito do SINMETRO.
4 5 Requisitos gerais 5.1Não deve haver a possibilidade do consumidor confundir uma Declaração do Fomecedor com uma certificação de 3a parte de produto, devendo este aspecto ficar claro na Regularnentação Técnica que a criou. 5.2A Declaração do Fomecedor deve conter, no mínima, as informações estabelecidas no ABNT ISO/IEC Guia 22:1998 -Critérios gerais para a declaração de conformidade pelo fomecedor. Caso o Regularnento Técnico pertinente estabeleça outras informações adicionais além das estabelecidas no mencionado Guia, a Declaração do Fomecedor deve incluí-las. 6 Requisitos para a Regulamentação Técnica que admita o uso da Declaração do Fornecedor: 6.1 Deve estabelecer quais características os produtos devem atender e em que condições a Declaração do Fornecedor será aceita. 6.2 Deve ser estabelecida com base em Normas Brasileiras (NBR), Mercosul (NM), COP ISO ou IEC, assinalando-se o número e título da(s) norma(s) técnica(s) utilizada(s). 6.3 Quando não houver normas ou estas não satisfizerem aos propósitos da regulamentação, a Regulamentação Técnica do produto deve estabelecer os requisitos que devem ser atendidos e o órgao regulamentador deve requerer a Associação Brasileira de Normas Técnicas a elaboração de Normas Brasileiras que atendam esses propósitos. 6.4 Deve ser garantido o envolvimento das partes interessadas, quando da elaboração dos documentos necessários ao estabelecimento da Declaração do Fornecedor. 6.5 Deve estabelecer a forma da Declaração do Fornecedor a ser utilizada. 7 Responsabilidades dos Orgaos Regulamentadores: Cabe aos Orgaos Regulamentadores: 7.1 Assegurar-se que as condições necessárias, mencionadas no item 4, estão presentes para o duto em causa. 7.2 Definir prioridades de produtos ou famílias de produtos a serem regulamentados e encarninhar relação ao INMETRO para elaboração de programas no âmbito do SINMETRO. 7.3 Emitir os documentos necessários a Regulamentação Técnica dos produtos em questão. 7.4 Estabelecer para cada produto, qual a forma de demonstrar o atendimento aos requisitos (como, por exemplo, ensaios ou registros), o tempo de guarda desses registros, a disponibilização de informações às partes interessadas e as condições para seu recolhimento do mercado. 8 Responsabilidades do INMETRO Cabe ao INMETRO: 8.1 Estabelecer e disponibilizar o Cadastro Nacional de Produtos Regulamentados, a partir dos dados referentes ao registro de produtos regulamentados, fornecidos pelos Órgãos Regulamentadores. 8.2 Implementar a sistemática de demonstração da conformidade em articulação com s setores envolvidos. 8.3 Avaliar anualmente a eficacia do sistema e exigir a adoção de medidas corretivas, tais como a substituição da Declaração do Fornecedor por certificação compulsória de 3a parte, quando aconselhavel. 8.4 Fiscalizar os produtos regulamentados sujeitos a Declaração do Fornecedor. 9 Responsabilidades do Fornecedor Cabe ao fornecedor: 9.1 Responsabilizar-se pelas características dos produtos a qual a Declaração do Fornecedor se refere.
5 9.2 Responsabilizar-se pela veracidade das informações contidas na Declaração do Fornecedor emitida. 9.3 Notificar ao órgão Regulamentador qual(is) produto(s) estã(ão) abrangidos na Regulamentação Técnica e qual(is) será(ão) objeto de Declaração do Fornecedor. 9.4Emitir documentos, ensaios, registros necessários e arquivá-los. 10 Marca~ao dos produtos objeto de Regulamenta~ao Tecnica (marca~ao RTB) 10.1 A marcação deve ser única e aplicável a todos os produtos regulamentados A marcação deve ter urn símbolo único, de forma a facilitar a sua identificação. o símbolo deve conter a sigla RTB, que significa Regulamentação Técnica Brasileira. Este símbolo deve ser definido e regulamentado pelo INMETRO Todos os produtos regulamentados no âmbito do SINMETRO devem ser marcados com o referido símbolo. 10.4A marcação deve ser rastreável até a Declaração do Fornecedor. 10.5A marcação deve incluir o número de registro no Órgão Regulamentador. 15.6Os produtos certificados no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação em relação ao requisitos estabelecidos na Regulamentação Técnica pertinente estão dispensados da Declaração do Fornecedor. 11 Requisitos aplicaveis aos produtos importados 11.1 Quando urn Regulamento Técnico admitir o uso da Declaração do Fomecedor, o fornecedor de produto importado pode recorrer ao seu uso. Neste caso, o fomecedor de produto importado deve se utilizar de urn representante legal no Brasil que se responsabilize perante as autoridades brasileiras, pela emissão da Declaração do Fomecedor. 12 Fiscaliza«;ao dos Produtos Regulamentados sujeitos a Declara«;ao do Fornecedor 0 INMETRO deverá estabelecer uma sistemática, em conjunto com os órgaos reguladores, fiscalizadores e entidades setoriais competentes, que contemple as questões técnicas e financeiras relativas a fiscalizção de cada produto regulamentado sujeito a Declaração do Fomecedor. 13 Declaração do Fornecedor no Campo Voluntário 13.1o uso da Declaração do Fomecedor no campo voluntário, empregando normas técnicas, e uma prática intemacional também adotada no Brasil e implica em responsabilidade civil do declarante, de acordo com a lei 8078/90 -C6digo de Proteção e Defesa do Consumidor o uso da Declaração do Fomecedor, no âmbito voluntário, deve ser encorajado como meio valido para demonstrar conforrnidade às normas técnicas A marcação não deve ser confundida com aquela utilizada pelos produtos regulamentados, ou seja, com o sigla RTB. JOSÉ BOTAFOGO GONÇALVES Ministro de Estado da Industria do Comércio e do Turismo Presidente do CONMETRO
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