QUAL A MELHOR OPÇÃO PARA O EXTINTO PROGRAMA FX?

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1 QUAL A MELHOR OPÇÃO PARA O EXTINTO PROGRAMA FX? Roberto Portella Bertazzo, Bacharel em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora e Membro da Sociedade Latino Americana de Historiadores Aeronáuticos (LAAHS). robertobertazzo@hotmail.com Com o cancelamento do programa FX, que visava a escolha de um substituto para os Dassault Mirage III EBR da FAB, muitas opções paliativas são apontadas de maneira a encontrar uma solução viável e efetiva para o problema que implicará a desativação dos Mirage III em dezembro de Entre as opções citadas está a aquisição de caças de segunda mão como os norte americanos Lockheed F-16, Dassault Mirage 2000 da França ou dos, Cheetah da África do Sul, IAI Kfir 2000 de Isrrael, Saab Gripen da Suécia e Sukhoi Su-27 da Rússia. Outra solução apontada é a transferência de um esquadrão com 18 caças Northrop F-5BR (Versão modernizada no Brasil dos F-5E da FAB) para Anápolis. Devemos considerar além do custo de aquisição das aeronaves, também as performances e o custo de operação das mesmas. Do ponto de vista do custo de operação, os F-16, Mirage 2000, Sukhoi 27, e Gripen implicariam uma grande despesa na adaptação das bases, treinamento de pilotos e adequação dos parques de material para a manutenção dos mesmos. O Cheetah e o Kfir 2000 seriam um pouco menos problemático, mas vale lembrar que os Cheetah são na verdade o resultado da modernização dos Mirage IIICZ da África do Sul, aviões bem mais antigos que os nossos Mirages III EBR. O Kfir 2000 tem o

2 inconveniente de utilizar turbinas norte americanas (uma General Electric J-79-GE-17) e não as turbinas Atar francesas dos nossos Mirage III EBR. Atlas Cheetah da África do Sul que também foi oferecido à FAB. Foto: SAAF. Mirage IIICZ, que deu origem ao Cheetah. Foto: SAAF. As vantagens do emprego dos F-5BR está no fato de que o programa de modernização estar em plena execução e com custo de operação bastante reduzido. Quanto ao desempenho, é claro que um F-5 não igualaria a performance de vôo de um F-16 ou de um Mirage Mas vale lembrar que as versões oferecidas ao Brasil destes aviões não são as mais atualizadas e que o F-5BR tem um radar de bom alcance (FIAT Grifo F) e capacidade de lançar mísseis BVR. O custo de modernização dos F-5 será de aproximadamente US$ 6 milhões por aeronave fazendo um total de US$ 280 milhões pelos 47 aviões. Outro fator importante é que a manutenção dos motores dos F-5 já é feita pela companhia Celma GE em Petrópolis no Estado do Rio de Janeiro. Como comparação do custo de operação de alguns aviões com o F-5E, a Força Aérea dos Estados Unidos publicou no passado, alguns estudos comparativos do custo de operação do F-16A, F-4E e F-5E. Segundo um destes estudos, a hora de vôo de um F-16A

3 custava US$ ; a de vôo do F-4E US$ e a do F-5E a US$ (Revista Fuerza Aérea VOL XLVI nº 179. Santiago, Fuerza Aérea de Chile. Pág 24). O problema da opção do uso do F-5BR como substituto do Mirage III EBR está no pequeno número de células disponíveis, que hoje somam um total de 47 unidades, sendo que três são biplaces. Este total, é muito próximo do número inicial de aviões F-5E que operavam juntamente com os 12 Mirage III EBR originais no final da década de setenta. O primeiro F-5 modernizado em 2004 para a FAB foi um biplace. Foto: Embraer F-5E brasileiro antes da modernização. Foto: Autor Apesar de um segundo lote de aviões F-5E ter sido comprado de segunda mão nos Estados Unidos, o desgaste de quase trinta anos de operação fez com que o total não seja muito superior ao original. Em conseqüência, a menos que se compre unidades adicionais

4 de aviões F-5E/F, o número de caças supersônicos na nossa força Aérea será inferior ao do início da década de oitenta. No que se refere ao poder aéreo na América do Sul, o Chile também opera um esquadrão de aviões F-5E modernizados com tecnologia Israelense com os radares Elta 2032 e capacetes DASH com visores da Elbit. Se forem equipados com os novos mísseis israelenses Derby, esses F-5 serão os caças de maior capacidade na região, até a chegada dos F-5BR (tendo em vista que os mísseis R-27 dos Mig 29 peruanos não estão operacionais). A sua última aquisição foram dez novos Lockheed F-16C. F-5E Chileno modernizado em um programa muito bem sucedido nos anos 90. Foto: autor A Venezuela também opera alguns F-5A (Primeira versão do F-5, fabricados no Canadá e que foram modernizados) juntamente com seus F-16A e Mirage 50. Formação de aviões F-5 dos modelos A, B e RF Foto: FAV

5 O Equador, (que teve um resultado surpreendente no conflito com o Peru em 1995, quando seus Mirage F-1 e Kfir C-2 derrubaram em combate dois Sukhoi Su-22 e um Cessna A-37 do Peru) está executando um programa de modernização nos seus Kfir C-2, que passam a ser denominados Kfir CE. Esta modernização, é feita com tecnologia israelense e deixa os Kfir com uma capacidade muito semelhante aos F-5BR apesar de que as prestações de vôo do Kfir serem superiores. Um Kfir CE da Força Aérea Equatoriana Foto: Autor. A Argentina opera 36 aviões A-4 AR, que equipados com radares APG-67 ganharam uma enorme capacidade operacional, apesar de serem aviões subsônicos. A Força Aérea Argentina está estudando a aquisição de aviões F-16A dos estoques da Força Aérea Americana, sendo que alguns oficiais argentinos já vistoriaram estes aviões nos Estados Unidos. A Colômbia opera um esquadrão de Kfir C-7 e um esquadrão de Mirage VC, modernizados pela IAI. Formação de aviões Mirage V e Kfir C-7 da Colômbia. Foto: FAC

6 Seja qual for a decisão com respeito ao substituto dos Mirage III EBR, esta aeronave será uma solução paliativa até que se chegue a uma solução que possa nos colocar na vanguarda em relação aos demais países da região...

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