ESTUDO DE CASO QUANTO ÀS PATOLOGIAS EM PAVIMENTO URBANO
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- Tomás Azambuja Wagner
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1 ESTUDO DE CASO QUANTO ÀS PATOLOGIAS EM PAVIMENTO URBANO Diego Rodrigues Bonifácio Estudante do curso Bacharelado em Engenharia Civil, 10º período, das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC. INTRODUÇÃO O pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas construídas sobre á terraplenagem e destinada a resistir aos esforços do tráfego e a melhorar as condições de rolamento conforme se define o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). Além disso, segundo o DNIT (2003) esse tipo de estrutura pode se dividir nos grupos de flexíveis e de rígidos, sendo que se diferem conforme os materiais que os compõem, a forma com que são aplicados, como distribuem os esforços, e suas relações com as deformações. No decorrer da vida útil do pavimento, este pode apresentar defeitos causados por diversas vertentes, podendo ser classificado conforme o DNIT (2003) como de origem estrutural ou de origem funcional. Estruturais quando compromete a capacidade do pavimento de suportar as cargas dos veículos que trafegam. Funcional quando compromete as boas condições de rolamento da via, podendo ser quanto ao conforto do usuário ou mesmo quanto à sua segurança. Neste aspecto, entender as causas das patologias se torna bastante importante, para assim, poder utilizar técnicas de manutenção adequadas. Ao se avaliar pavimentos, é necessário que se levante informações e parâmetros que permitam diagnosticarem os problemas de forma a se detectar as necessidades de manutenção. Faz-se necessário entender o tipo de defeito, que como trás o Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos (2006), pode ser trincas, desgaste, exsudação de asfalto ou de água, escorregamento de massa, erosão de bordo, bombeamento de finos, remendos e panelas. Além disso, é importante saber qual a intensidade desse defeito, qual o grau com que o defeito afeta a estrutura do pavimento ou compromete seu desempenho. O referido estudo objetiva analisar a situação da pavimentação da Avenida Marechal Rondon, localizada na cidade de Cacoal RO, fazendo relato sobre as patologias encontradas em seu percurso, descrevendo-as, bem como entender as causas dessas patologias e relacionar á técnicas de manutenção adequadas. A partir de então, fazer a verificação das patologias no pavimento, XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 1
2 1 Estudante do curso Bacharelado em Engenharia Civil, 10º período, das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC. descrever as patologias e apresentar definições pautadas em corelações a estudos acadêmicos e normas. MATERIAIS E MÉTODOS Procedeu-se estudo a respeito dos temas: pavimentação urbana, patologias em rodovias e pavimentos. A partir de então, realizou-se análise de verificação local na via. Dando inicio à verificação das patologias no pavimento em campo, visitando a avenida de estudo, foram fotografadas as patologias no pavimento. Posteriormente através de pesquisas e de normas, foi feito estudos de definições e conceitos referentes a patologias em pavimentos. Paralelamente a essa pesquisa, foram descritas as patologias observadas em campo e analisadas. RESULTADOS E DISCUSSÃO A extensão analisada é toda a Avenida Marechal Rondon, totalizando metros de extensão conforme a Figura 01, dando inicio à Avenida Castelo Branco, sendo a marginal da BR 364, localizada no bairro Princesa Isabel, e termina próximo ao Rio Piarara no bairro Clodoaldo, na cidade de Cacoal, Rondônia. Figura 01: Percurso de estudo. Fonte: Google Maps. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 2
3 Na região delimitada de estudo, detectou-se a presença de diferentes tipos de pavimentação, sendo bloquetes de concreto e concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ). O primeiro trecho, constituído de bloquetes de concreto, tem 128,11 metros de extensão que vai da Avenida Castelo Branco até a Rua Trinta e Um de Março, ressaltando que nota-se a ocorrência de várias intervenções de manutenção. Todo o trecho possui instalada rede de esgoto sanitário, portanto não há indícios de que o trecho possa passar por destruição devido a esse tipo de instalação. Em algumas partes da via (Figura 02, Figura 12, Figura 13), percebeu-se a existência de afundamento, que como trás DNIT (2003), se dá devido à deformação permanente caracterizada por depressão da superfície do pavimento podendo apresentar-se sob a forma de afundamento plástico, quando causado pela fluência plástica de uma ou mais camadas do pavimento ou subleito; ou de consolidação causada pela consolidação diferencial de uma ou mais camadas do pavimento ou subleito. Percebe-se a existência de ondulação na via, causadas devido possivelmente à má execução ou mesmo excesso de asfalto, devido ao fato de que estão associadas às tensões cisalhantes horizontais geradas pelos veículos em áreas submetidas à aceleração ou frenagem. Os remendos são muito comuns em todo o percurso da Avenida Marechal Rondon (Figura 02, Figura 03, Figura 09, Figura 10, Figura 11), são panelas preenchidas com uma ou mais camadas de pavimento na operação denominada tapa-buraco. Apesar de ser uma atividade de conservação, DNIT (2003) considera um defeito por apontar um local de fragilidade do revestimento e por provocar danos ao conforto do rolamento. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 3
4 Figura 02: Aplicação de bloquetes e afundamento patológico O afundamento local pode ser causado por problemas ou deficiências construtivas, falhas de compactação, presença de solo borrachudo, problemas de drenagem, ou mesmo por rupturas por cisalhamento localizadas trás DNIT (2003). Assim, acredita-se que, neste caso, não seja somente um fator que afeta a conservação da pista, mas sim, a união de diversos fatores que refletem nas más condições da via. Figura 03: Bloquetes, pavimento asfáltico e remendos Por outro lado, o segundo trecho tem 911,46 metros de extensão, e possui Tratamento Superficial Simples (TSS), iniciando na Rua Trinta e Um de Marco até a Rua dos Pioneiros. Conforme o DNIT (2003), o TSS é a camada de revestimento do pavimento, constituída de uma aplicação de ligante betuminoso coberta por uma camada de agregado mineral, submetida à compressão. Dessa forma, aplica-se aqui a classificação do pavimento verificado nesse trecho. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 4
5 Pode-se observar que as espessuras das camadas superficiais nesse trecho, são bastante delgadas, refletindo na existência de diversas aberturas em forma de valeta, com deformação permanente e áreas de fadigas. Nesse espaço é visível uma região anteriormente recapeada com Concreto Betuminoso Usinado Quente (CBUQ), que vai desde a Rua Rui Barbosa á Rua Antonio de Paula Nunes. Percebe-se a existência de vários tapa-buracos, como formas paliativas de melhoramentos. De forma geral, as patologias encontradas nesse trecho foram buracos e tapa-buracos que acabam por deformar a via. Para esclarecimento, conforme o DNIT (2003), o CBUQ é um tipo de massa asfáltica a quente, apropriada para os serviços de execução de recapeamentos asfálticos ou novas capas asfálticas. Sua utilização deve ser imediata não podendo se estocar massa, além disso, é aconselhado para pavimento em rodovias ou ruas de tráfego mais intenso, graças ao seu alto desempenho em resistir esforços. Todo o trecho também apresenta a instalação de rede de esgoto sanitário, assim não se prevê a destruição quanto esse tipo de instalação. Observa-se em parte do percurso a presença de exsudação e desgaste. A exsudação (Figura 04, Figura 05 e Figura 11), segundo DNIT (2003), está associada ao excesso de ligante betuminoso na superfície do pavimento, causado pela migração do ligante através do revestimento, provindos principalmente de falhas de dosagem provocando excesso de ligante. Pode ocorrer por segregação de massa, com concentração de ligante em alguns pontos e falta em outros; ou ainda por cravamento de agregados em base de ligante à superfície. Enquanto o desgaste (Figura 04, Figura 10, Figura 12), conforme DNIT (2003), está relacionado ao efeito de arrancamento progressivo do agregado do pavimento, caracterizado pela aspereza superficial do revestimento e provocado por esforços causados pelo tráfego. Tendo como causas, possíveis falhas de adesividade ligante-agregado, presença de água aprisionada e sobre pressão em vazios da camada de revestimento gerando descolamento de ligante, deficiência no teor de ligante, falhas de bico em tratamentos superficiais ou mesmo problemas executivos ou de segregação de massa asfáltica. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 5
6 Figura 04: Áreas de fadiga Figura 05: Região afetada pela fadiga A Avenida Marechal Rondon possui um trecho em que ocorre a recapagem asfáltica. Neste aspecto, Azambuja defende que a repavimentação de trechos se dá quando a obra possui projeto de pouca qualidade ou má execução, assim, necessita de medidas corretivas mais criteriosas. Figura 06: Recapagem XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 6
7 Figura 07: Repavimentação Figura 08: Trecho repavimentado Além de todas as patologias citadas, percebe-se que as panelas (buracos) são frequentes por toda a avenida (Figura 09, Figura 10, Figura 14). Caracterizam por ser uma cavidade que se forma no revestimento por diversas causas, podendo alcançar as camadas inferiores do pavimento, provocando grandes aberturas. Dentre as causas prováveis estão relacionadas ao local onde existiam trincas interligadas e com a ação do tráfego e intempéries ocorreu à remoção do revestimento ou mesmo parte da base; falha construtiva, deficiência na compactação, umidade excessiva em camadas de solo, desagregação por falha na dosagem ou mesmo por segregação. Figura 09: Buracos na via XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 7
8 Figura 10: Abertura em forma de panela Figura 11: Reparação de panela Ao que se refere ao terceiro trecho, percebe-se a aplicação de CBUQ, nesta região a pavimentação possui considerável espessura, sendo constituído de base e sub-base compactadas, esse trecho é o mais recentemente pavimentado, conforme informações de moradores foi realizada pavimentação no ano de O trecho tem 530 metros de extensão, que vai da Rua dos Pioneiros até seu final no bairro Clodoaldo. A maior parte de sua extensão encontra-se com instalação de rede de esgoto, somente nas duas últimas quadras que vão da Rua Floriano Peixoto á Rua Marechal Deodoro da Fonseca que não tem esgoto. Portanto, esse trecho corre o risco de ser destruído futuramente para a instalação da rede, podendo prejudicar o pavimento que foi recentemente construído. As patologias encontradas são relacionadas de formas diversas, as trincas em tipo couro de jacaré também são encontradas na via, por ser uma fenda existente no revestimento, facilmente visível, pode-se apresentar sob a forma de trinca isolada ou trinca interligada (Figura 12), no caso, trinca interligada. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 8
9 As trinca couro de jacaré estão associadas à repetição das cargas de tráfego, concentrando-se nas trilhas de roda (DNIT, 2003). No entanto, várias causas podem gerar o trincamento jacaré, como ações climáticas, envelhecimento do ligante e perda da flexibilidade seja pelo tempo de exposição, seja pelo excesso de temperatura na usinagem; compactação deficiente do revestimento; deficiência no teor de ligante asfáltico; subdimencionamento; rigidez excessiva do revestimento em estrutura com elevada deflexão; reflexão de trincas de mesma natureza; recalques diferenciais; entre outros. Dessa forma, pode-se dizer que as trincas couro de jacaré representam um quadro avançado da patologia. Figura 12: Trincas couro de jacaré Figura 13: Afundamento de pista XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 9
10 Figura 14: Buracos em forma de panela Na Figura 14, nota-se a existência das patologias tipo buraco em forma de panela, além de o afundamento também estar presente. CONSIDERAÇÕES FINAIS O pavimento quando rígido necessita de menores intervenções durante sua vida útil, assim, envolve menores gastos para sua manutenção e reparos, o que faz dele uma interessante opção para se aplicar em pavimentações tanto em vias urbanas, quanto em vias rurais. Os defeitos encontrados indicam que as causas associadas tendem a serem principalmente ao que se refere aos processos construtivos ou ação do tráfego, pois os remendos são relativamente novos para serem afetados por intempéries. Percebeu-se que o surgimento de trincas também esteve relacionado com a presença de afundamento, o que pode ter gerado esforços na área do remendo com pavimento existente. Ao que se refere a áreas de afundamento, percebe-se a relevante importância de um controle do grau de compactação dos materiais, bem como o material de aterro a ser usado, o conhecimento do tipo do solo, da homogeneidade, da compactação, umidade, expansibilidade e compressibilidade para se minimizar a ocorrência dessas patologias. Torna-se necessário que os mesmos critérios adotados para o órgão fiscalizador e financiador da obra, sejam adotados para as unidades de execução dos serviços, a fim de garantir a qualidade, de forma a atingir, de maneira objetiva, a segurança e o bem-estar dos usuários da rodovia. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 10
11 De forma geral, problemas de execução, padronização e aplicação dos materiais podem ser os principais motivos para a ocorrência das patologias descritas nesse estudo. Com a melhor mão de obra, aplicação de materiais adequados e de propriedade, e um rigoroso controle do grau de qualidade da construção da rodovia, talvez, as patologias teriam sido extinguidas, ou mesmo minimizadas, aumentando a eficiência do empreendimento e facilitando futuras manutenções. REFERENCIAS AZAMBUJA, A. R. Pavimentos asfálticos: análise de patologias na repavimentação de trechos devido a obras de rede de esgoto sanitário Disponível em: < Acesso em 16 de Agosto de BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. DNIT 005/2003 TER: Defeitos nos pavimentos flexíveis e semirrígidos Terminologia. Rio de Janeiro, Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos. Rio de Janeiro, PORTO ALEGRE. Empresa Pública e Transporte e Circulação. Obras e Eventos, Disponível em: < Acesso em 16 de Agosto de XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC 11
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