MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE RELEVO NO GRÁBEN DO TACUTU-RR

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1 MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE RELEVO NO GRÁBEN DO TACUTU-RR ROSILENE NOGUEIRA DE ARAÚJO Bolsista PIBIC/CNPq - UFRR JOSÉ AUGUSTO VIEIRA COSTA Prof Dr. IGEeo/UFRR INTRODUÇÃO A área de estudo localiza-se no setor nordeste do estado de Roraima, compreendendo os municípios de Boa Vista e Bonfim, entre as coordenadas 3º a 3º 45 de latitude Norte e 59º 40 a 60º 33 de longitude Oeste. A bacia sedimentar do Tacutu, localizada a nordeste de Roraima, consiste em um gráben que se alonga na direção nordeste-sudoeste, aproximadamente com cerca de 300 Km de comprimento, encaixado na porção central do Escudo das Guianas, fornteira entre Roraima (Brasil) e a Guiana (Figura 1). Caracteriza-se por ser um gráben, ou seja, um bloco rebaixado, geralmente o seu comprimento é maior que a largura, sendo delimitado por falhas de gravidade, considerada ativa á época de sua instalação, cujo teto desceu em relação ao muro (falhas normais). É essencialmente vertical, sendo a direção de maior alivio praticamente horizontal, relacionando a distensão da crosta terrestre (EIRAS e KINOSHITA, 1988; LOCZY e LADEIRA, 1981). Figura 1: Mapa do arcabouço estrutural da bacia do Tacutu. Fonte: Adaptado de Berrangé e Dearley, 1975.

2 1. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ÁREA DE ESTUDO A área de estudo localiza-se no setor nordeste do estado de Roraima, compreendendo os municípios de Boa Vista e Bonfim. Seguindo pela BR-401 em direção ao município de Bonfim foi identificadas manchas de solo vermelho, cujas manchas são grandes indicadores de terrenos basálticos que correspondem a unidade basal do gráben. A borda Leste do gráben é caracterizada pela ocorrência de alinhamentos de pequenos morros de quartzitos, atribuídos como pertencentes ao grupo Cauarane de idade paleoproterozóica. Foram identificados in loco uma crosta ferruginosa com a presença de grânulos de feldspatos e quartzo ao qual inicialmente atribuímos como sedimentos da Formação Boa Vista, que recobrem a área de forma generalizada (dispersão regional). Observamos também, concreções silicosas (calcedônia) provavelmente de idade antiga (mesozóica). Nessa região mais a nordeste nordeste há ocorrência de depósitos de cascalho debli flow indicativos de condições de aridez, quando da formação desses depósitos representativos de pulsos de movimentação e posteriormente retrabalhados gerando concreções lateríticas fragmento de argila, siltito, calcedônia e sílica. Na altura do Km 44 (Fazenda São Luiz II), foram observadas rochas do grupo Cauarane, exibindo falhas orientadas ao longo do gráben e falhas de transferência ortogonal à essa estrutura, controlada pelo eixo longitudinal. A tomada de atitude dos planos de foliação (notação Clark) revelou um azimute preferencial 325/51, indicando alinhamento das cristas dos morros. Ocorrem famílias de fraturas perpendiculares ao gráben com padrão ortogonal. Ao longo do caminho encontramos matacões (alteração de basalto), processos os quais ocorreram durante as fases de intemperismo, aliado aos processos pedogenéticos. Na altura do km 56, próximo a Fazenda Quixabeira ocorre também afloramentos de basaltos (com latossolo amarelo/vermelho), novamente sedimentos de cobertura do Gráben. A serra do Tucano representa a principal unidade de sedimentação aflorante na região (Formação Tucano). 2. MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais utilizados na pesquisa foi uma caminhonete tracionada; equipamento portátil de sistema de posicionamento global - GPS, para delimitação da coordenadas geográficas; imagem de satélite LANDSAT 5-TM, órbita/ponto 232/58 e 231/58, em composição colorida para facilitar o contraste entre o relevo, vegetação e a rede de drenagem. Utilizamos ainda a

3 cartas planealtimétricas Folha Boa Vista, Folha Serra da Moça, Folha Tacutu e Folha Bonfim na escala de 1: do IBGE; máquina fotográfica digital para registro de imagens. Após a digitalização (vetorização) dos elementos de drenagem em ambiente de SIG (Arc View 3.2), foram individualizados e classificados os respectivos padrões de drenagem e gerado um mapa hidrográfico, objetivando interpretar os mecanismos que controlam a evolução da drenagem nesta estrutura, desse modo foram observadas variações de forma, organização e densidade da rede de drenagem geológica delimitando-se padrões diversos bem como de drenagem de baixa ou alta densidade. Na região estudada identificamos padrões com componentes retangulares que constitui um padrão caracterizado por drenagens controladas pela estrutura geológica, com um rio principal subseqüente, bem marcante e cujos tributários, nos lados opostos, coincidem aproximadamente o mesmo tamanho, estão dispostos em ângulos retos. A presença deste padrão denota forte controle estrutural com treliça junta, treliça falha de média densidade com um componente de padrão retangular. O padrão dendrítico também foi identificado, esse padrão lembra um aspecto arborescente, em vista das ramificações irregulares de suas drenagens em todas as direções, não indicando, em princípio, qualquer controle geológico-estrutural ou mesmo estratigráfico do conjunto litológico. 3. RESULTADOS OBTIDOS Mapa da rede de drenagem de toda a área do gráben do Tacutu em território brasileiro através das interpretações em laboratório dos padrões de drenagem e de checagem parcial de campo (Figura 2).

4 Figura 2: Mapa de drenagens com a área de estudo do Gráben do Tacutu. Por meio da elaboração do mapa de drenagem e seus respectivos padrões de drenagem, verificou-se o forte controle estrutural sobre a rede de drenagem e sobre a geometria e os alinhamentos de relevo ao longo de sua evolução até os tempos cenozóicos. As observações preliminares quanto as unidades de relevo, demonstram que o relevo dominante corresponde a superfície de aplainamento do pediplano Rio Branco o qual é interrompido por um relevo colinoso com cotas de até 230 m correspondendo a residuais antigos (quartizitos), crostas lateríticas e afloramentos da Formação Tacutu na serra homônima. As formas de relevo mais expressivas ao gráben correspondem aos domínios da serra Nova Olinda (derrames basálticos) que atinge altitudes de até 456 m. 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Após a realização dos procedimentos supramencionados, a próxima etapa da pesquisa constituirá em trabalhos de campo onde os aspectos geomorfológicos identificados na imagem serão confrontados com as informações coletadas in loco, caracterizando as unidades de

5 relevo culminando com a contribuição na compartimentação geomorfologica do Gráben do Tacutu. Assim, após essas interpretações poderá se traçar perfis geomorfológicos perpendiculares à estruturação longitudinal do Gráben, bem como o mapa de relevo e proceder a compartimentação geomorfológica do Gráben; BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BRASIL, DNPM. Projeto RADANAMBRASIL. Folha NA-20 Boa Vista e parte das folhas NA-21 Tumucumaque, NB-20 Roraima e NB-21; geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro, 1975 (Levantamento de Recursos Naturais, vol. 8). EIRAS. J. F. et al. Evidências de movimentos transcorrentes na bacia do Tacutu. In: Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Geologia. Belém, págs AGRADECIMENTOS Ao CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica e a Universidade Federal de Roraima pela oportunidade e incentivo na minha formação acadêmica.

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