Ensino Superior no Século XXI: Mudanças, Desafios e Competências. José Roberto Gomes da Silva

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1 Ensino Superior no Século XXI: Mudanças, Desafios e Competências José Roberto Gomes da Silva

2 Os desafios de gestão das IES Maior Complexidade Mudanças na sociedade Competitividade Novo papel Nova identidade Um novo tempo Uma nova universidade Uma nova visão sobre a gestão de nossas competências Um conviteà reflexão

3 Alguns dos principais desafios da universidade Cobrança por um papel central nas iniciativas de desenvolvimento nacional e regional; Demandas por uma gama mais diversa de serviços; Cobrança por produção de qualidade; Competição / Lógica de mercado ; Tendência de redução do financiamento público (além de precisar dividir o bolo em mais fatias); Baixa renda da população e dificuldades na formação de base; Inserção internacional.

4 Necessidade de rever os múltiplos papéis ou as múltiplas identidades da universidade Como espaço de PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO Como espaço de FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS E CIDADÃOS Como espaço de CONSTRUÇÃO DE SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS DA SOCIEDADE Como espaço de REALIZAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL

5 A reconfiguração das atividades PESQUISA Cobrança por resultados, acarretando: - Competição por capital humano; - Estímulo a uma publicação mais fácil de pontuar; - Maior valorização da publicação individual; Necessidade de combinar mobilidade e permanência. RISCO DE PREVALECER UMA VISÃO UTILITÁRIA

6 A reconfiguração das atividades ENSINO Reformas curriculares com foco em competências; O desafio das novas tecnologias e da educação à distância: - Resistência; - Inadequação da estrutura departamental; Redundância dos cursos; Crescimento da demanda por educação continuada busca autônoma por empregabilidade NECESSIDADE DE FLEXIBILIDADE E INTEGRAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS

7 A reconfiguração das atividades APLICAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE CONHECIMENTOS O mercado dita regras, acarretando o enfraquecimento de algumas áreas e pondo em risco a pesquisa não aplicável ; Demandas por consultorias; Crescimento das Universidades Corporativas. NECESSIDADE DE BUSCAR SUSTENTABILIDADE, DE INOVAR E DE CONSTRUIR PARCERIAS

8 Alguns problemas decorrentes para a gestão universitária Como gerir as próprias competências? Como fazer o conhecimento chegar até a sociedade? Como conseguir construir maior colaboração? Como adaptar a estrutura organizacional aos novos desafios? As universidades são desafiadas a adotar na sua própria gestão fórmulas e conhecimentos que elas desenvolviam para o mundo corporativo (Jacob e Hellström)

9 Os desafios do mundo corporativo não são diferentes Qualidade Inovação Integração Capacidade de transformar conhecimentos em competências distintivas

10 Um conceito do mundo corporativo que pode ajudar: As Organizações que Aprendem Um conceito que tem ganho popularidade na administração na última década... São organizações capazes de... compartilhar de modo continuado o processo de construção do conhecimento (internamente e com o mundo à sua volta)... e de modificar seu comportamento para refletir os novos conhecimentos e insights Definição adaptada de Garvin(1993)

11 Características da organização que aprende Visão sistêmica / integração Competência Espírito crítico e inovador Permanente estado de aprendizagem Cooperação/Espírito de grupo Diálogo/Comunicação intensa em todas as direções Fonte: Maira e Bragar. HSM Management, jul-ago 1998

12 Outro conceito que pode ajudar: Gestão do Conhecimento Desenvolver conhecimento Compartilhar conhecimento Utilizar conhecimento para desenvolver soluções para os problemas Reconhecer o valor do conhecimento Acessar conhecimento Rever conhecimento Reconhecer e gerir a propriedade intelectual...

13 E por que as universidades, um solo fértil para a produção de conhecimento e para o desenvolvimento de competências, têm tantas dificuldades de transformar esses conhecimentos e competências em integração e inovação capazes de sustentar uma estratégia forte?

14 Alguns dos principais aspectos que dificultam a integração e a inovação nas universidades Dificuldade de implementar mudanças ( resistências ) Limitação e dificuldade de gestão integrada dos recursos Dificuldades de comunicação Disputas de poder / dificuldade de alinhar interesses / falta de senso de parceria Fonte: Participantes do IGLU

15 Alguns dos principais aspectos que dificultam a integração e a inovação nas universidades Visão fragmentada / falta de integração de projetos e ações Conservadorismo / Cultura burocrática Escassez de pessoas / Lacunas de competências Falta de políticas adequadas de gestão de pessoas Dificuldade de motivação, de obter compromisso Fonte: Participantes do IGLU

16 Como conseqüência, temos dificuldade de fazer com que os conhecimentos que produzimos resultem em competências... que contribuam efetivamente para a realização plena e o crescimento dos indivíduos da organização que reforcem as possibilidades de sucesso de nossas instituições que atendam as necessidades da sociedade que aproveitem plenamente o potencial e desenvolvam a consciência crítica de nossos alunos

17 A Gestão de Competências sob a ótica das organizações

18 O que torna as competências estratégicas de uma organização valiosas? Valor Raridade Dificuldade de imitação Dependente da história Ambigüidade causal Complexidade social Dificuldade de substituição Fonte: BARNEY, J. Firm Resources and Sustained Competitive Advantage

19 Desempenho Corporativo DESAFIOS Descontinuidades: Externas Internas Expectativas: Clientes Parceiros Intenção Estratégica Resposta Estratégica Competências e Capacidades Processos Recursos NO NÍVEL DAS COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS Cultura de compartilhamento Comprometimento Bens Resultados Serviços Capacidade de Aprendizagem Fonte: adaptado de Vollmann, T.E. The Transformation Imperative.

20 Alguns requisitos em termos de estrutura e processos organizacionais Unidades que atuam como células empreendedoras para a organização Flexibilidade e interconectividade (visão de PROCESSOS e de PROJETOS) Diálogo intenso entre as unidades Clareza e gestão dos processos e não só das funções Base de informação compartilhada Estruturas de apoio Ex: Escritórios de projetos e de Propriedade Intelectual; Comissões de acreditação Mobilidade e desenvolvimento das competências Capacidade de construir alianças

21 Algumas tendências gerais em termos da filosofia da Gestão de Pessoas Gestão de Pessoas é uma questão estratégica tão importante quanto todos os demais aspectos da estratégia da organização Gestão de Pessoas não é sinônimo de gestão de rotinas de pessoal Gestão de Pessoas não é problema do Departamento de RH: É problema de quem gerencia pessoas

22 Algumas tendências gerais em termos do foco da Gestão de Pessoas Controle Reforço e valorização das competências Participação/Trabalho em equipe Capacidade de gerar resultados

23 Algumas tendências na Gestão de Pessoas Baseados em desempenho e competências Não somente financeiro Reconhecimento Gestão de Oportunidades e Carreiras Renovação e preservação Crescimento também horizontal Carreiras em Y Gestão do Clima Organizacional Foco Estratégico de Longo Prazo Gestão do Desempenho Contribuições individuais e de equipe Processo continuado Foco na geração e não só na avaliação Foco na qualidade de vida e na qualidade das relações Esforço continuado Gestão de Competências Entender as competências necessárias Conhecer, localizar e desenvolver as competências reais Participativa Reflexiva Abertura ao Diálogo Empowerment autoridade responsabilidade capacitação recursos apoio

24 A Gestão de Competências sob a ótica do indivíduo

25 Definição adaptada de Fleury e Fleury, 2001 Competência: um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, compartilhar conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor à organização, à sociedade e ao próprio indivíduo Na perspectiva fordista-taylorista: Associado à capacidade de execução de tarefas Na perspectiva atual: Associado à capacidade de um agir consciente diante da incerteza, de agregar valor

26 As competências que o profissional de hoje precisa buscar desenvolver Segundo Zarifian (1999) sobre processos técnicas sobre a organização de serviço sociais Funcionários Professores Alunos

27 As competências que o profissional de hoje precisa buscar desenvolver Saber agir (aplicar conhecimentos para interferir sobre a realidade) Saber comunicar (compartilhar significados) Saber aprender (ou aprender a aprender) Saber engajar-se e comprometer-se (ser sujeito) Saber assumir responsabilidades (foco no bem comum) Ter visão estratégica (relação das ações com o todo) Funcionários Fleury e Fleury (2001), inspirado na obra de Le Boterf Professores Alunos

28 Para concluir COMPETÊNCIA, INOVAÇÃO, INTEGRAÇÃO, AÇÃO RESPONSÁVEL DIANTE DA SOCIEDADE são palavras do dia para todas as organizações no atual contexto... tais desafios são intensos, no caso das universidades, já que a sociedade espera que elas assuam um papel importante na solução de seus problemas... as PUCs têm um papel especial e desafios também especiais - nesse contexto... a maior parte desses desafios diz respeito à nossa capacidade de contribuição individual e coletiva, como cidadãos e membros da comunidade universitária NÓS SOMOS A UNIVERSIDADE!

29 Para concluir Uma organização que pretende construir uma autêntica relação de parceria com seus colaboradores, precisa contar com pessoas que possam assumir plenamente a sua condição de SUJEITOS INSERIDOS EM UM ESFORÇO COLETIVO... para quem a sua existência na organização faz sentido e é fonte de realização pessoal com vontade de contribuir, de somar esforços com orgulho de fazer parte da organização capazes de transformar a sua realidade

30 José Roberto Gomes da Silva - Doutor em Administração de Empresas pela PUC-Rio, com estágio sandwich realizado na École des Hautes Études Commerciales - HEC, Montréal; Mestre em Administração de Empresas pela PUC-Rio; graduado em Engenharia Elétrica pela UFRJ; Professor e pesquisador do IAG/PUC-Rio, onde leciona nos cursos de graduação e pós-graduação e desenvolve projetos de assessoria em empresas; Pesquisador CNPq na área de Administração; ex-consultor do IBM Consulting Group, atuando em projetos de gestão de pessoas e gestão de mudanças em diversas organizações clientes; Principal linha de pesquisa atual em Comunicação organizacional, Mudança e Relações de Trabalho no atual contexto.

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