CADERNO DE EXERCÍCIOS 2C

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1 CADERNO DE EXERCÍCIOS 2C Ensino Médio Ciências Humanas Questão Conteúdo Habilidade da Matriz da EJA/FB 1 Estrutura Fundiária H13, H14 2 Problemas Urbanos H12 3 Movimento Operário H30, H44 4 Consumo, Consumismo e Alienação H63 1

2 1. FUVEST 2003 Justifique a seguinte afirmação: A questão fundiária no Brasil encontra suas origens no passado e não na falta de terras. 2. FUVEST 2012 As imagens acima ilustram uma contradição característica de médios e grandes centros urbanos no Brasil, destacando-se o fato de que ambas dizem respeito a formas de segregação socioespacial. Considerando as imagens e seus conhecimentos, identifique e explique a) duas causas socioeconômicas geradoras do tipo de segregação retratado na Imagem 1; 2

3 b) o tipo de segregação retratado na Imagem 2 e uma causa socioeconômica responsável por sua ocorrência. 3. Inep Enem 2010 (2ª aplicação) O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança: a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente. (HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.) No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a "confiança" dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a "necessidade da mobilização permanente", trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego. b) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários. c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para os operários. d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais. e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em favor dos direitos trabalhistas. 3

4 4. Leia o trecho a seguir redigido em 1955, pelo filósofo alemão, Herbert Marcuse: Em troca dos artigos que enriquecem sua vida, os indivíduos vendem não só seu trabalho, mas também seu tempo livre. As pessoas residem em concentrações habitacionais e possuem automóveis particulares com os quais já não podem escapar para um mundo diferente. Têm gigantescas geladeiras repletas de alimentos congelados. Têm dúzias de jornais e revistas que esposam os mesmos ideais. Dispõem de inúmeras opções e inúmeros inventos que são todos da mesma espécie, que as mantêm ocupadas e distraem sua atenção do verdadeiro problema, que é a consciência de que poderiam trabalhar menos e determinar suas próprias necessidades e satisfações. Disponível em: < Acesso em: 10 jun h A partir da análise do trecho e de seus conhecimentos sobre a questão do consumo e alienação, pode-se afirmar que a) no mundo moderno, os homens trabalham por longas jornadas e, por isso, não possuem tempo para o consumo e o lazer. b) apesar de o processo produtivo ser alienado, o consumo não o é, e as necessidades de compra são determinadas por escolhas individuais. c) o ato de consumir, no mundo moderno, é padronizado e mascaram as necessidades individuais e a liberdade de escolher e pensar. d) a diminuição da jornada de trabalho levaria o homem a se conscientizar de que ele pode gastar o seu tempo livre consumindo. e) quanto mais o homem trabalha, mais ele tem liberdade para consumir os artigos que enriquecem sua vida. 4

5 GABARITO COMENTADO 1. H13, H14 Comentário: o grande problema da questão fundiária no Brasil é a grande concentração de terras. Ou seja, historicamente, observamos no país a concentração de muitas terras nas mãos de poucas pessoas. As raízes dessa concentração estão no passado colonial brasileiro. Buscando ocupar e explorar economicamente o território, em 1534, a Coroa Portuguesa criou o sistema de capitanias hereditárias, no qual dividiu grandes porções de terras da colônia, repassando-as para alguns homens de confiança, os donatários. Era o início da produção agrícola voltada para a exportação, realizada em grandes latifúndios monocultores, com a produção de cana e, mais tarde, com a expansão da produção cafeeira pelo sudeste do país. Com a abolição da escravidão e a chegada de um grande número de imigrantes, no século XIX, formou-se, no país, um grande contingente de homens livres que poderia ter às terras, ameaçando a existência dos latifúndios. Assim, em 1850, o governo brasileiro assinou a Lei de Terras, que determinava que a propriedade das terras só poderia ser feita mediante à compra, limitando seu acesso àqueles que não dispunham de renda para adquiri-las. A lei também proibia que imigrantes recémchegados no país comprassem terras. Com a assinatura dessa lei o governo restringiu o acesso a terra para a elite abastada, deixou o latifúndio como herança da estrutura fundiária do país e perpetuou a concentração de vastas extensões de terras nas mãos de poucas pessoas. Essa concentração fundiária é a causa dos conflitos pela posse de terras e a razão do surgimento de inúmeros movimentos sociais do campo, que lutam pela reforma agrária e pela ocupação de terras improdutivas. Desta forma, no Brasil, não há falta de terras agrícolas, mas sim uma má distribuição e um mau aproveitamento dessas áreas. Um exemplo disso é que, durante a Ditadura Militar ( ), o governo brasileiro doava terras públicas, na região norte, para as famílias que apoiavam o regime militar. 2. H12 Comentário: a questão aborda o problema da segregação socioespacial, fenômeno característico do processo de urbanização acelerado e desigual que ocorreu no Brasil, e se intensificou a partir da década de As duas imagens revelam os desníveis socioeconômicos da população urbana brasileira. a) a imagem 1 retrata uma favela, um tipo de segregação socioespacial comum nas periferias das grandes cidades do país. A formação das favelas está associada às desigualdades sociais presentes no Brasil e revela a carência de políticas habitacionais, a ausência de planejamento urbano e de infraestrutura nessas áreas das cidades. Além disso, a formação dessas comunidades em áreas de riscos (geralmente nas várzeas dos rios ou em encostas) demonstra a existência do grande número de pessoas que migraram para as cidades em busca de melhores condições de vida e acabaram se aglomerando nas periferias. 5

6 b) a imagem dois mostra um condomínio fechado, onde os grupos sociais mais abastados se isolam em áreas cercadas e monitoradas por modernos equipamentos de segurança. Dotados de toda a infraestrutura urbana e de lazer, esses condomínios tornam-se verdadeiros enclaves dentro das cidades. As classes média e alta buscam cada vez mais esse tipo de moradia restrita e segregada, motivadas pelo aumento da violência urbana e pela carência de áreas verdes e de lazer nas grandes cidades do Brasil. 3. Alternativa B H30, H44 Comentário: a consolidação da Revolução Industrial e da economia capitalista marca o surgimento dos movimentos operários na Europa. Esses movimentos, que se inspiraram nos ideais socialistas, buscavam reivindicar melhores condições de vida e de trabalho da classe operária. A miséria e a exploração do trabalho feminino e infantil também motivaram as lutas operárias. Dentre as principais reivindicações desses movimentos estavam a redução das longas jornadas de trabalho e o aumento salarial. 4. Alternativa C H63 Comentário: o filósofo Hebert Marcuse, integrava a Escola de Frankfurt, que criticava a sociedade de consumo. Para ele, o progresso técnico e a intensa produção de novas mercadorias, criavam falsas necessidades de consumo socialmente construídas. A sociedade de consumo é, portanto, altamente padronizada, pois não escapam de escolhas repetitivas e adestradas. O próprio tempo livre torna-se um tempo de lazer para o consumo. Esse comportamento padronizado, onde se trabalha para se consumir cada vez mais, oculta a liberdade e a autonomia do homem. Elimina, portanto, a consciência de que ele é, na verdade, livre para determinar suas próprias necessidades e satisfações, sem seguir os padrões e modelos impostos. 6