Periféricos e Interfaces Ano lectivo 2003/2004 Docente: Ana Paula Costa. Aula Teórica 5
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- Neusa Batista Macedo
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1 Sumário: A memória principal e a cache. Portos de entrada/saída. Interrupções. Aula Teórica 5 Leitura Recomendada: Capítulos 6, 7 e 15 - Hans-Peter Messmer, The Indispensable PC Hardware Book, Addison-Wesley. Capítulo2 - Peter Norton, Peter Aitken e Richard Wilton, PC Programmer s Bible, Microsoft Press. O processador tem três formas de comunicar com os outros componentes do sistema: Através de acesso à memória. Através de portos de entrada/saída. Através de interrupções. A memória O processador comunica através da memória, lendo ou escrevendo em zonas de memória que serão depois acedidas por outros componentes. A memória RAM Os chips que constituem a memória RAM são os DRAM (Dynamic RAM). São uma memória barata, de grande capacidade, de acesso relativamente lento e volátil (a informação perde-se quando se desliga a corrente do PC). Existem vários tipos módulos de DRAM: SIMM (Single inline memory modules), PS/2 e DIMM (Double inline memory modules). Figura nº 1 Módulo de memória DIMM. SDRAM (Synchronous dynamic RAM) Não confundir com SRAM (Static RAM). A SDRAM consegue operar sincronizada com o relógio do sistema. A memória cache A partir do com frequências de relógio de 25 MHz ou mais, surgiu um buffer de memória chamado cache. A memória RAM é demasiado lenta em comparação com a velocidade do CPU, e muitas vezes o CPU tem que esperar que os dados cheguem da memória. Por esta razão surgiu uma memória mais rápida implementada entre a RAM e o processador: SRAM (Static RAM), memória muito rápida, com menor capacidade que a DRAM e também volátil. A cache tenta combinar as vantagens da veloz SRAM com o baixo custo da DRAM para criar um sistema de memória mais eficaz. 1
2 Figura nº 2 Módulos de memória SIMM e PS/2. Uma unidade de cache é introduzida entre o processador e a RAM e consiste de um controlador de cache e da cache SRAM. Podem ser incluídas no mesmo chip do CPU (on-chip cache ou cache L1), ou podem existir à parte (second-level cache ou cache L2). A memória cache, de 128 KBytes ou 512 KBytes, é relativamente pequena comparada com a RAM. Como os acessos sucessivos à memória concernem apenas uma pequena área de endereçamento, os dados acedidos mais frequentemente são mantidos numa pequena memória de alta velocidade: a cache. Com isto consegue-se uma grande redução no tempo de acesso à memória, o que aumenta bastante a velocidade de processamento. O controlador da cache é que determina se o próximo dado a ser lido se encontra já na cache ou se tem que ser lido da RAM. Se o PC tiver cache L1 e cache L2, a sequência de procura dos dados em memória será L1, L2 e RAM. 2
3 Figura nº 3 Memória cache. ROM, EPROM e EEPROM Os dados a armazenar na ROM (Read-only memory) são lá estritos uma vez, de forma não volátil (a informação fica lá gravada para sempre). As ROM puras são muito raras hoje em dia. Nestas, os dados são gravados na altura da fabricação do chip da ROM. PROM (Programmable ROM). Aqui a informação tem que ser colocada pelo utilizador, mas requer equipamento apropriado de fabrico. EPROM (Electrically-programmable ROM), os dados são escritos usando a electricidade, mas ficam guardados em definitivo no chip. EEPROM (Erasable EPROM), aqui podemos apagar a informação que lá está e colocar novos dados. Memória flash. É um novo tipo de memória não volátil que é usada em portáteis, câmaras digitais e telemóveis, normalmente em cartões de memória. Portos de entrada/saída É um meio usado para o processador comunicar com outros componentes que não a memória RAM. Tal como a memória, os portos de E/S são identificados por um endereço numérico e os dados podem ser lidos/escritos de/para os portos. Cada porto tem um endereço único de 16 bits (o seu valor pode portanto variar entre 0 e 65535). O CPU utiliza o bus de endereços e o bus de dados para comunicar com os portos. Para aceder a um porto, o CPU primeiro envia um sinal no bus do sistema para notificar todos os dispositivos de E/S que o próximo endereço no bus de endereços não se refere à RAM, mas sim a um porto. A seguir o CPU envia o endereço do porto no bus de endereços e o dispositivo com esse endereço responde. A passagem de dados é feita através do bus de dados. Um endereço de um porto de E/S especifica uma localização de armazenamento que está associada com um periférico de E/S, não faz parte da memória. Por exemplo, o porto 3D8H não tem nada a ver com o endereço de memória 003D8H. A atribuição dos portos aos dispositivos de hardware, está largamente, mas não totalmente standardizada. Vamos falando dos endereços dos portos à medida que forem sendo usados. 3
4 Figura nº 4 Portos de hardware num PC. Interrupções Uma interrupção é um sinal, um aviso, que é enviado ao processador a requerer atenção. O processador interrompe a execução do programa, executa uma subrotina residente em memória (chamada interrupt handler), cujo propósito é fazer um conjunto de operações que têm a ver com a causa da interrupção. Depois de realizada a tarefa, o processador volta ao ponto em que foi suspenso. Cada interrupção tem a sua interrupt handler. Antes de começar a interrupt handler (a subrotina dessa interrupção), o processador tem que guardar determinadas informações para poder depois voltar ao programa corrente. Assim, o processador tem que: 1. Guardar na stack o conteúdo dos registos IP, CS e flag. 2. Determinar o endereço da interrupção, onde se encontra a subrotina. 3. Iniciar a execução da interrupt handler. 4. IRET (restaurar o conteúdo dos registos e retornar ao programa interrompido). 4
5 Figura nº 5 Interrupção de um programa A tabela de vectores de interrupções O 8086 suporta 256 interrupções diferentes, cada uma identificada por um número entre 0 e 255 (0H a FFH). Os endereços segmentados (par segmento:offset) das 256 interrupts handlers estão armazenados na tabela de vectores de interrupções (Interrupt vector table) que tem início no endereço 0000H:0000H, o início da memória disponível. Cada entrada na tabela ocupa 4 bytes ( 2 bytes para o endereço de segmento e 2 bytes para o endereço de offset). O tamanho total da tabela é 256 x 4 = 1024 bytes ou 1 Kbyte. Pode-se substituir uma interrupt handler existente, por uma nova, bastando para isso armazenar o endereço segmentado da nova interrupt handler, na respectiva entrada na tabela. Para saber qual é a entrada correcta, basta multiplicar o número da interrupção por 4. Por exemplo, a interrupção 02H tem início no endereço 08H e ocupa os endereços 08H, 09H, 0AH e 0BH. Existem três tipos de interrupções: Interrupções de software. Interrupções de hardware. Excepções. Interrupções de software As interrupções de software funcionam da maneira descrita anteriormente. Chamam uma interrupt handler que executa uma função BIOS ou DOS. Interrupções de hardware O processador responde a uma interrupção de hardware da mesma forma que responde a uma interrupção de software: transferindo o controlo para uma interrupt handler. A grande diferença reside na forma como a interrupção é sinalizada. 5
6 Periféricos e Interfaces Ano lectivo 2003/2004 Figura nº 6 A tabela de interrupções. Existem 2 tipos de interrupções de hardware: NMI (Non-maskable interrupt) e IRQ (maskable interrupt request). O controlador de interrupções (o circuito PIC ou 8259A) tem um papel crucial na operação das IRQ s porque faz a gestão dos vários pedidos de interrupções e passa-os ao processador. O PIC informa o CPU quando existe uma interrupção de hardware, atribuindo prioridades diferentes a cada dispositivo. Uma NMI não é enviada ao controlador de interrupções, é fornecidas directamente pelo processador (via o pin NMI). Activa uma interrupção 2, após a instrução corrente estar completa. Não pode ser mascarada (ignorada) e tem a prioridade mais alta de todas as interrupções de hardware. 6
7 Dispositivos tais como o timer do sistema, o disco rígido, o teclado, a porta série e a porta paralela, requerem a atenção do processador apenas de tempos a tempos. Por exemplo, no caso de o CPU esperar caracteres vindos da porta série, duas coisas podem acontecer: 1. A porta série é continuamente monitorada pelo processador, para ver se chegou algum caracter à porta. Esta técnica denomina-se polling. 2. A porta série indica ao processador que tem um caracter para lhe enviar (técnica chamada interruptdriven). A desvantagem do primeiro método é óbvia: o processador fica tão ocupado no processo de polling que atrasa a execução do programa que estiver activo. No segundo método, uma interrupção de hardware é enviada ao CPU a requerer a sua atenção (comunicação interrupt-driven). É enviado um sinal por uma linha reservada para o efeito (IRQ), com base nesse sinal o processador consegue identificar qual o dispositivo que deseja comunicar com ele. Desta forma, o CPU fica mais livre para a execução do programa. Interrupt-driven é melhor do que polling. O PIC é um chip de suporte que controla/monitoriza as linhas IRQ. O CPU normalmente só tem uma entrada para interrupções, e o PC tem várias unidades que enviam interrupções. O PIC encontra-se entre o CPU e os componentes que enviam as interrupções, e é ele que faz a gestão das interrupções, fornecendoas depois ao processador. O PC/XT suporta 8 linhas de IRQ (0 a 7). O dispositivo ligado à IRQ0 tem a prioridade mais alta e o dispositivo ligado à IRQ7 tem a prioridade mais baixa. No AT existem 16 linhas de IRQ. Com um mínimo de 2 PIC s é possível criar uma cascata de dois níveis. O primerio nível é composto por um PIC mestre, e o segundo nível é formado por até 8 PIC s escravos. Esta configuração permite gerir pedidos de interrupções de mais de 8 periféricos. Figura nº 7 PIC s em cascata. Excepções Interrupções produzidas pelo processador são chamadas excepções. Os efeitos de uma excepção correspondem aos de uma interrupção de software (uma interrupção cujo número é indicado pelo próprio processador é activada). A causa de uma excepção é geralmente uma condição de erro no processador, que ele não consegue resolver por si. 7
8 Resumo das interrupções Interrupções do microprocessador 00H a 04H Interrupções de hardware 08H a 0FH, 70H 77H Interrupções ROM-BIOS (software) 10H a 1FH, 40H a 5FH Interrupções DOS (software) 20H a 3FH Interrupções de uso geral 60H a 66H Algumas entradas na tabela apontam, não para uma interrupt handler, mas para tabelas com informações úteis. Por exemplo, 41H, 1FH e 1EH. 8
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