O IN DUBIO PRO REO NO PROCESSO PENAL: DIREITOS HUMANOS E A EFETIVIDADE CONSTITUCIONAL

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1 O IN DUBIO PRO REO NO PROCESSO PENAL: DIREITOS HUMANOS E A EFETIVIDADE CONSTITUCIONAL Radson Xavier da Silva Juliana Emidia Gomes Martins Alex Oliveira Pires Orientador: Bruno Cézar Cadé RESUMO: No campo de estudo das ciências sociais aplicadas, doravante a efetividade dos institutos constitucionais no direito penal, o presente resumo vem deliberar em seu objeto de estudo o in dubio pro reo, reiterando questões inerentes a supremacia estatal na resolução de conflitos, além do combate a criminalidade. Palavras chave: in dubio pro reo, processo penal, efetividade constitucional. INTRODUÇÃO Ao tempo em que institucionalmente vivencia-se a evolução das ciências jurídicas, econômicas e sociais, em face do novo modelo de gestão atribuído à participação popular e a legalidade pública, novas responsabilidades surgem, dentre elas, a da efetividade dos institutos jurídicos em face das garantias fundamentais e do controle contra práticas tendentes a influir na arbitrariedade judicial. Nesta perspectiva, diante do cenário político e jurídico que o Brasil se insere, o presente resumo vem discutir sobre os efeitos do in dubio pro reo no processo penal, na resolução de conflitos, além dos reflexos para as presentes e futuras gerações. METODOLOGIA Pesquisa acadêmica em dados oficiais e das doutrinas majoritárias, tendo como objeto de estudo o Código de Processo Penal.

2 DESENVOLVIMENTO Desde os tempos mais antigos e principalmente nos últimos regimes políticos que antecederam a nova república na nação Brasileira, diversos Estados, tem buscado inúmeras formas de minimizar os danos causados pelos infratores penais, seja pela alteração do ordenamento jurídico, seja pela melhoria estrutural do sistema carcerário, no controle da criminalidade, ou de no âmbito processual consolidar os efeitos e abranger a eficiência e legalidade dos julgamentos em questão. Nas palavras de Masson (2011) inevitavelmente, nesta linha de pesquisa, ante o Estado Juiz perante o sistema penal acusatório, no exercício da função investigativa e na resposta aos feitos e no julgamento mais célere em um espaço de tempo considerável, do executivo e do legislativo, no seu fiel poder-dever de fiscalização, farse-á jus nesta discussão ao Pacto de São José da Costa Rica, ao contrato social na revolução francesa e a carta de direitos humanos da ONU, bases preliminares do in dubio pro reo. Consideradas tais bases doutrinárias, e as peculiaridades da investigação e da instrução processual penal, este princípio dentro do processo penal permeia pela fase inquisitória, revestindo-se do escopo do inquérito policial que, como afirma Bonfim (2009, p.), : seria este o instrumento principal das diligencias e que implicitamente normatiza a autonomia desta função, sendo a sua natureza jurídica administrativa, influindo na convicção do Ministério Público ou da parte quando for autora. No que diz respeito aos direitos humanos e a efetividade, segundo Barroso (2009, p. 60), no in dubio pro reo, há uma máxima vênia de que o direito ora instrumento meio-fim de recorrer não pode dar ensejo ao abuso de direito. A imprescindibilidade destes limites datam as características reais do sistema penal acusatório. Nesta linha temática, três são outras as características que nos remetem à efetividade constitucional, quais sejam, a segurança jurídica, a admissibilidade de provas, e a ressocialização. Em uma análise descritiva da obra de Silva (2015, p. 20), sob o prisma político de controle da sociedade:

3 As formas de exercício do poder podem ser legítimas ou não. E não são legítimas quando pressupõem o uso da força para imposição da vontade, como no caso das ditaduras. Quando o poder é exercido exclusivamente com o uso da força, a dominação não é legítima. Como nas recentes alterações no Código de Processo Civil, podemos fazer um comparativo com o processo penal. Não se pode mais falar em métodos distintos de se resolver os litígios judiciais e de que predomina o entendimento tradicional de soberania estatal. Diante de tais fatores, as partes através de sua defesa técnica, contribuem decisivamente para a celeridade processual. Tornando pública a valorização dos instrumentos institucionais, nas palavras de Nucci (2014, p. 220): São autoridades capazes de produzir provas pré-constituídas para fundamentar a ação penal os oficiais militares (inquérito militar), os chefes de repartições públicas ou corregedores permanentes (sindicâncias e processos administrativos), os promotores de justiça (inquérito civil, voltado a apurar lesões a interesses difusos e coletivos, os funcionários de repartição florestal e de autarquias com funções correlatas designadas para atividade de fiscalização (inquérito da polícia florestal), os parlamentares durante os trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito, entre outras possibilidades legais. Pela própria essência da estrutura institucional, determinada pela Constituição Brasil (1988), agora ao discutir os resultados desta busca pela verdade real na investigação, quais sejam, além das provas lícitas, os limites contra o abuso de autoridade, o controle da criminalidade, a gestão estratégica dos institutos jurídicos sobre a concepção de que o Jus Puniendi deveria se encontrar exclusivamente no poder estatal, não apenas se manifestará no final do inquérito, ou no ajuizamento e na sentença em recurso. Por fim, em defesa das prerrogativas da estrutura federativa estatal, é indispensável propor junto com o ambiente acadêmico e o poder legislativo novas teses, pressupondo a regulamentação da matéria de acordo com as demandas existentes. CONCLUSÃO O respeito aos desígnios dos cidadãos e à alternância no poder, historicamente, são fatores que se manifestaram de extrema importância a partir da conjuntura política, econômica e jurídica que acompanhava todos os setores nas primeiras civilizações, e a sua proteção (no que diz respeito ao povo) ressurge na luta pela soberania popular, vinculada à solução de problemáticas sociais.

4 Em suma, no nosso ordenamento jurídico, o exemplo mais expressivo desta busca pela uniformização de entendimentos e de um planejamento de fato estratégico com o qual deve-se reger todos os setores em nome da segurança jurídica foi a constituição de 1988, regulamentando por meio de seus princípios e institutos como se deve proceder no nosso sistema penal latino americano. Nesta perspectiva, acompanhando os movimentos que o Brasil e consequentemente o poder judiciário fez parte, deve buscar na atualidade romper com os paradigmas de que no processo judicial, em seu rito, as partes após provocarem o judiciário permanecem inertes na produção de provas. Há de se defender a eficácia e uma maior proximidade com o contexto geográfico a resolução dos conflitos por meios alternativos. Por fim, diante de tais fatores, os direitos humanos e a efetividade dos princípios constitucionais não mais devem sem analisados internamente, considerando os pactos e convenções internacionais, o modelo de sociedade globalizado e a atualização deste ordenamento com vistas às presentes e futuras gerações. REFERÊNCIAS BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora, 7ª ed. rev. SP: Saraiva, BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal. 4 ed. São Paulo: Saraiva, BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, São Paulo, Ed. RT MASSON, Cléber Rogério. Direito Penal esquematizado Parte Geral. v.1. 5.ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, SILVA, Afrânio. Sociologia em Movimento, 1ª ed. SP: Moderna, DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, 17ª ed. SP: JusPodivm, LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processual Penal, 3ª ed. SP: JusPodivm, 2015.

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