Etapas de realização do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (CIDES/RIDES)
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- Lídia Barros Fidalgo
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1 Etapas de realização do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (CIDES/RIDES) Performing steps of the Integrated Management Plan for Solid Waste (CIDES / RIDES) Nathalia Barbosa Vianna 1 Carlos Alberto Araújo Campos 2 Carlos Alberto Valera 3 Resumo O presente trabalho refere-se as etapas de realização do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) nos Consórcios CIDES e RIDES de 18 municípios pertencentes ao estado de Minas Gerais. Após a Lei todos os municípios devem ter um PGIRS, na qual prevê uma coleta e destinação correta dos resíduos sólidos. Como proposta inicial, este trabalho descreve as etapas para realização do Plano, desde avaliações de cada município com questionários socioeconômicos e participação da população em audiências públicas até a formação da equipe técnica para realização de gravimetrias para posteriormente avaliação ambiental. Essas etapas são descritas a partir de normativas e realizadas nos municípios para conhecimento do volume de resíduos para finalmente á analise final, na qual são recolhidos todos os resultados e discutidos entre equipe técnica, membros políticos dos municípios e população em geral para concluírem quantos e onde serão construídos os aterros sanitários com vida útil considerável e que seja viável, além da melhor logística possível para todos os municípios pertencentes aos consórcios. Palavras-chave: Resíduos; Equipe técnica; Consórcios, Plano. Introdução A quantidade de lixões a céu aberto ou com má utilização é fato frequente em nosso país, porém, ações como acabar com os lixões, implantar a coleta seletiva, realizar a compostagem de resíduos úmidos e diminuir a quantidade do que realmente não se pode ser reutilizado são medidas estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que a partir da sanção da Lei em 2010, todos os municípios brasileiros precisam ter um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos 1 Discente de Geografia UFTM 2 Docente de Geografia UFTM 3 Promotor de Justiça - MPMG
2 PGIRS, para assim terem acesso aos recursos da União destinadas a limpeza urbana e manejo dos resíduos. Como o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) é considerado um estudo que interpreta e descreve a situação atual dos resíduos sólidos em cada município e, a partir dessa análise prevê formas mais adequadas e viáveis para a disposição final desses resíduos, tem-se várias etapas estabelecidas como: criação de um grupo de trabalho, audiências públicas para abordar a educação ambiental, questionários, análise e coletas de dados dos resíduos de cada município, fotografias, mapeamento e tratamento estatísticos na tabulação dos dados. O principal objetivo deste artigo é expor as etapas de realização do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos CIDES/RIDES, na forma de consórcio composto pelos municípios de Araporã, Cachoeira Dourada, Canápolis, Centralina, Gurinhatã, Ituiutaba, Ipiaçu, Monte Alegre de Minas, Prata, Cascalho Rico, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Indianópolis, Iraí de Minas, Monte Carmelo e Romaria, realizado pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Materiais e métodos O Plano Nacional de Resíduos Sólidos CIDES/RIDES realizou uma Gestão Integrada desses resíduos com participação comunitária através de mobilizações sociais (Audiências Públicas), que foram realizadas em vários municípios pertencentes ao consórcio. Além da questão de coleta, separação e destino dos resíduos, foram abordados também a questão da melhoria da renda nos segmentos mais fragilizados do mercado de trabalho. Após as audiências públicas os professores juntamente com os alunos (UFTM e UFU) fizeram o trabalho de Educação Ambiental nas escolas dos municípios e realizaram as gravimetrias, que é um dos pontos fortes do projeto, pois é através dela que se têm todos os dados (balanço de massa e volume de resíduos) a serem utilizados para o melhor planejamento da construção do aterro sanitário. As gravimetrias aconteceram em três dias da mesma semana (segunda, quarta e sexta) de cada município e exigiram certo teor de rigorosidade que todas as cidades tiveram que cumprir como: padrões nos caminhões de coleta, nos recipientes para a amostragem, equipe de funcionários, e equipamentos de segurança. Através do levantamento colhido nas gravimetrias, foi realizado a tabulação dos dados, gerados tabelas e gráficos que representaram o volume de resíduos nos municípios inseridos e a análise final do planejamento para a construção do aterro sanitário em determinada localização que fosse mais viável a todos os municípios. Outro fator importante que percorreu nossa análise foi a de tentar reaproveitar o
3 máximo de resíduos como papel, plástico, papelão e vidro, deixando apenas o rejeito com destinação final ao aterro, sendo que até a matéria orgânica tinha projetos para se fazer a compostagem. 1- Audiências Públicas: Como um instrumento que leva a uma decisão política ou legal com legitimidade e transparência as audiências públicas serviram para validar a avaliação dos resultados encontrados pela equipe técnica e a proposição de cenários e apontamento de áreas potenciais para a localização do aterro sanitário, além do desenvolvimento de atividades ligadas a educação ambiental nos municípios. Fig. 1: Audiência Pública Fig. 2: Equipe técnica na audiência pública. 2- Análise Gravimétrica: Existem diversas técnicas para a realização do processo de gravimetria, porém a utilizada no consórcio CIDES/RIDES é a proposta na NBR 10007/2004 com o método descrito por Abreu (2008) e Pessin (2002) na qual os materiais coletados para amostra são misturados em um ambiente limpo e seco, quarteados, analisados, fotografados e pesados. Para a realização deste estudo gravimétrico dos resíduos sólidos foram utilizados 1 (uma) balança mecânica com capacidade de 300 kg; equipamentos de proteção individual (luvas, máscaras, botas); 1 (um) caminhão basculante disponibilizado pela prefeitura; 1 (um) trator com concha frontal disponibilizado pela prefeitura; 6 (seis) coletores de plástico; 1 (uma) câmera fotográfica; 2 (duas) cordas de 10 metros; 2 (dois) vassourões e 2 (duas) pás.
4 Fig. 3: Caminhão realizando a coleta Fig. 4: Galpão utilizado para gravimetria Fig. 5: Quartiamento realizado Fig. 6: Recipientes para pesagem Resultados e discussões Através do levantamento colhido nas gravimetrias, foi realizado a tabulação dos dados, gerados tabelas e gráficos que representaram o volume de resíduos nos municípios inseridos e a análise final do planejamento para a construção do aterro sanitário em determinada localização que fosse mais viável a todos os municípios. A equipe técnica se reuniu e discutiram todos os resultados que colheram, tanto os aspectos sociais, econômicos e ambientais foram levados em conta para que a construção desses aterros não fosse de forma aleatória, na qual foram divulgados em audiências públicas e registrado com as assinaturas da população e dos representantes políticos de cada município. Dentre os levantamentos, questionários e análises realizadas, o corpo técnico chegou à conclusão que seria necessário a construção de dois aterros sanitários para os municípios que compõem o CIDES e outros dois aterros para os municípios do RIDES. Vale ressaltar ainda que toda análise se
5 baseou nos dados colhidos, estudos realizados, análises de mapas geológicos e hidrológicos a fim de viabilizar a melhor logística possível para essas cidades pertencentes ao consórcio. Fig. 7: Exemplo de cálculo para volume de resíduos Fig. 8 e 9: Análises de mapas Considerações Finais: De acordo com o que foi proposto nesse artigo, as etapas de realização dos Consórcios CIDES e RIDES foram realizadas ao longo de meses, com o trabalho de uma equipe técnica composta por professores e alunos estagiários, e a equipe de cada município que contava com representantes políticos e da população em geral. As etapas aqui descritas nesse artigo descreve de forma superficial o trabalho de cada um envolvido no projeto que viabilizou uma melhor coleta e destinação final dos resíduos sólidos de 18 municípios, que a partir do PGIRS estão de acordo com o que a lei prevê. De certa forma houve um enfoque maior nas etapas das audiências públicas e nas gravimetrias devido a grande importância que ambas tem na elaboração desse relatório que é composto desde dados demográficos de cada município até duração da vida útil considerável para os aterros propostos pelo Plano. Sendo assim, a realização do PGIRS dos consócios CIDES e RIDES já foram realizados, ou seja, seus relatórios estão prontos, porém ainda estão em processo de construção desses aterros propostos.
6 Referências: ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10007: Amostragem de resíduos: procedimentos. Rio de Janeiro, ABREU, M. F. Coleta Seletiva com inclusão social: em municípios, empresas, instituições condomínios e escolas. Belo Horizonte: CREA-MG, Manual para elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dos Consórcios Públicos Disponível em: _gesto_integrada_rs_sp_125.pdf. Acesso em: 10 de abril de PESSIN, N., DE CONTO, S. M., QUISSINI, C. S. Diagnóstico preliminar da geração de resíduos sólidos em sete municípios de pequeno porte na região do Vale do Caí, RS. In: Simpósio Internacional de qualidade ambiental. Anais... [s.n] Porto Alegre, Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2 ago Disponível em: Acesso em: 20 de agosto de Acesso em: 10 de abril de Acesso em: 12 de abril de 2015.
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