AS ESCORRÊNCIAS RODOVIÁRIAS: UMA FONTE DE POLUIÇÃO DIFUSA SOBRESTIMADA OU SUBESTIMADA? Ana Estela Barbosa Departamento de Hidráulica e Ambiente LNEC
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- João Gabriel Canário de Caminha
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1 AS ESCORRÊNCIAS RODOVIÁRIAS: UMA FONTE DE POLUIÇÃO DIFUSA SOBRESTIMADA OU SUBESTIMADA? Ana Estela Barbosa Departamento de Hidráulica e Ambiente LNEC
2 As escorrências rodoviárias: uma fonte de poluição difusa sobrestimada ou subestimada? Poluição Difusa desafios para o futuro 1 Introdução 2 Exemplo da A1 Evolução temporal 3 Estado da Arte em Portugal 4 IP6 e albufeira 5 Conclusões LNEC 2
3 1 - Introdução Fonte de poluição difusa linear LNEC 3
4 1 - Introdução Chuva Lavagem da superfície e escoamento (pavimento e taludes) Perdas POLUENTES acumulam à superfície do pavimento rodoviário Águas de escorrência com diferentes poluentes, particulados e dissolvidos LNEC 4
5 1 - Introdução - Gases de combustão - Degradação de componentes e perdas - Manutenção da via - Outras fontes (envolvente) Zn, Cu, SST Hidrocarbonetos Matéria orgânica Nutrientes LNEC 5
6 1 - Introdução Matriz complexa de substâncias poluentes interligadas e dependentes das características do local onde são geradas Alterações temporais na composição dos combustíveis, tecnologias dos motores, materiais e práticas de construção das viaturas e das próprias rodovias Exemplo: Pb na gasolina Poluição crónica Poluição resultante da manutenção Poluição acidental LNEC 6
7 1 - Introdução Conceitos chave: Concentração e carga poluente Conc. poluentes (mg/l) Efeito do 1º fluxo 3-20 mm Tempo 90% dos poluentes são transportados nos primeiros 13 mm da chuvada; 50% dos poluentes transportados nos primeiros 25% volume. Grande variabilidade nas concentrações; Pequenas cargas poluentes transportadas em grandes volumes LNEC 7
8 2 Exemplo da A1: evolução temporal LNEC 8
9 2 Exemplo da A1: evolução temporal LNEC 9
10 2 Exemplo da A1: evolução temporal Monitorização 2002 Monitorização 2009 Amostrador ISCO 6700 Descarregador Thel-Mar Módulo Bubbler Udómetro 24 garrafas polipropileno, 1 L 8 garrafas vidro borosilicato, 1,8 L Baterias ISCO e painel solar MUITAS idas ao campo! Bateria automóvel GSM e SMS para alerta! LNEC 10
11 2 Exemplo da A1: evolução temporal Condições locais e tráfego Monitorização 2002 Monitorização 2009 Maio Abril a Junho 6 eventos de precipitação 11 eventos de precipitação 1 evento = 7 a 24 garrafas 1 evento = 6 a 8 garrafas 24 amostras 73 amostras TMDA = TMDA = LNEC 11
12 2 Exemplo da A1: evolução temporal Precipitação e escoamento Variáveis Variação do período seco anteced. (dias) 0 5 0,2 20,7 Variação da precipitação do evento (mm) 1,4 12,2 2,0 19,8 LNEC 12
13 2 Exemplo da A1: evolução temporal Parâmetro N.º amostras Média N.º amostras Média ph 93 6,9 37 6,7 Cond (20 C) , ,1 SST (mg/l) , ,0 Óleos e Gord (mg/l) 5 19,2 70 1,3 Fe (mg/l) 24 1, ,382 Zn (mg/l) 24 0, ,136 Cu (mg/l) 24 0, ,021 Pb (mg/l) 24 0, Cd (mg/l) 24 0, ,00009 LNEC 13
14 2 Exemplo da A1: evolução temporal Confirmou-se a elevada variabilidade das concentrações das escorrências de estradas e a importância da actualização da informação A comparação dos resultados das duas monitorizações deve ser vista num contexto de avaliação de tendências Concentrações médias inferiores em 2009: >s volumes de água evento & < tráfego? LNEC 14
15 3 Estado da Arte em Portugal LNEC 15
16 3 Estado da Arte em Portugal Começa a haver um consolidar de conhecimentos Túnel da Gardunha: verificaram-se baixas cargas poluentes acumuladas Descobriu-se que há menor deposição no interior dos túneis que em estradas a céu aberto! Nos primeiros estudos: metais pesados; SST; ph; condutividade Depois: HAP; óleos e gorduras; nutrientes (N); COT; CBO5 e CQO Ordem relativa: Zn>> Cu Concentrações elevadas de Fe Concentrações muito reduzidas de Pb, Cr, Cd, LNEC 16
17 3 Estado da Arte em Portugal Poluentes considerados relevantes em Portugal: SST CQO Fe Zn Cu Por apresentarem, em diversas estradas, concentrações significativas e/ou superiores ao VLE do Dec. Lei n.º236/98 (Anexo XVIII) LNEC 17
18 3 Estado da Arte em Portugal Parâmetro (mg/l) VLE (Anexo XVIII DL 236/98) SST 60 CQO 40 Concentrações máximas Concentrações Médias (CML) 84,5 (A1) 67,7 (A25) 52,4 (A22) 224,7 (IP6) 81,9 (A1) 109,1 (A25) 70,2 (A3) 195,9 (IP6) Fe 2 3,0 2,8 (A25) Óleos e gorduras LNEC 18
19 ??????? LNEC 19
20 4 IP6 e albufeira IP6 A albufeira de S. Domingos situa-se perto de Peniche, a cerca de 100 km de Lisboa Albufeira de S. Domingos A água da albufeira é utilizada para consumo humano LNEC 20
21 4 IP6 e albufeira LNEC 21
22 4 IP6 e albufeira A ocupação do solo mais relevante é a actividade agrícola (66,4%) seguida de zonas florestais (28,6%), áreas urbanas (3,8%) e massas de água (1,2%) LNEC 22
23 4 IP6 e albufeira Dados SNIRH LNEC 23
24 4 IP6 e albufeira (Março 2010) Novembro 2011 LNEC 24
25 4 IP6 e albufeira 400 CQO (mg/l) Cu (µg/l) SST (mg/l) Cl- (mg/l) IP6 Ribeira Albufeira LNEC 25
26 4 IP6 e albufeira TSS (mg/l) COD (mg/l) Chlorides (mg/l) Before Construction After 0 Before Construction After 60 Before Construction After Cu (µg/l) Nitrates (mg/l) Total-P (mg/l) Before Construction After 6.2 Before Construction After 0.00 Before Construction After LNEC 26
27 25,00 4 IP6 e albufeira 45,00 SST (mg/l) CQO (mg/l) 40,00 20,00 35,00 30,00 15,00 25,00 10,00 20,00 15,00 5,00 10,00 5,00 0, , ,00 CBO 5 (mg/l) 100,00 Cloretos (mg/l) 7,00 90,00 80,00 6,00 70,00 5,00 60,00 4,00 50,00 3,00 40,00 2,00 30,00 20,00 1,00 10,00 0, , ,00 Cu (µg/l) 0,30 Cd (µg/l) 5,00 0,25 4,00 0,20 3,00 0,15 2,00 0,10 1,00 0,05 0, , LNEC 27
28 4 IP6 e albufeira A exploração do IP6 começou em 2004; a partir desta data verifica-se uma tendência para o aumento das concentrações de CQO, CBO 5 e Cu na albufeira de S. Domingos A elevada capacidade de diluição da albufeira aparenta anular potenciais efeitos negativos na qualidade da água Efeitos cumulativos????? Sedimentos do fundo da albufeira????? LNEC 28
29 4 IP6 e albufeira LNEC 29
30 5 Conclusões USA-EPA (1996) concluiu, antes da Europa: As águas pluviais urbanas são responsáveis por: 4% impactes em zonas húmidas; 7% impactes em águas costeiras & lagos 11% impactes em estuários LNEC 30
31 5 Conclusões É reconhecido que as águas de escorrência de estradas podem causar impactes negativos no estado químico e/ou ecológico das massas de água receptoras, quando se reúnem condições para tal Essas condições relacionam-se com características da estrada, com o processo precipitação-escoamento e o tipo de massa de água receptora das descargas. LNEC 31
32 Escorrências de Estradas desafios para o futuro Obrigada pela atenção! LNEC 32
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