NOTA: Abordagem do estudo físico dos oceanos: Sinóptica (descritiva) ou Dinâmica (teórica).
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- Judite de Figueiredo Weber
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1 Definição do conceito de Oceanografia; Importância e aplicação prática da investigação oceanográfica; A situação privilegiada de Portugal; Breve história da Oceanografia. O objectivo primário da Oceanografia é o de obter uma descrição sistemática e clara dos oceanos, suficientemente quantitativa, de modo a ser possível prever o seu comportamento no futuro, com alguma certeza. Pickard G. L. And Emery W. J., NOTA: Abordagem do estudo físico dos oceanos: Sinóptica (descritiva) ou Dinâmica (teórica). Importância da oceanografia: aproveitamento racional e gestão dos recursos naturais (ex. pescas); previsão e controlo de acções nefastas do homem sobre a natureza (destruição do equilíbrio ecológico das praias ou estuários, devido a obras de engenharia, marés negras, etc.); compreensão dos fenómenos de dispersão de poluentes e de transporte de sedimentos; problemas ligados à navegação, ao turismo no litoral, etc.; o Clima mundial é condicionado em grande medida pelos processos oceânicos; estudo das correntes marítimas, da interacção oceano-atmosfera e do transporte de calor pelos oceanos, são hoje questões fundamentais para uma tentativa de compreensão dos fenómenos globais que afectam a flutuação do Clima da Terra. Portugal é uma zona privilegiada, de enorme interesse oceanográfico, por: possuir a maior Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Comunidade Europeia (englobando é claro as ZEEs da Madeira e Açores); ser a fronteira oriental do Atlântico Norte; intensificação da circulação meridional sobre a margem continental associada à camada limite oriental oceânica, constituindo o Sistema da Corrente de Portugal; ocorrência de afloramento costeiro «upwelling» - nos meses de Verão; 1
2 evidência duma corrente sul-norte ao longo do bordo da plataforma continental com vórtices de mesoescala - «eddies» - associados; evidência da zona de formação dos «meddies» (vórtices de Água Mediterrânica) se situar na margem continental na zona do canhão de Lagos. Alguns marcos históricos: A 1ª grande expedição oceanográfica foi a do Challenger, que circum-navegou o Globo entre 1872 e A 1ª expedição organizada expressamente para recolher dados físicos do oceano, foi a do Meteor que estudou o Atlântico entre 1925 e Ano Geofísico Internacional: Expedição internacional ao oceano Índico: GATE (GARP Atlantic Tropical Experiment): 1974 POLYGON (URSS 1970), MODE (USA 1973) e POLYMODE (Int. 1978) no Atlântico NORPAX (North Pacific Experiment), ISOS (International Southern Ocean Study) WOCE (World Ocean Circulation Experiment) GOOS (Global Ocean Observing System) e EUROGOOS 1999 NOTA: Ainda há muitas áreas com muito pouco ou mesmo nenhuma informação. Estudos teóricos: Marés: Newton (1687) e Laplace (1775) Ondas: Gerstner (1847) e Stokes (1874) Em 1896 os meteorologistas escandinavos começaram a dedicar atenção aos oceanos. As bases da Oceonografia dinâmica devem muito a Bjerknes (1933), Ekman ( ), Helland-Hansen (1934) e outros Em Portugal, os 1 os estudos oceanográficos ao largo de Portugal são os realizados por Ramalho e Dentinho (1928), através de uma série de campanhas oceanográficas a bordo do navio de investigação Albacora entre
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5 As Bacias Oceânicas: dimensões, morfologia, escalas; topografia de fundo; batimetria ao largo de Portugal Continental. Superfície da Terra: coberta por água: 71% terra: 29% Proporção de água para terra: Hemisfério norte: 1,5 : 1 Hemisfério sul: 4 : 1 Mares: - porções dum oceano com características oceanográficas próprias (Mar da Noruega, Labrador, Tasmânia, etc.) - corpos de água mais pequenos do que os oceanos e que deles estão claramente divididos por terra ou por cadeias de ilhas (Mar Mediterrâneo, das Caraíbas, Japão, Bering, etc.) Área dos Oceanos: Pacífico 46% Atlântico 23% Índico 20% Árctico 11% NOTA: o oceano Antárctico distingue-se dos oceanos com que faz fronteira pelas características da sua água. O volume da sua água é aqui incluído nos 3 oceanos que lhe ficam a norte (Pacífico, Atlântico e Índico). Profundidade: - média dos oceanos: 4000 m mares: 1200 m - 11% da superfície da Terra está acima dos 2000 m - 84% do fundo do mar está abaixo dos 2000 m de profundidade - máximos: terra Monte Everest (8840 m) oceano Fossa de Mindanao ( m) - Filipinas. Os continentes formam as fronteiras laterais mais importantes dos oceanos. Os detalhes da linha de costa e do fundo são importantes, uma vez que afectam a circulação dos oceanos. Margens continentais (formas tipicamente atlânticas): 5
6 Costa (Shore) parte da terra, junto ao mar, que é modificada pela acção desta. Praia (Beach) limite da costa junto ao mar Zona Intertidal, zona entre os níveis superior e inferior da maré. Plataforma Continental (Continental Shelf), tem um gradiente médio de 1 em 500 (0,2%); uma largura média de 65 km; e uma profundidade média de 130 m no seu bordo. A maioria das pescarias realizam-se na plataforma. Bordo da Plataforma (Shelf-break), limite da plataforma. O gradiente aumenta para 1 : 20 (5%) Portugal: profundidade do bordo: 200 m largura máx. da plataf.: 60 km (Figueira da Foz) largura mím. da plataf.: 1,5 km (Canhão Nazaré) Vertente ou Talude Continental (Continental slope), estendese desde a plataforma até aos 4000 m (em média), podendo descer até aos 9000 m; gradiente de 1 : 20 (5%) 1 : 11 (9%); largura entre 19 e 96 km. Rampa Continental (Continental Rise), zona de declive menos acentuado, do que na vertente, estendendo-se até à planície abissal; gradiente de 1 : 1000 (0,1%) 1 : 100 (1%); largura entre 0 e 640 km. Planície Abissal (Deep-sea bottom), cuja profundidade, 74% está compreendida entre m e 1% abaixo dos 6000 m; Montanhas submarinas (seamounts), por ex.: Dorsal média (Mid-ocean ridge) Fossas (trenches) Canhões (canyons) Sills elevação submarina que separa duas bacias oceânicas. Constituição do fundo do mar Sedimentos mais importantes: - Barro vermelho inorgânico ( red clay) 30% matéria orgânica - Sedimentos de origem orgânica oozes 30% matéria orgânica 6
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