etnografia ou outras relevantes para a caracterização cultural de Coimbra Carmen Pereira 1 e Clara Sousa 2

Transcrição

1 Apresentação de projeto - informação tipificada para recolha de dados sobre tradições, etnografia Carmen Pereira 1 e Clara Sousa 2 No âmbito do objetivo estabelecido no Gabinete para o Centro Histórico do Município de Coimbra realizou-se uma investigação para elaboração de informação tipificada de recolha de dados sobre tradições, etnografia. A criação deste projeto permite a investigação na abordagem cultural do concelho de Coimbra sob a forma de registo escrito complementado com imagens antigas e/ou atuais. O património de qualquer âmbito é um fator de dinamização e desenvolvimento através da sua divulgação e animação. A etnografia do concelho de Coimbra caracteriza as vivências dos antepassados, que se poderão manter ou não até aos dias de hoje. A cultura relacionada com a tradição, através dos usos e costumes, permite uma preservação e transmissão de memórias às novas gerações, mantendo viva a origem da cultura popular. Nesse sentido importa registar a história coimbrã e que caracterizam a sua etnografia, para que as gerações futuras possam apreender essas formas de vida. O concelho de Coimbra apresenta um vasto legado cultural que merece a sua compilação e registo. Sob a forma de ficha tipificada permitirá a recolha de dados de modo organizado possibilitando a criação de um mapa e base de dados com acesso a esses registos por parte de todos os cidadãos. Contribuirá também como uma ferramenta de trabalho para desenvolvimento de projetos e ações no Município e freguesias correspondentes. Alguns aspetos culturais relevantes para análise no concelho de Coimbra consistem em festas religiosas ou pagãs, como as procissões, feiras, romarias, mercados e as fogueiras; os espaços de Coimbra, como os bares, tascas, casas de especialidades, casas de estudantes, casas de referência cultural, restaurantes típicos; as imagens que caracterizam Coimbra como o estudante, o futrica, a tricana e as associações que as representam como os ranchos folclóricos, associações culturais, 1 Técnica Superior de Antropologia do GCH-CMC. 2 Assistente Técnica do GCH-CMC, com formação superior em Arqueologia e História.

2 grupos de jovens; e as festas da Academia com todas as suas tradições e rituais, e as figuras e evolução do traje académico que a caracterizam. Importa recolher dados como as lendas e costumes, tradições, turismo, festas e romarias, feiras, gastronomia e artesanato das freguesias deste Concelho. Apresentação sumária do desenvolvimento do projeto O projeto, aprovado, integrará várias valências do conhecimento para que a recolha possa ser a mais fidedigna e abrangente do ponto de vista cultural. A elaboração de uma ficha permite a tipificação e uniformização dos dados relevantes para recolha. A elaboração da referida ficha resultou da análise de dados na Comissão Nacional da Unesco Portugal 3 e na MatrizPCI que consiste no suporte do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, segundo as orientações técnicas da UNESCO. Este aplica uma gestão no processo de inventariação de património imaterial, nos termos da legislação em vigor em Portugal, e para os fins do disposto na Convenção para salvaguarda do património imaterial em matéria de constituição de inventários nacionais na web através do endereço eletrónico Esta base de dados nacional não apresenta nenhum registo do Concelho de Coimbra. Logo seria uma boa premissa iniciar estes registos e divulgá-los. A viabilidade deste projeto, após contacto com a entidade competente e gestora da MatrizPCI permitirá a disponibilização da informação relativa ao concelho de Coimbra nesta base de dados. Esta informação contribuirá também para a disponibilização de dados para os sites das freguesias e do município. A ficha apresentada resultou da investigação de dados relativamente ao registo e inventário de património cultural. 3 (Acedido em Out. 2012). 3

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4 Nº de inventário Será criado pelo serviço para uma melhor organização e compilação dos dados. Inicia-se com 4 dígitos, pois assim permitirá à partida abranger um vasto número de registos. Denominação Baseia-se na apresentação do registo sob a sua forma real (ex. nome da festa religiosa ou pagã, tradição, jogo, lenda, entre outras). Freguesia (s) Deve (m) ser descrita (s) salvaguardando a questão da reforma administrativa das freguesias, prevista para brevemente, não esquecendo a referência original. Neste campo o registo pode ser realizado em várias freguesias, como é o caso das feiras. Idioma Apesar das fichas serem em português, poderão num futuro ser traduzidas para o inglês, como forma de divulgação ao turismo de Coimbra. Tipo de processo Neste caso será sempre o de inventário, tendo por base esta forma de registo. Data do evento Apresentação da data da realização. Tipologias Refletem a hipótese de registo como práticas sociais, rituais, eventos festivos (religiosos / sociais), tradições e expressões orais. Património cultural A enunciação do registo será escolhida de entre as opções de móvel, imóvel, imaterial e natural, dependendo do caso. 5

5 Modo de transmissão Informação tipificada para recolha de dados sobre tradições, etnografia Importa referir a forma de transmissão ou recolha da informação, sendo oral, escrita, digital (foto/filme). Periodicidade Estado Deve ser referido a sua periodicidade de realização como anual, mensal ou semanal. Incide sobre o estado ativo ou inativo, ou seja se é praticada ou não o registo. Descrição e imagens A descrição deverá ser exaustiva e pormenorizada e complementada, sempre que possível, com a apresentação de imagens. Documentos e fontes bibliográficas Observações A apresentação de todas as fontes de documentos e bibliografia utilizadas para a recolha e registo deve ser enunciada e apresentada segundo a Norma Portuguesa, de forma a uniformizar a sua apresentação. Permite a ressalva de aspetos importantes ao registo. A identificação dos autores do registo e a data do mesmo também devem ser registadas. Os documentos apensos a cada registo serão arquivados em dossier próprio e anexos em formato digital quando forem disponibilizadas na Web. 6

6 Procedimentos a desenvolver no ano de 2013 O preenchimento da ficha deverá anteceder todo um conjunto de ações: Recolha da informação existente nos vários serviços da Autarquia acerca dos registos que caracterizam a etnografia coimbrã, de forma a não existir duplicação de registos a nível interno; Estabelecer contacto com o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) atual gestor da Matriz PCI para aferição do procedimento de registo na base de dados nacional e definição dos parâmetros de recolha; Estabelecer proximidade com os presidentes de junta para que a interligação e colaboração no desenvolvimento do projeto no que respeita à área de gestão de cada freguesia seja possível e de relevância positiva à investigação; Pesquisa bibliográfica relativa a tradições, usos, costumes, etnografias, individualidades que integrem os parâmetros de registo; Deslocação às freguesias para contato com a população, registos orais e de imagem; Disponibilização de meios e formas de recolha de informação de todos os cidadãos interessados a participar no desenvolvimento desta investigação; Apresentação dos resultados. Coimbra, 13 de Dezembro de