ENTIDADES DE UTILIDADE PÚBLICA. Como criar ou adequar a sua
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- Samuel Oliveira Custódio
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1 ENTIDADES DE UTILIDADE PÚBLICA Como criar ou adequar a sua
2 A presente publicação é dirigida às pessoas que desejam ir além de suas obrigações e deveres individuais, para trabalharem por questões de interesse da sociedade em geral. Nossa legislação oferece diversos caminhos para que essas pessoas possam concretizar este objetivo. Neste sentido, esperamos que você encontre nesta publicação a forma mais adequada para criar ou adequar de modo coletivo, voluntário e legal sua entidade de Utilidade Pública para ajudar na defesa de temas relevantes para o Paraná. Rasca Rodrigues, deputado estadual
3 1 INTRODUÇÃO O Código Civil Brasileiro somente considera como entidades do terceiro setor (entidades da sociedade civil sem fins lucrativos) as Associações e as Fundações (o primeiro setor é a administração pública e o segundo é o mercado). Desta forma, para se constituir uma ONG (Organização Não Governamental) ou OCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), é necessário criar uma associação. A legislação paranaense traz requisitos específicos para conceder o título de Utilidade Pública a uma entidade, conforme discriminado abaixo, porém, somente aceita que associações, ONGs e OSCIPs pleiteiem tal qualificação, rejeitando de forma expressa que Fundações o façam, ainda que cumpridos os requisitos legais.
4 2 ASSOCIAÇÃO, ONG OU OSCIP ASSOCIAÇÃO Pessoa Jurídica de Direito Privado, formada pela associação de pessoas visando alcançar objetivo comum, sem fins lucrativos e sem distribuição de lucros entre associados ou diretoria, cuja renda deve ser revertida unicamente para o cumprimento de seus objetivos estatutários. As associações podem movimentar recursos e firmar convênios tanto com órgãos públicos, quanto com instituições diversas e receber verbas públicas. A Constituição Federal autoriza a criação de associações, sem interferência do Estado em seu funcionamento, desde que seja para fins lícitos. Tais entidades somente poderão ser dissolvidas compulsoriamente por decisão judicial transitada em julgado. ONG Como o próprio nome expressa, não é do governo e não se vincula a ele, é ampla e abrange qualquer organização que não seja estatal. Se buscarmos na legislação a sigla ONG não encontraremos, visto ser expressão genérica que engloba o conjunto de entidades do terceiro setor como Associações, Cooperativas, Fundações, etc. São organizações formadas pela sociedade civil, sem fins lucrativos, com a missão de resolver problemas específicos da sociedade, sejam eles de caráter racial, econômico, ambiental, etc.
5 OSCIP É uma qualificação concedida pelo Ministério da Justiça às associações que tenham por objetivo realizar parceria entre o Poder Público e a Sociedade. Podem ser qualificadas como OSCIPs as entidades que desenvolvam as seguintes atividades: promoção da assistência social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita da educação; promoção gratuita da saúde; promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; promoção do voluntariado; promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e créditos; promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; e, estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnico e científico que digam respeito às atividades mencionadas.
6 3 COMO CRIAR UMA ASSOCIAÇÃO O termo parceria é o instrumento jurídico para o fomento e execução de projetos, consolidando um acordo de cooperação. a) Reunir os interessados e apoiadores para decidir qual a missão da entidade e escolher uma comissão para iniciar os procedimentos de constituição; b) Elaborar o Estatuto Social (e Regimento interno, se optarem por fazê-lo); c) Assembleia Geral para constituir a associação. Essa assembleia deverá ler e aprovar o Estatuto Social, ler e aprovar o regimento interno, eleger a Diretoria e o Conselho Fiscal; d) Registrar o Estatuto no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (para o registro é necessária a assinatura de um advogado); e) Legalizar a Associação. Para isso serão necessários os seguintes passos: obter inscrição na Receita Federal - CNPJ; obter inscrição na Receita Estadual (somente se for realizar atos comerciais); obter inscrição no INSS (somente se for realizar atos comerciais); registrar na Prefeitura Municipal, requerer alvará de licença e funcionamento.
7 4 ANEXOS DOCUMENTAÇÃO PARA SOLICITAR A DECLARAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA ESTADUAL NO PARANÁ: I - ESTATUTO O QUE DEVE CONSTAR a) REQUISITOS DO CÓDIGO CIVIL (ARTS. 53 A 61) nome, finalidades e sede da associação; requisitos para admissão, demissão e exclusão de associados; direitos e deveres dos associados; fontes de recursos para manutenção; modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos; condições para alterar estatuto e dissolver associação; forma de gestão administrativa e de aprovação das contas; exclusão associado por justa causa, com direito a ampla defesa e recurso; assembleia geral específica para destituir administradores e alterar estatuto; quórum e critério para eleição de administradores; patrimônio destinado a entidade de fins não econômicos com fins assemelhados;
8 b) REQUISITOS DA LEI Nº /2013 pessoa jurídica de direito privado constituída no Estado do Paraná ou que exerça atividades com representação, sede, foro e com ato constitutivo registrado no Estado (art. 1º, I); ter personalidade jurídica há mais de um ano (art. 1º, II); finalidade assistencial, educacional, cultural, filantrópico, de saúde, de pesquisa científica, de esporte ou meio ambiente, com comprovado interesse público e serviços de forma perene, efetiva e desinteressada à coletividade nos termos do respectivo Estatuto (art. 1º, III); não ter fins lucrativos, não distribuir lucros, bonificações, dividendos ou quaisquer outras vantagens aos seus associados, fundadores ou mantenedores (art. 1º, IV); patrimônio e excedentes aplicados na consecução do objeto social (art. 1º, IV); patrimônio destinado a entidade congênere ou ao Estado em caso de dissolução (art. 1º, VI); diretoria não remunerada (art. 2º, VI). II - DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS) Para escolas e hospitais privados. Cabe salientar que com relação ao Certificado de
9 Entidade Beneficente de Assistência Social, os documentos considerados comprobatórios são: a) quando se tratar de pedido inicial, a publicação no Diário Oficial da União do deferimento do pedido pelo Ministério responsável. b) quando se tratar de pedido de renovação, o protocolo do pedido no respectivo Ministério; certidão de regularidade da Receita Federal, (art. 2º, I) - imprimir através do site certidão liberatória do Tribunal de Contas (art. 2º, I);www1.tce.pr.gov.br declaração do presidente da entidade de que não recebeu verbas públicas ou, se as recebeu, que indique valor, origem e destinação (art. 2º, II); declaração do autor do projeto de lei de que tem conhecimento das atividades e da relevância dos serviços prestados pela entidade (art. 2º, III); relatório de atividades da entidade nos últimos doze meses, assinado pela diretoria da instituição, comprovando fim público de prestação de serviços úteis à coletividade (art. 2º, IV); ata da última assembleia geral de eleição e ata da posse da diretoria averbada no registro do ato constitutivo, contendo a qualificação completa da diretoria eleita (art. 2º, V); declaração do presidente, com firma reconhecida, de que os cargos de diretoria não são remunerados e que a instituição presta serviço de relevante interesse público à coletividade (art. 2º, VI);
10 comprovação de inscrição nos Conselhos Municipal ou Estadual de Assistência Social, se for de assistência social (art. 3º, caput); Título de Utilidade Pública Municipal ou a certidão de vigência da Lei Municipal, nos demais casos que não de assistência social (art. 3º, parágrafo único); III - NÃO SÃO ENQUADRÁVEIS: sociedade comercial, sindicato, associação de classe ou de representação de categoria profissional, ou ainda organização estudantil (art. 6º, I e II); instituição religiosa voltada, exclusivamente, para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais (art. 6º, III); organização partidária ou fundação a ela vinculada (art. 6º, IV); entidade de benefício mútuo que vise proporcionar bens ou serviços a círculo restrito de associados ou sócios (art. 6º, V); instituição hospitalar privada não gratuita ou sua mantenedora e escolas privadas dedicadas a ensino formal não gratuito e suas mantenedoras, caso não tenham certificado de benemerência.; fundações públicas (art. 6º, VIII); fundações, sociedades civis ou associações dedireito privado criadas por órgão público ou fundação pública (art. 6º, IX); OBS.: RECADASTRAR A CADA CINCO ANOS
11 4 ANEXOS SUGESTÃO DE MODELOS DE DOCUMENTOS PARA A CONSTITUIÇÃO DE ASSOCIAÇÃO: a) ESTATUTO b) MODELO DE EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA DE CONSTITUIÇÃO E ELEIÇÃO DA DIRETORIA c) MODELO DE ATA DE FUNDAÇÃO E ELEIÇÃO DA DIRETORIA SUGESTÃO DE MODELOS DE DOCUMENTOS PARA A OBTENÇÃO DE DECLARAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA: a) RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ANO ANTERIOR b) DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE, COM FIRMA RECONHECIDA, DE QUE OS CARGOS DA DIRETORIA NÃO SÃO REMUNERADOS E QUE A INSTITUIÇÃO PRESTA SERVIÇOS DE RELEVANTE INTERESSE PÚBLICO c) DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE DA ENTIDADE DE QUE NÃO RECEBEU VERBAS PÚBLICAS OU, SE RECEBEU, QUE INDIQUE VALOR, ORIGEM E DESTINAÇÃO Clique na imagem para fazero o download do arquivo.
12 Gabinete na Assembleia Legislativa do Paraná Praça Nossa Senhora da Salete, s/n, Curitiba-PR, 5 andar, gabinete 506 Fone: Celular: Escritório Político: Assessoria Jurídica: Solange Mariotti
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