ESCUTA ESPECIALIZADA DE CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA PROFª DRª IONARA RABELO
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1 ESCUTA ESPECIALIZADA DE CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA PROFª DRª IONARA RABELO
2 GT ESCUTA DE CRIANÇAS NO SISTEMA DE JUSTIÇA 2013_ Suspensão da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 010/2010, que Institui a regulamentação da Escuta Psicológica de Crianças e Adolescentes envolvidos em situação de violência, na Rede de Proteção 2015_ Assembleia das Politicas, da Administração e das Finanças (APAF) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) Constituição de Grupo de Trabalho Avaliar necessidade de construção de nova Resolução sobre o tema 2017_ Ativação do GT Escuta de Crianças no Sistema de Justiça Coordenação Iolete Ribeiro Silva (CFP) Região Norte Adriana Elisa Macedo (CRP 10) Região Nordeste Moara de Oliveira Gamba (CRP 22) Região Centro-Oeste Ionara Vieira Moura Rabelo (CRP 09) Região Sudeste Madalena Luiz Tolentino (CRP 04) Região Sul Célia Regina Cortellete (CRP 08) Convidadas: Esther Arantes e Leila Torraca
3 ESCUTA ESPECIALIZADA E DEPOIMENTO ESPECIALIZADO Na Lei /17, de 4 de abril de 2017, que estabelece o Sistema de Garantia de direitos da crianças e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8069 (ECA) Art. 7º Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre situação de violência com criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento de sua finalidade. Art. 8º Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária.
4 ESCUTA ESPECIALIZADA Acolhimento Permitir o relato livre, com perguntas estritamente necessárias para que a proteção e cuidado sejam prestados Não se configura como relato para a produção de provas O trabalho da Psicologia no Sistema de Garantia de Direitos contempla diferentes atuações nos pontos da Rede de Proteção às pessoas em situação de violências A escuta psicológica ocorre de forma distinta nos diferentes pontos da rede a depender das especificidades de cada serviço.
5 A atuação da Psicologia também pode ocorrer através da Perícia Psicológica com o objetivo de fornecer subsídios ao juízo como importante atuação da Psicologia para assessorar a justiça e para a garantia de direitos de crianças e adolescentes. Não se pode confundir Depoimento Especializado com Escuta Especializada, bem como Perícia Psicológica.
6 Constituição Brasileira MARCOS LEGAIS Estatuto da Criança e Adolescente Política Nacional de Atendimento da Criança e Adolescente previstas nos artigos 86, 87, incisos I, III, V, VI e artigo 88 na Lei nº 8069/90 (ECA) Convenção de Direitos da Criança da ONU Resolução do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC 20/2005) que estabelece orientações sobre Justiça em questões que envolvam crianças vítimas e testemunhas de crimes Resolução do Conselho Nacional de Direitos da Criança e Adolescente (CONANDA) nº 113/06 que dispõe sobre os parâmetros para a institucionalização e fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescentes Resolução do Conselho Nacional de Direitos da Criança e Adolescente (CONANDA) nº 169/14 que dispõe sobre proteção dos direitos de crianças e adolescentes em atendimento por órgãos e entidades dos Sistema de Garantia de Direitos em conformidade com a Lei /17 que estabelece o Sistema de Garantia de direitos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.
7 RESOLUÇÃO 169/14 DO CONANDA Destacam-se os artigos 5º e 6º que preveem o direito da criança e adolescente serem ouvidos por equipe interprofissional ou multidisciplinar. Sendo assim cabe à Psicologia definir formas de atuação nos diferentes cenários para contribuir para que crianças e adolescentes sejam protegidas e respeitadas em suas escolhas no âmbito do procedimento judicial, bem como não sejam submetidos a situações de constrangimento e sofrimento emocional no âmbito do procedimento judicial Art. 5º Recomenda-se que entrevista, o estudo social, o estudo psicológico e a perícia da criança e do adolescente sejam conduzidos por profissionais tecnicamente habilitados, possibilitando o reconhecimento da situação vivenciada e permitindo a busca de medidas de proteção adequadas às especificidades dos sujeitos envolvidos. Art. 6º Quando manifestarem o desejo de serem ouvidos em procedimento judicial, recomenda-se que a criança e o adolescente sejam previa e adequadamente informados de seus direitos por equipe interprofissional ou multidisciplinar. 1º A criança e o adolescente têm o direito de receber assistência jurídica integral em todas as fases do procedimento judicial. 2º Recomenda-se que a criança e o adolescente não sejam submetidos a situações de constrangimento e sofrimento emocional no âmbito do procedimento judicial.
8 CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICÓLOGO (RESOLUÇÃO 010/2005) Dos Princípios Fundamentais II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada
9 DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO Art. 1º São deveres fundamentais dos psicólogos: c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho;
10 SOBRE SIGILO PROFISSIONAL Art. 9º É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. Art. 10 Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo.
11 SOBRE DEPOIMENTO ESPECIALIZADO Não reproduzir a lógica de focar na criança/adolescente como único meio de produzir provas contra o (a) agressor (a). Recomenda-se que o depoimento especializado só aconteça em juízo e que a antecipação de provas só seja realizada a partir da revisão do código do processamento penal. Realizar acolhimento e preparação antes do depoimento, garantindo à criança o direito de escolha sobre a participação ou não no Depoimento, e como o mesmo ocorrerá. Psicólogas (os) precisam avaliar o estado emocional da criança na preparação para o depoimento. Psicóloga(o) deve comunicar aos operadores de direito seu posicionamento e estratégia a ser utilizada, garantindo assim a autonomia da Psicologia e reconhecendo as diferentes competências de cada profissão. O Depoimento caso ocorra, será realizado em sala com equipamentos audiovisuais, sem a presença de operadores de direito e técnicos de audiovisual. Apenas a/o psicóloga (o) estará presente. A gravação deste depoimento ocorrerá em segredo de justiça. Cabe à (ao) Psicóloga (o) decidir se utilizará ou não o ponto eletrônico durante o Depoimento. Considera-se que a psicologia poderá eleger técnicas e recursos para traduzir a linguagem da criança/adolescente para os operadores de direito e vice-versa. Para isso, deverá fazer uma análise criteriosa e ética dos instrumentos fundamentados na ciência psicológica. Em relação com a questão do sigilo profissional, considera-se que o artigo 10 do Código de ética do psicólogo resguarda a atuação no depoimento especializado, em busca do menor prejuízo para a criança e o adolescente. Considera-se que a gravação (caso ocorra) poderá impedir a revitimização da criança/adolescente, pois a referida será anexada ao procedimento penal em todas as instâncias, evitando assim, que ocorra outra oitiva.
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS Até o momento o CFP não promoveu amplo debate sobre o tema Psicólogas(os) que aprimoraram o Depoimento Especializado e novas pesquisadoras não foram convidadas a participar do GT Há uma confusão entre escuta psicológica e a atuação da Psicologia no Depoimento Especializado A utilização do Código de Ética sem reflexão pode impedir a atuação de Psicólogas no Depoimento Especializado Duas posições sobre o Depoimento Especializado serão apresentadas na APAF nos dias 15 e 16 de dezembro, sem discutir com a categoria
13 SOBRE QUAL PSICOLOGIA ESTAMOS FALANDO? QUAL GARANTIA DE DIREITOS ESTAMOS DEBATENDO? QUAIS VOZES ESTÃO SENDO SILENCIADAS? MUITA OBRIGADA
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