Motivações e Adequações

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1 1 PROPOSTAS PARA ADEQUAÇÃO CURRICULAR DO CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA. Introdução O Curso de bacharelado em Engenharia Industrial Elétrica do Centro Federal de Educação tecnológica da Bahia teve seu projeto de implantação aprovado pela resolução nº 08 de 02 de outubro de 1997, e a partir de 1998, tem sido oferecido regularmente, com vestibular para ingresso anual. Foi reconhecido pela portaria 377/2006 do MEC. Na época de desenvolvimento do projeto do curso, a referência era a resolução 48/76 do CFE, que hoje em dia está revogada, tendo sido substituída pelas diretrizes curriculares para os cursos de engenharia, resolução nº 11 CNE/CES, de 11 de março de Ao longo dos anos de execução do projeto pedagógico do curso, tem se observado uma série de distorções, que nos levam a uma reflexão e conseqüente ação com o objetivo de tornar o projeto mais atual e condizente com o avanço tecnológico, além de melhor adequação ao perfil dos alunos ingressantes. A seguir, procura-se descrever os principais fatores que levam a esta proposta de reformulação, bem como sugestão de estrutura curricular visando adequação com as diretrizes curriculares e com os alunos ingressantes, e também é estabelecida uma comparação com a estrutura curricular atual, para comprovar que com a mesma infraestrutura atual é possível implementar o novo currículo. Motivações e Adequações Um dos principais motivos para se repensar a estrutura é a resolução CNE/CES 11 (diretrizes curriculares para o curso de Engenharia). Com esta resolução em mente, foi possível justificar que as mudanças propostas atendam aos requisitos mínimos necessários a um curso de bacharelado em engenharia. Uma outra grande motivação é a característica desejável de um curso totalmente noturno, inlcuindo as manhãs de sábado, o que não só desperta um maior interesse e crescimento de demanda, como também motiva os alunos ingressantes, em sua maioria trabalhadores, a concluir o curso dentro do prazo mínimo estabelecido pela legislação e pelas Normas Acadêmicas. A terceira motivação é a baixa carga horária de matemática no ciclo básico. Este fator tem acarretado nítidos problemas de pré-requisito quando os alunos iniciam o ciclo de formação geral e específica. Diante dos argumentos apresentados, a proposta de reformulação curricular para o Curso de Engenharia Industrial Elétrica do CEFET-BA abrange quatro grandes dimensões: i. Adequação de carga horária para oferecimento de um curso totalmente noturno e com aulas aos sábados no turno matutino; ii. Retirada / inclusão / modificação de disciplinas, de acordo com as diretrizes curriculares e otimizando com a retirada de conteúdos redundantes; iii. Reformular as ênfases do curso baseando-se nas atuais características do mercado de trabalho regional;

2 2 iv. Padronizar os conteúdos e títulos das disciplinas semelhantes as ministradas nos outros cursos superiores do CEFET; Adequação de Carga Horária Nesta dimensão, procura-se um equilíbrio de forma que a duração do curso não seja tão longa, porém, sem comprometer a qualidade da formação. Considerando um horário de funcionamento entre 18 e 22 horas, e aos sábados entre 8 e 12 horas, é possível alocar uma carga horária média de 4 horas por dia, o que possibilita a realização de aulas noturnas, melhora a freqüência e reduz a evasão. Disciplinas retiradas/ Alterações de nomeclatura Disciplinas a serem retiradas do currículo: (i) Atividade esportiva I, II e III: tendo em vista a realização de um curso totalmente noturno e da não obrigatoriedade da disciplina educação física no ensino superior de acordo com a nova LDB, é totalmente viável propor a retirada completa destas três disciplinas do currículo. (ii) Controle I: nome alterado para Controle Automático I. (iii) Processamento de Sinais: substituída por Processamento Digital de Sinais. (iv) Língua Portuguesa I e II: Substituídas por Língua Portuguesa. (v) Inglês I e II: Substituída pela disciplina eletiva Inglês Instrumental (vi) Tecnologia de Fabricação Eletrônica: disciplina que não se adequou à nova ênfase em telecomunicações. (vii) Controle de Sistemas Amostrados: nome alterado para Controle Digital. (viii) Gerência das Organizações e Teoria das Organizações: substituídas por Introdução à Administração. (ix) Máquinas e Equipamentos Elétricos: disciplina com conteúdo redundante em relação á disciplina Máquinas Elétricas. (x) Tecnologia dos Aparelhos Elétricos: disciplina com conteúdo redundante em relação às disciplinas Instalações Elétricas e Subestações. (xi) Tecnologia de Comunicações: disciplina que pode ser tratada em tópico especial. (xii) Planejamento de Projeto Fim de Curso: disciplina com conteúdo redundante devido a existência da disciplina Metodologia da Pesquisa. (xiii) Automação de Manufatura: substituída pela disciplina Sistemas Mecatrônicos, inclusive com ampliação de escopo a partir da reformulação da ementa. (xiv) Conversão Eletromecânica de Energia: Substituída por Dispositivos Eletromagnéticos. O conteúdo da disciplina terá uma pequena alteração; (xv) Informática para Engenharia: Substituída por Computação Aplicada cujo conteúdo contempla linguagem Java e noções básicas de linguagem C e Matlab. (xvi) Legislação de Patentes, Legislação Básica das Comunicações e Legislação Básica de Energia Elétrica: disciplinas que não se adequaram aos critérios adotados na elaboração do fluxograma do curso.

3 3 Disciplinas incluídas (i) Introdução aos processos estocásticos: trata-se de uma disciplina de suma importância nos estudos de telecomunicações e controle, onde os sistemas normalmente estão imersos em ambientes com incertezas aleatórias. Além disso, é uma forma de preparação para estudos de pós-graduação em Engenharia Elétrica, que normalmente inclui tal conteúdo. (ii) Cálculo diferencial e integral III e Cálculo diferencial e integral IV: é uma necessidade, para diluição de conteúdo, hoje concentrado em 180 horas com cálculo diferencial e integral I e II. Passa-se assim para 240 horas (ver carga horária no fluxograma), permitindo assim um melhor aproveitamento, sem omissão de conteúdos como ora ocorre por carência de carga horária. (iii) Tópicos especiais em engenharia elétrica: disciplina com conteúdo variável, a fim de atender a alunos que desejam se aprofundar em determinada área dentro de sua ênfase. O pré-requisito é definido pelo conteúdo abordado na disciplina. (iv) Processamento digital de sinais: muito do conteúdo atual de Processamento de sinais é visto em disciplinas da ênfase em eletrônica. Desta forma, pretende-se eliminar a redundância de conteúdo e dar um enfoque centrado nos filtros digitais. (v) Métodos matemáticos em engenharia elétrica: o método das transformadas (cálculo operacional) é uma ferramenta imprescindível no campo da engenharia elétrica. Pretende-se, com esta disciplina, abordar o cálculo operacional, dando-se ênfase às transformadas de Laplace e Fourier. (vi) (vii) (viii) (ix) (x) (xi) Princípios de comunicações: disciplina base para ênfase em telecomunicações. O seu conteúdo deve abordar o uso de processos estocásticos no estudo das Modulações AM, FM e PM e do ruído. Dinâmica de sistemas elétricos: reforça a formação da ênfase em eletrotécnica, cobrindo a área de transitórios eletromagnéticos; Qualidade de energia elétrica: área da engenharia elétrica que tem natureza multidisciplinar, onde é necessário aplicar conhecimentos de sistemas e circuitos elétricos e análise de sinais, o que melhora o perfil de formação do engenheiro eletricista para atuar em sistemas de potência. Eficiência energética: disciplina que também agrega grande valor à formação nas ênfases, também de caráter multidisciplinar como qualidade de energia elétrica. Laboratório integrado I: aplicações práticas de conhecimentos teóricos adquiridos nas disciplinas Circuitos Elétricos e Eletrônica Geral I. Laboratório integrado II: aplicações práticas de conhecimentos teóricos adquiridos nas disciplinas Circuitos Elétricos, Eletrônica Geral II e Eletrônica Digital. (xii) Sistemas Digitais: Disciplina incluída na ênfase de Automação e Controle cujo conteúdo pode abordar FPGA, Arquitetura de Computadores, memórias, VHDL, entre outros temas relacionados a essa área. (xiii) (xiv) Controle automático II: Disciplina incluída na ênfase de Automação. Optativa das Ciências Humanas: o aluno escolherá uma dentre três disciplinas da área de Humanas. As disciplinas são: Filosofia, Sociologia e Psicologia Aplicada ao Trabalho.

4 (xv) (xvi) Optativa de Planejamento e Gestão: O aluno escolherá uma disciplina dentre três disciplinas da área de Administração. As disciplinas são: Gestão da Qualidade, Planejamento e Controle da Produção (PCP) e Gestão da Produção. Optativa de Fluídos e Térmicas: O aluno escolherá uma dentre duas disciplinas da área de Fenômenos de Transporte. As disciplinas são: Mecânica dos Fluídos e Termodinâmica Geral. (xvii) Disciplinas Eletivas: As disciplinas eletivas năo tem como objetivo complementar o Currículo, mas sim oferecer algo além deste, dando aos discentes a oportunidade de expandir seus conhecimentos de acordo com seus interesses e preferências. No curso de Engenharia Industrial Elétrica estão disponíveis disciplinas na área de Línguas: i. Inglês Instrumental; ii. Espanhol Instrumental; iii. Francês Instrumental. 4 Reformulação das ênfase Com relação ao nome Eletrônica para uma das ênfases atuais, concluiu-se que o mesmo não é adequado, sendo mais apropriado o nome ênfase em Telecomunicações. Isto pode ser facilmente compreendido ao analisar as disciplinas oferecidas para esta modalidade e pelo perfil profissional de conclusão. As duas outras ênfases devem ser mantidas, e com as inclusões de novas disciplinas nas três ênfases, procura-se a atualização da estrutura curricular para atender cada vez mais às demandas de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, o que é importantíssimo e uma exigência do mercado de trabalho neste início de século. Para concluir o curso, o aluno deve cursar 5 (cinco) disciplinas da mesma ênfase. Padronização de conteúdos A proposta também contempla as recentes reformulações dos outros Cursos Superiores do CEFET-BA, mormente o Curso de Engenharia Industrial Mecânica, compatibilizando tanto o currículo básico comum como também disciplinas de formação específica comuns às duas Engenharias. Além disso, novos cursos em áreas afins que venham a ser criados deverão apresentar disciplinas em comum, o que significa uma flexibilidade na alocação de horários e do corpo docente. Comparação com o currículo atual A nova estrutura curricular proposta é mais adequada que a atual tanto do ponto de vista da proposta de um curso noturno como do ponto de vista das diretrizes curriculares. Além disso, propõe-se um currículo mais moderno e arrojado, equilibrando o academicismo com a tão

5 necessária habilidade prática no exercício da profissão. Observando ainda as modificações propostas, observamos que elas não afetam a infra-estrutura e nem o orçamento quando comparado à atual, visto que são propostas substituições e inclusões que buscam uma redução de carga horária. 5 Conclusão De acordo com o descrito neste documento, é construída e apresentada uma proposta de mudança curricular para o curso de Engenharia Industrial Elétrica do CEFET-BA, com vistas a atender às diretrizes curriculares e propor um curso totalmente noturno. Para tanto, são apontadas inclusões e exclusões, e adequação de carga horária necessárias para atingir estes objetivos.