PROJETO DE LEI Nº, DE DE DEZEMBRO DE 2010

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Marco Galvão Teixeira
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1 PROJETO DE LEI Nº, DE DE DEZEMBRO DE 2010 Dispõe sobre a reserva de vagas para apenados em regime semi-aberto e egressos do Sistema Penitenciário nas contratações de mão-de-obra à Administração Pública do Estado do Piauí. O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUI FAÇO SABER QUE A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PIAUÍ, aprova e eu, Governador do Estado, Sanciono a seguinte lei: Art. 1º - Nas licitações promovidas por órgãos e entidades da Administração Pública do Estado do Piauí, para contratação de prestação de serviços que prevejam o fornecimento de mão-de-obra, constará obrigatoriamente cláusula que assegure reserva de vagas para sentenciados em regime semi-aberto e egressos do Sistema Penitenciário. 1º Será de no mínimo 10% (cinco por cento) a quantidade de vagas reservadas para os sentenciados em regime semi-aberto e egressos do Sistema Penitenciário. 2º A reserva de vaga prevista neste artigo não se aplica aos serviços de segurança, vigilância ou custódia, nem

2 aos contratos firmados com dispensa ou inexigibilidade de licitação. Art. 2º - Entendem-se como pessoas egressas do Sistema Penitenciário: I - ex-presidiários, pessoas que apresentam sentença condenatória transitado e julgado e tenham sido reabilitadas; II - presos, que apresentaram boa conduta durante sua estada no Sistema Penitenciário e hoje, possuem o benefício da liberdade provisória. Art. 3º - A condição de egresso perdura pelo prazo de 01 (um) ano após a liberação definitiva, a contar da saída do estabelecimento prisional, e a liberdade condicional durante o período de prova, nos termos do Art. 26, da Lei Federal nº 7.210, de 11 de julho de Art. 4º - Para determinação da atividade das pessoas egressas do Sistema Penitenciário, as prestadoras de serviço (empresas) deverão considerar: I - o nível de instrução; II - a formação profissional; III - aptidões.

3 Art. 5º - Após o prazo previsto no Art. 3º, o egresso deverá ser substituído por outro beneficiário que atenda às condições disciplinadas em Regulamento. Art. 6º - É vedado o uso de letras, números, vocábulos, expressões, utensílios, indumentárias ou quaisquer formas de distinção das pessoas beneficiadas nesta lei, que possam causar constrangimento ou preconceito. Art. 7º - A inobservância das regras previstas nesta lei acarreta quebra de cláusula contratual, implicando a possibilidade de rescisão por iniciativa da Administração Pública. Art. 8º - Os preceitos desta lei serão obrigatoriamente observados quando da contratação e renovação de contratos de prestação de serviços com fornecimento de mão-de-obra para a Administração Pública do Estado do Piauí, para sentenciados da localidade em que se desenvolva a atividade contratada. Art. 9º - Esta lei será regulamentada por Decreto do Poder Executivo Estadual do Piauí no prazo de 120 dias de sua aprovação. Art Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio Petrônio Portela, em Teresina, 07 de dezembro de 2010.

4 DEPUTADO PAULO MARTINS JUSTIFICATIVA O presente projeto de lei visa instituir a obrigatoriedade de reserva de 10% das vagas para apenados em regime semi-aberto ou aberto, e egressos do sistema penitenciário nas contratações de obras ou serviços da Administração Pública Estadual do Piauí. O sistema penal brasileiro estabelece a pena com finalidade retributiva, associada a reabilitação do apenado e sua reinserção social como cidadão/cidadã que já pagou sua dívida com a sociedade.nesse caso, a pena deixa de ter um caráter eminentemente retributivo para assumir uma posição preventiva, educativa e socializadora, tornando-se um instrumento tanto de defesa social como de reeducação dos infratores. Por isso, a privação da liberdade deve servir para resgatar alguns valores que foram ficando esquecidos no inconsciente do apenado, sendo um grande desafio para o sistema prisional. A função preventiva da pena é de suma importância para que, em sociedade, todos os cidadãos e cidadãs possam conviver em harmonia.nossa realidade vem mostrando que o sistema penal brasileiro ainda está longe de conseguir alcançar e efetivar a função ressocializadora da

5 penalidade, o que provoca altos índices de reincidência. A reincidência é uma conseqüência desastrosa tanto para o Estado, a sociedade e o próprio apenado. Desta forma, devemos destacar a educação e o trabalho como forma de obter a reintegração social do recluso, diminuindo a distância entre a prisão e a sociedade. No entanto, o estigma de ex-presidiário ou expresidiária e o total desamparo pelas autoridades fazem com que os egressos do sistema carcerário tornem-se marginalizados no meio social, o que acaba levando-os de volta ao mundo do crime, por não terem melhores opções. As políticas públicas de reintegração social são um dos esforços para garantir a aproximação da sociedade aos apenados e minimizar as discriminações e dificuldades encontradas pelos indivíduos ao conquistar a liberdade pelo cumprimento do ato cometido. O trabalho é uma das oportunidades de reintegração, deve ser estimulado através de políticas e projetos eficazes quanto à realização e a inclusão no mercado de trabalho. Em face do exposto, resta evidente a importância desta proposta como forma contribuir para a reinserção social dos egressos do sistema prisional do Estado, incentivando as empresas a criarem postos de trabalho para as pessoas que cumpriram sua pena e precisam de recolocação no mercado. Com esses motivos, pedimos o apoio dos nobres pares para a aprovação da presente proposição que reputamos de relevante interesse público. DEPUTADO PAULO MARTINS

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