Apoio Judiciário e o Deferimento Tácito Lisboa, 6 de Abril de 2016
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- Betty Gabeira Lagos
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1 Lisboa, 6 de Abril de 2016
2 Decisão Expressa Deferimento Decisão Expressa Indeferimento - Impugnação Artigo 27.º - Prazo: 15 dias a contar do conhecimento da decisão; - Entregue no serviço da Segurança Social que aprovou o pedido; - Prova apenas documental; - Recebida a impugnação, o serviço de Segurança Social dispõe de 10 dias para revogar a decisão sobre o pedido de protecção jurídica ou, mantendo-a, enviar aquela e cópia do processo administrativo ao tribunal competente; - Tribunal competente: o da comarca do serviço de Segurança Social que apreciou o pedido de protecção jurídica ou, caso tenha sido formulado na pendência da acção, o tribunal aonde esta se encontra pendente Artigo 28.º, n.º 1; - Recebida a impugnação é distribuída, quando for caso disso, e imediatamente conclusa ao juiz que, por meio de despacho concisamente fundamentado, decide, concedendo provimento, por extemporaneidade ou manifesta inviabilidade Artigo 28.º, n.º 4; Decisão judicial é irrecorrível Artigo 28.º, n.º 5;
3 Lei n.º 34/2004, de 29/07 (com as alterações da Lei n.º 47/2007, de 28/08) Pedido Artigo 19.º Prazo de Decisão Artigo 25.º 30 dias (contínuo, não se suspende durante as férias judiciais e, se terminar em dia em que os serviços da segurança social estejam encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte) Suspensão de Prazo Artigo 8.º-B, n.º 2 se os elementos de prova não forem entregues com o pedido de apoio judiciário, notificação do requerente para os juntar no prazo de dez dias.
4 Falta de decisão sobre o apoio judiciário no prazo de 30 dias deferimento tácito Há deferimento tácito se a notificação do acto não for expedida até ao primeiro dia útil seguinte ao termo do prazo para decisão Artigo 130.º, n.º 2, do CPA; Consequências: - Menção em tribunal da formação de acto tácito; - Pedido formulado na pendência de acção judicial Tribunal solicita à Ordem dos Advogados a nomeação de patrono; - Pedido formulado antes da propositura da acção interessado solicita a nomeação de patrono;
5 - Cancelamento da Protecção Jurídica Judiciário Artigo 10.º; - Caducidade Artigo 11.º; - Aquisição de Meios Económicos Suficientes Artigo 13.º; - Anulação Administrativa Artigos 165.º, n.º 2, 166.º, 168.º, 169.º, 170.º, 171.º e 172.º do CPA;
6 Cancelamento da Protecção Jurídica: - Se o requerente ou o respectivo agregado familiar adquirirem meios económicos suficientes para poder dispensá-las; - Quando se prove por novos documentos a insubsistência das razões pelas quais foi concedida; - Se os documentos que serviram de base à concessão forem declarados falsos por decisão transitada em julgado; - Se, em recurso, for confirmada a condenação do requerente como litigante de má fé; - Se, em acção de alimentos provisórios, for atribuída ao requerente uma quantia para custeio da demanda; - Se o requerente a quem tiver sido concedido apoio judiciário em modalidade de pagamento faseado não proceder ao pagamento de uma prestação e mantiver esse incumprimento no termo do prazo que lhe for concedido para proceder ao pagamento em falta acrescido de multa equivalente à prestação em falta;
7 Caducidade - Pelo falecimento da pessoa singular ou pela extinção ou dissolução da pessoa colectiva a quem for concedida, salvo se os sucessores na lide, no incidente da sua habilitação, juntarem cópia do requerimento e os mesmos vierem a ser deferidos; - Pelo decurso do prazo de um ano após a sua concessão sem que tenha sido prestada consulta ou instaurada acção em juízo, por razão imputável ao requerente;
8 Aquisição de Meios Económicos Suficientes - Caso se verifique que o requerente de protecção jurídica possuía, à data do pedido, ou adquiriu no decurso da causa ou no prazo de quatro anos após o seu termo, meios económicos suficientes para pagar honorários, despesas, custas, imposto, emolumentos, taxas ou quaisquer outros encargos de cujo pagamento haja sido declarado isento, é instaurada acção para cobrança das respectivas importâncias pelo Ministério Público ou por qualquer outro interessado; - Presume.se aquisição de meios económicos suficientes a obtenção de vencimento na acção, ainda que meramente parcial, salvo se, pela sua natureza ou valor, o que se obtenha não possa ser tido em conta na apreciação da insuficiência económica;
9 Anulação Administrativa acto administrativo que determina a destruição dos efeitos de outro acto, com fundamento em invalidade Artigo 165.º, n.º 2, do CPA; Actos constitutivos de direito dentro do prazo de um ano a contar da data da respectiva emissão Artigo 168.º, n.º 2, do CPA; Produz efeitos repristinatórios Artigo 171.º, n.º 4, do CPA;
10 Confronto entre o regime do artigo 31.º da Lei n.º 34/2004, de 29/07 e o artigo 168.º, n.º 2 do CPA quanto ao prazo;
11 Jurisprudência: Tribunal da Relação de Lisboa - Ac de 28/11/2013 (Proc. n.º 2645/13.0TBBRL.L1 6) Des. Fátima Galante; - Ac de 21/06/2011 (Proc. n.º 6650/07.7TDLSB.L1-5) Des. Margarida Blasco;
12 Ac da Relação de Lisboa de 28/11/ Em caso de apreciação da pretensão de concessão de protecção jurídica não resulta o afastamento das demais regras que disciplinam o procedimento administrativo, mormente, as regras que prevêem a possibilidade de prolação de acto expresso de indeferimento por parte da entidade administrativa sobre a pretensão formulada pelo interessado, revogando o deferimentotácito (cfr. arts. 135.º, 136.º, 138.º, 139.º, 140.º, 141.º, 142.º, 143.º, 144.º, 145.º todos do CPA). 3 - A formação de acto tácito de deferimento concede ao requerente o direito que reclama, mas a prolação do acto expresso que indefere tal pretensão faz desaparecer da ordem jurídica o mencionado acto tácito, na medida em que o acto tácito constitui mera manifestação de vontade presumida.
13 Ac da Relação de Lisboa de 21/06/2011 Iº Tendo sido dirigido requerimento de protecção jurídica aos serviços da Segurança Social, o mesmo considera-se tacitamente deferido logo que decorra o prazo de trinta dias, sem que tenha sido proferida uma decisão (art.25, nº2, da Lei nº34/04, de 29Julho, com as alterações introduzidas pela Lei nº47/07, de 28Agosto); IIº Não obsta àquele deferimento tácito o facto do departamento de atendimento da Segurança Social não ter remetido, naquele prazo, o requerimento ao departamento competente para apreciação do pedido; IIIº A lei prevê a possibilidade da protecção jurídica ser revista, com possibilidade de ser retirada em casos devidamente especificados; IVº Contudo, formado o deferimento tácito, não pode a Segurança Social retirar a protecção jurídica com base nos elementos inicialmente apresentados, o que não se traduz em revisão do pedido, mas em apreciação, prejudicada pelo deferimento tácito; Vº Se após o deferimento tácito, a Segurança Social vem a proferir decisão expressa indeferindo o pedido de protecção jurídica, o requerente não tem que impugnar esse indeferimento, uma vez que existe um acto administrativo de deferimento tácito anterior, válido e em vigor;
1/40. Link para o texto original no Jornal Oficial. JusNet 88/2004
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