Keywords: INTRODUÇÃO

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1 Capacidade predatória da tesourinha sobre o pulgão em Couve Flor Nayla Fábia Ferreira do Nascimento 1 ; Tamara O Marques 1 ; Larissa C Costa 1 ; Damiana F da Silva 2 ; Jacinto de L Batista 3. 1 Graduanda do Curso de Ciências Biológicas; 2 Mestranda em Agronomia UFPB/CCA; 3 Professor Associado I - UFPB/CCA. naylafabia@hotmail.com, amara_10prince@hotmail.com, larissinha-cavalcante@hotmail.com, damyagro@hotmail.com, jacinto@cca.ufpb.br. RESUMO A cultura da couve destaca-se como uma das Hortaliças mais apreciadas em todos os locais do Brasil, no entanto a freqüência de insetos praga nessa cultura é muito elevada, principalmente os pulgões, levando a intervenções com o uso de inseticidas para redução populacional. Considerando-se a necessidade de busca de meios alternativos ao uso de produtos químicos, e constatando-se a atividade predadora natural dos dermápteros, objetivou-se neste trabalho avaliar a potencialidade de predação de E. annulipes de 1 e 3 instar sobre pulgões Brevicoryne brassicae (L) na variedade couve flor. O experimento foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foram separadas dez ninfas de 1º instar e dez ninfas de 3º instar de E. annulipes para serem alimentadas com o pulgão B. brassicae. Observou-se que a predação foi mais elevada no 3º. Instar com média de 50,71 pulgões. Para o 1º. Instar, a maior predação do pulgão ocorreu 19,10 pulgões. Já o pulgão adulto foi consumido em menor quantidade pelo inseto predador E. annulipes. Dessa maneira pode-se verificar que a tesourinha apresenta elevada capacidade de predação para pulgões jovens, demonstrando potencial de utilização em programas de controle biológico do pulgão B. brassicae em início de infestação. PALAVRAS-CHAVES: Euborellia annulipes, Brevicoryne brassicae, Hortaliça, inseto predador, controle biológico. ABSTRACT Predatory capacity of scissors on the aphid Cauliflower The culture of the kale stands out with one of the most appreciated Vegetables in all parts of Brazil, however the frequency of insect pests on this crop is very high, especially aphids, leading to interventions with the use of insecticides for population reduction. Considering the need to seek alternative means to chemical use, and noting was the activity of natural predator dermápteros, this study aimed to evaluate the potential predation of E. annulipes of 1st and 3rd instar aphids Brevicoryne brassicae (L) on cauliflower in variety. The experiment was conducted in a completely randomized, and the averages compared by Tukey test at 5% probability. Ten insects were separated from one instar nymphs and ten third-instar E. annulipes to be fed with the aphid B. brassicae. It was observed that predation was S1095

2 higher in the 3rd. Instar with an average of young, showing potential for use in biological aphids. For the 1 st. To urge the greatest predation of the aphid was aphids. But the adult aphid was consumed in smaller quantities by the insect predator E. annulipes. Thus we can see that the earwig has a high capacity for predation aphids control programs of the aphid B. brassicae in the beginning of infestation. Keywords: Euborellia annulipes, Brevicoryne brassicae, Vegetable, insect predators, biological control. INTRODUÇÃO A couve está entre as dez hortaliças mais apreciadas para consumo in natura no Brasil, sendo uma das folhosas de maior importância econômica. Durante o desenvolvimento vegetativo, a cultura pode ser prejudicada com a ocorrência de elevada e freqüente infestação de pulgões, o que interfere negativamente na produção e na qualidade do produto. O pulgão da couve Brevicoryne brassicae (L) (Hemiptera: Aphididae) é conhecido como uma das mais importantes pragas de brássicas no Brasil, sendo considerado praga-chave da couve. Atacam as folhas sugando a seiva, em consequência, induzem o encarquilhamento e o enrolamento das folhas, além disso, são vetores de vírus (Gallo et al., 2002). No Brasil, a importância de B. brassicae como praga vem aumentando devido à intensificação da produção de brássicas, à crescente demanda por produtos de boa qualidade e às dificuldades para se obter adequado controle desse inseto em várias culturas. As alterações que ocorrem nas densidades populacionais de pulgões são pouco compreendidas, contudo algumas características da dinâmica populacional desses insetos podem ser destacadas (Gravena, 1992). Sendo assim a ação de predadores e parasitóides é importante na redução de populações de pulgões, tendo sido verificado por Raworth et al., (1984) que insetos predadores, atuando na parte aérea de brássicas, foi a causa principal do declínio populacional de B. brassicae. No controle de pragas, a utilização de métodos convencionais traz frequentemente, algum tipo de impacto negativo aos componentes do agroecossistema, sobretudo a fauna benéfica, e ao meio ambiente como um todo. As pesquisas na área de controle biológico buscam gerar tecnologias que proporcionem alta produtividade, custos baixos e preservação do meio ambiente, constituindo-se num componente indispensável para instituir programas de manejo de pragas. Neste contexto, a espécie, Euborellia annulipes (Lucas) (Dermaptera: Carcinophoridae) tem sido relatada como um promissor agente de predação para pulgões e ovos de diversas espécies de lepidópteros. Sendo assim, considerando-se a necessidade crescente do consumo de produtos sem resíduos de agrotóxicos, principalmente em se tratando de hortaliças folhosas, o método de controle biológico é S1096

3 uma alternativa indiscutível na redução populacional de insetos-pragas resultando no oferecimento de um produto de boa qualidade e aceitação no mercado além de não contaminar o ambiente. A freqüência de infestação do pulgão da couve implica em controle contínuo, característica desejável para o uso de inimigos naturais e intoleráveis para aplicação de agrotóxicos. Desta forma objetivouse analisar a capacidade predatória e algumas características biológicas da tesourinha Euborellia annulipes alimentadas com o pulgão Brevicoryne brassicae em Couve Flor. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida no Laboratório de Entomologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba Campus II com o predador Euborellia annulipes de 1º. e 3º. ínstares. As ninfas foram mantidas em placa de Petri de 9,0cm de diâmetro e 1,5cm de altura, revestidas com papel absorvente, sendo uma ninfa por placa. As ninfas eram alimentadas diariamente com pulgões B. brassicae de 1º, 2º. ínstar e pulgões adultos, com a quantidade de pulgões pré-determinada (quinze pulgões). Semanalmente era realizada a troca do papel que revestia o fundo das placas, mantendo-as em condições assépticas. Os ensaios 12 foram conduzidos a 23 ± 1ºC, UR de 70 ± 10% e fotofase de 12 horas. Os pulgões eram provenientes de criação estabelecida em casa de vegetação do CCA/UFPB Campus II, em plantação de Couve Flor cultivadas em vaso com capacidade de 10L (Figuras 1 e 2). O consumo dos pulgões pela tesourinha foi quantificado pela diferença dos pulgões ofertados em relação aos pulgões restantes na placa. Foi quantificado também o período em dias da mudança do 1º. e 3º. instar das tesourinhas alimentadas com os pulgões e dieta artificial a base de ração para frango. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado sendo dez repetições para cada tipo de alimentação, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Todas as análises estatísticas foram realizadas usando o programa estatístico ASSISTAT (7.0) (Silva e Azevedo). RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se que o consumo de pulgões pelas tesourinhas de 1º. e 3º. instares foi preferencialmente pelos pulgões de 1º. instar (Tabela 1). O maior consumo de pulgões ocorreu no 3º instar da tesourinha com média de 50,71 pulgões de 1º instar. Resultados semelhantes foram encontrados por Alvarenga et al. (1995 a e b) para predação de D. luteipes sobre S. graminum. Para tesourinha de 1º instar a maior média de consumo foi de 19,10 pulgões de 1º instar. O pulgão adulto foi consumido em menor quantidade pelo inseto predador E. annulipes de 1º e 3º instares 02,61 e 14,02 respectivamente. Dessa maneira pode-se verificar que a tesourinha apresenta elevada S1097

4 capacidade de predação para pulgões jovens, demonstrando potencial de utilização em programas de controle biológico do pulgão B. brassicae em início de infestação. A duração do 1º instar do predador E. annulipes não diferiu estatisticamente quando alimentadas com as dietas testadas, o 3º instar da tesourinha teve aumento de duração quando alimentado com pulgões B. brassicae de 2º instar e adulto com medias de 13,90 e 11,40 dias, diferindo estatisticamente das ninfas de tesourinha alimentadas com pulgões de 1º instar e com a dieta artificial (Tabela2). Esses resultados se assemelham aos encontrados por Bohart (1947), para E. annulipes sobre Crambus bonifatellus (Hulst) (Lepidoptera: Crambidae) e por Pinto et al. (2005) para E. annulipes sobre ovos de Anagasta Kuehniella. De acordo com os dados aqui relatados a tesourinha apresentou alta capacidade predatória para pulgões, bem como os mesmos ao serem introduzidos em sua dieta aumentou o tempo de duração do 2 e 3 instar destas, demonstrando assim que a tesourinha possui potencial de utilização em programas de controle biológico do pulgão. REFERÊNCIAS ALVARENGA CD; VENDRAMIM JD; CRUZ I. 1995a. Biologia e predação de Doru luteipes (Scudder) sobre Schizaphis graminum (Rondani) criado em diferentes genótipos de sorgo. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 24, n. 3, p ALVARENGA CD; VENDRAMIM JD; CRUZ I. 1995b. Controle integrado de Schizaphis graminum (Rondani) em sorgo através de genótipos resistentes e do predador Doru luteipes (Scudder). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 24, n. 3, p BOHART, R. M Sod webworms and other lawn pests in California. Hilgardia, v. 17, n. 8, p GALLO D; NAKANO O; SILVEIRA NETO S; CARVALHO RPL; BAPTISTA GC; BERTI FILHO E; PARRA JRP; ZUCCHI RA; ALVES SB; VENDRAMIM JD; MARCHINI LC; LOPES JRS; OMOTO C Entomologia Agrícola. FEALQ, Volume 10, Piracicaba, p GRAVENA S Controle Biológico no Manejo Integrado de Pragas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.27, n.3, p PINTO DM; STORCH G; COSTA M Biologia de Euborellia annulipes (Dermaptera: Forficulidae) em laboratório. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, Ano IV, N. 8. RAWORTH DA. et al Population dynamics of the cabbage aphid, Brevicoryne brassicae (Homoptera:Aphididae). Vancouver, British Columbia. I. Sampling methods and population trends. Canadian Entomologist, Ottawa, v.116, p SILVA FAZ & AZEVEDO CAV. Versão do programa computacional Assistat para o sistema operacional Windows. S1098

5 Tabela 1 Capacidade predatória da tesourinha Euborellia annulipes de 1º e 3º instar em pulgões B. brassicae de 1º, 2º instar e adulto. Predatory capacity of earwig Euborellia annulipes of 1 and 3 in aphids instar B. brassicae 1st, 2nd instar and adult. Consumo de Pulgões Dieta Tesourinha 1º. Instar Tesourinha 3º. Instar Pulgão 1º. Instar 19,10a 50,71a Pulgão 2º. Instar 08,82b 21,67b Pulgão Adulto 02,61c 14,02c Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente (Tukey α<0,05). Means followed by same letter in column do not differ (Tukey α<0,05). Tabela 2 Duração em dias do 1º. e 3º. Instares de Euborellia annulipes alimentadas com Dieta artificial, pulgões de 1º instar, pulgões de 3º instar, e pulgões adultos. Duration in days of the 1st. and 3. Instars of Euborellia annulipes fed artificial diet, aphids from one instar, third instar aphid, aphids and adult. Dieta Duração 1º. Instar (dias) Duração 3º. Instar (dias) Artificial 8,20a 8,60a Pulgão 1º. Instar 7,90a 10,70a Pulgão 2º. Instar 8,10a 13,90b Pulgão Adulto 9,00a 11,40b Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente (Tukey α<0,05). Means followed by same letter in column do not differ (Tukey α<0,05). S1099