Começandode Jerusalém

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2 JOHN FOSTER Professor de História Eclesiástica da Universidade de Glasgow * Começandode Jerusalém A EXPANSÃO CRISTÃ ATRAVÉS DE DEZESSETE SÉCULOS Tradução de MOYSÉS MARTINS DE AGUIAR * 1961 IMPRENSA METODISTA. SÃO PAULO

3 ÍNDICE CAPÍTULOS PÁGINA I Começando de Jerusalém II A.D.: Penetração nos Três Continentes III A.D.: Reveses no Ocidente e no Oriente com algumas Compensações IV A.D.: Renova-se o Progresso V A.D.: Perda Oriental e Declínio Ocidental, Mas Esperança à Frente VI A.D.: Através de Quatro Continentes Post-scriptum A Vinda do Maior de Todos os Períodos MAPAS I Começando de Jerusalém Conflito Sobre o Corredor II Rotas da Expansão do Cristianismo no 13. e 14. Séculos III Através dos Quatro Continentes

4 CAPÍTULO PRIMEIRO COMEÇANDO DE JERUSALÉM Duas notas vibram no final de cada um dos Evangelhos. A primeira é uma nota de triunfo, por causa de uma obra completada. A segunda é uma nota de desafio para uma tarefa a ser iniciada (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15, 19,20; Lucas 24:44-49). Nosso Senhor viveu, morreu e ressuscitou dos mortos. Comissiona seus discípulos para levarem as boas novas por toda parte. Assim Lucas, tendo escrito "acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar", tem de acrescentar um segundo volume, os Atos dos Apóstolos, a respeito de uma obra de Jesus continuada por aqueles a quem enviou. Os Atos são o primeiro livro da História da Igreja. Agora vamos seguir essa história, através de mais de sessenta gerações, até que atinja "aos confins da terra". Lucas, no final de seu primeiro volume usou de uma frase (24:47) e no começo do segundo volume voltou à idéia (Atos 1:8) "começando por Jerusalém". Cerca de cem anos mais tarde, Celso, um escritor anticristão, zombava da origem palestina do Cristianismo: Se Deus quisesse salvar a humanidade, por que enviaria seu espírito a um recanto da terra? Apenas o escritor de uma farsa imaginaria o Filho de Deus sendo enviado aos Judeus. Todavia o mapa mostra a Palestina não como um recanto qualquer da terra, mas como um corredor ligando vastas porções de terra da Eurásia e da África. O fundo de toda a história do Antigo Testamento é o fato deste corredor e das duas áreas da antiga civilização que ele ligava. Os israelitas foram escravos no Egito, a potência norte-africana do vale do rio Nilo. Fugiram e estabeleceram-se precariamente na Palestina. Precariamente, porque do outro lado estava a Babilônia, o poder ocidental da Ásia da região dos rios Tigre e Eufrates. A Palestina, em si mesma, era excessivamente pequena e pobre para ter qualquer importância, mas os dois grandes poderes deviam calcá-la sob seus pés, sempre que se movimentavam um contra o outro. Este é o desastre a cujo respeito os profetas falaram, e que terminou rio cativeiro dos judeus em Babilônia. Da escravidão no Egito ao cativeiro em Babilônia, e tudo porque moravam num corredor! Todavia os profetas vêem o propósito de Deus nisso tudo. Como se o conflito entre as grandes potências africana e asiática não fossem bastante, antes de se abrir o Novo Testamento, as potências européias se ajuntaram ali. Alexandre, o Grande, da Macedônia, movimentando seus exércitos em direção às fronteiras da Índia, ocupou o corredor (a Palestina) em 336 A.C.. Depois, em 64 A.C.,

5 vieram os romanos e dominaram o que encontrassem pela frente. Até o tempo de Cristo, então, a importância estratégica da Palestina pode ser percebida em um conflito tri-continental (Norte da África, Ásia Ocidental e Europa Meridional) em um corredor (colocado no mapa n. 1, pág. 25). Quando chegamos ao Novo Testamento o quadro se muda (como no mapa n. 1, pág. 24). Encontramos o Cristianismo "começando de Jerusalém". As setas, em lugar de convergirem para o corredor, voltam-se para fora dele, em três direções, Ásia, África e Europa, para marcarem o progresso de uma religião universal. No mar Mediterrâneo Oriental, quais foram as chances para tal progresso naquele tempo? O apóstolo Paulo diz que o nascimento de Nosso Senhor se deu "quando veio a plenitude dos tempos" (Galatas 4:4). O evangelista Marcos registra como o começo de sua pregação: "O tempo está cumprido" (Marcos 1:15). Tudo estava preparado; a oportunidade estava aqui. Indaguemos se o mesmo se dava com respeito às comunicações. Precisamos atentar para duas áreas as terras que circundam o mar Mediterrâneo, onde havia as melhores estradas do mundo e o mais seguro transporte terrestre, e o Oceano Índico em que os marinheiros eram mais ousados. O erudito cristão, Orígenes, que nasceu em Alexandria em 185 A.D., assim escreveu do Império Romano e de seu lugar nos propósitos de Deus: O Mestre disse: "Ide e fazei discípulos de todas as nações." Ora, é certo que Jesus nasceu no reinado de Augusto (31 A.C.-14 A.D.) o qual, por assim dizer, fundiu em um só império tantas populações do mundo. Se tivesse havido muitos reinos por toda parte, os homens estariam lutando e guerreando cada um por sua terra natal, e isso teria impedido a disseminação da doutrina de Jesus por toda a terra. Desde os dias do apóstolo Paulo até o nascimento de Orígenes, as terras do Mediterrâneo haviam gozado paz sob um só governo. Além da paz romana, havia as estradas romanas, não simplesmente caminhos, mas construídas e pavimentadas, com uma pedra para indicar cada milha, e levando, todas elas, se pudéssemos percorrê-las completamente, ao "marco de ouro" na praça da cidade em Roma. Esse marco era uma coluna enfeitada, e nela estavam os nomes das estradas, e das cidades principais de todo o império de onde procediam. Por essas estradas viajava-se mais confortavelmente do que nunca dantes. Dificilmente as coisas seriam tão boas outra vez, jamais melhor, até o aparecimento da estrada de ferro no

6 século 19. Nos dias de Paulo não se viajava muito depressa. De carruagem, a cavalo, a burro ou jumento, conforme cada um podia, 100 a 150 quilômetros por dia era uma boa caminhada sem dúvida excessivamente boa para o jumento. Dificilmente poder-se-ia descrever como era confortável uma viagem por mar. Uns 66 metros de comprimento era um bom tamanho para um navio. No que Paulo viajou havia a bordo 276 ou 76 pessoas? (Atos 27:37; alguns manuscritos sugerem 76). Josefo, um famoso historiador judeu e contemporâneo de Paulo, relata ter sido um de 600 passageiros. Era costume propício conservar ancorados os navios de novembro até princípios de março por medo das tempestades de inverno. Os marinheiros neste mar ocidental bem circundado de terra eram mais limitados em sua navegação do que os do Oceano Índico, para o qual devemos nos voltar agora. Para viajar do Mediterrâneo Oriental para o Oceano Índico, dever-se-ia atravessar a Síria até o rio Eufrates e o golfo Pérsico; ou atravessar a Palestina até o golfo de Ácaba e o mar Vermelho. Se se saísse de Alexandria, no Egito, seria melhor tomar um barco e subir o Nilo por uns 700 quilômetros até Coptos, e então gastar uma semana atravessando o deserto até Mios-Hormos (= Porto de Mexilhão) na costa do Mar Vermelho (mapa I, pág. 24). Três escritores gregos contemporâneos dos apóstolos descrevem o aumento do tráfego até esta região do Oceano Índico nesta mesma ocasião. O primeiro é o escritor do Periplus (=Viagem), um guia do Oceano Índico. Narra a respeito da navegação indiana, árabe e grega por volta de 60 A. D.. Os indianos se abasteciam em Bhoach (ao norte de Bombaim) e comerciavam até a foz do Mar Vermelho, e desciam a costa africana até Zanzíbar. Os árabes tinham como base Moca (a oeste de Aden):...apinhada de proprietários de navios e de marinheiros, e ocupada com o comércio, porque se ocupou com o tráfego nas costas inferiores da África e com Ariaca (a noroeste da índia), mandando para lá os seus navios. Os gregos navegavam de Mios-Hormos, ou descendo pelas costas do Mar Vermelho, e depois pelo sul até Zanzíbar, ou rumo ao norte além do golfo Pérsico até a Índia e Ceilão. O escritor menciona o uso da monção sul-ocidental, que produz tempestades e chuvas de junho a setembro. Marujos gregos, navegando junto às costas, antigamente consideravam esta como o fim da estação. Agora reencetaram novamente seguindo provavelmente o exemplo indiano e o árabe, a navegação antes da tempestade, e deixavam-na impeli-los para muito longe da terra, em direção

7 a Broach ou Cranganore (mapa I, pág. 24). O tempo da monção no mar Arábico significava desconforto e perigo para aqueles pequenos navios à vela, mas também significava rapidez. Um negociante de Alexandria podia chegar à Índia, comprar sua pimenta, especiarias, perfumes, musselinas, pérolas, marfim, osso de tartaruga e prata, e viajar de volta para o seu país, gastando apenas seis meses de ida e volta. A segunda descrição trata do volume crescente desse comércio. É Estrabão, que morreu em 25 A.D., quem informa: A princípio não mais de 20 navios por ano aventurariam a cruzar o golfo Arábico, visto que deveriam atravessar os estreitos, mas agora grandes frotas são enviadas para terras tão distantes como a Índia e as extremidades da África, de onde o carregamento mais precioso segue de regresso para o Egito. A terceira descrição vem de Plínio, o Antigo, que escreveu sua História Natural por volta de 70 A.D. Queixava-se ele que aqueles navios orientais estivessem empenhados em um comércio de luxo, que na ocasião drenavam anualmente do Império Romano a respeitável soma de 100 milhões de sestércios (moeda romana). Podemos calcular essa quantia em nossa própria moeda lembrando-nos que um denário (moeda romana de prata) valia quatro sestércios, e, conforme Mateus 20:2, um denário correspondia ao salário de um dia de um jornaleiro no tempo de Cristo, ou seja, ao salário de um dia de trabalho. Depois de admirar a vastidão do mundo daqueles antigos marinheiros, consideremos as suas limitações. O escritor do Periplus, quando a sua descrição atinge o sul de Zanzíbar, diz: "O oceano inexplorado se volta para o ocidente". Para os marinheiros o conhecimento da África terminava ali, até o aparecimento do navegador português Vasco da Gama (pág. 75) em E na costa oriental da Índia, depois de mencionar a foz do Ganges, e um tanto mais para o oriente, Malaia, o escritor do Periplus fala da China: "Esta não é de fácil acesso. Poucos, e raramente, procedem de lá". Todavia o Império Chinês, tão grande e tão civilizado quanto o dos romanos, e muito mais antigo, teve algumas relações com os romanos. Até o século IV A.D., os chineses eram o único povo da terra que cultivava o bicho-da-seda, e desde antes do tempo de Cristo a seda era procurada pelas mulheres ricas do Império Romano. Pequenas quantidades eram levadas para o Himalaia e embarcadas para o ocidente pelos portos indianos; mas o maior tráfico continuava por terra até o golfo Pérsico, tendo os partos (povo de Partia, antiga região correspondente atualmente mais ou

8 menos ao Coraçã, no Irã) como intermediários desse comércio lucrativo. A história oficial da China "História da Última Dinastia de Han" preserva o registro de sua delegação comercial à capital chinesa em 166, A.D. dos territórios do "Rei An-tun". Isto se refere ao imperador romano, Marco Aurélio Antonino. O que os romanos queriam era, sem dúvida, seda mais barata, comprando diretamente. E o registro chinês continua: "Desde essa ocasião começou um intercâmbio diretamente com aquele país". E assim, um século após a morte dos apóstolos Pedro e Paulo (tradicionalmente dadas como em 64 A.D.), podemos dizer que as comunicações do Mediterrâneo Oriental, de onde se expandia o Cristianismo, se estendia mesmo até o mar da China. As crenças fundamentais da religião cristã a respeito de Deus e do mundo, são: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu..." "Ide por todo o mundo e pregai..." Em nenhum período anterior uma parte tão grande do mundo estivera aberta diante dos homens.

9 CAPÍTULO SEGUNDO A.D.: PENETRAÇÃO NOS TRÊS CONTINENTES Nos Atos Apostólicos o evangelista Lucas "começa de Jerusalém" (Capítulos 1 a 5) e continua contando da pregação mais ampla, que inclui os samaritanos e os gentios (6-12). Então, de Antioquia começa a Missão Gentia completa (13-28). Termina quando o Apóstolo dos gentios chega à Roma. O próprio autor entra na história (escrevendo "nós" em vez de "eles" de Atos 16:10 em diante) no ponto em que Paulo navegou para a Europa. Alguns têm pensado que o Homem da Macedônia (Atos 16:9) na visão de Paulo, talvez tenha sido o próprio Lucas. Um médico de Filipos, poderia ter sido chamado quando Paulo estava doente em Trôade (o significado de 16:7, 8?) e poderia ter conversado com ele sobre as oportunidades do lado europeu. De todos os escritores bíblicos Lucas é o único que não é judeu asiático, o único que talvez tenha começado com uma conexão européia. Nesse caso, este primeiro livro de história eclesiástica (Atos dos Apóstolos), embora começando na Ásia, trata da difusão do Cristianismo em direção ao ocidente (Europa). Entretanto Lucas faz uma sugestão ocasional do progresso do Cristianismo rumo ao oriente, penetrando na Ásia, e rumo ao sul, na África. No dia de Pentecostes, diz ele, havia muitos em Jerusalém que tinham vindo do Tigre (2:9) e do Norte da África (2:10). Parece implicar que os judeus e prosélitos da Dispersão estavam principalmente entre os "três mil... que lhes foram acrescentados naquele dia" (2:39, 41). Deixa à nossa imaginação o que aconteceu quando voltaram para casa. O eunuco etíope, após o seu batismo "jubiloso, continuou o seu caminho" (8:39). Seu caminho fá-lo-ia subir o Nilo 1500 quilômetros até Meroe, no Sudão. Que fez este homem "de grande autoridade" para espalhar a fé cristã naquele lugar? Costumamos pensar que o Novo Testamento é um livro à parte, mas não há nenhum hiato entre a era apostólica e a história eclesiástica posterior. Muitas das condições dos tempos do Novo Testamento permanecem as mesmas, ou mudam gradualmente. Um exemplo disto encontramos nas igrejas reunidas em casas. Lucas descreve a primeira congregação após a ascensão de Jesus como sendo constituída de 120 pessoas reunidas no cenáculo de uma casa de Jerusalém (Atos 1:13-15) provavelmente a casa onde Jesus celebrou a Última Ceia (Lucas 22:12). Cada congregação mencionada nos Atos e nas Epístolas é semelhantemente "a igreja que está em tua casa" (Romanos 16:5). Até o ano 200 quase todo culto cristão continuava sendo na casa de alguém. Escolhiam talvez uma casa que tivesse uma sala bastante grande, e uma

10 em que provavelmente não fossem perturbados. Em tempos de perigo e perseguição mantinham o lugar em segredo, salvo aos amigos em quem podiam confiar. Depois do ano 200 ouvimos de lugares onde havia um pequeno edifício especial, chamado "a casa do Senhor". Então, no ano 261 o Império Romano parecia preparado para tolerar o cristianismo, e em algumas cidades os cristãos se aventuravam a construir uma "basílica", um salão retangular com uma extremidade oriental arredondada para a Mesa do Senhor. Nas últimas perseguições do Império Romano começadas em 303, o primeiro ato consistia muitas vezes em demolir ou incendiar tal igreja. Depois de 312 terminaram as perseguições do Império Romano, e aumentaram as propriedades da igreja. Por que meios o cristianismo se espalhou? Eis quatro retratinhos e novamente quão próximos do espírito do Novo Testamento! Primeiro havia missionários de tempo integral, descritos algumas vezes como "sucessores dos apóstolos". Cerca do ano 250, Orígenes, que conhecia bem o noroeste da África e a Ásia ocidental, escreveu: Os cristãos fazem tudo o que podem para espalhar a Fé pelo mundo. Alguns deles, portanto, têm por profissão peregrinar, não apenas de cidade em cidade, mas também por aldeias e povoados, a fim de conseguirem novos conversos para o Senhor... e o povo é hospitaleiro a esses mensageiros da Fé. Segundo, ouvimos do testemunho de leigos comuns, alguns deles da classe mais humilde. Aqui está um não-cristão, escrevendo a respeito de escravos "infeccionando" toda uma família com o cristianismo. A data é cerca de 180 A.D., e o lugar pode ser Alexandria ou Roma: Vemos em casas particulares tecelões, sapateiros, lavadeiros, e pessoas da classe mais inculta e grosseira. Não ousam abrir suas bocas na presença de seus anciãos ou de seus senhores mais sábios. Mas dominam as crianças em particular, e todas as mulheres que são tão ignorantes quanto eles mesmos... "Somente nós", dizem eles, "sabemos como os homens devem viver. Se vocês, crianças, fizerem como nós dizemos, serão felizes e ainda farão felizes os seus lares." Enquanto estão falando vêem aproximar-se um dos professores da escola... ou mesmo o próprio pai... Então murmuram: "Em sua presença aqui não podemos explicar... mas vocês podem vir com as mulheres e com os seus companheiros de brinquedos aos aposentos das mulheres, à oficina do sapateiro, ou à lavanderia, para que possam obter tudo o que há". Com palavras semelhantes a estas conquistam-os completamente.

11 Terceiro, há a influência do exemplo cristão. Justino, nascido na Palestina, convertido em Éfeso, e, por volta de 150, um pregador cristão em Roma, escreveu: Nosso Senhor ordenou-nos que pela paciência e mansidão tiremos a todos da vergonha e da cobiça do mal. E isto devemos mostrar no caso de muitos que têm estado em contacto conosco, que foram vencidos e mudados de caracteres tirânicos e violentos, ou por terem observado a constância da vida de seus vizinhos cristãos, ou por terem observado a paciência maravilhosa dos viajantes cristãos quando taxados em excesso (na estalagem e nas barreiras alfandegárias), ou por fazerem negócio com cristãos. E quarto, devemos acrescentar os mártires a própria palavra original significando "testemunhas". Os homens prontos a sofrerem e morrerem por sua fé foram um desafio para todos os que os contemplavam. Tertuliano, de Cartago, no Norte da África, cerca de 197 A.D. escreveu: Quanto mais somos ceifados por vós, mais aumentamos. O sangue dos cristãos é semente. Muitos de vossos próprios escritores ensinam os homens a encararem corajosamente a dor e a morte, mas não ganham discípulos como os cristãos o fazem. São professores de palavras, mas não de obras. Esse foi o modo pelo qual o próprio Tertuliano se converteu. Com retratos como esses em mente, podemos agora considerar, os três continentes, cada um por sua vez: ÁSIA: Os cristãos não esqueciam que sua religião tinha começado em Jerusalém. Nos séculos 2 e 3 conheciam e visitavam alguns dos lugares sagrados. Helena, mãe do imperador Constantino, ela mesma, em 326 A.D. foi peregrinar, e São Jerônimo, em 385, chefiou um grupo que incluía nobres senhores de Roma, não apenas para visitar os lugares santos, mas também para se estabelecerem como monges e freiras em Belém, na Palestina junto à igreja da Natividade. Entretanto, mesmo nos tempos neo-testamentários, igrejas não judias além da Palestina tinham começado a ter a primazia, especialmente Antioquia, na Síria. Foi ali que o apelido "cristão" foi usado pela primeira vez (Atos 11:26); e dali começou a principal expansão para o ocidente (Atos 13:1-3). Antioquia continuou sendo a Grande Sé (a Igreja pastoreada pelo Bispo ou que ficava no lugar onde o Bispo residia) do oriente. As outras Grandes Sés foram Alexandria no Egito, e Roma no ocidente, acrescentando-se Jerusalém por causa do seu passado, fundada como a nova Capital cristã, em 330. Estes cinco bispos, mais tarde foram chamados "Patriarcas".

12 De todos os trabalhos missionários iniciados em Antioquia, parece que os que obtiveram maior êxito foram os da Ásia Menor. Podemos avaliar sua importância pelo fato que, dos 27 livros do Novo Testamento, quase a metade ou foi escrita na Ásia Menor, ou escrita como cartas às Igrejas de lá. Continuou por muito tempo como o lugar onde os cristãos eram mais numerosos. Em 112, Plínio, o Moço (sobrinho do Plínio citado na pág. 7) escreveu ao imperador Trajano, perguntando como ele, na qualidade de governador na Bitínia, deveria tratar os números crescentes desta nova religião: Muitas pessoas de todas as idades e de ambos os sexos estão incluídas. Os templos (pagãos) estão quase desertos... E ela (a fé cristã) continuará. E trabalho missionário continuou, apesar da perseguição. No Ponto, a leste da Bitínia, encontramos o primeiro movimento em massa, sob o bispo Gregório, que foi bem cognominado "Taumaturgo, o operador de maravilhas". Em sua cidade de Nova Cesárea, diziam, havia apenas dezessete cristãos quando ele começou, em 270; quando morreu, apenas dezessete não-cristãos. Um bispo posterior, cuja família veio do Ponto, descreve o trabalho de Gregório: Bem de manhã multidões se reuniam à sua porta, com os velhos, os possessos de demônios, e outros necessitados. E lá estava ele para pregar, perguntar, exortar, ensinar, ou curar. Foi por isso que atraiu muitos homens para o Evangelho, porque viam o poder de Deus, do mesmo modo que o ouviam. Por volta do ano 380 esse mesmo escritor reclama a mesma coisa para a sua própria parte da Ásia Menor, na Capadócia: Dificilmente se poderia contar tantos altares (cristãos) em todo o resto do mundo! A Igreja de Antioquia que enviou Paulo e Barnabé para o ocidente também foi responsável por levar o Evangelho a 240 quilômetros para o oriente, atravessando a fronteira do Império Romano, à pequena cidade de Edessa (hoje Urfa). Uma antiga tradição cita uma carta (uma oração!), que se supõe escrita pelo rei de Edessa a nosso Senhor: Os judeus murmuram contra ti, e desejam fazer-te mal. Eu tenho uma cidade, pequena mas formosa, que é bastante para dois (reis).

13 Isto parece ser uma tentativa de recuar para uma data anterior algo que aconteceu por volta do ano 200. O rei se converteu, e Edessa se tornou o primeiro estado (cidade-estado) a fazer do cristianismo sua religião oficial. Edessa pode orgulhar-se de duas outras "primeiras coisas" a primeira construção de edifício de igreja mencionada alhures (destruída ali por uma inundação, em 201), e a primeira tradução dos Evangelhos do seu original grego (a harmonia siríaca dos Quatro Evangelhos, de Taciano, c. 160). Edessa produziu grande cópia de literatura cristã siríaca, tanto traduções quanto escritos originais, e foi a Igreja com a Bíblia, liturgia, e literatura nessa língua que deveria estender para o oriente, através da Ásia. Quer da Ásia Menor para o ocidente, quer de Edessa para o sul, as influências cristãs começaram a alcançar a Armênia. Aqui, também, teve lugar um movimento de massa, sob um outro cristão de nome Gregório, chamado "o Iluminador". Oriundo de uma família armênia nobre, deveu a sua religião a uma mãe cristã da Capadócia. A armênia estava lutando pela sua independência da Pérsia, e assim por qualquer mudança de religião deveria olhar, não para o oriente, para a Pérsia, mas para alguma outra direção. Isto deu a Gregório a sua oportunidade. Foi lançado na prisão, quase à morte, mas por volta do ano 300 tinha conquistado o reino da Armênia. A Armênia tornou-se então a primeira nação cristã (Edessa era uma cidade-estado) a fazer do cristianismo a sua fé nacional. Os ídolos foram destruídos, os templos transformados em igrejas, e mesmo alguns dos antigos sacerdotes converteram-se e passaram para o serviço da nova religião. Descendo os rios Eufrates e Tigre, e para o oriente até o Mar Cáspio, espalhou-se este Cristianismo de Edessa, que falava o siríaco. Por volta do ano 225 tinham sido estabelecidos mais de vinte bispados. Nesse ano também o Império Persa (sasaniano) tinha sido reavivado, com o zoroastrianismo (Parsismo), um monoteísmo moral elevado, como religião do Estado. "Tu és o defensor tanto da Fé, quanto do país", disse o rei a seu filho; "o altar e o trono estavam unidos." Em 313 o recém-convertido imperador romano, Constantino, escreveu ao rei da Pérsia (um reino não dominado pelos romanos): Folgo ouvir que os mais belos distritos da Pérsia são adornados com a presença de cristãos. Esta carta bem-intencionada fez com que os persas suspeitassem e perseguissem os cristãos entre os seus compatriotas como possíveis agentes de Roma. No período de diziam ter havido mártires cristãos. A igreja ali naturalmente desejava ser independente da Igreja do Império Romano. Por volta do ano 410 o bispo de Seleuca, Ctesifo, foi

14 reconhecido como Chefe (Católicos) da Igreja do Oriente. Esse é o nome que ela usa, embora outros muitas vezes a chamem "Nestoriana". Isto se dá porque mais tarde a independência foi muito mais reforçada por adotar modos de se referir a Cristo que haviam sido rejeitados no ocidente. Nestório, (bispo de Constantinopla, ano de 428) cria que ao falar-se a respeito de nosso Senhor, era melhor conservar separadas a sua humanidade e a sua divindade. "Eu separo as naturezas", dizia ele, "mas combino o culto" uma diferença de expressão antes que de fé. Esta Igreja do Oriente, a despeito da insegurança na Pérsia, por volta de 635 chegaria a estender-se através da Ásia até a China (pág. 49). A Arábia era de suma importância nas comunicações através da Ásia (pág. 8). Dizem que Panteno de Alexandria (pág. 23) fora à Índia no ano 180, e ali já encontrara cristãos, com o evangelho de Mateus em hebraico, deixado por São Bartolomeu. São Jerônimo acrescenta que o propósito de Panteno era "pregar aos brâmanes e filósofos", e assim parece crer que esta era a Índia real. A maioria dos eruditos pensa que a extremidade meridional da Arábia, o Iêmen, talvez seja o ponto mais avançado atingido por Panteno. O cristianismo, por certo, se estabelecera bem cedo ali, e por volta do ano 354 diziam que Teófilo, "o indiano", em caminho para a Índia converteu o Rei do Iêmen. Em 210 alguém de Edessa escreveu uma obra imaginosa chamada Os Atos de Tomé. O livro conta que os doze apóstolos lançaram sortes para decidirem a que país iria cada um deles, e a Índia recaiu para o apóstolo Tomé. Chegou à corte do rei Gudnafar e de seu irmão Gad. Parece que esses nomes são históricos. Fala-se de um governador de parte do Punjab, Vindafarma, e um príncipe vizinho, Guda, viveram por volta do ano 50 A.D.. Mas realmente Tomé foi à Índia? Parece não haver evidência documentária além dessa fonte duvidosa. Orígenes (c. 250) comentando sobre Mateus 24:14, diz que o Evangelho ainda não havia alcançado a China, nem a Índia. De outro lado, como vimos (pág. 8) eram realizadas viagens à Índia de terras ao redor da Palestina. A tradição entre os cristãos sírios do sul da Índia confiantemente afirma que foram evangelizados pelo Apóstolo Tomé. Todos os peregrinos medievais dos séculos 13 e 14 visitaram o suposto túmulo de Tomé em Mailapur, perto de Madrasta, e os colonizadores portugueses redescobriram esse túmulo em Tudo o que se pode dizer é que a missão de Tomé à Índia pode ser um fato, e as possibilidades pró e contra ela são quase que de igual peso. Entretanto, desde o final do 3 século começa uma evidência independente da chegada do cristianismo. Contam-nos que Davi, bispo de Basra, em 295 "foi à Índia onde evangelizou muitas pessoas". Isto teria sido por mar desde o Golfo Pérsico. No Concilio Ecumênico de Nicéia, em 325, um bispo se intitulou a si mesmo "João da Pérsia e da Grande Índia", e

15 desse modo o cristianismo poderia ter atingido aquele país por terra, a partir da Pérsia. Em 354, uma embaixada enviada pelo imperador romano Constantino e chefiada por Teófilo, "o indiano", dizem ter visitado cristãos na Arábia, Etiópia, Socotra, Ceilão e Índia. Uma tradição oral do sul da Índia afirma que no ano 345, cerca de 400 cristãos, chefiados por Tomé Cana (ou Tomman Kinan na língua local, a Malayalam), chegou com um bispo e diversos clérigos, e obteve permissão do rei de Malabar para se estabelecer naquele país e também uma carta de privilégios. Duas parcelas de evidência suportam essa tradição: primeira, a carta existia até 1544, e é descrita por Gouveia, um escritor português, sessenta anos mais tarde. Segunda, o ano 345 coincide com a mais severa perseguição na Pérsia (pág. 20), um tempo favorável para que emigrassem comerciantes, que mercadejavam com o sul da Índia, e que lá conheciam condiscípulos cristãos. Cosmas, um negociante cristão de Alexandria, navegou pelo mar Arábico por volta de 520, e mais tarde escreveu: Na ilha de Taprobana (Ceilão) há uma Igreja Cristã, clérigos e crentes, mas eu não sei se os há além desse lugar. Do mesmo modo no lugar chamado Male (Malabar) onde viceja a pimenta, e no lugar chamado Kalyan (perto de Bombaim) é eleito um bispo da Pérsia, bem como na ilha chamada Dioscoris (Socotra) no mesmo oceano Índico... com clero e uma multidão de cristãos... A ilha (Ceilão) também possui uma igreja de cristãos persas que lá se estabeleceram, e um presbítero que é designado da Pérsia e um diácono... mas os nativos e seus reis são pagãos. Assim, no final de nosso período é certo que mercadores cristãos haviam levado a Fé, e os sacerdotes cristãos tinham-nos acompanhado, através da Ásia até as costas da índia e de Ceilão. ÁFRICA: Foi pelo Egito que o cristianismo entrou pela primeira vez no continente africano. Eusébio, (c. 311), encontrou uma tradição oral que afirmava que S. Marcos era missionário, e começou por "fundar igrejas na própria Alexandria". Os judeus constituíam metade da população dessa cidade, e havia muitos deles espalhados pelo Egito. Eram progressistas influentes, e talvez tivessem dado a primeira oportunidade a S. Marcos. Os fatos seguintes lembrar-nos-ão a importância do cristianismo grego no Egito: o fragmento do manuscrito mais antigo do Novo Testamento grego, c. 130, foi achado lá e o manuscrito completo mais antigo vem de lá. Também o primeiro centro de cultura cristã foi o fundado por Panteno antes

16 de 180, em Alexandria, com Clemente e Orígenes como seus sucessores. O cristianismo desde logo começou a ganhar pessoas daquela terra bem como as populações urbanas de língua grega, e foi feita para elas uma tradução do Novo Testamento em língua copta (Egito), provavelmente no séc. III. Siríaco para o oriente, latim para o ocidente, e copto para esta parte da África o cristianismo estava alcançando a língua do povo nesses três continentes. Nenhuma parte do mundo jamais experimentou perseguições tão tremendas. Na infância de Orígenes (c. 200) somos informados que o Egito estava produzindo "milhares de mártires". Todavia, o próprio Orígenes, em 250, podia escrever confiantemente: Toda forma de culto será destruída, menos a lei de Cristo, única que dominará. Um dia triunfará por toda parte na medida que seus princípios dominem mais e mais as mentes dos homens, todos os dias. Eusébio diz que nas perseguições de 311 viu "milhares de homens, mulheres e crianças" enfrentarem mortes cruéis "até que seus próprios executores se cansassem". Elas incluíam "os que se distinguiam pela riqueza, nascimento, conhecimento, e que todavia colocavam acima de tudo a fé em nosso Salvador". Aqui estava uma das áreas mais prontas para a mudança (312) a governo pró-cristão. Então a profecia de Orígenes começou a cumprir-se, e outras religiões desapareceram completamente. Em fins do século V a Igreja Egípcia, ou Copta, estava demonstrando muita independência de espírito sob seu chefe, o bispo de Alexandria. No Egito superior, Antônio, um copta (c. 270), deixou sua aldeia natal e viveu como solitário (monge) no deserto. Bastante estranho, embora tivesse abandonado o mundo, foi uma das maiores influências da igreja do século IV. Em 311 subitamente apareceu nas ruas de Alexandria para incitar os cristãos a ficarem firmes na fé e que poderiam fazer os perseguidores contra aquele que havia abandonado tudo? Apareceu novamente em 335 quando o perigo era a heresia. O próprio imperador Constantino escreveu-lhe como a um Pai em Deus. Em um tempo quando o Império Romano tinha adotado o cristianismo e muitos cristãos o eram apenas de nome, Antônio afirmava que o modo cristão nunca podia tornarse fácil, porque Cristo exige tudo: Ninguém que haja renunciado ao mundo pense que fez algo muito grande. Toda a terra, posta diante do infinito dos céus é mesquinha e pobre.

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18 Este movimento, que se tornou em monasticismo, espalhou-se pelo oriente e pelo ocidente. Homens que buscavam a vida inteiramente entregue a Deus se tornaram monges. Desde que eram os cristãos mais devotados, foram os monges que se tornaram missionários. Pelos mil anos seguintes o cristianismo deveria espalhar-se principalmente pela obra dos monges. O norte da África partilhou com o Egito a importância de ser o celeiro da Europa. As cidades da costa setentrional foram completamente romanizadas pelo Império Romano que dominava o Egito. Além dos colonizadores romanos, havia descendentes dos primeiros fundadores, tanto fenícios quanto judeus. O povo da região era berbere. Parece que o cristianismo se espalhou primeiro entre os colonizadores latinos da costa. Dos doze mártires do ano 180, onze traziam nomes latinos; o duo-décimo é fenício. A Tunísia produziu os três maiores pais latinos, a saber: Tertuliano (f. 230), Cipriano (f. 258), e Agostinho (f. 430). Mártires e pais (da fé, pais apostólicos) mostram que o cristianismo norte-africano era fervoroso e devoto. Infelizmente, lá havia também alguns cristãos fanáticos e semeadores de discórdia. O cisma (divisão) chamado Donatista surgiu de divergências pessoais; foi continuado e acirrado por diferenças sociais e raciais entre os colonizadores proprietários e os pobres berberes. O Donatismo é um velho exemplo de divisão minando a força do cristianismo. Uma igreja dividida e por isso mesmo enfraquecida não pode resistir no dia mau, o dia do aparecimento do Islã, no 7 século, que tomou conta da África. O cristianismo (c. 330) entrou na África através do mar Vermelho. Edésio e seu irmão Frumêncio estavam em um navio que aportou a um porto do mar Vermelho. Todos foram massacrados, exceto os dois moços que se tornaram servos na casa real de Axum (mapa I), ganharam o favor do rei, e por ocasião de sua morte tornaram-se regentes do reino. Frumêncio encontrou cristãos entre os mercadores que negociavam em Axum, edificou uma casa de oração, e conseguiu alguns conversos. Mais tarde ambos tiveram liberdade de voltar para casa, mas Frumêncio foi ao bispo de Alexandria, Atanásio, e pediu--lhe que enviasse um bispo e clérigos a Axum. Atanásio respondeu: "E quem é mais apto que vós mesmo?" Frumêncio assim se tornou o fundador da Igreja Etíope, que (com a sua igreja--mãe, a copta) é a representante africana da igreja dos Pais. Diferentemente da copta, a igreja da Etiópia fica em uma região onde até hoje (antes de 1960, pois o livro foi traduzido da língua inglesa e publicado na língua portuguesa em 1961) o cristianismo é a religião nacional.

19 EUROPA: Agora passaremos em revista o cristianismo no ocidente antes de Constantino; o cristianismo como religião do Império Romano; o cristianismo que sobreviveu ao Império Romano Ocidental; e a nova expansão no extremo noroeste. (1) O Ocidente antes de Constantino. Quem foi o primeiro a trazer o cristianismo para Roma? O historiador não -cristão, Tácito (c. 116) explica a sua presença dizendo que a capital é uma sentina onde se amontoa toda espécie de imundície. No ano 49 o Imperador expulsou todos os judeus da cidade por causa de um tumulto anticristão (Atos 18:2). Alguns anos mais tarde os cristãos de Roma receberam a carta mais importante de todos os tempos, a Epístola de S. Paulo aos Romanos. Pelo fim do século a Igreja de Roma estava interessada a respeito da Igreja de Corinto, ainda, como no tempo de S. Paulo, uma congregação desordenada, e, por meio de um dos Clementes, escreveu para instigá-la a melhor disciplina. Em 154 o bispo de Roma chamou para Roma o velho Policarpo, bispo de Esmirna e discípulo de S. João, porque os cristãos da Ásia Menor e os de Roma divergiam entre si a respeito da data da festa da Páscoa. A opulenta Igreja Romana além disso estava enviando dinheiro para ajudar os cristãos dos Bálcãs, condenados a trabalhar nas minas. Essas ligações orientais não nos devem causar surpresa. Não apenas o cristianismo havia vindo do oriente, mas muitos cristãos de Roma eram, eles mesmos, de origem oriental, e até o 3. século a sua maioria falava o grego. Entre os mártires do ano 163 em Roma, encontramos Justino, pregador peregrino, nascido na Palestina, convertido em Éfeso. Alguns dos outros prisioneiros disseram ao juiz: "De nossos pais recebemos esta boa confissão". E, quando inquiridos "Onde estão os vossos pais?", mencionaram lugares da Ásia Menor. O que Justino conta, o juiz também nos dá uma idéia do trabalho de um pregador, quando o cristianismo era um movimento subterrâneo: Eu moro acima de um certo Martinho, na rua do Banho... Esta é a segunda vez que tenho estado em Roma. Não sei de nenhuma outra reunião senão da casa de Martinho. Se alguém desejava encontrar-se comigo, eu lhe transmitia as doutrinas da verdade. Por volta do ano 200 havia uma tradução latina da Bíblia. Muito tempo antes disso, houve em Roma, cristãos de descendência romana, alguns muito notáveis. Tão cedo quanto a perseguição descrita no livro de Apocalipse (c. 95), Flávio Clemente, o primo do imperador, foi martirizado e sua mulher foi exilada. Cerca de 250 os cristãos eram tão numerosos que estavam divididos em sete distritos, com 46 presbíteros, e não menos de 1500 "a quem a graça e a filantropia do Mestre sustentam". No sul da Itália havia 100 bispos nessa ocasião. No norte os cristãos eram em menor número. Desse modo nossa maior impressão é de uma igreja de cultura

20 grega, mas desenvolvendo disciplina romana, ganhando membros influentes, gloriando-se nas tradições apostólicas, e cônscia de suas responsabilidades como uma Grande Sé do ocidente. Já citamos Justino a respeito de viajantes e comerciantes cristãos que levavam a sua religião consigo (pág. 16). Na Gália (França) vemos justamente isso o cristianismo espalhando-se ao longo das rotas comerciais, especialmente nas cidades do sul e ao longo do vale do rio Reno. Entre 48 mártires de Lião e Viena em 177, há nomes latinos e gregos conjuntamente. O bispo Irineu, que foi pastorear o que restava do rebanho ferido, é um exemplo notável do espírito católico. Ele foi educado em Esmirna, onde se falava o grego, foi servir à Igreja em Lião, no extremo do império, em que se falava o latim, e aprendeu a pregar ao seu povo local em celta (gálico). Também ele foi discípulo de Policarpo (pág. 28) que foi um discípulo de S. João. Por isso vale a pena refletir sobre suas palavras: A Igreja, embora espalhada por todo o mundo, guarda a Fé como se residisse em uma única casa; crê como se tivesse apenas um coração; prega como se tivesse apenas uma boca. E, embora haja diferentes línguas no mundo, a tradição é uma e a mesma. S. Paulo tinha esperança de viajar pela estrada de Roma à Espanha. Pode ser que o próprio cristianismo tivesse vindo por essa estrada para as cidades romanizadas das costas do sul e do leste. A igreja da Espanha só produziu uma figura notável, Hósio, bispo de Córdova, que sofreu nas perseguições finais, mas que viveu bastante, até mais de 100 anos de idade (c ). Tertuliano (c.i90) pretendia que "os lugares dos bretões não atingidos pelos romanos, estão sujeitos à lei de Cristo". Temos evidência segura desse fato na presença dos bispos de Londres, York e em uma outra sede no Sínodo de Aries, em 314. A Bretanha e a Espanha têm uma ligação inesperada com a vinda do primeiro imperador cristão. Constantino se encontrava casualmente em York em 306, quando morreu o seu pai real. Lá ele foi proclamado imperador, mas havia outros pretendentes ao trono. Constantino viajou pela Gália e Espanha. Então, em 312, antes da batalha decisiva com o seu último rival, justamente fora de Roma, ele viu uma visão da cruz e ouviu uma voz: "Com este sinal vencerás" Considerou a sua vitória como devida ao Deus dos cristãos, e então mandou chamar o bispo Hósio, e pediu-lhe aconselhá-lo a governar como cristão. Foi talvez em Córdova, na Espanha, que Hósio já havia começado a influenciar Constantino para a fé cristã. (2) A Religião do Império. A nova situação sob o pró--crístão Constantino afetou todo o Império. Começou no ocidente, com o assim chamado Édito de Milão, 313, comunicando tolerância "para com os cristãos e todos os

21 outros", com referência especial aos cristãos e à restituição de propriedades tomadas aos cristãos. Em 330 chegou o clímax: a fundação de uma nova capital, Constantinopla, cristã desde o princípio, na extremidade mais oriental do território europeu. De Constantinopla Constantino escreveu a um dos bispos: Por causa dos grandes números dos que se uniam à Igreja na cidade que é chamada pelo meu nome... deve ser aumentado o número de igrejas. Ordeno 50 cópias das Escrituras... a serem escritas em pergaminho... com a menor demora possível. Podeis ter duas carruagens, e deveis enviar-me com elas um diácono para eu inspecionar, e eu darei um donativo generoso. Deus vos conserve, irmão. Isto ilustra, até onde pode fazê-lo um só incidente, toda a nova posição: "Grandes números": o cristianismo, que antes era perseguido, havia se tornado moda. Novas igrejas: a construção de igrejas não apenas aumentou, mas tornou-se desde logo a mais importante de todas as construções. O interesse do imperador significava apoio dos recursos do Estado. Alguns se têm limitado aos males que o acompanham, e dizem que a conversão de Constantino fez mais mal do que bem cristãos nominais com padrões rebaixados, pompa exterior, interferência do estado. A situação mudada significa um novo conjunto de tentações. Como um movimento de minoria perseguida a Igreja tinha muitas vezes sido tentada a ser excessivamente mundana. Como Igreja do estado imperial era agora tentada a um mundanismo mundial. O cristianismo agora tinha sido aceito como relig ião oficial por três áreas: na Ásia havia a Armênia; na África, a Etiópia; ao passo que o Império Romano cobria todas as terras do Mediterrâneo. Nos dois primeiros países seria conservado o depósito cristão, mas no terceiro, o depósito cristão tornar-se-ia a base da civilização européia. Os europeus, embora sobrepujados pelos árabes nos 7. e 8. séculos (pág. 37), e pelos mongóis nos séculos 13 e 14, deveriam mostrar-se notáveis por se estenderem pelo mundo. Por eles o cristianismo não apenas deveria ser conservado: seria transportado. (3) O Império Romano passa; a Igreja sobrevive: Mesmo nos 2 e 3 séculos os romanos se sentiam incomodados pelas tribos germânicas do norte do Danúbio e do leste do Reno. No 4 século aumentou a pressão nessas fronteiras. No 5 século as fronteiras cederam. Em 406 Jerônimo, então monge em Belém, escrevia: Tribos selvagens em números incontáveis têm percorrido toda a Galiléia. Dos Alpes aos Pireneus, do Reno ao Atlântico,

22 tudo tem sido devastado.. E a quem a espada estrangeira poupa, a fome dizima no interior... Eu não posso falar sem lágrimas. Os povos bárbaros vindo do norte já haviam sido influenciados pelo cristianismo. Por exemplo, no ano 264, um bando de godos pilhou a Capadócia, e levou cristãos consigo, pelo mar Negro, a fim de serem escravos: Esses piedosos cativos, por seu intercâmbio com os bárbaros, conseguiram muitos para a verdadeira fé... Entre os cativos encontravam-se os ancestrais do próprio Úlfilas. Úlfilas se tornou bispo dos godos em 341. Ele foi o primeiro a fazer uma coisa, que desde então tem sido feita por missionários em todas as partes do mundo. Para traduzir as Escrituras, teve de encontrar letras em que escrever uma língua não escrita até então. A sua tradução da Bíblia coloca o primeiro livro nas mãos dos povos da Europa setentrional. Não apenas os godos mas muitas outras tribos admiravam o império que elas estavam ameaçando. Em muitos casos adotaram o cristianismo porque pertencia a esta civilização superior. E assim, quando os godos capturaram a cidade de Roma no ano 410, e o povo na fuga da Itália perguntava porque o cristianismo não havia salvo o império, Agostinho pôde responder, em seu livro A Cidade de Deus, que os horrores da guerra não eram novos, mas o que era novo era que as maiores igrejas foram escolhidas e separadas como refúgios (para mulheres e crianças). Quem não vê que isso era por causa do cristianismo, é cego. O fato de que tantos bárbaros eram cristãos, embora de espécie rude, significava que, quando o Império Romano Ocidental passou, permaneceu o cristianismo, o fundamento da nova civilização que lentamente seria edificada através da Idade Média, chamada de a idade das Trevas ( ). (4) A Nova Expansão no Noroeste. Somente os mais setentrionais dos invasores ficaram totalmente imunes do cristianismo os francos e os ingleses. Aqui, no noroeste, a Igreja podia parecer ter pouca chance de sobreviver. Todavia, nesse mesmo tempo de ruína, foi assegurada a sua sobrevivência. Em 405, Patrício, um jovem cristão inglês, foi levado como escravo à Irlanda por piratas pagãos. Anos mais tarde ele fugiu, mas não devia ficar em paz em sua casa: Eu pensei que ouvia a voz dos que viviam ao lado da floresta que está junto do mar ocidental, e clamavam com uma só boca: "Jovem santo, vinde e andai conosco mais uma vez"... Graças a Deus que após muitos anos o Senhor os atendeu

23 conforme o seu clamor. Foi como bispo-missionário para a Irlanda, de 432 a 461. Enquanto os ingleses pagãos estavam incendiando igrejas, na Irlanda monges estavam sendo preparados, os quais, no século seguinte tornariam a atravessar o mar de Irlanda, para a conversão da Escócia, dos próprios pagãos ingleses, e de muitos da terra da Europa continental. E ainda, no ano 496, o bispo de Reims batizou Clóvis, rei dos francos (em grande parte devido à influência de sua esposa cristã), com 3000 de seus guerreiros. Em seu sermão o bispo disse que eles estavam "adorando o que haviam queimado" (a cruz) e "queimando o que tinham adorado" (seus ídolos). Dessas terras mais recentemente convertidas do extremo noroeste, o cristianismo logo deveria ser levado pelo norte da Europa, mais amplamente do que jamais havia sido antes.

24 CAPÍTULO T ERCEIRO A.D.: REVESES NO OCIDENTE E NO ORIENTE COM ALGUMAS COMPENSAÇÕES Uma força que contribuiu para a queda da civilização ocidental foram os hunos. Cavaleiros nômades da Mongólia, revelaram-se destruidores em escala mundial. Invadindo a China, destruíram a dinastia de Han, e a chamada Idade Negra da China havia começado, A.D. Um outro ramo dos hunos, em 475 destruiu o império Gupta, na Índia do norte. Ainda outros hunos penetraram na Europa, para perturbarem as tribos alemãs, e depois para ameaçarem a própria cidade de Roma em 452. Logo depois de 600 começaram a surgir duas potências mundiais A China estava reavivando suas glórias antigas sob a dinastia de T'ang; e os Árabes iriam irromper, no ocidente e no oriente, em conquista e migração. No que tange à religião em tudo isto, na China o Budismo, originário da índia, estava atingindo a sua maior força. O movimento árabe seria inspirado pela nova religião de Maomé, o Islã. Que seria do cristianismo? A queda da civilização ocidental e o aparecimento do Islã significavam para o cristianismo os mais sérios reveses em toda a sua história. Temos visto três áreas aceitando o cristianismo como a religião oficial a Armênia, a Etiópia, e o Império Romano. Apenas o último representava uma civilização maior e por volta do ano 500 tinha visto o seu fim na Europa ocidental. O Islã, emergindo em 622, deveria ser o mais sério rival do cristianismo. Consideraremos estes dois reveses, e depois trataremos mais circunstanciadamente e de certos movimentos de progresso que, colocados diante deles, podem ser chamados compensações. São eles: (1) a conversão da Europa setentrional pela secção latina da Igreja, (2) a conquista dos eslavos principalmente pela secção grega, e (3) a extensão do cristianismo pela Ásia, pela secção síríaca. O FIM DA CIVILIZAÇÃO ROMANA DA EUROPA OCIDENTAL. A vida se tornou outra vez local e tribal. As estradas reais foram abandonadas, as cidades diminuíam em população. Havia piratas no mar. Dentro das ruínas da antiga, a nova sociedade feudal estava se formando. Também isto era local, baseado sobre a terra que um homem cultivava, com servidores devidos a um senhor, e proteção dada por ele. A única coisa da vida que conservava interesse mais amplo era a religião. O cristianismo, como já vimos, sobreviveu. As tribos alemãs do sul foram influenciadas por ele antes de penetrarem no Império, e as mais vigorosas do norte, os francos, se converteram em 496 logo após o seu

25 estabelecimento na Gália. Este cristianismo sobrevivente era obstruído pela ignorância e pela violência; e apesar disso, porque era cristianismo, apontava além dessas limitações. A igreja local ou mosteiro podia estar à mercê do senhor feudal, mas o que acontecia na igreja era local e não universal. As leis da Igreja (Direito Canônico) eram baseadas sobre o direito romano. Entre os clérigos e os monges havia os que ainda falavam, liam e copiavam em latim. Consideravam Roma sendo ainda a capital da cristandade ocidental. O cristianismo deveria ser o principal fator no civilizar a Europa; já estava apontando para um futuro mais brilhante. Todavia, em contraste com os primeiros cinco séculos posteriores, este é um período de luta pela sobrevivência e de contínuo conflito com as trevas da Idade Negra ou Idade das Trevas ou Idade Média. O APARECIMENTO DO ISLÃ. Como os planaltos da Ásia, terra dos hunos, os desertos da Arábia têm periodicamente espargido o excesso de sua população no território circunvizinho mais fértil. Uma dessas migrações no século 7. é diferente de todas as outras, porque coincidiu com um movimento religioso. Os árabes deixaram seu rude culto da natureza, e aprenderam a dizer: "Não há deus senão Deus (Alá), e Maomé é o profeta de Deus (Alá)". Já notamos a expansão do cristianismo nas terras além da Arábia, e na própria Arábia. Maomé, no começo dessa nova religião, o Islã ("Submissão") deveu muito tanto a judeus como a cristãos. A palavra judaica para Deus é Elohim. Os cristãos de língua siríaca dizem Alaha. A palavra árabe dos maometanos, Allah, prende-se a ambas. Segundo o Corão, o livro sagrado do Islamismo, foi o arcanjo Gabriel que deu a Maomé a sua comissão. A própria palavra Corão é um termo siríaco-cristão para a leitura da lição na Igreja. Maomé pretendia ser da linhagem dos profetas do Velho Testamento, e reconhecia a Jesus como um profeta anterior a ele. Tivesse havido uma testemunha cristã mais forte, e este movimento árabe poderia ter significado uma conversão em massa desse povo vigoroso ao cristianismo. Ao invés, em 622, o islã surgiu como uma religião rival. Dez anos mais tarde os árabes começaram a devastar a Palestina, Síria e Egito. Em menos de um século tinham começado a extinguir o cristianismo do norte da África, tinham ocupado a Espanha, e estavam invadindo a França; ao mesmo tempo haviam atravessado a Ásia Menor para a Europa oriental e estavam ameaçando Constantinopla. No ocidente e no oriente, o cristianismo parecia estar sendo esmagado por um enorme movimento de tenazes. As vitórias cristãs em Constantinopla, em 718, e em Tours, na França, em 732, salvaram a situação, e, temporariamente estabeleceram

26 limites ao avanço do Islã nos montes Taurus, no oriente, e nos Pireneus, no ocidente. A Espanha só foi completamente reconquistada no século 15. Na Síria, Palestina e Egito decrescentes minorias cristãs sobrevivem hoje em uma sociedade fortemente muçulmana (ver mapa II). Voltemo-nos desses reveses para as compensações. 1) A CONVERSÃO DA EUROPA SETENTRIONAL. Logo antes de 500, um rapaz de 14 anos de idade, estudante em Roma, ficou chocado com a imoralidade da cidade, e foi viver como um asceta em uma caverna. Pode parecer insignificante comparado com o aparecimento e queda de impérios, mas é o começo de um reavivamento do cristianismo ocidental. O rapaz era Bento. Como monge deveria levar o monasticismo (a vida religiosa em monastério, em convento) a seu pleno desenvolvimento. Os romanos não eram pensadores inventivos; sua força reside na organização e na disciplina. A contribuição de Bento foi tipicamente romana para um movimento que até então havia sido grandemente copto e grego. Dos três ideais monásticos (pobreza, castidade e obediência), Bento dava ênfase à obediência. Estabeleceu seu mosteiro no Monte Cassino, um despenhadeiro elevado a 120 quilômetros a sudeste de Roma, destruindo um templo dedicado ao deus Sol, que ali havia. Demonstrou o que pode ser a vida de um monge quando propriamente regulada. A disciplina romana muitas vezes era rígida; a disciplina de Bento foi amenizada pela simpatia e interesse cristãos pelo indivíduo. Sua "Regra", dríada no ano de 529, começa dizendo que o objetivo é "fundar uma escola para o serviço de Deus, em que, confiamos, nada seja estabelecido demasiadamente pesado ou rigoroso". Os monges devem obedecer ao seu abade ("abba" = "pai") em todas as coisas; mas recomenda-se que o abade consulte os monges mais velhos, e, nos assuntos importantes, que consulte toda a comunidade. O dia de um monge devia ser ocupado, pois "a ociosidade é inimiga da alma", mas os deveres do dia eram bem distribuídos. Bento concede oito horas para o sono, uma para as refeições, sete para o trabalho manual na cozinha ou no campo, quatro para o estudo, e quatro para o culto, constituindo, este último, de um ciclo de oito períodos durante o dia e a noite, "as horas canônicas". A regra de São Bento logo se tornou, e ainda o é, o padrão do monasticismo moderno. Uma geração mais tarde, um jovem aristocrata, primeiro magistrado de Roma, doou a propriedade de sua família para fundar mosteiros, e em um deles, no lugar de seu primeiro domicílio, ele mesmo viveu como

27 monge. Este foi Gregório, que em 590 se tornou Papa. Se os monges beneditinos eram soldados disciplinados da Igreja, Gregório foi o estrategista que soube como e quando usá-los. Gregório procurou fazer com que as novas populações da Europa, que estavam se tornando cristãs os godos na Espanha, os lombardos na Itália, os francos na Gália olhassem para Roma como a capital cristã. Por toda parte reclamava correção para os abusos do clero e dos monges, e a mais completa conversão do povo. Ele organizou uma missão aos ingleses, os mais setentrionais dos invasores do Império, e ainda pagãos. Procurou missionários no mosteiro onde ele mesmo havia vivido, e escolheu como líder um monge chamado Agostinho. Tinha um plano completamente elaborado para a conversão de toda a Inglaterra e para a sua divisão em dois arcebispados. Os templos pagãos deveriam ser transformados em igrejas, e as festas pagãs em festivais cristãos. Gregório escreveu: Quem experimenta subir a um lugar alto, deve fazê-lo por degraus e não aos saltos. Quanto aos meios de entrada, o rei Etelberto de Kent, a parte do extremo sul dos sete pequenos reinos em que a Inglaterra foi então dividida, se casou com Berta, uma franca cristã. Gregório confiou nela para abrir as portas aos missionários. Parece que ele usou muitas vezes uma rainha cristã. Costumava escrever à rainha dos francos e à rainha dos lombardos, exigindo sua influência para ajudar as suas reformas. Na verdade, em uma cerimônia de coroação atribuída a Gregório, ao ser colocada a coroa na cabeça da rainha, o bispo é instruído a orar "para que ela possa chamar as nações bárbaras ao conhecimento da verdade". Assim muitas vezes Gregório havia conhecido a influência decisiva das mulheres em assuntos de religião. Em Cantuária o rei permitiu que Agostinho se apossasse da igreja de São Martinho, que havia sobrevivido antes da vinda dos ingleses. Lá, no domingo de Pentecostes, um 2 de junho de 597, o próprio rei foi batizado. Assim começou a conversão do sul da Inglaterra. No domingo seguinte, 9 de junho, na ilha de Iona para o oeste da costa da Escócia, ali morreu o velho Columba, o pioneiro da missão céltica. Em 432 Patrício tinha levado o cristianismo da Bretanha pré-inglêsa para a Irlanda; da Irlanda, em 563 Columba levou o cristianismo para a Escócia. Os missionários celtas não tinham nenhum Papa estadista atrás de si. A Irlanda não mantinha contacto com Roma. Nem tinham eles qualquer plano

28 de campanha bem elaborado. De Columba, diz o seu biógrafo: "Desejava sair em peregrinação por causa de Cristo". Muitos missionários celtas começaram como ascetas perambulantes, e não como missionários com um fim em vista. Todavia, Columba aportou a Iona com doze discípulos; e seu contemporâneo, Columbano, fez o mesmo na França. Estavam seguindo o exemplo de Nosso Senhor e de seus Doze Apóstolos, e dessa forma não devemos dizer que peregrinavam sem um sentido missionário. Em Iona, Columba fundou o seu mosteiro, um estabelecimento de simples choupanas. Ali ele e seus homens trabalhavam como lavradores e pescadores, liam seus livros, e multiplicavam-nos compilando-os, e diziam suas orações nas horas canônicas. Dessa base faziam viagens missionárias, e algumas vezes um grupo de monges permanecia nas terras visitadas e fundava um novo monastério. O mais importante estava na Nortúmbria, o mais norte-oriental dos reinos ingleses. Seu rei tivera de fugir diante de seus inimigos e encontrou refúgio entre os monges de Iona. Quando recuperou seu trono, apelou aos monges de Iona por missionários. Em 635, Aidano chegou, e o rei deu-lhe uma pequena ilha pode ser alcançada a vau na maré baixa para torná-la uma segunda Iona. Até hoje é chamada Ilha Santa. Beda ( ) nos dá o seguinte retrato: Era encantador ver o Rei interpretando a Palavra de Deus a seus conselheiros e lordes, pois havia aprendido perfeitamente a língua dos escoceses durante o seu longo banimento. A maior parte da Inglaterra se converteu, não pela forma beneditina do sul, mas por esta missão do norte. Entretanto no ano 664 a Igreja Inglesa decidiu pela plena relação com Roma. Assim a Inglaterra, em lugar de ser deixada em uma água represada céltica, entrou na corrente principal da vida européia. Isto foi um benefício para a Inglaterra, e, em grau surpreendente, em benefício da própria Europa. Desde logo se percebeu um benefício para a Inglaterra. Em 668 o Papa enviou para Cantuária um Arcebispo que muito fez para fortalecer a organização de dioceses (áreas do governo de um bispo), que tinham sido fracas sob os monges celtas. Este Arcebispo é uma ilustração notável, de um lado, do serviço que a Igreja pode prestar a uma nação, e do outro, do caráter supra-nacional da Igreja. Pois Beda diz a seu respeito: "Este foi o primeiro arcebispo a quem toda a Igreja Inglesa obedecia". A Inglaterra precisou esperar quase 800 anos antes que alguém fosse chamado "rei dos Ingleses", e mais de 250 anos além dessa data antes que seja assegurada a unidade nacional. Certamente que a Igreja Inglesa que havia se unido integralmente preparou o caminho para a

29 unidade da nação inglesa. Todavia, mui surpreendentemente, o Arcebispo que realizou isto foi Teodoro de Tarso, um grego da cidade natal do Apóstolo Paulo, e o auxiliar que veio com ele foi o abade Adriano, "um africano nascido na Tunísia. O benefício que a Inglaterra prestou à Europa pode ser melhor apreciado nos missionários ingleses. Dentro de um século a Inglaterra tinha deixado de ser campo missionário e se tornara base missionária para a conversão do norte da Europa. Em 690, Willibrord e onze outros monges do mosteiro de Ripon foram ter à Holanda. Aqui ainda, embora nesse tempo não houvesse doze e um líder, temos o modelo apostólico. Comparado com Columba, porém, Willibrord tinha mais conhecimento do lugar aonde ia, c um propósito mais missionário ao ir. Os francos estavam estendendo o seu território para o oriente, de volta para as terras de que seus antepassados haviam saído 200 anos antes. Willibrord trabalhou sob a proteção e amparo dos francos por cinqüenta anos, e viu a Igreja firmemente estabelecida. Ele é justamente chamado o Apóstolo da Holanda, e é o santo padroeiro desse país. Ainda maior como missionário é Bonifácio de Crediton. Ele foi em 716 de um mosteiro perto de Winchester. Era então um homem de 40 anos de idade, notável como erudito, líder eclesiástico, e convidado para ser abade de seu mosteiro. Era de natureza vigorosa e aventureira, mas foi mais do que o amor da aventura uma verdadeira vocação missionária que o levou a abandonar uma carreira promissora na terra natal e a ir para a Holanda. Depois de servir o seu aprendizado sob Willibrord, transferiu-se para a Alemanha do sul e central a qual também estava se tornando um território franco naquela ocasião. Ali o cristianismo já estava presente, mas fraco e em desordem. As energias de Bonifácio ficaram divididas entre a reforma entre as pessoas já chamadas cristãs, e as missões aos pagãos. Para a primeira tarefa o Papa o havia chamado; foi a segunda que estava mais perto do seu coração. Em 724, em Geismar, abateu um antigo carvalho, sagrado aos deuses, enquanto os não-cristãos observavam em silêncio terrível, esperando que o raio fuzilasse e o matasse. Ao invés, após poucos golpes do machado de Bonifácio, surgiu um pé de vento para acabar com a destruição. Conseguiu que a madeira fosse cortada, e as achas formassem uma capela. Isto simbolizava a queda da religião nãocristã na Alemanha central. O método de Bonifácio era fundar pequenos estabelecimentos monásticos como postos avançados missionários entre os pagãos. Alguns desses se tornaram grandes mosteiros, como o de Fulda onde Bonifácio iria ser sepultado. Na idade de setenta e oito anos, ele se retirou do arcebispado de Mainz, mas não para descansar. O seu propósito era voltar para a Holanda, o campo missionário onde primeiro iniciou o seu trabalho. Em 5 de junho de

30 755, após uma viagem missionária, estava preparando para confirmar alguns dos seus convertidos, quando um bando armado atacou a sua gente. Muitos anos após uma velha recordava que havia estado lá como moça, e então o havia visto levantar o livro, que estava lendo, acima da sua cabeça, quando foi abatido. Um livro com um corte de espada bem profundo em suas 140 páginas, e com manchas de sangue sobre elas, encontra-se entre as relíquias de Fulda. O livro contém dois sermões de Santo Ambrósio de Milão (cerca de 390). Um é sobre o Espírito Santo, e o outro é chamado "Quão bom é morrer". Bonifácio estava lendo o primeiro para se preparar para as suas confirmações; estava lendo o segundo, também para se preparar. O poder dos francos chegou ao seu auge sob o rei Carlos Magno ( ). Outros francos haviam encorajado missionários para trabalharem em suas terras recém-conquistadas. Carlos Magno foi além e, ao conquistar a Saxônia, compeliu os saxões a se batizarem. Este é o primeiro caso de batismo forçado, de que se tem registro, um dos muitos sinais de que algo das trevas da Idade Média tinha penetrado na própria Igreja. O reino de Carlos Magno foi a maior área posta sob um único governo desde o desaparecimento do Império Romano Ocidental. Parecia que um suposto Império Cristão havia sido restaurado. E assim no dia de Natal do ano 800 o Papa coroou Carlos Magno "Imperador dos Romanos". O Império Romano Ocidental que ainda permanecia ficou indignado com (como lhes parecia) a pretensão de um Império no ocidente. Havia ainda muitas trevas para serem suportadas no ocidente durante os 150 anos seguintes. Eis quatro exemplos: a) Império. Depois de 843 o Império de Carlos Magno foi dividido. Ninguém apareceu como uma força unificadora, digno de ser chamado Imperador, durante outros cem anos. b) O Papado. As trevas da Idade Média atingiram o próprio centro da Igreja. O Papado, sem nenhum império para protegê-lo, tornou-se um prêmio pelo qual competiam homens indignos, e que eles mantinham precariamente mais com a idéia de gozar a sua riqueza do que de realizar as suas obras. Entre 850 e 950 houve 27 papas, e a rápida sucessão foi marcada por conspiração e violência. c) Os homens do Norte. Durante todo o século 9, piratas da Escandinávia estiveram devastando as costas, especialmente da Europa setentrional. Pilhavam igrejas e mosteiros. Talvez o seu maior crime fosse a destruição da civilização irlandesa que até então havia tomado tão grande parte na recuperação da Europa. Bandos do norte (dinamarqueses) se estabeleceram mais notavelmente na França setentrional (Normândia) e na

31 Inglaterra oriental, onde estabeleceram a lei Danelaw nos quinze condados ingleses que eles ocuparam no século 9º. d) Os Húngaros. Havia outros povos não-cristãos na fronteira oriental da cristandade. Os mais numerosos eram os eslavos, mas os mais terríveis eram os húngaros. Cavaleiros mongóis como os antigos hunos, por volta do ano 900 estiveram ameaçando a Europa Central e os Bálcãs. O título deste capítulo implica que este período de reveses terminou por volta do ano 950. Essa é a data aproximada em que algo melhor se prometia a respeito de quatro situações. Vejamos: a) O Império. Carlos Magno tinha sido um franco Alemanha. Foi na extremidade oriental (alemã) e (francesa) de seus primeiros territórios que algo como logo emergiu, e isto foi reconhecido quando, em 962, o como "Imperador Romano". que conquistou a não na ocidental a unidade imperial papa coroou Otto I b) O Papado. Um movimento para a reforma dos mosteiros e da Igreja estava se desenvolvendo, com o seu centro mais notável no mosteiro de Cluny, fundado em 910. Por volta de 1047 começa uma sucessão de papas tendo e expressando os altos ideais do seu ofício. c) Os homens do norte. No ano após a coroação de Otto (962) nasceu um dos maiores homens do norte, Olaf Tryggvason. Durante uma incursão na Inglaterra ter-se-ia convertido, e voltou como rei cristão da Noruega e de outras terras do norte. e) Os húngaros. Otto I salvou a Europa central desses rapinantes ao derrotá-los em 955. Missionários começaram a penetrar na própria Hungria. Alguns de seus chefes aceitaram a fé cristã, mais notavelmente Geisa (m. 997) sob quem os húngaros começaram a estabelecer-se como nação. No ano 1000 o filho de Geisa, Estêvão I, foi coroado rei. O próprio Papa enviou-lhe uma coroa. Primeiro rei da Hungria, tornou-se também o santo padroeiro daquele país. Sim, justamente por volta do ano 950 a sorte mudou. 2) A CONQUISTA DOS ESLAVOS. O Império Romano do Oriente (Bizantino) e a secção grega da Igreja sofreram perda menos perdurável do que o ocidente, pelas migrações das tribos alemãs do 5 século. Foram, contudo, os principais sofredores pelo aparecimento do Islã no século 7. Apertados a leste e ao sul pelo poder

32 árabe, havia apenas uma direção em que lhes era possível expandir-se para o norte. Do norte uma outra vaga de migração estava fazendo pressão sobre a península balcânica, nessa ocasião em sua maioria eslavos. Tal como aconteceu com os antigos alemães, alguns desses colonos foram recrutados nos exércitos imperiais; aceitaram um pouco da civilização grega, e muitas vezes seus chefes não demonstravam má vontade de atender aos reclamos da religião do Império. Os maiores nomes do trabalho missionário entre os eslavos são os dois irmãos, nascidos em Tessalônica: Constantino (também conhecido por Círilo) e Metódio. Ratislav, príncipe de um povo eslavo da Morávia, enviou ao imperador, em Constantinopla, um pedido de missionários, e os dois foram enviados para lá em 862. Esta era uma área sob influência alemã, e missionários alemães da Igreja do ocidente já se achavam em atividade. Os dois gregos levaram idéias que eram diferentes. Ambos afirmavam que tinham experiência como missionários para a área onde agora é o sul da Rússia. Chegaram preparados para fazer pelos eslavos o que Úlfilas tinha feito pelos próprios alemães, isto é, colocar em escrita a sua língua. Bastante estranho os alemães se opuseram ao uso de uma liturgia eslava. A parte latina da Igreja tinha perdido o interesse pela tradução que caracterizava a Igreja Primitiva e considerava o latim como a única língua da Bíblia e da liturgia. Os gregos, nisto, eram mais adaptáveis. Ocorreu um sério choque, de sorte que os irmãos Constantino e Metódio foram à Roma a fim de buscar e conseguir a aprovação do Papa. Lá morreu Constantino em 869. Metódio voltou e trabalhou por mais 15 anos na Morávia. Foi feito bispo e mais tarde arcebispo. Completou a Bíblia eslava e traduziu os escritos de muitos dos pais gregos. Assim dois missionários da Igreja grega vieram a ligar-se com a Igreja latina, e começaram a criação da parte eslava no seu seio. Os modos rígidos, latinos, por fim deveriam triunfar na Morávia; todavia os cristãos eslavos alhures considerariam aqueles missionários como os doadores de sua Bíblia e liturgia, na verdade como originadores de toda a sua literatura. Ao mesmo tempo a Igreja grega estava abrindo seu caminho entre os eslavos do sul (sérvios) dos Bálcãs e na Bulgária onde a população era grandemente eslava. As influências políticas alemãs e bizantinas competiam no reclamar os búlgaros, e, semelhantemente, em religião, ambas as formas gregas e latinas do cristianismo estavam na luta. Seu rei escolhia favorecer ora uma, ora outra, até que em 870 a Bulgária chegou a pertencer definitivamente à esfera grega. O clero da Morávia, expulso por causa da reação contra a língua eslava naquele país, foi bem recebido na Bulgária. E dessa forma a obra de Metódio retornou à parte da Igreja a que originariamente pertencia. Pelo apoio do rei, os ideais de Metódio puderam ser ali realizados e o cristianismo chegou a completar a expressão eslava.

33 No ano 954, a viúva do arquiduque de Kiev foi batizada como cristã. Ali, novamente, tão próximo no tempo dos outros acontecimentos momentosos já expostos, percebemos um ponto de retorno na história. Essa foi avó de Wladimir, sob quem o arquiduque iria aceitar o cristianismo como sua religião oficial; e o arquiducado de Kiev é o estado que mais tarde se tornaria a Rússia. Se a parte grega da Igreja ficou separada do ocidente latino, e apartada pelo Islã a leste e ao sul, no único ponto cardeal que lhe era aberto encontrou-se um campo notável para novos desenvolvimentos. 3) A EXPANSÃO DO CRISTIANISMO ATRAVÉS DA ÁSIA. Ao seguirmos a marcha do cristianismo para leste detemo-nos na evidência de Cosmas a respeito da índia e do Ceilão por volta do ano 520. Ouvimos de uma migração posterior dos cristãos persas para Malabar no ano 825. O grupo chegou a Quilon chefiado por um comerciante chamado Marwan Sabrisho, e dois bispos, Mar Sapor e Mar Aprot. Lâminas de cobre, em que se achavam gravadas cartas de privilégios concedidos a esta comunidade estrangeira, são preservadas na Índia do Sul. Era guardiã dos padrões de pesos e medidas, auferia a coleta de certos impostos e a remissão e partilhava do controle dos preços e do comércio. Privilégios como esses sem dúvida aumentaram o prestígio dos cristãos, mas também separá-los-iam como classe privilegiada, em que pouco se pensava em admitir estranhos. Uma cruz de pedra alçada em Mailapur, túmulo tradicional de São Tomé, em 1547, traz uma inscrição pahlavi (persa antigo) dizendo que foi "entalhada por Afras, filho de Chaharbukht, o Sírio". Alguns têm sugerido que Afras e Aprot talvez sejam a mesma pessoa. Os cristãos não estavam atravessando o mar Arábico tão somente; estavam avançando para o oriente pelas rotas terrestres, e alguns não como comerciantes, mas como missionários. Cerca de 520, ouvimos de missionários da Igreja do oriente entre um ramo dos hunos que se estabeleceu em Bactria. Aqui outra vez a Igreja contribuiu com uma escrita para um povo que não havia conhecido nada a respeito de letras. Neste caso foram usadas as letras siríacas, e a influência siríaca pode ser percebida pelo mongol e mandchu. Assim, não apenas a Europa setentrional e os povos eslavos, mas partes da Ásia oriental também têm de agradecer à Igreja o dom da escrita. Em 550 o Católicos 1 em Ctesifon consagrou um bispo para os hunos da Bactria. O registro siríaco diz que o pedido chegou por uma Catholicos O chefe espiritual da Igreja Armênia, o qual ordena bispos, e consagra o óleo sagrado usado nas cerimônias religiosas. N. do T. 1

34 embaixada do imperador persa, que "ficou admirado diante do poder de Jesus, e que mesmo os cristãos hunos reconheceram o Católicos como seu chefe". Um Católicos que governou a Igreja um século mais tarde pretenderia mais de 20 bispos e dois arcebispos no oriente... Nenhum deles nos procurou durante muitos anos, mas sabemos que apesar da longa distância cumprem o seu ofício... Escrevemoslhes e eles a nós. Nesse mesmo tempo a China, sob a grande dinastia de T'ang, estava outra vez exercendo sua influência sobre os pequenos estados da Ásia Central. Não admira que os missionários já em atividade no leste da Pérsia tivessem viajado com os que nobres, embaixadores, mercadores, estudantes se punham a caminho da capital chinesa Ch'ang-An (Mapa I, pág. 25) através da montanha e do deserto. Em 1625 foi ali desenterrada uma pedra de granito de três metros de comprimento. É encimada por uma cruz, e chamada "Tabuinha da expansão da Ilustre Religião Síria (o nome escolhido por "Cristã") na China". Diferente da cruz indiana, isto encabeça uma longa inscrição. Contém este registro: Havia na Síria (provavelmente querendo significar a Pérsia) um bispo chamado Alopen... Viajou a cavalo através de perigos e dificuldades, e no nono ano de Cheng-kuan (635) chegou a Ch'ang-An... O imperador recebeu-o como hóspede no Palácio. Traduziram-se as Escrituras na Biblioteca Imperial, e sua doutrina foi examinada pelo próprio imperador. Reconhecendo plenamente bem que era certa e verdadeira, o imperador determinou expressamente a sua propagação. O edito de tolerância que se segue na tabuinha é registrado independentemente nas histórias oficiais. O imperador concedeu-lhes um mosteiro na capital para abrigar 21 monges. Diversos outros mosteiros parece terem sido erigidos no curso do reinado seguinte. Mas os cristãos da China caíram no desagrado no ano 700, aproximadamente. Sua religião tinha sido tolerada com sua chegada como religião da Pérsia. A Pérsia tinha sido por muito tempo devastada pelos árabes o último de sua dinastia Sasaniana morreu como refugiado na China, em 707. A Pérsia estava agora extinta, de modo que o cristianismo persa pareceu aos chineses como não tendo mais significado algum. Atualmente a Igreja na Pérsia não teve de sofrer perda alguma por ficar sob o governo de um califa muçulmano. Os cristãos foram os principais civilizadores do novo estado árabe, e mantinham posições de confiança e de influência na nova capital de Bagdá. Encontramos um bispo cristão adido

35 a uma embaixada do Califado à China em 732. Logo depois o imperador chinês renovou o seu patrocínio da Igreja e mudou o seu título oficial de "Persa" (agora extinto) para "Ilustre Religião Síria". A tabuinha foi levantada em 781 e registra a confiança nas boas influências do cristianismo: Se o Império está tranqüilo, se os homens podem agir retamente, se os vivos podem prosperar, se os mortos podem rejubilar-se... tal é a tarefa poderosa e a energia ativa de nossa Ilustre Religião. Elogia especialmente um cristão de Balkh que havia conseguido alta honra no serviço imperial, mas tinha usado toda a sua riqueza para dotar igrejas e mosteiros. Este foi o período do declínio da dinastia de T'ang. Em 845 começou uma curta perseguição às "religiões estrangeiras". Entre 260 a 500 monges e freiras budistas foram compelidos a "voltar para o mundo", juntamente com monges cristãos e zoroastrianos, em número de O budismo logo se restabeleceu; podemos duvidar se a pequena comunidade cristã encontrou fácil recuperação. Mais desastres se seguiram. Por 878 a rebelião estava arruinando a China do sul e liquidando seu comércio marítimo. As rotas terrestres para o ocidente, sempre arriscadas, estavam se tornando intransitáveis devido ao declínio do império. Assim os cristãos foram desligados de sua base natal. Por 200 anos o cristianismo tinha sido tolerado como uma religião da minoria. No século 8 um documento chinês pretende que possuía 530 escritos em siríaco, 35 dos quais tinham sido traduzidos por eles em chinês. Entre os mencionados podemos reconhecer os nomes de Moisés, Elias, Davi, Paulo, as palavras "Evangelho" e "Breviário". Só uma tradução sobreviveu, e mui valiosa, Gloria in excelsis Deo, em chinês rimado e ao mesmo tempo fiel à versão siríaca, e cheia das alusões literárias caras ao erudito Chinês. Assim, enquanto o cristianismo era referido como "Sírio", e tratado como uma religião estrangeira, deve ter sido mais do que a propriedade de uma comunidade estrangeira, embora bispos, abades, benfeitores, mesmo o tradutor principal, sejam mencionados como da Pérsia ou do Balkh. O budismo, destinado a permanecer como uma das principais religiões da China, tinha sido, semelhantemente, chefiado por estrangeiros durante seus primeiros 200 anos, e (como vimos) foi atacado como religião estrangeira bem mais tarde, em 845. O budismo, entretanto, teve a boa sorte de chegar à China 500 anos antes do cristianismo, tinha se estabelecido durante o descontentamento da Idade das Trevas da China,

36 tinha chegado ao seu pleno poder com o renascimento da dinastia de T'ang, e foi bastante forte para resistir, quer à breve perseguição, quer ao longo período de desordem no final dessa dinastia. Ai do contraste! Logo depois do ano 900 perdemos qualquer sinal do cristianismo na China. Entretanto, uma realização que não permanece é ainda uma realização. Até 718 na Europa oriental, e 732 na Europa ocidental, pode bem ter havido dúvidas se o cristianismo sobreviveria ao avanço triunfante do Islã. Em 781 os cristãos na China estavam (para citar uma porção siríaca da inscrição) "erigindo uma tabuinha de pedra em que está escrita a lei do Salvador e o ensino dos Pais aos governadores da China". E quem poderia saber que perduraria? Mesmo para nós que sabemos do resultado é alguma coisa lembrar que em 635, o ano em que Santo Aidan chegou ao pequeno reino inglês da Nortúmbria a religião cristã tinha também completado sua jornada através da Ásia, alcançado a capital de sua grande civilização, e nesse maior período da história da China tinha pelo menos estado presente para arriscar sua pretensão.

37 CAPÍTULO QUARTO De 950 a 1150 A.D.: RENOVA-SE O PROGRESSO Há quatro coisas que precisamos dizer a respeito deste período. E, para facilidade de lembrança, podem ser marcadas com datas separadas de um século: 1) A conversão do norte da Europa foi quase completada por volta do ano ) A primeira resposta ao desafio do Islã foi dada cerca de A resposta não foi decisiva nem plenamente cristã, mas pelo menos a cristandade ocidental tinha emergido da Idade Negra o suficiente para perceber que podia fazer alguma coisa com relação à ameaça muçulmana. 3) Os frades descobriram um caminho mais excelente, logo depois de Melhor do que as Cruzadas, este movimento de zelo cristão renovado chegou a expressar-se nas missões no norte da África e no Oriente. 4) A oportunidade dada à Igreja para evangelizar e conquistar par a fé cristã os governadores mongólicos da Ásia logo antes de 1300, parece ter sido uma das maiores oportunidades missionárias de todos os tempos. 1) COMPLETADA A CONVERSÃO DA EUROPA SETENTRIONAL. Dinamarca. O missionário pioneiro tinha sido Anskar, que em 826 chegou de um mosteiro da França com uma tradição missionária herdada de Columbano e de seus monges celtas. O rei dos francos era o filho de Carlos Magno, Luís, o Pio. Ele fez com que Anskar fosse nomeado Arcebispo de Hamburgo, e esperava ver, sob a sua orientação, a conversão de todas as terras do norte. Esse era um sonho nobre, mas muito afastado das tristes realidades do século IX. Da Dinamarca e da Noruega os nortistas pagãos tão longe estavam de submeter-se à persuasão cristã, que estavam navegando à terras cristãs para pilhar e destruir. A Dinamarca viu o cristianismo firmemente estabelecido tão somente com a vinda do Rei Cnut. Era ele o filho mais novo de um rei dinamarquês, e em 1016 tornou-se rei da Inglaterra, cuja maior parte havia então sido conquistada pelos dinamarqueses. Reinou como cristão zeloso, e quando seu irmão morreu, dois anos mais tarde, ele herdou também o trono da

38 Dinamarca, levou consigo a muitos da Inglaterra para fortalecer ali a causa cristã. Noruega. Um eremita cristão nas ilhas Scilly, na extremidade sudoeste da Inglaterra, impressionou de tal modo um gigantesco pirata, Olaf Tryggvason, que este e seus camaradas pediram-lhe para batizá-los. Olaf tinha estado dirigindo incursões nas costas inglesas, mas agora retornou à Inglaterra a fim de que o Bispo de Winchester o confirmasse. No ano 995 voltou como cristão para exigir a coroa da Noruega. Era ainda um homem violento; mas em lugar de queimar igrejas cristãs no estrangeiro, agora destruía templos idólatras no seu país, e, quando fracassava no persuadir, empreendia lutas com os incrédulos. Cerca do ano 1000 estava completada a conversão nominal da Noruega, e com a Noruega também ficaram os seus territórios da Islândia e da Groenlândia. Suécia. O rei Olaf levou à Noruega bispos e sacerdotes da Inglaterra. Um deles, Sigfrid, depois da morte de Olaf, no ano 1000, constava ter se transferido para a Suécia, onde também o rei aceitou o cristianismo. Outros ingleses prestaram seus serviços, e alguns deles deram suas vidas a uma causa que demorou muito mais tempo para se estabelecer. Somente em 1100 estava assegurada a vitória cristã. Rússia. A conversão de Vladimir, Arquiduque de Kiev, teve lugar em 987. "Conversão", talvez não seja o termo exato, pois não parece ter sido afetada a sua vida privada, nem a sua vida pública. Dizem haver conservado 800 concubinas. O sangue dos homens do norte corria em suas veias, e foi um homem cruel durante toda a sua vida. O que o levou a decidir-se foi o ver os estados vizinhos do sul e do oeste, onde uma civilização superior se centralizava na religião cristã. Apesar da conversão do governador ser nominal, assegurou o futuro do cristianismo na Rússia. Diferentemente dos outros povos do norte, os russos receberam o cristianismo em sua forma grega. Após a invasão mongólica de 1240, o cristianismo se estabeleceu firmemente como pertencendo à cultura russa, o que distinguia os russos dos mongóis. 2) RESPOSTA AO DESAFIO DO ISLÃ. Os turcos de Seljuk estavam a caminho do ocidente do seu país, nas serras altas da Ásia central, aceitando esta a religião do islã quando eles chegavam. Por volta de 1055 seu líder havia sido reconhecido como Sultão (=vitorioso) de Bagdá. O Califa (=sucessor, isto é, de Maomé) permaneceu, mas como líder religioso, não como chefe do estado. Em seguida os Seljuks

39 assolaram os países árabes da Síria e Palestina. Então, em 1071, enfrentaram na Armênia um exército bizantino e o destruíram, levando prisioneiro o imperador. A Ásia Menor fica sem defesa diante deles, e, através do estreito, a capital do cristianismo grego, Constantinopla. Que poderia deter esse ressurgir do Islã conquistador? A única esperança estava no oeste, onde os franco--normandos (isto é, homens do norte estabelecidos em França) estavam nesse mesmo tempo expulsando o invasor muçulmano da Sicília, e onde os estados cristãos do norte da Espanha estavam enfraquecendo o domínio do Islã. Em 1095 o Papa Urbano II lançou as Cruzadas. Alargou seu objetivo não apenas proteger Constantinopla dos Seljuks, como também expulsar o infiel da Terra Santa: Impedi vossas mãos assassinas de matar vossos irmãos. Como soldados da fé, voltai vossas mãos contra as nações estrangeiras, e sob Jesus Cristo vosso Chefe, como um exército cristão, um exército invencível, melhor do que os israelitas de outrora, ireis combater por vossa Jerusalém, e atacar e expulsar de lá os turcos, que são piores que os jebuseus. A multidão a quem o Papa se dirigiu exclamou: "Deus o quer". Em partes da França e da Alemanha pregadores populares excitaram o entusiasmo. Homens vendiam as suas propriedades, colocavam suas famílias e uns poucos artigos domésticos no carro de boi, e se ligavam a uma companhia crescente que se afastava para o oriente. Esta Cruzada Popular nada deixou para os aventureiros a não ser a morte e a escravidão. As Cruzadas foram o primeiro movimento para captar a imaginação do povo comum, agora que o ocidente havia emergido de sua própria Idade Negra, para um mundo mais vasto. O entusiasmo das Cruzadas muitas vezes misturado com o amor pela aventura e pela esperança de lucro deveria ser mais e mais despeitado pelos 200 anos seguintes. Verdadeiramente a primeira Cruzada começou em A maior parte de seus exércitos era francesa, especi al me nt e franco-normanda. Como resultado, por toda a Ásia oc id en ta l, e até a Índ ia distante, até hoje, a palavra usada por "europeu" é "ferengi" que significa "franco". Os cruzados reconquistaram a maior parte da Ásia Menor para o imperador bizantino. Em 1099 capturaram a própria Jerusalém. Na Síria e na Palestina estabeleceram um grupo de estados la ti no s centralizados ao redor de Edessa, Antioquia, Trípoli e Jerusalém. Eles eram governados e guarnecidos pelo ocidente. Mas como deviam ser mantidos? Dentro de 50 anos estavam em sério perigo diante das forças do Islã que estavam se renovando, e por isso reclamavam reforços. Desse modo se organizaram

40 novas Cruzadas. A mais forte foi a terceira em 1190, quando os próprios reis da Alemanha, da França e da Inglaterra sa ír am a campo. A mais trágica foi a 4a Cruzada em Os exércitos do ocidente se desviavam para atacar Constantinopla o cri st ão la ti no contra o cristão grego, ao invés de ambos contra o Islã. Este ato de banditismo fatalmente enfraqueceu o Império Romano Oriental e contribuiu para a sua ruína. É também o exemplo mais escandaloso em toda a história da divisão entre cristãos. Antes do final do sé cu lo XIII reconheceu-se que as Cruzadas haviam falhado como expedições militares, e desapareceu o seu entusiasmo original. O único lucro permanente foi que o ocidente limitado havia sido posto em contacto com a alta civilização dos gregos, que ainda continuava e com a herança da civilização que o oriente muçulmano havia usufruído. Os europeus ocidentais jamais se contentariam por terem ficado alheios a esse mundo mais amplo. Na verdade, alguns deles iriam provar quão grande o mundo era realmente, e não contentes com o Mediterrâneo oriental, avançariam até às praias do Mar da China. E é isto que mais importa alguns haveriam de mostrar um melhor caminho para aventurar-se neste grande mundo de Cristo. 3) OS FRADES ENCONTRAM UM CAMINHO MAIS EXCELENTE. Francisco, filho de um comerciante do norte da Itália, em 1209, ouviu o sacerdote ler no Evangelho do dia, o envio dos Doze, em Mateus 10. As palavras que foram diretas ao seu coração foram os versículos 7 a 10. No dia seguinte ele mesmo se pôs a caminho sem dinheiro, alforje, capa, calçados ou bordão, e começou a pregar. Esta foi a origem simples da maior das ordens de Frades (irmãos) os franciscanos. Foi uma volta para a pregação e pobreza apostólicas, e devemos colocar em primeiro lugar a pregação, mesmo porque a passagem de Mateus começa: "E, indo, pre gai... ".Muito do que Francisco iria dizer e fazer só pode ser compreendido se nos lembrarmos dos ideais da juventude romântica daquele tempo o cavaleiro, devotado a serviço de sua senhora, brandindo a sua espada para proteger os fracos, e esperando uma oportunidade para "tomar a cruz", isto é, ligar-se a uma Cruzada. Francisco falava em devoção à sua senhora, mas era a "senhora Pobreza". Suas mãos não empunhavam espada alguma, mas servia aos mendigos e cuidavam dos leprosos. Em 1219, com risco de sua vida, foi ao Egito, pregando diante do Sultão, e tentando conquistar a Terra Santa, não em matando os muçulmanos, mas em os convertendo.

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42 Em uma aventura semelhante foram martirizados cinco franciscanos em Marrocos. Deles dizia Francisco: "Agora eu tenho cinco irmãos reais". Em 1221 acrescentou à regra de sua Ordem: Os que de entre os irmãos, inspirados por Deus, desejarem ir aos muçulmanos e a outros infiéis, que vão... E todos os irmãos, onde quer que estiverem, se lembrem que se deram a si mesmos e entregaram seus corpos a nosso Senhor Jesus Cristo, por amor de quem devem expor-se aos seus inimigos, visíveis ou invisíveis. Nesse mesmo ano, outra grande ordem de frades, os Dominicanos, reunida em Bolonha, aceitou para si mesma o mandamento: "Ide por todo o mundo". O maior de todos os missionários aos maometanos, no século XIII, foi Ramon Lull, que em ocasiões diferentes esteve ligado a ambas as ordens, dominicanos e franciscanos. Ramon Lull era um espanhol, nascido em Majorca, que o rei Aragão tinha recuperado aos muçulmanos no tempo do pai de Lull. Tornou-se membro da corte daquele rei, vivendo uma vida dissoluta até à sua conversão em Então se entregou a esta guerra espiritual, mas, diferentemente de Francisco, sabia que seria necessário treinamento para qualquer missão de sucesso. Tornou-se um erudito árabe, fundou em Majorca um colégio para missionários, e escreveu, pregou e fez conferências sobre esta causa. Visitou os grandes centros culturais, Paris, já como uma universidade centenária, e Montpellier, que nessa época estava se tornando universidade. A missão ao mundo não-cristão, pensava ele, devia ser primeiro interesse de toda a Igreja, reclamando os seus homens mais capazes, e uma porção valiosa de sua prosperidade. Advogava missões não apenas ao norte da África, mas também ao oriente, não apenas aos muçulmanos, mas também aos mongóis. Conhecia melhor porém os muçulmanos, e deles dizia: "Uma vez convertidos, seria fácil converter o resto do mundo". Ele próprio fez três viagens missionárias a Tunis em 1292, à Argélia em 1307, e a ambos os lugares em uma terceira viagem começada em Havia estabelecido relações de mútuo respeito com alguns líderes maometanos, e ainda havia conseguindo uns poucos convertidos influentes. Em 1315, em Burgia, na Argélia, na idade de 83 anos foi apedrejado e morto por uma turba.

43 A idéia de Lull, que toda a Igreja deveria tomar a si essa tarefa, foi completamente anulada. Continuou a ser do interesse de poucos, principalmente daquelas duas Ordens que estavam esparsas pelo norte da África, e, quando se oferecia ocasião, na Palestina e na Síria. Alguns chegaram a ir até às terras dos mongóis. 4) A OPORTUNIDADE DE EVANGELIZAR OS CHEFES MONGÓIS DA ÁSIA E OS POVOS SOB SEUS GOVERNOS. Já vimos que o cristianismo desapareceu da China por volta do ano 900. No ano 1009 o bispo de Merv (mapa II), escreveu ao Católicos (chefe da Igreja no Oriente) do oriente a respeito da conversão do rei de Keraits na Mongólia do norte, 3000 quilômetros ao nordeste. Perdido em uma tempestade de neve, tinha tido uma visão de um santo que lhe prometia retorno seguro "se ele se tornasse uma ovelha do rebanho cristão". Voltou para as suas tendas e chamou para junto de si os mercadores cristãos que estavam assentados ali, e fez perguntas a respeito da Fé. Recebeu deles um Evangelho que adora diariamente e agora pede-nos por um mensageiro para enviar-lhe um sacerdote. Toda a tribo, com o seu chefe, tornou-se cristã. Quando na Palestina e na Síria, desde cerca de 1111, as forças do Islã começaram a transtornar os triunfos da primeira Cruzada, o povo do ocidente muitas vezes obtinha conforto no conversar e escrever a respeito de um poderoso rei cristão do oriente. Chamavam-no Prester João (= João, o Presbítero)2, e criam que ele atacaria os muçulmanos pelas costas, e au xi li ar ia a restaurar as fortunas da cristandade. Esperanças como essa se repetiram de 1115 a 1300, e reapareceram nos séculos XV e XVI. A maior parte desse escrito ou era ficção ou falsificação. O fato que o produziu foi a presença da Igreja do oriente entre os keraitas, e algumas outras tribos como eles. A leste dos keraitas, e ainda não alcançados pelo cristianismo, estavam os mongóis. Por volta de 1200 começaram a encaminhar-se para o oeste. Por 1240 tinham atravessado a Ásia como conquistadores, e penetraram na Europa, invadindo a Polônia, Boêmia, Áustria, até as costas do Adriático. A Europa tremeu diante dos mongóis, como 150 anos havia tremido diante dos turcos de Seljuk. Os mongóis, porém, se contentaram com o manter a Rússia e outros territórios até o Danúbio, como o extremo ocidental de um império que por cem anos se estendia do norte da Ásia até o Himalaia. O medo dos mongóis, e as esperanças de encontrar João, o 2 Em inglês, priest, cuja etimologia remonta a presbítero, de que é corruptela. Daí em italiano préte, e em francês, prêtre.

44 Presbítero entre eles, fez com que papas e reis enviassem embaixadores, geralmente frades. O mais famoso foi um franciscano dinamarquês, Guilherme de Rubruk, que foi à capital mongolesa, Karakorum (mapa II) entre 1252 a Em seus escritos encontramos bastante evidência de cristãos, em alguns lugares tribos inteiras, espalhados pela Ásia central. Entre os próprios mongóis, cristãos cedo ocupavam as posições mais elevadas. Gengis, o primeiro grande Kham (= Imperador) ( ), teve um de seus filhos casado com uma princesa keraita. Registros chineses se referem a um que afirma que a tal princesa keraita foi sepultada "em uma figura dez mosteiro". "Dez" em chinês é escrito assim +, e desse modo significa "um mosteiro da cruz". Os anais da igreja Siríaca dizem: "Ela era verdadeira crente como Helena", a mãe de Constantino. Seus três filhos foram Mangu, Hulagu e Kublai. O primeiro se tornou grande Khan em O segundo fundou o khanado subsidiário (= reino) da Pérsia, e, como seu pai, casou-se com uma mulher cristã. O terceiro foi Grande Khan de 1259 a Kublai abandonou a vida nômade em tendas de Karakorum na Mongólia, e fez de Pequim sua capital, mudando-ihe o nome para Khanbaliq (= "cidade do Khan"). Foi Kublai que deu a maior oportunidade para o cristianismo. Além dos embaixadores, vieram mercadores do ocidente. Dois vênetos (nascidos em Veneza), Nicolau e Mateus Pólo, em 1269 voltaram da China, comissionados por Kublai para irem ao Papa: Percebeis que os cristãos destas regiões (a Igreja do oriente) são tão ignorantes que nada fazem e não têm poder... mas ireis ao vosso Sumo Sacerdote e rogar-lhe-eis a vosso favor para enviar-me 100 homens peritos em vossa religião... E assim eu serei batizado, e então todos os meus barões e maiorais, e depois seus vassalos. E assim haverá mais cristãos aqui do que em vossas regiões. Os irmãos Pólo, em 1271, empreenderam sua segunda viagem para o oriente, e o melhor que o Papa pôde fazer foi enviar com eles dois dominicanos. O jovem Marco, um rapaz de dezessete anos, insistiu em ir também. Ficou 24 anos sem rever Veneza, sua terra, e a maior parte desse tempo passou-a como um oficial de confiança do império de Kublai Khan. Oxalá pudéssemos encontrar apenas 100 aventureiros como esse para irem pelo amor de Deus! Aos dois armênios, Marco se refere como tendo suportado a viagem até a Armênia; então, vendo os perigos da viagem, "tiveram grande medo de irem mais longe; e por isso disseram que não iriam de modo algum". Em 1289 o papa recebeu outro pedido para enviar missionários a

45 Kublai. Foi do sobrinho neto de Kublai, governador da Pérsia, que era ainda um outro mongol com esposa cristã. João de Montecorvino, um franciscano que tinha estado trabalhando na Pérsia, levou a mensagem. O papa comissionou João e um dominicano chamado Nicolau. Viajaram por terra até o golfo Pérsico, depois por mar até Tana, perto de Bombaim, e foram visitar o túmulo tradicional de Tomé, em Mailapur. João escreve: Estive na terra da Índia e na Igreja de São Tomé, o apóstolo, treze meses, e lá batizei 100 pessoas e Nicolau, meu companheiro... morreu lá e foi enterrado na mesma Igreja. E depois eu fui para Catai (China). Outros viajantes medievais, semelhantemente, dão testemunho da presença contínua da Igreja do oriente, não apenas na Índia do sul, mas perto do que é agora Bombaim. João prosseguiu sozinho, por mar, até Ch'üan-chou, chamada Zaitun (= oliveira) pelos marinheiros árabes, e depois por terra até Khanbalig, chegando em 1294, ano da morte de Kublai. Ali, sozinho, João começou a reunir um coro de rapazes e a ensinar-lhes a cantar o serviço latino, e, ajudado por mercadores europeus, construiu duas igrejas. Cria ele que o culto cristão é o melhor testemunho cristão, e escreveu: Quando nos vêem em nossa capela, cantando o serviço com todo decoro, cada vez mais ficam admirados. Quando estamos cantando sua Majestade pode ouvir nossas vozes em sua câmara. E isto se espelha em todas as direções entre os pagãos, e pela misericórdia de Deus pode exercer os maiores efeitos. Relata a tradução do Novo Testamento e do Saltério na língua mongol, e a feitura de quadros bíblicos para os analfabetos. Deveria servir ali mais tarde como arcebispo até a sua morte em Novas desse começo fizeram com que o papa, em 1307, consagrasse sete franciscanos como bispos e os enviasse como reforços; mas apenas três sobreviveram à terrível viagem. Outros quatro franciscanos, em caminho em 1321, foram mortos pelos muçulmanos em Tana (perto de Bombaim), os primeiros mártires conhecidos em solo indiano. Ouvimos de centros da missão em Zaitun e em algumas outras cidades. Os cristãos parecem ter sido pessoas de raça não chinesa empregadas na China oficiais, soldados, mercadores, e no norte e no oeste, de tribos imigrantes. Com o colapso da dinastia mongólica em 1368, esses estrangeiros saíram da China, e o cristianismo foi com eles. A missão tinha chegado tarde demais para o movimento de massa que Kublai havia predito. Conservou-se excessivamente pequeno e limitado. Uma carta escrita de Zaitun, diz:

46 Se eu soubesse suas línguas, poder-se-iam ver obras maravilhosas de Deus. A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos e sem uma segadeira sequer. Pois somos apenas uns poucos irmãos, e muito velhos, e incapazes de aprender línguas. Novamente aparece a tragédia da divisão entre os cristãos. Ouvimos mais de rivalidade do que de coleguismo entre a missão franciscana e a Igreja do oriente. Kublai disse: "os cristãos nada fazem nestas regiões", mas dois monges cristãos, das proximidades de sua cidade de Khanbalig, fizeram muito. Sauma e Marcos, chineses, mas da raça de Ongut ou Uigur, decidiram ir em peregrinação à Terra Santa, mas os turcos de Seljuk barraram o caminho para a Palestina. O Católicos (chefe da Igreja no Oriente) consagrou Marcos como bispo e mandou-o voltar para a China como Metropolitano. O caminho de volta foi bloqueado pela guerra, de modo que os dois regressaram para Bagdá, para encontrarem morto o Católicos, e os bispos chamados para elegerem seu sucessor. Marcos se reuniu a eles, na qualidade de Bispo, e, para surpresa sua, viu-se eleito. Assim, em 1281 um monge de Pequim governou toda a Igreja do oriente, estendendo-se da Síria ao Mar da China. As viagens de Sauma ainda não haviam terminado. O governador pró-cristão da Pérsia, Arghun, estava pronto para ligar-se ao ocidente cristão em uma nova cruzada contra os turcos. Desse modo, finalmente, alguma coisa como a esperança de "Prester João" poderia ter sido realizada, se o ocidente houvesse respondido. Arghun escolheu o monge cristão Sauma para chefiar uma embaixada às cortes do ocidente. Sauma foi à Constantinopla, Roma, Paris e Bordéus. Seu diário de viagem descreve a surpresa entre os cardeais de Roma, quando ele dizia: Muitos dos mongóis são cristãos, inclusive príncipes e rainhas. Ninguém nos enviou a nós orientais, da parte do Papa. Os Santos Apóstolos ensinaram-nos e ainda mantemos hoje o que eles nos transmitiram. Descreve sua entrevista com o rei da França, e sua própria surpresa na Universidade de Paris: milhares de estudantes ocupados com a "interpretação das Escrituras e da ciência". Também descreve seu encontro com o rei de Alanguitar (Anglaterre, nome francês para Inglaterra). O rei, Eduardo I, pediu a Sauma para celebrar a Eucaristia diante dele e de sua corte. Usou a liturgia siríaca, mas (como diziam mais tarde em Roma) "a

47 língua é diferente, mas o rito é um só". E lá o rei da Inglaterra se ajoelhou e recebeu o sacramento das mãos de um monge de Pequim. Se a realidade da Igreja Universal não estava expressa no plano da história, pelo menos o estava naquela cena.

48 CAPÍTULO QUINTO DE A.D.: PERDA ORIENTAL E DECLÍNIO OCIDENTAL, MAS ESPERANÇA À FRENTE Podemos entender melhor o segundo período do retrocesso lembrando o primeiro, tratado no capítulo 3 desse livro. Como então, podemos distinguir dois itens perda para o Islã no oriente, e declínio da Igreja no ocidente. Depois consideraremos alguns índices de esperança à frente. 1) PERDA ORIENTAL. O aparecimento do Islã no século sétimo enfraqueceu o cristianismo nas terras de sua primitiva força: Palestina, Síria, Egito, e norte da África. A queda de Constantinopla em 1453 deveria acrescentar a Europa oriental a essa lista trágica. Mas devemos considerar em primeiro lugar a perda para o islã nessa área, não de primitiva força, mas de oportunidade recente: a Ásia oriental e central. Como nômades os Khans mongóis tinham estado contentes por serem, religiosamente falando, animistas simples. Mas tendo chegado a dominar a maior parte da Ásia (exceto a Índia), sentiram que deveriam adotar uma de suas grandes religiões, ou seja, o Islã a oeste, o budismo a leste, e o cristianismo esparso por todo canto. Por um quarto de século, , havia chance de escolherem o cristianismo. Disso Marco Pólo não duvidava: Se o Papa tivesse enviado homens preparados para pregar nossa Fé a ele, o chamado Grande Khan se teria tornado cristão, porque é tido por certo que tinha desejo de sê-lo. O próprio Kublai havia dito que isto levaria a uma conversão em massa, "mais cristãos do que há em vossas terras". Podemos acrescentar que o cristianismo revigorado por esta missão de auxílio, podia ter-se espalhado das comunidades mongóis e de outras não-chinesas, para as próprias comunidades chinesas. E o cristianismo poderia ter exigido os mongóis da Ásia central, antes que Baber (mongol e quinto descendente de Timur, invadiu a Índia, em 1526, e fundou o Império do Grão-Mogol) os levasse ao Himalaia em 1526 para fundar um reino no Industão e permanentemente implantar a sua religião ali. A história de toda a Ásia poderia ter sido radicalmente mudada. Isto é o que poderia ter acontecido. Os fatos são que, por 1300 os

49 mongóis estavam se voltando, não para o cristianismo, mas para o budismo, e no oeste para o Islã. Em 1368 a China expulsou seus chefes mongóis, e novamente estabeleceu uma dinastia chinesa. As comunidades não-chinesas se moveram para o oeste, e com elas, o cristianismo desapareceu do território chinês pela segunda vez. Na Ásia central, por volta de 1400 desapareceram as tribos cristãs e as tribos parcialmente cristãs. Algumas das cristãs devem ter sido absorvidas pelo Islã. O resto pereceu nos massacres de Tamerlão, o mongol que se propôs copiar as explorações de Gengis Khan, mas que nada deixou além de um traço de destruição através da Ásia central. Ele mesmo era, e tudo o que o sobreviveu na Ásia central parece que o foi, firmemente muçulmano. A perda mais devastadora do território cristão para o Islã veio com o aparecimento do poder de uma pequena tribo turca, os otomanos, nas fronteiras orientais do império Bizantino na Ásia Menor. Ali fundaram um estado muçulmano, com um exército quase invencível. Sua parte mais importante consistia de escravos, tomados à força como filhos de famílias cristãs, educados separadamente de todas as ternas influências, transformados em guerreiros e nada mais. Em 1356 os turcos otomanos atravessaram para a Europa. Pelo final do século haviam subjugado os Bálcãs. Constantinopla continuou como a capital cristã de um império que deixaria de existir. Breve teria caído também não fora o Tamerlão. Este destruidor da Ásia central foi até à Ásia Menor para destruir com os seus cavaleiros mongóis um exército otomano e a maior parte do estado otomano. Por 1453 esse estado se havia refeito e estava pronto para completar sua tarefa. Constantinopla caiu. Por ironia terrível o último imperador romano, que pereceu combatendo na rua, chamava-se Constantino XI, enquanto que o sultão dos turcos vitoriosos era Maomé II. Jerusalém, Antioquia e Alexandria, todas haviam caído diante da invasão árabe entre 638 e 640; assim por 800 anos, a não ser Roma no oeste, apenas Constantinopla das grandes Sés da Igreja primitiva havia permanecido livre do domínio muçulmano. A civilização romana no ocidente tinha caído destruída pelos bárbaros do norte no século V, assim por 100 anos Constantinopla tinha resistido a fim de continuar a vida do império cristão. Tudo isto agora havia desaparecido. A Igreja de Santa Sofia, construída em 537, a glória máxima da arquitetura cristã primitiva, tornou-se uma mesquita, como também metade das igrejas da cidade. À capital cristã de Constantino foi dado outro nome, o de Istambul, capital do Império Otomano. As populações cristãs do

50 sudoeste da Europa ficaram sob uma tirania que para alguns só foi quebrada no final da primeira guerra mundial em Todavia a Igreja sobreviveu. Verdadeiramente, nesse mesmo tempo em uma área no extremo norte podemos discernir acontecimentos que novamente podem ser chamados compensações. A Rússia em 1480 se viu livre da soberania mongol (agora muçulmana), sob Ivã III, o "Grande Príncipe de toda a Rússia". Moscou se tornou o centro de uma vigorosa vida nacional e cultural com a Igreja Cristã como sua inspiração. Ali logo haveriam de reclamar que, como Constantinopla tinha sido fundada em 330 como "a Nova Roma", Moscou agora tinha se tornado com a queda de Constantinopla "a Terceira Roma", guardiã da Fé Ortodoxa. Este sentimento tinha sido corrente por bem mais de um século quando em 1589 o bispo metropolitano de Moscou foi elevado à dignidade de Patriarca. Como a cultura russa se espalhou para o norte, e mais tarde para leste, com ela se espalhou a Igreja Ortodoxa Oriental. A Igreja do ocidente neste período não sofreu perda territorial tal como a que acabamos de passar em revista no oriente. Na verdade em duas áreas houve ganhos. Em 1386 o rei da Lituânia, o último país não-cristão do norte, aceitou o batismo. E em 1492 o reino de Granada, o último reduto da Espanha meridional sob o domínio muçulmano, se rende às forças cristãs. 2) DECLÍNIO DA IGREJA NO OCIDENTE. Mas se por um lado não houve perda territorial, por outro houve declínio espiritual em muitos aspectos da vida da Igreja no Ocidente, e não menos no próprio Papado. O período de 1378 a 1415 é conhecido na história como o do Cisma (= divisão); havia dois papas rivais, e em dada ocasião, três. No primeiro período de revés, , a Europa Ocidental, devastada pelos bárbaros, tinha se voltado para Roma esperando unidade. Agora o papado havia se tornado um ponto de divisão entre as nações ocidentais. Reconheciam este ou aquele Papa, conforme a conveniência política. Havia muitos outros sinais de que a Idade Média, com a Igreja como centro e com o cristianismo como base da civilização estava passando. Em lugar de uma sociedade feudal haviam se desenvolvido fortes estados nacionais, prontos para porem em dúvida as pretensões do papado

51 supostamente supranacional e prontos ainda para se queixarem do seu preço. Os próprios papas pareciam cada vez menos dispostos a restaurarem o significado espiritual de seu ofício, sendo o papa, no fim do século XV, um homem de caráter escandaloso e de mundanismo completo. No ano 1500 de modo algum se poderia admitir que a religião cristã recuperaria seu vigor, ou que permaneceria como centro da vida da Europa ocidental. Resumamos este exame sombrio: - A parte siríaca da Igreja havia desaparecido da Ásia central e oriental e sobrevivia uma pequena relíquia na Pérsia e no Iraque, com uma relíquia mais considerável na Índia do Sul. - A parte grega da Igreja era uma sombra do que havia sido no princípio, gasta e quebrantada pelos assaltos do Islã, e com futuro limitado, exceto na Rússia. - A parte latina da Igreja estava em profundo declínio espiritual, sendo a sua posição mais duvidosa do que havia sido por séculos. Que esperança poderia haver à frente? 3) ESPERANÇA À FRENTE. Há um outro aspecto da maioria dos acontecimentos que este capítulo tem mencionado. Temos falado do declínio religioso e do curso da Idade Média, mas o século XV pode ser mais positivamente descrito como um tempo de progresso intelectual e como o começo da Idade Moderna. Temos notado a queda de Constantinopla em 1453 como a morte do Império Romano Oriental, mas contemporâneo com ela houve um movimento chamado Renascença (renascimento), ou Reavivamento da Cultura. A Europa ocidental tinha redescoberto a antiga civilização grecoromana, e, estimulada por esta, surgiu, primeiro na Itália, um surto de nova pintura, nova escultura, nova arquitetura, nova escrita, novo estudo da história, nova investigação científica e nova invenção. A imprensa, usada na China por séculos, mas recentemente estabelecida na Alemanha cerca de 1450, espalhava livros e conhecimento, tanto antigos quanto novos. Temos mencionado a queda do reino muçulmano de Granada em 1492, mas hoje esse ano é principalmente lembrado por causa da viagem de Cristóvão Colombo. Com a libertação da Península Ibérica do domínio muçulmano emergiram dois novos centros de Poderes: Portugal e Espanha.

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