AS DISPOSIÇOES SOBERANAS DO ESPIRITO SANTO. Luis Aguirre

Transcrição

1 AS DISPOSIÇOES SOBERANAS DO ESPIRITO SANTO Luis Aguirre 1 Pe 4:12-15 Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Quando Pedro escreveu essa epístola, ele escreveu para um grupo de pessoas que certamente estava em perseguição. Ele abre sua carta se dirigindo aos forasteiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia. Eles estavam sendo perseguidos e em consequência dessa perseguição surgia sofrimento. A palavra sofrimento aparece na Epístola de Pedro em torno de 16 vezes, contudo Pedro os encoraja e diz alegrai-vos. Em nenhum momento a palavra de Deus nos ensina a gostar do sofrimento, essa não é a questão. Dependendo do sofrimento e de nossa relação a ele, algo de eterno é formado em nós e por isso podemos e devemos nos alegrar. O v. 14 menciona explicitamente o Espírito Santo. Creio que muitas vezes por trás do sofrimento ou de situações difíceis está a cuidadosa mão do Espírito Santo, por isso o sofrimento pode, dependendo de nossa situação e de como nos lançamos aos pés do Senhor, produzir para nós um eterno peso de glória. O Senhor, por meio do seu Espírito, cuidadosamente arranja situações nas quais ele nos coloca, com objetivo muito além de nós. Sempre que imaginamos o Senhor, o Espírito Santo, pensamos no que é bom e agradável. Porque de fato o Senhor é o nosso Bom Pastor, ele sempre nos faz o bem. Mas não estamos preparados muitas vezes para reconhecer isso em situações de aperto e de dificuldade. Vamos usar o texto de 1 Pedro, mas não apenas isso, ele se aplica a muitas outras situações que vão além da perseguição. Já no capítulo 1, Pedro diz se 1/32

2 necessário sejais contristados por várias provações, várias não somente em número mas no sentido variado. Então as provações são nas mais variadas situações e não somente perseguições. Gostaria de passar alguns aspectos dessas disposições, arranjos que o Senhor providencia para lidar conosco. Em primeiro lugar, gostaria de ver com os irmãos a necessidade que temos desses arranjos do Espírito Santo. A menos que possamos reconhecer a necessidade que temos que o Espírito lide conosco, não iremos muito longe. Precisamos entender como se manifestam esses arranjos do Espírito Santo. Se partimos do pressuposto que as disposições, os arranjos do Espírito Santo serão sempre agradáveis, fáceis, simples, serão uma bênção, possivelmente perderemos de vista boa parte das disposições que o Espírito Santo preparara para nossas vistas. Como devemos responder ao mover do Espírito Santo em nós? Precisamos aprender essas verdades, porque a impressão que temos é que a medida que o tempo se aproxima e que o Senhor está próximo, é quase como se o tempo estivesse curto demais e o Espírito Santo precisasse aumentar a temperatura das provas. 1 Ped 4: 12 Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. fogo ardente, essa é uma situação arranjada, preparada pelo Espírito Santo para alcançar um objetivo. Irmãos todos temos dificuldades, inclusive os ímpios. Estamos falando de situações de fogo ardente. Claro que o Espírito Santo tem seus métodos, seus meios que muitas vezes desconhecemos. Precisamos reconhecer a voz do nosso Pastor amado na pessoa do Espírito Santo. Gostaria de dar uma ilustração, considerar um evento na vida do Senhor, onde encontramos os quatro aspectos (necessidade, manifestação, resposta e consequência) que queremos tratar. O evento da tentação do Senhor Jesus. Mt. 4:1 ENTÃO foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2/32

3 Preste atenção, aqui temos muitas informações importantes. Vamos considerar os quatro aspectos do arranjo do Espírito Santo na vida do Senhor (necessidade, manifestação, resposta e consequência), mas faremos em outra sequência, começando pela manifestação. Aqui o texto diz então. Existe um calendário, um tempo em que o Espírito Santo determina a situação. É para ser no tempo dele, não no nosso tempo e calendário. O Espírito Santo levou o Senhor até o deserto para ser tentado. Aqui a iniciativa foi do Espírito Santo! Isso é fundamental para entendermos a manifestação. Porque não são todos os sofrimentos ou situações que serão como fogo ardente, mas sim aquelas situações que têm origem no Espírito Santo, Ele é quem determina é hoje, é daqui a uma semana, será assim... então a manifestação começa com o próprio Espírito. Outro aspecto importante, ele foi levado ao deserto. A origem foi o Espírito Santo, Ele levou o Senhor, na sua soberania ao deserto com o objetivo de ser tentado pelo diabo. Não basta julgar a situação pelo seu aspecto exterior ou o quanto nos agradamos ou não delas para determinar se aquela difícil situação é de Deus ou não. Precisamos gastar tempo aos pés do Senhor e entenderemos que muitas situações são sim provenientes de Deus e precisamos dar uma resposta adequada. Mt. 4:1 ENTÃO foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Mc 1:12 E logo o Espírito o impeliu para o deserto. Impelir levar com força, com uso de firmeza. Ao longo do ministério do Senhor ele entrou e purificou o templo duas vezes, no início do ministério (João 2) e no final do seu ministério. Em João 2, quando diz que Jesus fez um chicote e expulsou todos do templo, esse expulsou é a mesma palavra usada aqui em Mc 1:12 quando o Espírito o impeliu ao deserto. Lc 4:1 E JESUS, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto; aqui diz que cheio do Espírito Santo, ele foi guiado pelo mesmo Espírito. O Espírito que nos enche é o mesmo que nos guia. Aqui diz que ele foi conduzido NO deserto. No meio da situação, por mais aquecida que seja, o Espírito 3/32

4 Santo nos conduz. A iniciativa de levar o Senhor ao deserto, foi do Espírito Santo, e não do inimigo. Quando inimigo se apresentou e disse se és filho de Deus então comanda que essas pedras se tornem pães ele respondeu nem só de pão viverá o homem ali ele não estava sendo tentado como Deus, porque Deus não pode ser tentado pelo mal. Ele estava sendo tentado como homem, por isso ele disse que nem só de pão viverá o homem. Ele se referia a si mesmo, como homem. Eu como homem não dependo apenas do pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Agora no que concerne a necessidade e aos resultados dos arranjos do Espírito Santo com relação ao Senhor, precisamos dizer que é diferente no que concerne a nós, mas é igualmente instrutivo. Quando pensamos no Senhor, muitas vezes pensamos se o Senhor tinha necessidade, será que ele precisava desses arranjos do Espírito Santo? Precisava. Não como Deus porque ele era perfeito e completo, mas ele se esvaziou e se fez carne, e como homem ele precisava crescer, se desenvolver, amadurecer, ser aperfeiçoado. Hb 2:17 Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. Isaías nos diz que lá na cruz, ele levou sobre si as nossas enfermidades. Ele as experimentou. Assim como nosso pecado caiu sobre ele, as nossas enfermidades também caíram sobre ele. Ele sabe o que são as doenças, embora não tenha ficado doente, mas ele tem o conhecimento experimental. Ele não nasceu assim, mas precisava passar essa experiência, que em tudo fosse semelhante aos irmãos para ser fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus. Hb 5:7-10 O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem; Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. 4/32

5 Muitas vezes temos dificuldade com essa palavra aperfeiçoado. Em nossa mente achamos que ele era imperfeito que tinha falhas. Não. Ele não tinha falhas, mas se não tivesse se tornado homem e como homem não tivesse passado por todas as fases e aspectos da vida do homem ele não seria completo. É nesse contexto que temos essa palavra aperfeiçoado. Quais os resultados na vida do Senhor? Como o texto coloca o resultado a atitude do Senhor? Hb 2:17 Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. Hb 5:9 E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem. Então vemos como na vida do Senhor, as disposições do Espírito Santo foram submetendo o Senhor a esse treinamento e ao final vemos alguém completo, que pode se tornar o autor da salvação eterna que pode fazer propiciação e que pode se compadecer de nós. No Senhor temos todas essas fases. Com respeito a nós, queremos ver como se encaixam. O primeiro ponto e talvez o mais fácil é considerar a nossa necessidade dos arranjos do Espírito Santo. Deus havia dito a Adão que poderiam comer livremente de todas as arvores do jardim, exceto da arvore do conhecimento do bem e do mal. Naquele dia que ele comeu, ele morreu, mas ainda conseguimos ver Adão se mover, interagir com Deus e com seus filhos. Então o que morreu naquele dia, foi o seu Espírito. Aquele órgão que Deus havia colocado nele e que daria condições de ter comunhão com Deus. O espírito de Adão não desapareceu, ele ficou inoperante. É como uma lâmpada que foi desligada. A lâmpada está ali, mas não exerce a função pela qual foi feita. Como consequência, seu corpo entrou em processo de degradação, de cativeiro da corrupção como fala Paulo. Adão era também alma vivente. Então quando Deus criou Adão, criou espírito, alma e corpo. Quando pecou o Espírito morreu, se desconectou a Deus, ele não 5/32

6 conseguia mais discernir as coisas de Deus, por isso Paulo diz que o homem natural não consegue discernir as coisas espirituais que lhe são loucura. Imagine um cego de nascença, tente descrever a ele a cor vermelha. É fácil... é a cor do tomate. Mas ele nunca viu um tomate! Essa é condição do homem caído. Sem o Espirito ele não tem como conhecer as coisas espirituais. Graças ao Senhor ele deixou a consciência e por ali o Senhor pode mover. O fato é que o homem caído precisava ser restaurado no espírito, alma e corpo. Ez. 36:26 E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porque um espírito novo? Porque o espírito com o qual o homem havia sido criado, em adão ele morreu. Então o Senhor, em sua misericórdia precisa regenerar o seu espirito. É o que ele diz a Israel. Pense nisso como nossa conversão, quando cremos o nosso espírito é regenerado. A capacidade que o espirito tinha de conhecer Deus e discernir as questões espirituais é regenerado. Mas não para por ai... Ez 36:27 E porei dentro de vós o meu espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. Porei dentro de vós o meu espírito. Não é o mesmo espírito. Nesse versículo fala do Espírito de Deus, e só pode acontecer depois que o espirito do homem é regenerado e então ele pode se tornar um receptáculo do Espírito de Deus. Da mesma maneira, como em Adão que o espírito morreu quando ele pecou, o corpo entrou em processo de degeneração. Quando o Senhor regenera nosso espírito ele traz o Seu Espírito para habitar em nós, o nosso corpo que está preso no cativeiro da corrupção há uma promessa de que o Espírito habitando em nós vivificará nosso corpo mortal: Rm 8:11 E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita. No dia da nossa conversão ganhamos a vida eterna, ganhamos a promessa de que um dia teremos corpo espiritual, ressuscitaremos com corpo espiritual. 6/32

7 A grande promessa, aquela que ainda está por se cumprir é que um dia, a semelhança do Senhor, teremos um corpo espiritual. E a alma? Essa que também caiu, que ficou desordenada. A alma que foi crescendo fora de proporção, não muda instantaneamente com a conversão, ela precisa passar por um longo processo de transformação! Muitos chamam de salvação da alma ou santificação. Irmãos se o Espírito Santo tem papel determinante na salvação do nosso espírito, na regeneração do nosso corpo não é difícil de entender que ele também tem papel fundamental na salvação da nossa alma, na nossa santificação. Mas ele tem seus métodos, tem seu calendário e seus caminhos. Precisamos aprender a ouvir o Espírito Santo, reconhecer que é ele e correr até ele, nos rendermos ao seu conduzir, por mais que as vezes ele nos impele com força para situações que não queremos. Não precisamos gostar, precisamos ceder e permitir que o Espírito nos conduza. Zc. 4:7 Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel tornar-te-ás uma campina; porque ele trará a pedra angular com aclamações: Graça, graça a ela. Como gostaríamos que todos os nossos montes se tornassem uma campina que pudéssemos passar sem dificuldades. Mas no versículo anterior diz: E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Irmãos, esses montes, quaisquer que sejam não serão aplainados, não serão atravessados pela força e poder do homem, nós somos incapazes disso, mas diz o Senhor dos Exércitos: mas pelo meu Espírito. Austin-Spark, comentando esse versículo disse que o Espírito Santo em nós é a contraparte de Deus para fazer jus, frente, a todo alto monte. Não é pelo nosso poder ou força, mas pelo Espírito de Deus, não há outra maneira. Gn.37:2-10 Estas são as gerações de Jacó. Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia más notícias deles a seu pai. E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai 7/32

8 o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente. Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais. E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho. Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras. E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? Nós conhecemos a história de José, seria interessante poder abordar esse assunto sem conhecer o final da história, mas conhecemos a história. Encontramos um jovem de 17 anos, que trazia más notícias de seus irmãos a seu pai. Os irmãos dele o odiavam não apenas por causa de seus sonhos, mas também por suas palavras (v.8). Então aparentemente as próprias palavras dele para com seus irmãos não eram muito amigáveis... mas vamos deixar esse aspecto da personalidade de José de lado. Ele teve dois sonhos e relatou a seus irmãos e a seu pai, e a resposta deles, em essência é isso é impossível, reinarás sobre nós? Humanamente falando, os sonhos eram impossíveis de serem realizados, ele praticamente era o caçula, e aos olhos do homem os sonhos eram como grandes montes. Sabemos que foi muito mais do que vemos nesses sonhos, eles se cumpriram, mas foi muito mais do que esses sonhos. Certamente José teve uma atitude positiva, mas não teve nenhuma iniciativa. Ao longo da vida de José vemos as os soberanos arranjos do Espírito Santo, ordenando as situações de modo que os sonhos fossem realizados. 1 Pe 4:13 Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. 8/32

9 Precisamos perceber que temos a necessidade de que as disposições do Espírito Santo aconteçam e de nos submetermos ao operar do Espírito Santo em nossas vidas. 1 Pe. 4:12-19 Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bemaventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte. Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? E, se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador? Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem. Temos considerado esse assunto das disposições, dos arranjos, dos ordenamentos do Espírito Santo na vida daqueles que lhe pertencem. Esse trabalhar, esse ordenar tem um objetivo. Além disso há a necessidade de que ele opere em nós dessa maneira. Hoje gostaria de considerar com os irmãos a respeito das manifestações desses arranjos do Espírito Santo, como conhecer essas disposições em nossas vidas? Não esperem uma formula, porque ela não existe. É um desafio aprendermos a discernir no nosso espírito o que o Espírito de Deus tem feito e faz em nosso contexto. Essas disposições do Espírito Santo não são necessariamente agradáveis a nós. Muitas vezes existe esse apertar esse espremer e muitas vezes isso dói. O que não podemos fazer é desprezar essa ação porque ela não é algo que nos agrada, não é o que esperávamos acontecer. Precisamos ser instruídos pela palavra e estar preparados para reconhecer essas disposições, o Espírito Santo move de formas tão diversas e especiais, mas cuidadosamente preparadas para cada um, ele olha a cada um. Ele conhece nossos problemas, nossos anseios, ele tem seu jeito e tem seu tempo. 9/32

10 Vamos passar pelo texto de 1 Pedro, observando alguns pontos, a título de introdução. O texto começa dizendo Amados, não estranheis a ardente prova, não considere estranho, não considere alheio a realidade da vida cristã, não considere como algo incabível que estejais passando por situações de fogo ardente. É quase colocar assim não considere isso uma exceção. Precisamos enxergar que essas situações de fogo ardente são quase como uma regra, uma norma e serão assim em nossa caminhada com o Senhor, não estranheis. Dizem os entendidos que essa expressão fogo ardente não é muito utilizada no Novo Testamento, aparece aqui e mais uma vez em Apocalipse 18 quando fala da Babilônia, lá diz a fumaceira do seu incêndio. Então você vê que pelas formas diversas de tradução há uma dificuldade de dizer exatamente o que significa, mas parece que o significado mais puro dessa palavra é simplesmente um queimar. Não estranheis o queimar. Vocês sabem que o Antigo Testamento foi traduzido para o grego, isso é chamado de Septuaginta, e na Septuaginta essa palavra também é utilizada em Provérbios 27:21 como crisol prova a prata e o forno o ouro, assim o homem é provado pelos louvores que recebe. e essa palavra lá, é o forno. assim como o forno prova o ouro. Então situações de fogo ardente podemos traduzir como situações de forno. Você já se sentiu no forno? Muitas vezes sim. Mas pela graça de Deus podemos confiar no cozinheiro, porque ele não vai deixar queimar, ele sabe que horas no tirar do forno, e que horas no colocar no forno. Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar,, vos provar. Essa palavra provar, nesse contexto é positiva. Não gostamos dessa palavra porque pensamos em prova. Ninguém gosta de prova, porque pensamos que tudo o que não sabemos vai ficar na cara. A prova checa e traz a tona o que eu deveria saber e não sei. Mas aqui, o contexto é positivo, é a provação que vai trazer a tona o que é de bom. E como isso? Removendo o que existe de mal. 10/32

11 1Pe 1:7 Para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível mesmo apurado por fogo. Esse é o conceito. É o ouro que junto com aquele material em que está o ouro, há tantas outras impurezas. Vocês lembram de Serra Pelada? Uma vez ouvi que para cada 1 tonelada de terra escavada eles conseguiam 1 grama de ouro, essa é a relação do que eles conseguiam em Serra Pelada. Na nossa vida possivelmente não seja muito diferente. O ouro em nós não é nosso próprio, mas aquilo que pela graça e bondade de Deus, Ele implantou em nós quando cremos no Senhor Jesus Cristo, mas trazemos em nós toda uma história de barro, de argila, de coisas, de impurezas que o Espírito Santo precisa desfazer. E assim como o forno prova o ouro, como o fogo depura o ouro, assim o Espírito Santo nos coloca em situações. Ele ordena, dispõe situações para que aos pouco essas impurezas sejam removidas de nossas vidas. Esse é o significado da palavra que encontramos em 1 Pe.4:12. 1 Pe 4:13 Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; Sabemos que essa carta foi originalmente escrita para os irmãos que estavam em perseguição, mas estamos tomando emprestado e aplicando a nossa própria vida. Talvez nossa aflição não seja especificamente relacionada a perseguição, mas temos passado por situações de fogo ardente, temos ficado no forno de tempos em tempos. Se pelo nome de Cristo, se nossa provação é por causa do Senhor, então bem-aventurado sois. É a mesma palavra das bem aventuranças, e os entendidos dizem que uma tradução boa para essa palavra seria prósperos sois. Se pelo nome de Cristo sois injuriados, prósperos sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. Estudando esse texto, li uma tradução maravilhosa que diz assim na segunda parte do versículo: porque sobre vós o Espírito de Deus vos dá repouso. Então, se pelo nome de Cristo somos injuriados somos bem aventurados, somos prósperos porque o Espírito da gloria de Deus que está sobre nós nos concede repouso. De fato, os estudiosos dessas palavras contam um caso curioso. Você sabe que para determinar o que significa uma palavra, primeiramente você tem que olhar no próprio texto, como o autor utilizou a palavra para entender em que contexto é atribuída 11/32

12 a palavra. bíblicos. Depois olha-se para outros textos bíblicos e também para textos extra Essa palavra foi encontrada em um texto extra bíblico e era um texto técnico, em um texto escrito 103 anos antes de Cristo, mais ou menos por aquela época. E o texto técnico era a respeito de agricultura, e essa palavra era utilizada para se referir a uma sementeira leve. Então um pedaço de terra vinha sendo cultivado de forma intensa e de tempos em tempos eles davam repouso aquela terra plantando uma sementeira mais leve. Ela não ficava inútil, nem as traças como dizemos, mas cultivada com sementeira leve para que ela repousasse e não se esgotasse. Ao passarmos por situações de fogo ardente, podemos dar graças ao Senhor porque o Espírito do Senhor que pousa sobre nós é responsável por nos colocar no fogo e nos retirar do fogo, nos dar repouso, não permitir que nos esgotemos. No versículo 15 e 16 temos uma advertência importante: Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte. A advertência que encontramos aqui é que nem todo sofrimento é resultado de disposições do Espírito Santo, muitas vezes é consequência de nossa falta de sabedoria, nosso pecado, decisões incorretas tomadas no nosso passado. No versículo 19 diz se que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem isso é uma história, para esses há um propósito muito claro, mas quando sofremos em consequência de nossa falta de sabedoria, nossa estultícia, nosso pecado, há menos consolo e menos conforto para nós. Mesmo assim precisamos ir aos pés do Senhor. Mas existe esse aspecto que nos ajuda a reconhecer que não é o sofrimento per si, não é todo sofrimento que devemos atribuir imediatamente as disposições do Espírito Santo, mas somente aquelas que se originaram no coração de Deus e o Espírito ordenou que passássemos por elas com um propósito. Versículo 17 Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?, vamos começar pela segunda parte do versículo, a questão dos ímpios, dos que não obedecem ao evangelho de Deus, que não conhecem é outra questão, é como se o Senhor dissesse olha, o juízo começa pela minha casa. Vamos 12/32

13 deixar os ímpios para outro momento, não é assunto para hoje. Mas o texto diz que o momento de começar o juízo pela casa de Deus é chegado. Estamos numa era de juízo, tendemos a pensar em juízo como Juízo Final, aquele momento no final da era que pela graça de Deus aqueles que creram no Senhor não apenas passaram da morte para avida mas não entram em juízo. Mas certamente nos apresentaremos diante do Senhor no seu tribunal. E acredito que esse versículo nos prepara para esse momento. Esse texto diz que o momento deste juízo é chegado. É algo que está em processo, não é reservado aquele encontro com o Senhor, mas precisamos enxergar que esse juízo pode e deve ser uma preparação para aquele momento em que estaremos em pé diante do Senhor. Esse juízo não tem uma conotação condenação, mas de prova, de aprovação, de verificação. Aqui, creio que há um princípio que encontramos em 1 Co.11:28 examinese pois, o homem a si mesmo e assim coma do pão e beba do cálice, versículo 31,32 diz porque se julgássemos a nós mesmos não seriamos julgados, mas quando julgados somos disciplinados pelo senhor para não sermos condenados com o mundo. Se refere em primeira mão a mesa do Senhor, mas o princípio espiritual é mais amplo. Esse momento de exame, de prova, em que somos convidados a julgar a nós mesmos. Essas experiências de fogo ardente manifestam as impurezas, elas trazem a tona e temos a chance de lidar com elas, julga-las, no sentido de concordar com Deus da avaliação que ele faz dessas coisas. Aquilo que precisa ser confessado, deve ser confessado. Irmãos aquelas coisas que foram tratadas e devidamente julgadas nesse período estarão debaixo do sangue do Senhor e ele perdoa e esquece, isso não virá a tona naquele dia. Mas as pendências que ficarem para traz, essas terão que ser tratadas porque Deus é um Deus justo. Não podemos entrar na eternidade com pendências. Tudo tem que ser acertado. Em 1 Pe 4:17 encontramos o encorajamento, comece a se julgar hoje, o tempo é chegado. É este o tempo. Não deixe para depois. Devemos permitir que o Senhor traga a tona o que precisa ser julgado, e quando vier a tona julgue de acordo com a mente de Deus e não de acordo com sua opinião. Se você ler o Sl.139 o Salmista deixa claro que Deus conhece tudo a respeito dele, que as palavras ainda não chegaram a língua e Deus já as conhece todas. 13/32

14 Um irmão do século XVIII disse que quando entramos na eternidade tudo será conforme o caráter e natureza de Deus e o que não for, deve ser banido. Em Dt.8:2 temos uma ilustração de como o Senhor lidou com Israel nesses aspectos. recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos Esse é o trabalhar do Espírito Santo, de nos colocar em situações para podermos ver o que está em nosso coração. Muitas vezes encontramos coisas que não estão de acordo com o caráter de Deus e devemos julga-las. Por fim, vamos concluir com o versículo 19 Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem.. os que sofrem segundo a vontade de Deus. Independente de como entendamos, não há como escapar de que o sofrimento não está excluído dos planos de Deus para nós, mas o sofrimento tem que ser de acordo com a vontade de Deus. Primeiro, é a vontade de Deus que passemos por certas experiências de sofrimento. Segundo, no sofrimento nós soframos de forma agradável a Deus, aceitável a Deus. A palavra nunca nos diz para gostarmos do sofrimento, isso não faz parte do plano original de Deus, mas o que a palavra nos encoraja é em tudo dai graças, podemos dar graças por situações que não gostamos porque olhando e exercitando a fé vemos além do sofrimento. O sofrimento faz parte do nosso dia a dia aos pés do Senhor, não é todo sofrimento, nem qualquer sofrimento. Ap.21: 18 a estrutura da muralha e de jaspe, a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido, os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas versículo 21 E as doze portas eram doze pérolas; cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente. Por duas vezes menciona o ouro, e ouro puro. Como se prova o ouro? Como se apura o ouro? Fogo. Forno. não estranheis o fogo ardente que surge entre vós. Precisamos aprender a não olhar para o fogo ardente, mas para o ouro puro. 14/32

15 Quero chamar atenção aos irmãos para o processo em que essas coisas se formam. Um desses materiais é diferente, as pérolas. Dos três materiais, ela surge de um ser vivo. E no caso da perola é formada por um processo interno aquele ser vivo, é a ostra que entra alguma sujeira, quando ela não consegue expelir a ostra, ela fere a ostra e a ostra começa a soltar algo, a envolver a sujeira, camada após camada e depois de um tempo, aquilo que originalmente iniciou como uma ferida, ali surge uma pérola. Isso fala muito de processo interno nosso, os quais o Espírito Santo certamente atua e precisamos aprender a ouvir o Espírito Santo e ceder ao seu trato. Mas os outros materiais aparecem por um processo externo. Ninguém gosta de ficar no forno, nos sentimos desconfortáveis, mas precisamos nos render ao Senhor. É mais fácil quando percebemos que existe um objetivo muito maior. Uma vez ouvi um irmão dizer o seguinte, você sabe que todos estamos em obras. Um dia essa construção será manifesta. Esse irmão diz eu lhe dou 100% de garantia que quando você ver a olha de Deus concluída em sua vida você ficará satisfeito e não ficará decepcionado. Irmãos, hoje é o dia em que o juízo na casa de Deus já começou. Existe um aspecto tão bonito que fala desse processo de purificar o fogo em Zacarias, uma alavra que primeiramente se aplica a Israel. Zc 13:8,9 E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus. O Senhor está concluindo seu processo, a terra é dividida em 3 partes, duas perecerão o que acontecerá com a terceira parte? Leia esse versículo de traz para frente. Nós como povo de Deus, que dizemos O Senhor é meu Deus, porque pela misericórdia de Dele ele nos purificou ele nos provou. 1 Co 3: 12 E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual 15/32

16 seja a obra de cada um. Naquele dia tudo terá que passar pelo fogo. Aquilo que for feno, madeira, palha, o que for combustível será consumido, o que não for combustível passará. Pela bondade de Deus o resultado desse dia não precisa ser surpresa. Não precisamos aguardar aquele dia para descobrir certas coisas. Se nos rendermos ao fogo do Espírito Santo hoje, a essas situações de fogo ardente, ele já nos fará passar por elas, e o que for combustível já pegará fogo. Sejamos encorajados pela própria palavra do Senhor a nos submetermos a bondosa mão do Espírito Santo. Gn. 37:2-14 Estas são as gerações de Jacó. Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia más notícias deles a seu pai. E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente. Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais. E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho. Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras. E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai porém guardava este negócio no seu coração. E seus irmãos foram apascentar o rebanho de seu pai, junto de Siquém. Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui. E ele lhe disse: Ora vai, vê como estão teus irmãos, e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom, e foi a Siquém. 16/32

17 No versículo diz E achou-o um homem, porque eis que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe o homem, dizendo: Que procuras? E ele disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam. E disse aquele homem: Foram-se daqui; porque ouvi-os dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu atrás de seus irmãos, e achou-os em Dotã.. José estava andando errante pelo campo. E essa pessoa sabia exatamente onde os irmãos dele estavam. É muita coincidência para ser coincidência. Isso é o arranjo do Espírito Santo. Continuando v E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele para o matarem. E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor! Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. E ouvindo-o Rúben, livrou-o das suas mãos, e disse: Não lhe tiremos a vida. Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mãos nele; isto disse para livrá-lo das mãos deles e para torná-lo a seu pai. E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram de José a sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia. Imagino que toda vez que José olhava para a túnica ele lembrava do amor do seu pai, do quanto ele o amava e repentinamente essa lembrança lhe foi tirada. Esse despir faz parte de todo o processo do Espírito Santo para lidar com a situação que envolver a vida de José. Versículo 24 E tomaram-no, e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela. Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito. É muita coincidência para ser coincidência. Versículo 26 Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue? Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram. Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito. E versículo 36 E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda. 17/32

18 Quando os irmãos levaram seu pai a crer que José havia morrido, não houve qualquer ação por parte de Jacó de buscar ou procurar por seu filho. Dizem os estudiosos que naquela época a agropecuária mais refinada do mundo se praticava no Egito. José chegou ao Egito, como se não bastasse o sofrimento que já havia passado, foi vendido a casa de Potifar. Gn 39:1 E JOSÉ foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá. De tantas pessoas do Egito, justamente Potifar o comprou. Mas diz o versículo 2 E o Senhor estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. Não estranheis o fogo ardente! Se pelo nome de Cristo sois injuriados, prósperos sois! Mas a mulher de Potifar pôs os olhos sobre José e ele fugiu, versículo 20 E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na casa do cárcere. Eu li um comentário muito interessante, de que Potifar não teria acreditado na história da esposa porque naquela época pela lei a pena era muito superior a prisão para quem mexesse com a esposa de Potifar. Então até mesmo no fato dele ter ido para a prisão, e não era qualquer prisão mas naquela onde eram colocados os presos do rei. Era como aquela sementeira mais leve para dar repouso a José. E mais uma vez naquele local, José prosperou. Depois ele interpretou o sonho do copeiro-chefe e do padeiro chefe, em Gn 40:14,15 diz Porém lembra-te de mim, quando te for bem; e rogo-te que uses comigo de compaixão, e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me sair desta casa; Porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e tampouco aqui nada tenho feito para que me pusessem nesta cova. De fato ele não foi roubado, ele foi vendido, mas ele se sentia como roubado de forma não legal, nessas palavras de José ao copeiro, por um lado não percebemos amargura, revolta contra Deus, certamente que não. Mas nesse ponto da história, quanto ele enxergava do propósito de Deus? Ele não via muito além, ele estava no processo de entender e compreender a vontade de Deus. 18/32

19 Em Sl 105:17- vemos a interpretação que o Espírito Santo dá, nesse ponto, da vida de José. Mandou perante eles um homem, José, que foi vendido por escravo; Cujos pés apertaram com grilhões; foi posto em ferros; Até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do Senhor o provou. até ao tempo em que chegou a sua palavra, agora sabemos o que o Espírito Santo fazia ao longo daquela experiência de José, por um lado ele estava levando a cabo uma profecia, garantindo que ela se cumprisse e também, por Sua a própria palavra, provar a José. Ele estava sendo treinado para aquele momento. 1 Pe 4:12-19 Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte. Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? E, se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador? Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem. Gn 5:24 E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou. Andou Enoque com Deus. O que é andar com Deus? Podemos resumir a vida cristã como um andar com Deus, andar na presença de Deus. Mas o que é isso na prática? Há um princípio que se aplica e poderíamos colocar de forma simples: responder a cada impulso, a cada toque, a cada ação de Deus em nossa vida. Não somos chamados para tomar iniciativas nossas em nossa caminhada com Deus, mas estarmos atentos para responder as iniciativas de Deus. 19/32

20 Quando povo de Israel estava para entrar em Canaã sob a direção de Josué, as instruções eram para observarem quando os levitas tomassem a arca de Deus e então segui-la. Era para observarem a arca. E quando ela se movesse, então eles se levantariam e seguiriam na direção da arca. Em 1 Pedro 4, fala das situações do fogo ardente e algumas situações, e nossa resposta a elas. Vimos que nem sempre essas disposições são agradáveis a nós, mas chegamos a esse ponto: como reagir, o que fazer? 1 Pe. 4:13 Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Alegrai-vos na medida em que participais das aflições. Esse alegrai-vos está relacionado ao bem aventurados sois do versículo 14 bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus... A construção desse versículo 13 é curiosa, alegrai-vos... para que... tem um objetivo. Esse texto nos diz alegre-se hoje para que você possa se alegrar na revelação da sua glória naquele dia! Se aprendermos a nos submeter com alegria aos tratos, aos arranjos do Espírito Santo hoje, então naquele dia teremos muita razão para nos alegrar! Em outras palavras se não aprendermos a nos alegrar hoje, em meio a situações difíceis mas ordenadas pelo Espírito Santo em nossas vidas, provavelmente não tenhamos muito do que nos alegrar naquele dia para depositar aos pés do Senhor em adoração. Acontece que as vezes muito do que temos, é feno e palha e não chegará ao outro lado da fogueira. Netão é uma benção podermos hoje ser testados e provados para termos algo de precioso para apresentar naquele dia aos pés do Senhor. Alegria. Às vezes imaginamos que alegria é dar gargalhada, ou colocar no rosto um sorriso diante do sofrimento. Que alegria é essa? Diz os estudiosos que se trata de uma grande alegria, uma alegria que se adquire no exercício da fé no espírito, é uma alegria espiritual. Sl 51 Salmo de confissão do pecado de Davi. O cabeçalho do salmo diz ao mestre de canto. Salmo de Davi. Quando o profeta Natã veio a ele, depois de Davi haver cometido adultério com Bate-Seba. 20/32

21 51:12 Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. Alegria aqui é a mesma expressão de 1 Pedro. Lc 1:46 Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Essa alegria começou no espírito. Não é uma alegria superficial. É algo que ocorreu no íntimo. Lc. 10:21 Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve. Exultação do Senhor no Espírito Santo. Jo. 8:56 Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se. Percebemos que essa alegria, principalmente nesse texto tem a ver com o exercício da fé. Ele se alegrou porque viu o dia do Senhor. Esse exercício da fé na vida de Abraão, trouxe essa alegria que ele está falando. É a mesma alegria que encontramos em 1 Pedro. 1 Pe 1:6-9 Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas. Irmão o que é não ver agora mas crer? É precisamente o exercício da fé. Nós não vemos algo agora, mas cremos porque Deus o disse. Então novamente vemos essa alegria vinculada ao exercício da fé. A nossa resposta as situações de fogo ardente que se nos apresentam, devem ser encaradas por nós como uma oportunidade de exercitarmos a nossa fé, não vendo agora, mas crendo. Ap.19:6-8...Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina. Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do 21/32

22 Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. A pergunta é porque alegrar-se? Parte da resposta foi dada no versículo 14: Porque bem aventurado sois. Porque Deus, por meio do seu Espírito está nos aperfeiçoando, nos preparando, nos dando algo de valor eterno para termos o que apresentar no dia do Senhor. Gostaria de ver um exemplo na vida de Paulo e na vida do Senhor. O principal, certamente é o exemplo que temos no Senhor. Hb 12:1-3 PORTANTO nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Para que o Senhor pudesse alcançar essa alegria ele suportou a cruz, e por causa dessa alegria ele não fez caso da cruz. Ao final ele teve os dois, passou pela cruz e por isso terá aquela alegria. Alegre-se sabendo que o Senhor está no controle e que ele reina e domina sobre todas as coisas e que ele soberanamente ordena todas as nossas circunstâncias. Esse é o segredo para alcançarmos a alegria em meio a situações de fogo ardente: considere atentamente o autor e consumador da nossa fé, Jesus. Está fatigado? Está desmaiando? Está caindo pelas barrancas? É porque você não está considerando atentamente a vida do Senhor. Mesmo em meio a situações de fogo ardente é possível ter descanso no Senhor. Como Paulo reagia diante de situações como essas? Rm 8:18 Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Aqui há um paralelo importante sofrimento x glória. Sofrimento no tempo presente, e glória a ser revelada futuro. 22/32

23 Quando Paulo fez essa comparação ele chegou a essa conclusão não há como comparar a gloria a ser revelada é infinitamente maior e não tem como comparar. O Sofrimento do tempo presente não pode se comparado a gloria a ser revelada em nós. Sugiro que os irmãos memorizem esse versículo assim para o apóstolo Paulo, os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados a gloria a ser revelada em nós, memorizem assim até que o espirito te convença de que de fato isso é uma realidade e você possa, então dizer para mim, tenho por certo. Isso foi resultado de uma experiência de Paulo e nós repetimos as palavras dele sem ter a experiência dele. É a experiência que traz realidade. Por isso Deus nos põe em situações de fogo ardente, para ele nos conceder essa oportunidade. Mas a medida que ele pode fazer isso depende grandemente da nossa resposta e a menos que possamos enxergar como Paulo e responder como ele tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada tudo a luz da gloria da eternidade fica pequeno é reduzido a quase nada. A dificuldade é que o hoje a gente vê e a gente sente. Mas o futuro a gente não vê, é onde entra o exercício da fé, não vendo, mas crendo. Na medida que crermos, conseguiremos nos alegrar. O Senhor tem seu calendário, sua agenda, ele determina quando as coisas devem acontecer. Mas precisamos lembrar que na palavra o Senhor move com precisão de acordo com seu calendário. Temos lido Atos 2 e o que aconteceu ali. O Capitulo 2 começa assim cumprido o dia de Pentecostes... o Senhor disse ide e esperai... e cumprido o dia de Pentecostes.. então... havia um tempo, e o tempo chegou. Gl 4:4,5 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. plenitude dos tempos quando o tempo chegou em sua plenitude. Nem um minuto antes, nem um minuto depois. Deus se move de acordo com seu calendário. Ef. 1:9,10 Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; 23/32