Empreendedorismo Dando asas ao espírito empreendedor. Idalberto Chiavenato
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1 Empreendedorismo Dando asas ao espírito empreendedor Idalberto Chiavenato 3º Edição 2008
2 Empreendedorismo Dando asas ao espírito empreendedor Idalberto Chiavenato Doutor (PhD) e mestre (MBA) em Administração de Empresas pela City University of Los Angeles, Califórnia Pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV-EAESP (Fundação Getúlio Vargas) Graduado em Direito pela Universidade Mackenzie Graduado em Filosofia/Pedagogia pela Universidade de São Paulo Doutorhonoriscausa pela Universidad de San Martin de Porres (1999) Doutor honoris causa pela Universidad Carlos Palma (2000)
3 Idalberto Chiavenato Empreendedorismo Dando asas ao espírito empreendedor Este livro foi projetado e elaborado para ser um breviário informativo e compreensivo para avaliar e discutir todas as condições favoráveis para um proveitoso negócio. Para tanto, nossa principal preocupação foi utilizar uma linguagem clara, simples e pouco técnica, disposta em pequenos capítulos, cada qual voltado para um assunto específico. Procuramos apresentar os principais itens necessários ao pequeno empreendedor, como: quais as decisões iniciais e básicas para começar seu próprio negócio ou desenvolver mais intensamente as suas atividades; como planejar, organizar, conseguir financiamentos, obter pessoal e, finalmente, lançar o novo empreendimento; como assegurar a viabilidade e a competitividade do negócio em um mundo em contínua mudança e transformação; como sustentar tanto a lucratividade a curto prazo como o crescimento a longo prazo.
4 Capítulo 1
5 Empreendedor do francês entrepreneur significa aquele que assume riscos e começa algo novo. é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma idéia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente.
6 ORIGENS DO PENSAMENTO EMPREENDEDOR O empreendedorismo tem sido visto como um engenho que direciona a inovação e promove o desenvolvimento econômico. Principais linhas de pensamento: visão dos economistas. O empreendedor era aquele que adquiria a matéria-prima por um determinado preço e a revendia a um preço incerto. visão dos behavioristas. Na década de 1950, os behavioristas foram incentivados a traçar um perfil da personalidade do empreendedor. escola dos traços de personalidade. Tem propiciado uma série de linhas mestras para futuros empreendedores, auxiliando-os na busca por aperfeiçoar aspectos específicos para obterem sucesso.
7 A visão de Max Weber ( ) sobre empreendedorismo é freqüentemente identificada com a Teoria do Carisma. No campo da psicologia, estudos sobre o empreendedor estão divididos em dois grupos: um grupo cujo principal objetivo é isolar a personalidade empreendedora; outro grupo que é de natureza psicológico-social, no qual a personalidade do empreendedor é vista como decisivamente moldada por algo de fora, como influência dos pais ou a forma como a criança foi socializada.
8 CARACTERÍSTICAS DO ESPÍRITO EMPREENDEDOR Três características básicas identificam o espírito empreendedor: Necessidade de realização. Os empreendedores apresentam elevada necessidade de realização em relação às pessoas da população em geral. Disposição para assumir riscos. Preferem situações arriscadas até o ponto em que podem exercer determinado controle pessoal sobre o resultado. Autoconfiança. Os empreendedores de sucesso são pessoas independentes que enxergam os problemas inerentes a um novo negócio, mas acreditam em suas habilidades pessoais para superar tais problemas.
9 Vários fatores ambientais encorajam ou impulsionam as pessoas a iniciar novos negócios. Tais empreendedores são rotulados de refugiados: 1. Refugiados estrangeiros. São pessoas que encontram discriminações ou desvantagens ao buscar emprego assalariado em outros países e, então, iniciam um novo negócio. 2. Refugiados corporativos. São aqueles que fogem do ambiente burocrático das grandes e médias empresas iniciando negócios por conta própria. 3. Refugiados dos pais. São pessoas que abandonam a família para mostrar aos pais que podem fazer as coisas de maneira independente, ou seja, sozinhas.
10 4. Refugiados do lar. São aqueles que começam o próprio negócio após o crescimento dos filhos ou quando se sentem livres das responsabilidades da casa. 5. Refugiados feministas. Mulheres que sentem discriminações ou restrições em uma empresa e preferem iniciar um negócio que possam dirigir independentemente dos outros. 6. Refugiados sociais. São os alheios à cultura que prevalece na empresa, que buscam uma atividade como empreendedores. 7. Refugiados educacionais. São pessoas que se sentem cansadas dos cursos acadêmicos e decidem iniciar um novo negócio.
11 Estilos de fazer negócios: 1. Empreendedor artesão. É uma pessoa que inicia um negócio basicamente com habilidades técnicas e um pequeno conhecimento da gestão de negócios. Sua abordagem quanto ao processo decisório se caracteriza por: ter uma orientação de tempo de curto prazo, com pouco planejamento para futuro crescimento ou mudança; ser paternalista, ou seja, dirigir o negócio da forma como dirigiria sua própria família; usar uma ou duas fontes de capital para abrir sua empresa; definir a estratégia de marketing em termos de preço tradicional, da qualidade e da reputação da empresa; esforçar-se nas vendas basicamente por motivos pessoais.
12 2. Empreendedor oportunista. É aquele que tem educação técnica suplementada por estudo de assuntos mais amplos, como administração, economia, legislação ou línguas. Caracteriza-se por: evitar o paternalismo na condução da equipe; delegar autoridade às pessoas necessárias para o crescimento; empregar estratégias de marketing e esforços de vendas mais variados; obter capitalização original de mais de duas fontes de dinheiro; planejar o crescimento futuro do negócio; utilizar sistemas de registro e controle, orçamento apropriado, oferta precisa e pesquisa sistemática de mercado.
13 VOCÊ VAI TOCAR SEU PRÓPRIO NEGÓCIO? Os perigos mais comuns nos novos negócios são: não identificar adequadamente qual será o novo negócio; não reconhecer apropriadamente qual será o tipo de cliente a ser atendido; não saber escolher a forma legal de sociedade mais adequada; não planejar suficientemente bem as necessidades financeiras do novo negócio; errar na escolha do local adequado para o novo negócio; não saber administrar o andamento das operações do novo negócio; não ter conhecimento sobre a produção de bens ou serviços com padrão de qualidade e de custo; desconhecer o mercado e, principalmente, a concorrência; ter pouco domínio sobre o mercado fornecedor; não saber vender e promover os produtos/serviços; não saber tratar adequadamente o cliente.
14 MAS O QUE TORNA UM NEGÓCIO BEM-SUCEDIDO? Algumas razões pelas quais as pessoas se engajam em negócios: forte desejo de ser seu próprio patrão, de ter independência e não receber ordens de outros, fundamentando-se apenas em seu talento pessoal; oportunidade de trabalhar naquilo que gosta; sentimento de que pode desenvolver a sua própria iniciativa sem o guarda-chuva do padrão; desejo pessoal de reconhecimento e de prestígio; poderoso impulso para acumular riqueza e oportunidade de ganhar mais que quando era simples empregado; descoberta de uma oportunidade que outros ignoraram ou subestimaram; desafio de aplicar recursos próprios e habilidades pessoais em um ambiente desconhecido.
15 As principais características que um empreendedor bem-sucedido deve possuir ou desenvolver são as seguintes: iniciativa e busca de oportunidades; perseverança; comprometimento; busca de qualidade e eficiência; coragem para assumir riscos, mas calculados; fixação de metas objetivas; busca de informações; planejamento e monitoração sistemáticos, isto é, detalhamento de planos e controles; capacidade de persuasão e de estabelecer redes de contatos pessoais; independência, autonomia e autocontrole.
16 Além de possuir as características anteriormente relacionadas, para ser bem-sucedido, o empreendedor precisa: ter vontade de trabalhar duro; ter habilidade de comunicação; conhecer maneiras de organizar o trabalho; ter orgulho daquilo que faz; manter boas relações interpessoais; ser umself-starter, um autopropulsionador; assumir responsabilidades e desafios; tomar decisões.
17 Ingredientes de um negócio bem-sucedido: Uma oportunidade de negócios potenciais Um espírito empreendedor adequadamente qualificado e motivado Um planejamento sólido e bem detalhado do negócio Capital suficiente para bancar o negócio Muita sorte pela frente
18 Algumas limitações de um novo negócio: 1. Esqueça o período de oito horas diárias de jornada, os fins de semana e os feriados, pelo menos no decorrer de alguns meses ou, até mesmo, anos. O ócio e a tranqüilidade não são características de um início de negócio. 2. Existe a possibilidade de você perder seu investimento de capital financeiro e talvez o dinheiro de outras pessoas que também colaboraram com o ingresso do numerário. 3. Provavelmente, você não poderá contar com um ganho regular ou nem mesmo com algum ganho durante o período inicial. 4. Você assumirá um enorme fardo de responsabilidades. Terá de tomar decisões em todos os problemas que aparecerem e precisará de um profundo engajamento em todas as fases do negócio. 5. Você terá de fazer o que gosta e mais o que não gosta para tocar seu próprio negócio. 6. Todo o seu tempo e todas as suas energias terão de ser aplicadas.
19 O processo empreendedor requer os seguintes passos: 1. Identificação e desenvolvimento de uma oportunidade na forma de visão. 2. Validação e criação de um conceito de negócio e estratégias que ajudem a alcançar essa visão por meio de criação, aquisição, franquia etc. 3. Captação dos recursos necessários para implementar o conceito, ou seja, talentos, tecnologias, capital e crédito, equipamentos etc. 4. Implementação do conceito empresarial ou do empreendimento para fazê-lo começar a trabalhar. 5. Captura da oportunidade por meio do início e crescimento do negócio. 6. Extensão do crescimento do negócio por meio da atividade empreendedora sustentada.
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