PONTO 1: Improbidade Administrativa 1. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

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1 1 DIREITO ADMINISTRATIVO PONTO 1: Improbidade Administrativa 1. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA A Administração Pública é regida por vários princípios, dentre eles, o princípio da moralidade, art. 37, caput da CF. PRINCÍPIO DA MORALIDADE: A CF, ao se referir a uma conduta lícita trata o termo como moralidade e ao se referir a uma conduta ilícita trata como improbidade. Ex: art. 85, V e art. 15, V da CF. O princípio da legalidade não tem mais a conotação estrita (legalidade igual a lei), hoje a legalidade tem uma forma ampla, obediência à lei, à moralidade. Assim, um ato imoral é um ato ilegal. Da mesma forma um ato ímprobo, é ilegal. Art, 37, 4 da CF Atos de improbidade administrativa importarão. A Lei 8.429/92 regulamentou o 4º do art. 37 da CF. Natureza Jurídica: A Lei 8.429, num primeiro momento, tem natureza civil política; civil porque impõe sanções de ressarcimento ao erário, indisponibilidade dos bens; política porque pode suspender os direitos políticos e até a perda da função pública. A última parte do art. 37, 4º (sem prejuízo da ação penal cabível) faz concluir que, em princípio, a improbidade administrativa não possui natureza penal. Não só não impede a ação penal, como também não impede a propositura de uma ação administrativa, um processo administrativo. A Lei possui natureza híbrida, pois possui normas de caráter nacional ( erga omnes ) e normas de caráter federal. três casos específicos são aplicados exclusivamente para a União: art. 13, art. 14, 3º e o art. 20, parágrafo único (este último só vai incidir na União para afastamento administrativo. LEI nº 8.429/92 Sujeito Passivo:...

2 2 Prof. Maria Silva não faz qualquer menção a se contribuir com mais ou menos de 50%, para ela as paraestatais e entidades de apoio ingressam no parágrafo único. Sujeito ativo: art. 2º e 3º. Pode ter caráter permanente ou temporário. Com ou sem remuneração (engloba o estagiário). Art. 2º visou abarcar todos os agentes públicos. Agente público é gênero das espécies: a) Agentes políticos: b) Agentes administrativas: c) Terceiros em colaboração com o estado:. Rcl 2138-DF: Essa reclamação mudou radicalmente o entendimento dos agentes que estariam sujeitos a Lei STF entendeu que não se aplicaria aos agentes políticos a Lei 8.429, pois eles já sofreriam a incidência de leis próprias (crime de responsabilidade) e a constituição não admitiria a concorrência de dois regimes de responsabilidade político administrativo, ademais para determinados casos, incidiria sim os crimes de responsabilidade. STF também entendeu que a Lei possui alta conotação penal, por isso não incidiriam as normas específicas, os crimes de responsabilidade. STJ tem seguido esse entendimento também. Precedente: Questão de Ordem STF então decidiu que quem tem lei própria responde por ela, os demais respondem pela Lei Entendimento jurisprudencial:... MODALIDADES Art. 52 da Lei /01 ATO DE IMPROBIDADE:... Esses atos de improbidade são exemplificativos, pois no final de cada artigo há a palavra notadamente. Logo, outros casos podem ser considerados atos de improbidade, embora não elencados nos artigos, A Lei /01 Estatuto das Cidades - regulou os art. 182 e 183 da CF. O art. 52 desta lei trouxe algumas hipóteses de improbidade administrativa. Ressalva de que o prefeito (agente político) segue o Dec-lei 201.

3 3 O governador do DF pode responder pelo art. 52? Sim, conforme o art. 51 da Lei Art. 52 traz oito incisos, mas não traz punição, nesse caso, diz a doutrina que o art. 52 não criou novos tipos de improbidade, a única coisa que ele teria feito foi especificar algumas das possibilidades dos atos trazidos nos artigos 9, 10 e 11 da Lei Deve ser feita uma interpretação sistemática do art. 52 com a Lei de Improbidade Administrativa, porque o art. 52 não trouxe as punições. SANÇÕES A leitura do art. 37, 4º não fala em sanção ou pena. Art. 12 Independentemente das sanções penais e administrativas os atos importarão em cominações, pois algumas das sanções não são penas, por isso o termo importarão. I Na verdade não é perda, mas sim devolução dos bens e valores. O ressarcimento é uma obrigação natural, ele ocorrerá quando houver. Os incisos I, II e III aplicam-se aos artigos 9, 10 e 11 respectivamente. Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações: I - na hipótese do art. 9, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

4 4 A perda da função pública e a suspensão de direitos políticos só poderão ser efetivadas com o trânsito em julgado da sentença condenatória, conforme o art. 20. Art. 37, 4º da CF trouxe quatro possibilidades de sanções, mas o art. 12 da Lei aumentou as hipóteses previstas na CF, pois o art. 37, 4º trouxe o mínimo de penas, logo o aumento é lícito e constitucional. Discussão sobre a aplicação cumulativa das sanções:... Parlamentares e Presidente da República:... inicial. Juiz não está adstrito à capitulação do artigo nem as sanções requeridas na PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Art. 14 aplicabilidade do art. 5º, XXXIV, a da CF direito de petição. O parágrafo primeiro do art. 14 exige a qualificação do representante visando coibir denúncias infundadas. Isso não significa que denúncias anônimas não possam ser investigadas. Art. 16 Sequestro o instituto adequado seria o arresto, sobre todos os bens. Para que se estenda essa medida de seqüestro para os demais bens, deve-se utilizar o art. 7º que trabalha com a mesma norma do art. 16. A jurisprudência exige para esse art. 7º periculum in mora e fumus boni iuris. Precedente: STJ, REsp /PR. 2º do art Bloqueio de aplicações e bens no exterior através de procedimento administrativo. PROCEDIMENTO JUDICIAL Art. 17 A ação de improbidade administrativa tem natureza de ação civil pública, segue o rito da Lei e da Ação Civil Pública. Essa ação pode ser interposta pelo MP ou pelo órgão da pessoa que sofreu o ato de improbidade (ex: procuradoria do município). Dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar (arresto, seqüestro, art. 20, único). Veda o 1º do art. 17 o acordo, conciliação ou transação, com fulcro no princípio da indisponibilidade do interesse público. 2º - Pode a Fazenda Pública promover ações para complementar o patrimônio.

5 5 Quando MP não for autor, será ouvido como custus legis. 7º - Possibilita espécie de defesa preliminar, antes mesmo da citação. Notifica o agente público, a manifestação não é obrigatória, mas a citação sim. 8º - Após a manifestação do agente público, juiz se manifesta, podendo rejeitar a ação (extinguir com ou sem resolução do mérito). Da extinção cabe Apelação. Do recebimento da inicial cabe Agravo de Instrumento. Art. 18 quando há a condenação em perda de bens, este valor é destinado em favor da pessoa prejudicada, diferentemente da multa da ação civil pública que vai para o fundo. Na aplicação das sanções, com relação aos artigos 9, 10 e 11, tem entendido a jurisprudência que:... Não é só o agente público quem responde, o terceiro também, art. 3º. Carvalho Filho não aceita que pessoa jurídica responda pela Lei Jurisprudência tem considerado que terceiro pode ser tanto pessoa física quanto pessoa jurídica. Art. 23 Prescrição:... Qual o prazo prescricional para o terceiro? Correntes: Sendo vários agentes públicos, quando começa a contar o período de 5 anos?... ANÁLISE DE QUESTÕES JURISPRUDENCIAIS: Ação Civil Pública não possui prazo específico em lei, entendeu o STJ, REsp , pela aplicação por analogia do prazo prescricional da Ação Popular. Informativo 400. Informativo 395. Ação Civil Pública não dispõem sobre o reexame necessário, tem se utilizado o art. 19 da Lei 4.717/65. Informativo 400 do STJ, REsp

6 6 STJ, REsp STJ, REsp STJ, REsp STJ, REsp ADI STJ, REsp Aplica-se o princípio da insignificância na ação de improbidade? STJ, REsp , STJ, REsp Reclamação 2138 Petição 3211 Reclamação 3458 REsp REsp REsp STF: Reclamação 7339, ACO 765, Petição 3923.