A UNIDADE NA FAMÍLIA, E OS RESULTADOS DESTA, SEGUNDO A PALAVRA DE DEUS. Texto bíblico: Salmo 133:

Transcrição

1 A UNIDADE NA FAMÍLIA, E OS RESULTADOS DESTA, SEGUNDO A PALAVRA DE DEUS Texto bíblico: Salmo 133: 1. Oh! Como é bom e agradável viverem unidos irmãos! 2. É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. 3. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre. A autoria deste salmo é atribuída ao Rei Davi, muito provavelmente, quando ele reinava sobre as doze tribos de Israel. Como é sabido, inicialmente Davi reinou, apenas, sobre Judá, enquanto que as demais tribos de Israel eram governadas por Isbosete filho de Saul. Somente após a morte de Isbosete, foi que os líderes de Israel procuraram Davi e, com ele fizeram um acordo, unificando o reino, conforme relato constante em 2º Samuel 5.3-5: 3 Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ter com o rei, em Hebrom; e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o SENHOR. Ungiram Davi rei sobre Israel. 4 Da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; e reinou quarenta anos. 5 Em Hebrom, reinou sobre Judá sete anos e seis meses; em Jerusalém, reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá. 2º Samuel Então, muitos comentaristas entendem que foi no contexto dessa unificação que o salmo em comento foi escrito. Partindo deste pressuposto, vamos procurar interpretar o texto referido. 1 As palavras originais traduzidas como que os irmãos vivam em união são, literalmente, quando os irmãos habitam também juntos. Com estas palavras, o salmista introduz o ideal de unidade e passa a desenvolver o conceito dessa unidade, mostrando o porquê de se viver à altura desse ideal.

2 Assim é que ele passa a fazer algumas comparações com esse viver em união: 1.1 Em primeiro lugar ele compara a unidade com o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Arão tinha sido o primeiro sacerdote ungido, conforme lemos em Levítico 6. E fez chegar a Arão e a seus filhos e os lavou com água. 7. Vestiu a Arão da túnica, cingiu-o com o cinto e pôs sobre ele a sobrepeliz; também pôs sobre ele a estola sacerdotal, e o cingiu com o cinto de obra esmerada da estola sacerdotal, e o ajustou com ele. 8. Depois, lhe colocou o peitoral, pondo no peitoral o Urim e o Tumim; 9. e lhe pôs a mitra na cabeça e na mitra, na sua parte dianteira, pôs a lâmina de ouro, a coroa sagrada, como o SENHOR ordenara a Moisés. 10. Então, Moisés tomou o óleo da unção, e ungiu o tabernáculo e tudo o que havia nele, e o consagrou; 11. e dele aspergiu sete vezes sobre o altar e ungiu o altar e todos os seus utensílios, como também a bacia e o seu suporte, para os consagrar. 12. Depois, derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para consagrá-lo. Levítico Segundo o comparativo feito pelo salmista, Arão e as suas vestes, por óbvio, não eram um todo. Moisés, em primeiro lugar, pôs as vestes sobre Arão e, depois o ungiu com o óleo precioso. Mas o salmista mostra que o óleo da unção, descia, tanto sobre a cabeça, quanto sobre as vestes do sacerdote, ou seja, não ficava apenas sobre parte do corpo dele. Alcançava o corpo e as vestes, como se fossem um todo. Do mesmo modo, as bênçãos de Deus não são reservadas para alguns poucos, em detrimento dos demais. Muito pelo contrário, ela alcança a todos os que estão unidos, da mesma forma que o óleo descia sobre o sacerdote e as vestes deste. Ademais, também não era possível deter a fragrância do óleo. (as palavras traduzidas por óleo precioso, eram, literalmente, óleo bom e ele era assim chamado por causa da sua composição. Observe o relato constante no Livro do Êxodo:

3 22 Disse mais o SENHOR a Moisés: 23 Tu, pois, toma das mais excelentes especiarias: de mirra fluida quinhentos siclos, de cinamomo odoroso a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos, e de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos, 24 e de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveira um him. 25 Disto farás o óleo sagrado para a unção, o perfume composto segundo a arte do perfumista; este será o óleo sagrado da unção. 26 Com ele ungirás a tenda da congregação, e a arca do Testemunho, 27 e a mesa com todos os seus utensílios, e o candelabro com os seus utensílios, e o altar do incenso, 28 e o altar do holocausto com todos os utensílios, e a bacia com o seu suporte. 29 Assim consagrarás estas coisas, para que sejam santíssimas; tudo o que tocar nelas será santo. 30 Também ungirás Arão e seus filhos e os consagrarás para que me oficiem como sacerdotes. Êxodo Vê-se que se tratava de um óleo confeccionado segundo a arte de perfumista, ou seja, segundo a técnica empregada pelos fabricantes especializados. desejado. Portanto, além de unificar, o óleo era sinônimo de algo refinado, e, inclusive, 2 Na sequência, o salmista compara a unidade dos irmãos ao orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião. O Hermon (literalmente, em hebraico, Montanha Sagrada ) era a montanha mais alta de Israel (cerca de metros) e o orvalho ao qual se refere o salmo é a neve que se forma sobre o monte (tanto que os árabes o chamam de Montanha nevada ). A neve permanece no pico do monte entre os meses de novembro e março e, com o degelo, nasce o rio Jordão.

4 Por sua vez, o Monte Sião que é pequeno (cerca de 800 m, ao nível do mar Mediterrâneo) e, portanto, bem menor do que Hermon, ficava na extremidade sul de Israel, já na fronteira do deserto. Ou seja, além de existir uma distância grande entre os dois montes (O monte Hermon ficava no extremo norte de Israel), havia, também um contraste extremo entre as duas regiões nos quais eles estão situados. Ocorre que o Rio Jordão, como dito, nasce a partir do degelo do Monte Hermon e levava água para toda a região seca de Sião, abençoando aquela região desértica. E mais: a bênção era constante, vez que o rio é perene Deus ordena a bênção para sempre. povo unido. O salmista quer dizer, então, que a bênção de Deus é derramada sobre o seu Isto, obviamente, pode ser aplicado à família, vez que a mesma prática de unidade e as mesmas bênçãos experimentadas pelo povo de Deus são aplicáveis na vida familiar. 3. Então podemos inferir que a primeira condição para que uma família possa subsistir às agruras cotidianas é a unidade. Aliás, foi exatamente esse o propósito de Deus ao preparar a mulher para o homem. Em Gênesis 2:23, consta que o homem, após receber a mulher, discursou: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne Gênesis A unidade é essencial para a obtenção de resultados positivos em um lar. Infelizmente, nos dias presentes, as famílias não estão mais unidas. Embora discursem em contrário, não há mais projetos familiares. Há projetos pessoais. Os maridos pensam de forma diferentes das esposas, que, por sua vez, divergem do pensamento dos filhos. E isso ocorre porque não seguem um princípio que está inserido no texto constante em Gênesis 11.6, que, embora tenha sido colocado em prática num contexto diferente de um lar, por se tratar de um relato envolvendo o povo de Deus, a exemplo do Salmo 133, também é aplicável à família:

5 6. e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer. (Gênesis 11.6) 4. Essa unidade ocorria, em primeiro lugar, porque o povo Falava uma só língua. Havia unidade no falar! Essa é condição sine qua non para que uma família possa ser bem sucedida o diálogo. Nos dias atuais não há mais diálogo nas famílias. A pressa, a televisão, a internet, entre outras coisas, têm encerrado o diálogo nos lares. Uma negligência muito comum ocorre no diálogo com os filhos. Os pais não conversam mais com os filhos e, por não conversarem, negligenciam a primeira regra básica: o ensino da Palavra de Deus. Em Deuteronômio 11:18-19, consta a seguinte ordem: Lembrem desses mandamentos e os guardem no seu coração. Amarrem essas leis nos braços e na testa, para que não se esqueçam, e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Deuteronômio A Palavra de Deus deve ser ensinada constantemente aos nossos filhos. Não se deve, apenas, falar sobre Ela, em ocasiões esporádicas, mas, ensiná-la, sempre. observemos que o texto transcrito diz que os ensinamentos devem ocorrer em todo o tempo, seja em casa, seja no caminho, seja ao deitar-se, seja ao levantar-se. Ou seja, SEMPRE! No entanto, como pode haver ensino constante, se não há diálogo? Antigamente, a hora das refeições, por exemplo, era um momento de unidade familiar, de diálogo. Hoje em dia, as famílias almoçam diante de uma televisão, ou, manuseando os seus smartphones, sem dar atenção uns aos outros. Sem conversar. Por não haver diálogo, o carinho entre pais e filhos e entre os cônjuges desaparece com o tempo, pois não há amor que resista à falta de diálogo. O diálogo é importante para que os objetivos sejam alcançados. Observem outra lição extraída do texto constante em Gênesis 11.6:

6 Não haverá restrição para tudo que intentam fazer O povo era um e falava a mesma língua. Assim era forte na busca pelos seus objetivos. É o mesmo que Deus planeja para a família. Uma família que dialoga, que é unida, é forte na vida. As famílias estão sucumbindo diante das armadilhas do diabo porque o diálogo foi banido dos lares. Se não há diálogo, a família se divide. Se se divide, não alcança seus objetivos. Se a sua família anda nessa condição, está na hora de mudar. Seja abençoado(a).