Vacinação contra a gripe em idosos não institucionalizados: estudo de base populacional
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- Pedro Henrique Diegues Branco
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1 Vacinação contra a gripe em idosos não institucionalizados: estudo de base populacional Renata Maciulis Dip Prof. Dr. Marcos A. Sarria Cabrera Maíra O. Furlan Sara L. Rodrigues UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL)
2 1 INTRODUÇÃO A Gripe 2
3 1 Introdução: quadro clínico Quadros leves de rinofaringite, febre, tosse, dores musculares Infecções fatais (Forleo-Neto et al., 2003) 3
4 1 Introdução: impacto EUA, anualmente: internações óbitos (Thompson et al., 2004) Óbitos: 90% idosos (Thompson et al., 2003) ENVELHECIMENTO POPULAÇÃO MUNDIAL 4
5 O que fazer??? Sintomáticos Agentes antivirais E... 5
6 A vacina 6
7 1 Introdução: a vacina A vacina tem se mostrado a medida mais efetiva para prevenir as consequências da gripe. (Fiore et al., 2007; Donalisio, 2007) 7
8 1 Introdução Quais são os benefícios REAIS da vacina???
9 1 Introdução PREVINE A GRIPE???
10 1 Introdução Não foi efetiva para prevenção gripe nem pneumonia NO ENTANTO: Diminuição internações gripe, pneumonia e doenças cardíacas Redução 47% mortalidade todas as causas (Jefferson et al., 2005) 10
11 Redução internação doenças cardíacas e cerebrovasculares (Nichol et al., 2003)
12 1 Introdução: não adesão Grupos cobertura inadequada Idade, escolaridade e comorbidades (Donalisio, Ruiz e Cordeiro, 2006; Francisco et al., 2006a, Francisco et al., 2006b ) 12
13 1 Introdução: não adesão Justificativas: eventos adversos falta de credibilidade na vacina (Burns, Ring, Carroll, 2005) 13
14 Diante do que foi apresentado... O presente trabalho: 14
15 2.1 Objetivo geral Analisar a vacinação contra a gripe em idosos não institucionalizados residentes na área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do sul do Brasil (Londrina, Paraná). 15
16 2.2 Objetivos específicos Estimar a cobertura vacinal contra a gripe em idosos em 2007; Identificar os eventos adversos após a vacinação contra a gripe; Analisar os fatores associados à não adesão à vacinação em idosos não institucionalizados. 16
17 3. Métodos 3.1 Delineamento: Estudo transversal, de base populacional, realizado por meio de inquérito domiciliar. 3.2 Local de estudo: Área de abrangência de uma UBS com Programa Saúde da Família (PSF). 17
18 3.2 Local de estudo Diversidade sócio-econômica Alta concentração de idosos 18
19 3.3 População de estudo e amostragem Moradores da região com 60 anos ou mais. Setores censitários 19
20 3.3 População de estudo e amostragem Setores censitários: população total área de estudo 984 idosos região Cobertura 84,7% (2006) Erro 3% 20% perdas n=425 20
21 3.3 Amostragem Quotas: 55% MULHERES E 45 % HOMENS Proporcionais ao tamanho de cada setor 21
22 3.3 População de estudo e amostragem Rotas aleatórias 4 visitas Critérios exclusão: apenas 1 idoso por domicílio (sorteio) 22
23 3.4 Coleta de dados Coleta: 3 semanas após término da campanha Junho e julho de alunas (iniciação científica) 23
24 3.4 Coleta de dados Variáveis auto-referidas: Identificação Comorbidades Estilo de vida Vacinação 24
25 3.4 Coleta de dados Eventos adversos: não foram oferecidas as alternativas 25
26 3.5 Estudo piloto Bairro semelhante Dezembro/06 26
27 3.6 Análise estatística Epi Info versão Qui-quadrado para comparação da amostra quanto ao sexo Fischer Análise bivariada entre as variáveis independentes e a variável dependente não adesão à vacinação em
28 3.6 Análise estatística Modelo multivariado em relação à variável não adesão à vacina: Sexo Variáveis que apresentaram nível de significância com p < 0,20 28
29 3.7 Aspectos éticos Comitê Ética em Pesquisa (261/06) Termo de consentimento informado Encontro equipe UBS e usuários do serviço: Divulgação resultados da pesquisa Esclarecimento dúvidas vacina 29
30 Resultados
31 Amostra calculada: entrevistas 29 perdas (6,8%) 13 mulheres 16 homens 11 recusas 2 perdas após 4 visitas 8 recusas 8 perdas após 4 visitas 5 por medo 6 sem justificativa 6 sem justificativa 1 por medo 1 estava indisposto
32 4.1 Caracterização da população Sexo Idade p=0, ,9 56, ,8 44,6 55,2 55, Masculino Feminino 60 a a 95 Masculino Feminino
33 4.1 Caracterização da população Escolaridade Classe Econômica ,1 52,9 47,1 p=0,04 36, ,1 81,1 p=0,30 14,9 18,9 < 5 anos 5 anos 0 A, B ou C D ou E (baixa) Masculino Feminino Masculino Feminino
34 Conhecimento sobre a vacina 100%
35 Qual a fonte de informação sobre a vacina???
36 Televisão Amigos Rádio Jornal Enfermeira Médico Cartazes Propaganda rua % de respostas Figura 1 Distribuição dos idosos segundo a fonte de informação sobre a vacina contra a gripe, Londrina, PR, 2007
37 Qual foi a cobertura vacinal?
38 107 (27,0%) 289 (73,0%) Vacinados Não vacinados Figura 2 Proporção dos idosos que referiram vacinação contra a gripe em 2007, Londrina, PR, 2007.
39 Eventos adversos???
40 Tabela 1 Eventos adversos após a vacinação contra a gripe em idosos, Londrina, PR, 2007 Efeito colateral n % Nenhum ,8 Sintomas gripais até 2 semanas após a vacina Sintomas gripais mais de 2 semanas após a vacina 19 6,6 19 6,6 Total ,0
41 Motivos não adesão???
42 15,9% (17) 0,9 % (1) 83,2% (89) Não queria Não podia Não sabia Figura 3 Proporção dos motivos alegados pelos idosos para não adesão à vacina contra a gripe em 2007, Londrina, PR
43 Total: 396 (100%) Não vacina: 107 (27%) Perda de prazo: 4 (viagem, cuidado de familiares) Doença: 7 (gripe, dengue) Alergia a ovo: 1 Não Podia: 17 15,9% Outros: 5
44 Total: 396 (100%) Não vacina: 107 (27%) Medo evento adverso: 44 (41,2%) Não vê a necessidade /eficácia: 28 (26,3%) Medo injeção: 4 3,7% Não queria: 89 83,2% Outros: 13 12,0%
45 FATORES ASSOCIADOS À NÃO ADESÃO
46 Tabela 2a Análise bivariada entre não adesão à vacina contra a gripe e fatores relacionados em idosos, Londrina, PR, 2007 Variável Adesão à vacina Não adesão à vacina Valor p n % n % Sexo Masculino , ,1 0,25 Feminino , ,3 Idade 60 a 69 anos , ,2 <0, anos ou mais , ,6 Escolaridade < 5 anos , ,8 0,03 5 anos , ,9 Situação conjugal Casado , ,4 0,78 Outros , ,7 Classe econômica A, B ou C , ,3 0,03 D ou E (baixa) 57 83, ,2
47 Tabela 2b Análise bivariada entre não adesão à vacina contra a gripe e fatores relacionados em idosos, Londrina, PR, 2007 Variável Adesão à vacina Não adesão à vacina Valor p n % n % Hipertensão arterial Sim , ,3 0,89 Não , ,6 Diabetes Sim 55 78, ,4 0,25 Não , ,2 Última consulta médica Há 1 ano ou menos , ,6 0,052 Há mais de 1 ano 22 59, ,5 Local consulta médica Serviço público* , ,6 0,29 Apenas serviço privado , ,4 Atividade física regular Sim , ,2 0,38 Não , ,4 Tabagismo Sim 20 54, ,9 0,006 Não , ,1 * Foram incluídos todos os que referiram consultar-se habitual ou esporadicamente em serviços públicos, independentemente de recorrerem a assistência médica privada ou não. Qualquer modalidade de exercício físico durante 30 minutos ou mais, ao menos 3 vezes por semana. Fuma atualmente ou parou há menos de 1 ano.
48 Tabela 3 Análise multivariada dos fatores associados à não adesão à vacina contra a gripe, Londrina, PR, 2007 Fator OR IC 95% Valor de p Sexo (feminino/masculino) 1,60 0,98 2,60 0,06 Idade menor que 70 anos 1,95 1,21 3,15 0,006 Classe econômica baixa 0,49 0,23 1,03 0,06 Escolaridade baixa 0,81 0,49 1,34 0,41 Última consulta há mais de 1 ano 2,13 1,01 4,51 0,047 Tabagismo (fumante) 2,40 1,16 4,94 0,02
49 DISCUSSÃO
50 Discussão Existe uma alta proporção de indivíduos que ainda não se vacinam. A prevalência de eventos adversos foi baixa. A principal razão alegada para a não adesão foi não querer se vacinar. 50
51 Dentre os que não se vacinaram: Cerca de 80% :desejo explícito de não querer tomar a vacina Dos que não quiseram, 2/3 referiram medo dos efeitos colaterais e falta de credibilidade na eficácia ou na necessidade da mesma. 51
52 Semelhantes países desenvolvidos Reino Unido (BURNS; RING; CARROLL, 2005; MANGTANI et al., 2006) Estados Unidos (VAN ESSEN; KUYVENHOVEN; MELKER, 1997; SANTIBANEZ et al., 2002) Suíça (BOVIER et al., 2001) 52
53 Motivos poderiam ser, pelo menos parcialmente, superados pelo esclarecimento dos idosos por parte dos profissionais de saúde Um dos principais meios para estimular a adesão à vacina (BURNS; RING; CARROLL, 2005; MANGTANI et al., 2006) No entanto, o presente estudo mostrou baixa referência de informação a partir dos médicos e enfermeiras. 53
54 A prescrição da vacina ainda não foi incorporada à pratica médica habitual: apenas 1/3 a prescrevia regularmente. Os médicos não vêem a vacina no rol das suas responsabilidades. (Secretaria do Estado de São Paulo, 2004). 54
55 Essa realidade não é específica de países em desenvolvimento Estados Unidos (NICHOL; ZIMMERMAN, 2001). Suíça: Incremento da cobertura vacinal após um programa de treinamento para os médicos sobre a vacina. Humair et al. (2002) 55
56 EVENTOS ADVERSOS dor no local da vacina como o evento de maior freqüência (12,6%) sintomas gripais (7,8%) (DONALÍSIO; RAMALHEIRA; CORDEIRO 2003; Secretaria do Estado de São Paulo,2004; PERUCCHINI et al., 2004; MARGOLIS et al., 1990). 56
57 EFEITOS COLATERAIS Pergunta fechada eliminaria viés de memória Porém, na pergunta aberta não há influência na resposta Início sintomas até 2 semanas Superestimativa Mentalidade da população 57
58 Fatores associados: faixa etária Brasil (DONALÍSIO; RUIZ; CORDEIRO, 2006; FRANCISCO et al, 2006) Estados Unidos (PENG-JUN LU et al., 2005) Suécia (KRONEMAN; VAN ESSEN, 2007) 58
59 Fatores associados: tabagismo Mais motivos de indicação de vacinação 59
60 Fatores associados: assistência médica Peng-Jun Lu et al. (2005) Indivíduos com maior preocupação por sua saúde Enfermeiros (Burns et al.,2005) 60
61 Responsabilidade de toda a equipe na promoção da adesão à vacina. Atitude mais ativa 61
62 PSF PSF Fonte da informação TODA A EQUIPE
63 Limitações do estudo Morbidade auto-relatada Efeitos colaterais Tempo transcorrido coleta 63
64 Por fim... O QUE FICA: Parcela importante não adere Mitos BAIXA PREVALÊNCIA DE EVENTOS ADVERSOS É EFICAZ EFICAZ PARA QUE??? 64
65 Por fim... O QUE FICA: EFICAZ PARA QUE??? A vacina não é eficaz para a prevenção de quadros gripais NÓS!!! Secretaria de saúde, profissionais, docentes... Reais benefícios da vacinação 65
66 Benefícios reais: Complicações e óbitos pela gripe Benefícios sobre a ocorrência de eventos cardiovasculares Diminuição da mortalidade por todas as causas Aumento da eficácia da vacina com a revacinação a cada ano 66
67 Melhorias nos programas de vacinação especificamente para 3 grupos diferentes: Mais jovens Tabagistas Não se consultaram Nesse sentido, são necessários estudos para o desenvolvimento de linguagem mais específica 67
68 Os profissionais de saúde poderiam estar mais motivados: prescrição e informações Principais atores Qualidade de vida dos idosos.
69
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