DEFESA DA HONRA BREVES NOTAS SOBRE O ALCANCE DO Nº 5 DO ARTIGO 48º DA LEI DAS AUTARQUIAS LOCAIS. Jorge Delfim ADVOGADO. compilações doutrinais

Transcrição

1 compilações doutrinais DEFESA DA HONRA BREVES NOTAS SOBRE O ALCANCE DO Nº 5 DO ARTIGO 48º DA LEI DAS AUTARQUIAS LOCAIS Jorge Delfim ADVOGADO VERBOJURIDICO

2 VERBOJURIDICO DEFESA DA HONRA : 2 Defesa da Honra Jorge Delfim ADVOGADO 1. Estatui o nº 5 do artigo 48º da Lei das Autarquias Locais (Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, alterada e republicada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro) que Os vereadores podem ainda intervir 1 para o exercício do direito de defesa da honra Qual o alcance deste preceito ou indagado de outro modo quando é legítima e justificada a intervenção nele prevista. 2. Desde logo importa explicitar o que se entende por honra. Para a doutrina dominante, a honra é vista como um bem jurídico complexo que inclui, quer o valor pessoal ou interior de cada indivíduo, radicado na sua dignidade, quer a própria reputação ou consideração exterior. Enquadra se esta questão, num direito geral de personalidade, que se faz reflectir e é isto que aqui está fundamentalmente em causa no direito ao bom nome e à reputação, os quais desde logo tem tutela constitucional nos termos do nº 1 do artigo 26º da Constituição da República Portuguesa. Como escreve o Prof. José de Faria Costa a ofensa da honra, pode ser concretizada através da: a) Imputação de facto ofensivo da honra de outrem; b) Formulação de um juízo lesivo da honra de uma pessoa. Ou; c) Reprodução daquela imputação ou juízo. (in Comentário Conimbricense do Código Penal, Tomo I, pág. 609) Só nestes casos haverá ofensa da honra (bom nome ou reputação). 1 Nas sessões da Assembleia Municipal.

3 JORGE DELFIM TÍTULO DO ARTIGO : 3 3. Por outro lado, há que ter em conta como ensina o Prof. Jorge Miranda que «as questões relativas ao bom nome e à reputação podem assumir contornos específicos quando se trate de crítica politica, pois aí a liberdade de comunicação cumpre também uma função político democrática. A resposta deverá em qualquer caso passar pela distinção entre a discussão política, por um lado, e a mera ofensa pessoal desnecessária, inadequada ou desproporcionada ao debate político democrático por outro» (in Constituição da República Portuguesa, Tomo I, pág. 289, Coimbra Editora) Ou seja, é próprio da dialéctica do debate político democrático, frontal e aberto, uma certa intensidade de linguagem, sem que tal constitua, necessariamente, ofensa à honra e por conseguinte sem que daí resulte qualquer direito de invocar a defesa da honra. 4. Em conclusão: i) É com o enquadramento acima explicitado que deve ser entendida a possibilidade de intervenção em defesa da honra, prevista nº 5 do artigo 48º da Lei das Autarquias Locais. Por conseguinte; ii) Só quando haja a imputação de um facto ou a formulação de um juízo (ou a sua reprodução) inequivocamente ofensivos do bom nome ou reputação da honra do visado, terá este o direito de defesa da honra. JORGE DELFIM Advogado Março 2012 verbojuridico.net

4 VERBOJURIDICO DEFESA DA HONRA : 4 SOBRE O AUTOR Nome: Jorge Alexandre do Espírito Santo Delfim Nome Profissional: Jorge Delfim Nacionalidade: Portuguesa Data de nascimento: 13 de Novembro de 1960 Estado Civil: Casado, 1 filha e 1 filho Escritório: Rua El Rei D. Carlos I, nº 27, 1º Dto., , Ribeira Grande Contactos: jorgedelfim-3309p@adv.oa.pt Habilitações Literárias: Licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, concluída em 22 de Julho de 1987 Pós Graduação em Direito Regional Universidade dos Açores / Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa em Curso de Direito do Urbanismo (CFO Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados , 2ª Edição). Curso de Acidentes de Viação e Responsabilidade Civil Urbanismo (CFO Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados , 2ª Edição). Habilitações Profissionais: Advogado, com a Cédula Profissional nº3309 da Ordem dos Advogados, Conselho Distrital do Porto, de 4 de Julho de Experiência Profissional Exercício da Advocacia desde Julho de 1989 Consultor Jurídico de diversas empresas comerciais e entidades públicas desde 1989, predominantemente nas áreas do direito comercial, direito do trabalho, licenciamento de operações urbanísticas e contratação pública. Acções de Formação (ministrante) Formador do Centro de Estágio da Ordem dos Advogado (aprovado pelo Comissão Nacional de Formação da Ordem dos Advogados) no Conselho Distrital dos Açores, nas áreas de: Práticas de Processual Civil, Práticas Processuais de Direito Administrativo e Práticas Processuais de Direito Laboral Cargos desempenhados em Órgãos da Ordem dos Advogados e outras funções conexas. Vogal Tesoureiro do Conselho Distrital dos Açores da Ordem dos Advogados. ( ) Membro do Conselho Editorial do Boletim da Ordem dos Advogados (2002,2003 e 2004) Bastonário José Miguel Júdice. Responsável pelo Site do Conselho Distrital dos Açores da Ordem dos Advogados (2002 a 2004) Co-responsável pelo projecto nacional II Semana do Advogado Bastonário José Miguel Júdice. Participação no VII congresso dos Advogados Portugueses, Figueira da Foz, 11, 12 e 13 de Novembro de 2011 Trabalhos e Estudos de Natureza Académica O Direito de Audiência dos Interessados no Procedimento Administrativo Trabalho elaborado no âmbito do Curso de Pós Graduação em Direito Regional. Publicado no site da Verbo Jurídico Portal de Direito Direito Probatório As normas reguladoras das provas Trabalho elaborado no âmbito do curso de estágio para advogado. Algumas Notas sobre a Lei dos Despedimentos e o Regime Jurídico das Faltas no Direito Privado Trabalho elaborado no âmbito do apoio jurídico prestado a um grupo de empresas. Obra não licenciada ou autorizada procedimentos camarários a adoptar. - Publicado no site da Verbo Jurídico Portal de Direito Do Julgamento da matéria de Facto (fundamentação) Publicado no site da Verbo Jurídico Portal de Direito

5 JORGE DELFIM TÍTULO DO ARTIGO : 5 Outras Publicações: Eterno Instante Poesia, Novembro de 2009/esgotado Fogo que arde até à morte Poesia, Novembro de 2010/esgotado Acções de Formação (participante) XII Colóquio da Associação de Técnicos Administrativos Municipais Cascais de 21 a 24 de Outubro de Seminário de contratação de Empreitadas de Obras Públicas, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, em 3 de Julho de Seminário Código das Expropriações promovido pela AMRAA, com a colaboração do Centro de Estudos de Formação Autárquica (CEFA) Ponta Delgada 6 e 7 de Abril de Colóquio sobre Estímulos à Criação de Sociedades de Advogados e Medidas de Apoio a Advogados Isolados, organizado pelo Conselho Distrital da Ordem dos Advogados dos Açores, com a colaboração do Dr. José Miguel Júdice, em 05 de Fevereiro de Colóquio sobre a reforma do Código de Processo Civil, Código de Processo Penal e Código das Custas Judiciais, organizado pelo Conselho Distrital da Ordem dos Advogados dos Açores, que teve lugar na Universidade dos Açores e orientado pelo Juiz Desembargador Dr. Salrreta Pereira, em 20 de Janeiro de Colóquio sobre "Violência Doméstica" orientado pelo Juiz de Direito Dr. Moreira das Neves no âmbito das actividades da I Semana do Advogado, realizado na Universidade dos Açores Abril Reforma da Justiça Medidas em Curso Organizado pelo CDA/OA em 23 de Março de Participação no 1º. Congresso Regional de Direito de Trabalho Aula Magna da Universidade dos Açores em 21 e 22 de Abril de Seminário O Novo Código dos Contratos Públicos promovido pela AICOPA, Ponta Delgada 13 de Fevereiro de Formação sobre Registos On Line Organizado pelo Conselho Distrital dos Açores da Ordem dos Advogados 14 de Julho de 2008 Medidas de Coacção em Direito Penal Organizado pela Direcção Serviços de Vigilância Electrónica e Conselho Distrital dos Açores da Ordem dos Advogados 03 de Novembro de 2008 Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas e Procedimento Concursal, promovido pela AMISM, Ponta Delgada 12 e 13 de Março de 2009.