Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Túlio Queiroz, Gerente de Relações com Investidores da Companhia. Por favor, Sr. Queiroz, pode prosseguir.

Transcrição

1 Operadora: Bom dia, senhoras e senhores, e obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência da, para discussão dos resultados referentes ao 1T08. Informamos a todos os participantes que a apresentação que será realizada a seguir está disponível para download no site seção de investidores. Informamos também que os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Empresa, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência relativas às perspectivas de negócios da companhia, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da, bem como em informações atualmente disponíveis para a Companhia. Considerações futuras não são garantias de desempenho e envolvem riscos, incertezas e premissas. Estas se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar os resultados futuros da Empresa e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Túlio Queiroz, Gerente de Relações com Investidores da Companhia. Por favor, Sr. Queiroz, pode prosseguir. Bom dia. Gostaria de cumprimentar todos os participantes desta teleconferência, na qual comentaremos os resultados do 1T08. Aqui comigo estão presentes: Newton Rocha, Diretor-Superintendente da Riachuelo; Ricardo Hidemi, Controller; e Eduardo Yamagushi, responsável pela contabilidade da Riachuelo. Antes de passar para os slides, gostaria de enfatizar que o 1T para o varejo de vestuário é sazonalmente responsável pelo menor volume de vendas do ano. Entre os principais elementos que explicam este comportamento estão: o período de férias de verão, a concentração de pagamento de impostos e o início das atividades escolares. Por outro lado, o 1T é importante, pois é quando ocorre a transição de coleção através do processo de liquidação de estoques de alto verão durante o mês de fevereiro, para o início da chegada da coleção de outono/inverno no decorrer de março, para atingir seu pico de vendas durante o 2T, quando a renda familiar volta a um patamar de normalidade e ocorrem algumas datas comemorativas, como o Dia das Mães e as festas de São João, bastante tradicionais no Nordeste. A incidência do feriado de carnaval no início de fevereiro fez com que as vendas relacionadas a este evento ocorressem ainda em janeiro, porém, não alterou a estratégia da Companhia de começar a apresentar as tendências da coleção outono/inverno no mês de Março, conforme realizado no exercício anterior

2 Passando para o slide de número três, temos a evolução da receita líquida da Riachuelo no decorrer do trimestre. De janeiro a março, a receita líquida da Companhia totalizou R$315,8 milhões, 14,7% a mais que o registrado no 1T07. No critério mesmas lojas, a evolução registrada no período foi de 9,8%, ante 1,8% registrado no 1T07. A retomada do ritmo de crescimento é resultado de um conjunto de medidas adotadas ainda em 2007, quando o nível de integração passou a ser fortemente acelerado. No decorrer deste trimestre, as lojas contaram com um mix de produtos mais adequados, com maior variedade e profundidade de produtos Vale a Pena, principalmente nos departamentos femininos. O ganho de agilidade de desenvolvimento e entrega por parte da Guararapes é também conseqüência do segundo turno de produção que, desde o final de setembro, vem aumentando de forma significativa as quantidades de peças produzidas e desenvolvidas para a Riachuelo. A partir de janeiro, a política de preços também foi reestruturada, com o objetivo de transmitir aos produtos Vale a Pena todo o potencial da enxuta estrutura de custos existente em nossas plantas. Desta forma, os VPs continuam a ser expostos nas áreas nobres das lojas, ao lado dos produtos modais, com o intuito de atrair o consumidor de baixa renda para o interior da loja, e assim transformar fluxo em vendas, aumentando o volume, sem comprometer as margens. Outro importante fator a ser considerado é o programa de remodelação arquitetônica que foi retomado já desde o mês de janeiro, através da reforma de quatro lojas. Destas, três tiveram parte de sua área de vendas indisponível ao longo do trimestre, enquanto a loja de Manaus continuou fechada para a realização das obras, concluídas apenas ao final de abril. No slide seguinte, de número quatro, podemos observar a evolução do ticket médio da Riachuelo, assim como o crescimento de sua base de cartões. O ticket médio do cartão Riachuelo atingiu R$90,50 no 1T08, 7,2% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. Ao final de março, a base total de cartões Riachuelo atingiu a marca de 13,4 milhões de unidades, das quais foram emitidas apenas neste trimestre. No slide de número cinco, apresentamos o breakdown das vendas da Riachuelo. Neste 1T, o Cartão Riachuelo foi responsável por 60,6% das vendas totais, sendo destes, 33,5% referentes a opções que envolvem os planos com juros. No mesmo trimestre do ano anterior, o Cartão Riachuelo foi responsável por 69,5% das vendas totais, sendo 33,5% referentes a opções envolvendo a cobrança de juros. Já em relação às vendas totais, as vendas com juros representaram 20,3%, 1,8 p.p. inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior. A redução da participação do cartão Riachuelo no breakdown de nossas vendas é explicada em boa parte pela construção da base de cartões referente às lojas recéminauguradas em 2006 e 2007, e também, pela crescente penetração dos cartões embandeirados nas classes C e D. Por outro lado, o desempenho das modalidades envolvendo os planos com cobrança de juros dentro da venda total demonstra o elevado grau de consolidação da operação financeira da Companhia. No slide de número seis temos um panorama do crescimento da área de vendas da Riachuelo desde o início de 2006, quando foi retomado seu plano de expansão. Desde - 2 -

3 então, aproximadamente m² de área de vendas foram incrementados, sendo através do processo de remodelação arquitetônica ou provenientes da abertura de novas lojas. Ao final de março, as atividades referentes ao plano de expansão foram iniciadas através da inauguração de mais uma loja localizada em São Paulo, Capital, no Bourbon Shopping Pompéia. Contando com m² de área de vendas, esta loja enquadra-se dentro de um formato mais compacto, com o qual a Companhia vem fazendo alguns testes. Em âmbitos gerais, o objetivo é estar pronto para oferecer um mix de produtos adequado para o mercado em questão, tirando proveito de um processo logístico mais eficiente que ainda está em fase de implementação, e que, portanto, demandará menos espaço de retaguarda nas lojas. Com o desenvolvimento e aperfeiçoamento gradual deste formato, a Companhia busca estar apta para no médio e longo prazo passar a explorar com mais intensidade oportunidades em mercados menores ou em shoppings maduros, cuja oferta de grandes áreas é limitada. Com o intuito de ilustrar melhor o início da construção do elemento de maturação na base de cálculo da Companhia, encontra-se no lado esquerdo superior do slide a abertura da área de vendas da Riachuelo por faixa de idade. Pode-se notar que 66% da metragem total possui idade superior a seis anos, sendo 38% superior a dez anos. Observa-se também que, ao final de março, 22% da área de vendas possuía idade entre dois e cinco anos, período em que há uma maior aceleração do nível de produtividade em função da sua curva de maturação. No slide a seguir, de número sete, estão presentes as confirmações obtidas até o momento em relação ao plano de expansão Dando continuidade ao processo de crescimento físico retomado em 2006, a Companhia inaugurou nove lojas em 2006, sete lojas em 2007, e pretende incrementar a sua área de vendas ao menos 15% em Desta forma, o quadro presente neste slide apresenta os sete projetos já assinados e confirmados para este ano, sendo três deles já concretizados através de mais duas inaugurações realizadas agora em maio, uma em Feira de Santana, no Estado da Bahia, e outra em Curitiba, no Paraná. Os projetos adicionais serão informados no decorrer da evolução de suas respectivas negociações em nossas próximas apresentações trimestrais. Conforme pode ser notado na ilustração presente no slide de número oito, a Companhia possui um importante ativo real composto por 50 lojas localizadas em imóveis próprios e pelo Midway Mall, localizado em Natal. Pertencentes à Guararapes, esses 50 imóveis, sendo 11 localizados em Shoppings e 39 em rua, representam mais de 50% da área total de vendas da Riachuelo, e estão presentes em todas as regiões do país, abrangendo 18 estados e o Distrito Federal. Inaugurado em abril de 2005, o Midway Mall conta com uma área de m², fato que o torna o maior shopping center do Brasil em área bruta construída. Sucesso absoluto de público e contando com a totalidade de suas lojas locadas, tal empreendimento tornou-se referencia de lazer e entretenimento na cidade

4 A evolução de 17,9% no EBITDA apresentado neste 1T08, em relação ao mesmo período do ano anterior, demonstra o sucesso do projeto que ainda encontra-se em fase de maturação, podendo, portanto, contribuir ainda mais para o resultado do Grupo. Além disso, o shopping ainda conta com um terceiro piso para futura expansão a ser concluída já em 2008, fato que acrescentará aproximadamente m² em sua área bruta locável, passando dos atuais m² para algo próximo a m² de ABL. No slide seguinte, de número nove, passaremos por alguns destaques financeiros consolidados do período. Vale ressaltar que os valores referentes ao 1T07 foram devidamente ajustados, de modo a manter o princípio da comparabilidade e, portanto, estão expressos em seus formatos pro forma. Em conseqüência da maior participação dos produtos Guararapes na venda da Riachuelo, a receita líquida da Guararapes Confecções totalizou R$139,6 milhões no trimestre, 44,1% superior ao valor registrado no mesmo período do ano anterior. A receita líquida consolidada alcançou R$348,4 milhões no trimestre, ante R$318,7 milhões registrados no 1T07, representando um crescimento de 9,3%. Neste trimestre, conforme já ocorrido no trimestre anterior, é natural que a evolução da receita consolidada seja menor que a evolução da receita da Riachuelo e da controladora de forma isolada, em função da forte aceleração do processo de integração e conseqüente formação dos estoques da Riachuelo por maiores quantidades de produtos Guararapes. No slide a seguir, de número dez, temos a evolução do lucro bruto consolidado da Companhia. Em função do forte crescimento da participação de produtos Guararapes nas vendas da Riachuelo, da curva de aprendizagem relativa ao segundo turno de produção e também da maior penetração dos produtos Vale a Pena, a margem bruta consolidada passou de 46,6% no 1T07 para 46,9% no 1T08, apresentando evolução de 0,3 p.p. Desta forma, o lucro bruto consolidado da Companhia totalizou R$163,4 milhões no período, 10,1% a mais que o registrado no 1T07. Antes de prosseguir para as despesas de vendas, gostaria de abordar, no slide de número 11, a evolução dos níveis de perda da operação financeira, assim como os ajustes que vêm sendo feitos para o início das atividades da Midway Financeira. Visto que a partir do início das atividades da Midway Financeira a Companhia passará a seguir as regulamentações estipuladas pelo Banco Central, a Administração vem adotando formas de contabilização mais conservadoras para as perdas e provisões referentes às operações financeiras. Desta forma, conforme ilustrado na tabela da parte inferior do slide, a Companhia vem aumentando gradualmente o estoque de provisão em balanço em relação à sua carteira total líquida, referente ao Cartão Riachuelo e às operações de empréstimo pessoal. Em relação ao 1T07, o percentual de provisões sobre a carteira total líquida passou de 4,1% para 6,1% ao final de março de 2008, totalizando R$47,7 milhões em estoque de provisão em balanço. Na parte superior do slide, podemos observar que o nível de perdas das operações do Cartão Riachuelo, considerando vendas com juros, vendas com juros com período de carência e vendas sem juros, passou de 11% em dezembro para 9,2% em março, principalmente em função do seu comportamento sazonal, visto que o aumento do nível - 4 -

5 de endividamento da população e a maturação das opções envolvendo carência já haviam deslocado a curva para cima no decorrer de O nível de perda das operações de empréstimo pessoal e Saque Fácil passou de 24,6% em dezembro para 25,5% em março, refletindo, da mesma forma, o aumento do nível de endividamento dos consumidores. É importante mencionar, porém, que o break even deste produto é estimado em um nível de perda de 40%. No quadro referente ao desempenho da operação financeira, localizado na parte central do slide, nota-se que a receita da operação financeira apresentou evolução de 11,5% no 1T08, em linha com o desempenho das vendas; porém, com o crescimento das despesas com perdas e provisionamento, o desempenho da operação financeira foi 24,4% inferior ao registrado no 1T07, totalizando R$22,7 milhões no período. É importante ressaltar que um conjunto de medidas está sendo implementado para reduzir os atuais níveis de perda da Companhia. A implementação de tecnologia de ponta, como a recém-aquisição do programa SAS, contribuíra de forma significativa para o aprimoramento dos atuais sistemas de behavior score e credit score. Além disso, a modelagem de crédito foi redesenhada através da utilização adicional de bases de dados externas, contribuindo para o mapeamento muito mais preciso do comportamento de crédito dos clientes em suas respectivas praças de atuação. Sendo assim, no slide a seguir, de número 12, temos a evolução das despesas de vendas da Companhia, que apresentaram crescimento de 21,8% neste 1T08 quando comparado com o mesmo período do ano anterior, totalizando R$150,4 milhões. Ao se excluir os R$39,7 milhões referentes às perdas e provisionamentos da operação financeira, a evolução apresentada no trimestre passa para 13,5%, impulsionada pelas despesas referentes à abertura de sete lojas ao longo de Desta forma, a participação sobre a receita líquida passou de 30,6% no 1T07 para 31,8% neste 1T08, em decorrência do processo de maturação das áreas de vendas incrementadas no decorrer de 2006 e No slide seguinte, de número 13, analisaremos as despesas gerais e administrativas do Grupo, que evoluíram 31,2%, totalizando R$52,8 milhões no 1T08, ante R$40,3 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. Além da adequação das áreas de suporte e de operações em função do plano de expansão previsto para o ano, as despesas de depreciação, também contabilizadas nessa linha, aumentaram significativamente em função do crescimento dos ativos imobilizados. No slide seguinte, de número 14, detalharemos a composição do EBITDA ajustado. Em função da estratégia de maior integração que vem sendo implementada, o EBITDA ajustado passou a incorporar as receitas referentes ao incentivo fiscal de Imposto de Renda. O intuito dessa alteração é contemplar as receitas geradas por tais incentivos, visto o peso estratégico de tal elemento nas operações da Companhia. Como conseqüência do aumento registrado nas despesas operacionais, principalmente em razão do maior conservadorismo adotado na contabilização das despesas com perda e provisionamento, o EBIT ajustado passou de R$43 milhões no 1T07 para R$28,1 milhões no 1T

6 Já o EBITDA ajustado totalizou R$48,8 milhões no 1T08, 16,7% abaixo dos R$58,5 milhões apurados no 1T07. A margem EBITDA do 1T08 alcançou 14%, uma queda de 4,4 p.p. se comparada à margem registrada no 1T07. No slide número 15, abordaremos o desempenho do lucro líquido consolidado após incentivos fiscais. Neste trimestre, os incentivos fiscais do Imposto de Renda totalizaram R$8,2 milhões. Sendo assim, o lucro líquido consolidado da Companhia após incentivos atingiu R$11,5 milhões no 1T08, ante R$26,4 milhões referentes ao 1T07. É importante ressaltar que a estratégia de maior integração entre o varejo e a indústria gera uma flexibilidade de operação em três vertentes de produtos: Vale a Pena, que são os básicos, com possibilidade de estocagem sazonal; Coleções, seguindo as principais tendências de cada estação; e Fast Fashion, atendendo às necessidades instantâneas de moda. Porém, o acelerado desenvolvimento dessa estratégia causa o aumento do nível de estoques no curto prazo, em decorrência do comportamento sazonal do varejo aliado à produção linear da indústria. Desta forma, excluindo os efeitos do lucro não-realizado dos estoques, que totalizou R$10,5 milhões no 1T08 e R$1,8 milhões no 1T07, o lucro líquido após incentivos fiscais consolidado totalizaria R$22 milhões neste 1T08, ante R$24,6 milhões referentes ao 1T07. No próximo slide, de número 16, temos a distribuição dos R$42,6 milhões investidos em ativos fixos pela Companhia durante o trimestre. Destes, R$31,7 milhões foram destinados à Riachuelo, principalmente para a abertura de novas lojas e para o projeto de remodelação arquitetônica de filiais. Além disso, R$10,9 milhões foram destinados à Guararapes Confecções para a compra de novas máquinas e para a construção de um novo galpão de produção. Sendo assim, do total investido até o momento, 74% foi direcionado à Riachuelo e 26% à Guararapes. Por fim, no slide de número 17, temos a evolução da quantidade de colaboradores separados entre Riachuelo e Guararapes. Dentro do total referente à Guararapes, englobamos também os 89 colaboradores da Transportadora Casa Verde e os 79 colaboradores do Midway Mall. Conforme podemos observar, o grande aumento registrado refere-se à indústria, que passou de colaboradores em março de 2007 para em março de 2008, impulsionado pela contratação de funcionários para a implementação do segundo turno de produção. Seriam estes os nossos comentários e, a partir de agora, toda a equipe aqui presente está à disposição para responder as perguntas que julguem necessárias. Muito obrigado. Gustavo Oliveira, Citigroup: Bom dia a todos. A primeira pergunta é em relação à forma de pagamento. Houve uma evolução muito grande ao longo do ano em relação a pagamento à vista versus pagamento em cartão de crédito. Isto está acontecendo porque vocês no passado foram muito agressivos na operação de cartão de crédito e agora, como vocês estão sendo mais conservadores nesta operação, vocês acreditam que no nível que estão atingindo - 6 -

7 agora é um nível mais razoável, e ainda deve estar até tendo um aumento na parcela de pagamento à vista? Ou é alguma coisa relativa à maturidade de loja? Na verdade, este aumento da penetração do cartão de terceiros e à vista em contrapartida ao cartão Riachuelo, é causado principalmente pela inauguração de sete lojas novas em 2007 e de nove lojas novas em Isto faz com que, no começo de operação da loja, esses clientes ainda não possuem o Cartão Riachuelo, ou seja, você vai desenvolvendo essa base de cartões um pouco antes de abrir a loja e no decorrer dos primeiros anos. Então é natural, quando a Companhia passa por um processo de crescimento orgânico, de abertura de novas lojas, que essa penetração do cartão Riachuelo venha a reduzir. Mas é claro que existe também, por outro lado, um aumento da penetração gradual do cartão embandeirado nas classes de renda C e D. Eu diria que é a combinação dos dois fatores, mas principalmente da abertura de novas lojas. Não tem nada associado a, por exemplo, você estarem mais agressivos agora no Vale a Pena, que é um preço mais barato, e por conta disto vocês estão vendendo mais Vale a Pena, e está ajudando inclusive same-store sales? Tem alguma coisa associada à essa mudança de mix que vocês estão tentando fazer, ou à essa mudança de estratégia preços etc? Esta estratégia de mix é claro que aumenta o desempenho da Companhia como um todo, uma vez que a gente volta a atrair para nossa loja aquele consumidor, dentre os nossos consumidores, aquele de menor renda. Se você olhar nossos consumidores, 75% tem uma renda mensal de até R$1 mil. Então, quando volta com este Vale a Pena com maior profundidade, com maior variedade de produtos, o intuito é atrair para o interior da loja novamente este consumidor com uma renda mensal entre R$600 e R$800. Mas este cliente é cliente detentor do cartão Riachuelo, então é claro que eventualmente ele pode até entrar na nossa loja e comprar somente o Vale a Pena, mas o que vem acontecendo, o que vem mostrando a nossa margem de números é que o cliente não compra apenas o Vale a Pena. Uma vez que o Vale a Pena está exposto junto com os produtos modais, ele é atraído pelo Vale a Pena em função da atratividade do produto e pelo preço, mas juntamente com o Vale a Pena ele acaba optando em levar também os produtos modais, uma vez que ele tem uma série de opções de financiamento. Correto. Obrigado. A segunda pergunta é em relação a estas mudanças que vocês fizeram observando essa instrução da CVM. Você poderia ajudar as pessoas a entenderem, inclusive não está muito claro para mim como isso impactou o resultado, principalmente clientes e fornecedores, e se isso também tem um impacto nessa nãorealização de estoque

8 Eduardo Yamagushi: Bom dia. Basicamente, a questão da Instrução 469 vem em função do ajuste ao valor presente, principalmente nas contas de clientes e fornecedores. O resultado foi afetado principalmente pelos clientes, porque fornecedores, a princípio, transita pelo estoque; o AVP dos fornecedores transita pelo estoque, inicialmente. O fornecedor está transitando pelo estoque, então não tem nenhum impacto no DRE. Eduardo Yamagushi: Muito pouco. Basicamente, o maior impacto é o AVP da carteira, da conta de clientes. Da conta de clientes. E onde que está o impacto disto no DRE? Eduardo Yamagushi: No resultado financeiro. Você está dizendo então que foi uma despesa financeira maior ou uma despesa financeira menor do que teria sido? Eduardo Yamagushi: Na verdade, é assim: por exemplo, dentro do 1T08, ele acaba gerando uma receita. Por quê? Porque primeiro a gente faz o AVP de dezembro para dezembro, quando nossa carteira é bem maior do que a de março. Então, quando você reverte o AVP de dezembro, acaba gerando uma receita; e em contrapartida, em março você tem uma despesa menor. Certo. É que quando eu olho as despesas financeiras, e eu estou comparando o resultado pro forma e o não pro forma, ela é maior inclusive, no 1T. Talvez seja melhor conversar sobre isto depois do call então, para pegar mais detalhes. Acho que é meio complicado para este call. Eduardo Yamagushi: OK. Obrigado, de qualquer forma. A última pergunta rápida, sobre o Midway Mall: quando vocês vão ter a abertura da nova área de vendas no Midway Mall? Eu já imaginei que neste 1T vocês estariam aumentando a área bruta locável para m²,mas pelo jeito ainda não

9 As obras de expansão para o Midway Mall já estão ocorrendo. Hoje, no terceiro piso já está em funcionamento o Cinemark; a idéia é abrir todo o piso, essas obras já estão acontecendo, para este terceiro piso ser inaugurado totalmente até o final do ano. Isso incrementará em torno de m² em ABL. OK. Muito obrigado. Simone Freire, Geração Futuro: Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas. A primeira seria sobre níveis de integração no que diz respeito à participação de produtos da Guararapes dentro das lojas Riachuelo, que neste trimestre foi 34%. Havia sido conversado que isso poderia chegar a 50% este ano. Como vocês enxergam a evolução desta participação ao longo do ano de 2008? Esta meta de integração de 50% de participação de produtos Guararapes na venda da Riachuelo é uma meta de médio e longo prazo. É claro que no ano de 2007 a gente acelerou bastante este processo de integração, a gente passou de uma participação inicial próxima de 22% e atingiu já ao final do ano algo próximo de 35%, que se manteve no decorrer deste 1T. É importante ressaltar que esta questão da integração envolve uma série de elementos. Você passa a desenvolver dentro das plantas da Guararapes, primeiramente uma maior profundidade e variedade de produtos Vale a Pena. Este é o driver inicial deste processo de integração. Porém, em paralelo, você começa a desenvolver uma série de linhas de elementos modais. Então nós estamos falando de uma maior penetração de produtos Guararapes nos departamentos femininos, seja no Vale a Pena, seja no modal. Então não é um processo que você aumenta de forma continuada. A gente já passou de um patamar de 22% para a casa dos 34%, a gente espera atuar neste ano de 2008 mais ou menos nesse nível, na casa dos 35%. Mas o que é importante ressaltar é que já neste 1T a Guararapes ajustou o timing de entrega destes produtos para a Riachuelo, ou seja, o mix de produtos na Riachuelo já está chegando de forma adequada. A gente já começou a sentir os primeiros efeitos no desempenho de venda; então a gente aumentou de forma significativa a penetração de Vale a Pena nos departamentos femininos, aumentamos a variedade e profundidade de Vale a Pena nos produtos masculinos e, em paralelo a isso, conseguimos entregar uma variedade bastante satisfatória de produtos modais para ambos os departamentos. Mas eu diria que, para o ano, um nível na casa dos 35% de participação é bastante adequado. Só é importante ressaltar que este 35% se refere a todas as vendas da Riachuelo, incluindo aí departamentos como calçados, acessórios, onde a Guararapes não tem o intuito de penetrar. Se a gente olhar somente na parte de confecção, eu diria que a penetração dos produtos Guararapes já é próxima dos 50%

10 Simone Freire: A segunda pergunta seria sobre o que vocês já conseguiram perceber de impacto nas perdas das operações financeiras com este aprimoramento do sistema de concessão de créditos que vocês vêm implantando. A gente vai começar a colher os frutos destes investimentos nesses novos sistemas tanto de cobrança quanto nos critérios de concessão de crédito no decorrer deste ano. É claro que, como a gente mostra no indicador perdas, eles estão vencidos há mais de 180 dias. Então, neste indicador de perda, na curva de perda ainda não estão expressos os benefícios destes investimentos. Eu diria que olhando já atualmente para os vencidos até 60 dias, a gente já enxerga uma melhora significativa, que vai se refletir no 3T e no 4T. Simone Freire: Certo. Está ótimo, obrigada. Marcos Di Tulio, UBS Pactual: Bom dia a todos. A minha pergunta é bem rápida: eu queria saber como está a evolução das vendas em maio e como que foi em abril, só para ter uma idéia. Obrigado. Newton Rocha: Como o Túlio falou, as nossas vendas tiveram um crescimento bastante significativo no 1T, e tanto em abril quanto em maio elas continuam em linha, eu diria até de uma forma ascendente em relação ao ano passado. Portanto, continuamos a esperar bons resultados no próximo trimestre com relação a vendas loja a loja. Marcos Di Tulio: OK. Obrigado. Marcelo Serri, Itaú Corretora: Bom dia a todos. Uma pergunta com relação ao crescimento de G&A. eu queria saber se esse patamar pode perdurar para os próximos trimestres e quais foram os motivos que influenciaram o crescimento? Na verdade, se você observar o nível de G&A no 4T do ano, ele foi até um pouco superior do que apresentamos neste 1T. É claro que existe aí uma correlação com vendas, é natural, inclusive, que no 1T seja um pouco menor, mas no 4T já refletia a despesa referente a uma estrutura desenvolvida e criada para o plano de expansão previsto não só para 2008 como para os próximos períodos

11 A Companhia vem aí com planos de crescimento orgânico, com abertura de novas lojas, penetração em novos mercados; aliado a isso, existe todo um processo de integração, de maior agilidade entre o desenvolvimento de produtos e direcionamento para o varejo. Então eu diria que o reflexo do G&A já apresentado no 4T, e agora de novo presente neste 1T, ele é reflexo dessa preparação para o crescimento em todas as vertentes, não só na parte de varejo que, claro, é a principal, mas também nos outros segmentos. Eu diria também que, nesta linha, não podemos esquecer que são contabilizadas as despesas de depreciação, que evoluíram ano contra ano algo próximo de 30%. Marcelo Serri: Perfeito. Mas vocês trabalham um G&A como porcentagem das vendas, vocês têm algum guidance para ele? O comportamento destas despesas é claro que existe certa correlação com vendas, mas ele trimestre a trimestre tem uma oscilação muito menor. Eu diria que o patamar já foi atingido, e não foi atingido neste 1T, foi atingido lá atrás, entre o 3T07 e 4T07, e deve se manter relativamente estável no decorrer deste ano, uma vez que grande parte da estrutura já foi criada. Então não devemos ter surpresas nos próximos períodos. Marcelo Serri: Ótimo, então. Era basicamente isso. Muito obrigado. Operadora: A sessão de perguntas e respostas está encerrada. Agora gostaria de passar a palavra ao Sr. Túlio Queiroz para suas considerações finais. Por favor, Sr. Queiroz, pode prosseguir. Gostaria de agradecer mais uma vez a todos os participantes, dizer que toda a equipe continua à disposição através do ri@riachuelo.com.br. Obrigado, e tenham todos um bom dia. Operadora: O conference call da está encerrado. Agradecemos a participação de todos, e tenham um bom dia. Este documento é uma transcrição produzida pela MZ Data Products. Ao passo que é feito o possível para garantir a qualidade da transcrição, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Este documento não reflete nenhuma opinião de investimento. O conteúdo é de responsabilidade da empresa que realizou o evento que está transcrito neste documento. Por favor, consulte o website da respectiva companhia para mais informações sobre limites de responsabilidade