APRAZAMENTO DE MEDICAÇÃO ATIVIDADE PARA O ENFERMEIRO RESUMO
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- Ian Henriques Lagos
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1 APRAZAMENTO DE MEDICAÇÃO ATIVIDADE PARA O ENFERMEIRO FREIRE, Ana Maria de Sousa Silva OLIVEIRA, Thiciana Souza de RESUMO Objetivou-se, com este estudo, conhecer a opinião dos enfermeiros sobre a atividade de aprazamento de medicação da prescrição médica. Os dados foram coletados em um hospital da rede publica de referencia Norte-Nordeste. A amostra constou de 20 enfermeiros que apontaram qual o profissional mais adequado para o aprazamento. Conclui-se que o aprazamento é de responsabilidade do enfermeiro e que para desenvolver essa atividade é necessário um bom conhecimento sobre farmacologia e do estado geral do cliente. Palavras chave: aprazamento de medicação, cuidados de enfermagem. ABSTRACT SCHEDULE OF MEDICATION - ACTIVITY FOR THE NURSE The objective of this study is to know the nurses opinion about the activity of schedule of medication of the medical prescription. Data were collected in a hospital of the net it publishes of reference North-northeast. The sample included 20 nurses that pointed which the professional more adapted for the schedule. It was concluded that the schedule is of the nurse responsibility and that to develop that activity is necessary a good knowledge on pharmacology and of the customer's general state. Keywords: schedule of medication, nursing care.
2 APRAZAMENTO DE MEDICAÇÃO ATIVIDADE PARA O ENFERMEIRO FREIRE, Ana Maria de Sousa Silva OLIVEIRA, Thiciana Souza de 1. INTRODUÇÃO Os medicamentos, há séculos, vêm sendo utilizados com a intenção de aliviar, combater a dor ou curar doenças; no entanto, estudos, ao longo dos últimos anos, tem evidenciado a presença de erros no tratamento medicamentoso recebido pelos pacientes, causando, prejuízos que vão desde o não-recebimento, por parte dos pacientes, do medicamento necessário até lesões e mortes (ALLAN & BARKER, 1990; LEAPE et al. 1995; CARVALHO et al., 1999; TAXIS & BARBER, 2003). Os dados mostram que os erros na medicação representam uma triste realidade no trabalho dos profissionais de saúde, com serias conseqüências para pacientes e organização hospitalar, pois suas causas repercutem negativamente nos resultados institucionais face aos indicadores relevantes da qualidade da assistência prestada aos pacientes hospitalizados (CARVALHO, 2000). Vários fatores colaboram para o aumento dos erros, e um deles é o grande número de medicamentos lançados no mercado, exigindo dos profissionais constante atualização sobre posologia, diluição, interação medicamentosa e técnicas de administração, bem como a existência de maior complexidade na terapêutica. Problemas na comunicação podem ser uma das causas de erros na medicação, e se originam de várias situações encontradas no dia-a-dia do profissional (BARKER & HELLER, 1964 aput RIBEIRO, 1991). Dentre essas situações, a má qualidade da letra medica é identificada como um fator que contribui não só para a incidência de erros, como também para aumentar o custo para o hospital, pois exige mais tempo da enfermagem e dos profissionais da farmácia para interpretá-la. Os erros na medicação, na prática profissional, também podem estar relacionados: a deficiências da formação acadêmica, inexperiência, negligencia, desatenção ou desatualização quanto aos avanços tecnológicos e científicos; ao manejo de equipamentos,
3 como bombas de infusão, cateteres etc; aos procedimentos desenvolvidos e ao sistema de medicação como um todo. Os médicos são responsáveis pela prescrição de medicamentos, porém a maneira como ela é realizada varia de hospital para hospital. A equipe de enfermagem atua no ultimo processo, que é o da administração do medicamento ao paciente, fato que faz com que muitos erros cometidos no início ou no meio do sistema, e não detectados, lhe sejam atribuídos. Em vista disso, torna-se necessário conhecer o sistema de medicação utilizado nas instituições hospitalares e verificar como os seus profissionais estão desenvolvendo suas atividades. A partir destas considerações é que foram traçados os objetivos deste estudo. 2. OBJETIVOS Geral Avaliar o conhecimento dos enfermeiros em relação ao aprazamento de medicamento. Especificos Enumerar os critérios utilizados no aprazamento pelos profissionais; Identificar o profissional responsável pelo aprazamento; Conhecer as dificuldades apresentadas pelos profissionais para o aprazamento das medicações. 3. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa teve como cenário uma instituição hospitalar publica estadual, localizada na cidade de Fortaleza-CE, que atende pessoas cardiopatas, em nível ambulatorial e de internação. Os sujeitos participantes da pesquisa foram 20 enfermeiros do quadro de pessoal daquela instituição, precisamente aqueles que concordaram em participar do estudo.
4 Como instrumento de coleta foi utilizado um roteiro de entrevista semi-estruturado, com vistas a conquista dos objetivos propostos para a pesquisa. Sua aplicação se deu no período diurno entre os meses de maio e junho de Os dados estão apresentados em números absolutos e dispostos em quadros para a interpretação das informações de cada variável analisada. O trabalho de pesquisa baseou-se nas normas da ABNT. 4. ANÁLISE DE RESULTADOS Entre os meses de maio e junho do ano 2003, foram aplicados 20 questionários com as enfermeiras que trabalham no hospital. Através dos resultados estatísticos foi feito um estudo exploratório das informações dadas pelos enfermeiros, optando-se em apresentar os resultados encontrados em tabelas e quadros com valores absolutos e percentuais. total de respostas No gráfico 1 observa-se que a maior parte das respostas apontaram o profissional enfermeiro como responsável pela tarefa de aprazamento da medicação. Apesar de pouco expressivo, 4 respostas do total apontam que o médico deve aprazar as medicações no momento que as prescreve. Apenas 1 entrevistado indicou o farmacêutico como profissional capacitado para tal atividade. É trabalho do enfermeiro agendar os horários de administração com base na prescrição, na política de sua instituição e nas características pertinentes do próprio medicamento (CABRAL, 2002). Gráfico 1. Profissionais que devem realizar aprazamento. Fortaleza, enfermeiro medico farmaceutico tecnico de enfermagem
5 Tabela I. Critérios utilizados para o aprazamento. Fortaleza, Avaliação do estado geral do cliente 1 2,63% Farmacocinética 3 7,89% Horário de repouso do paciente 9 23,68% Interação medicamentosa 13 34,21% Normas da instituição 12 31,57% % Nesta tabela I, observa-se que as enfermeiras utilizam tanto as interações medicamentosas como também as normas da instituição para basear-se a prática do aprazamento. Aprecia-se que somente uma, de todas as profissionais entrevistadas, considerou a avaliação prévia do estado clínico do paciente importante. Deve-se levar em consideração a incompatibilidade entre princípios ativos quando se for aprazar os medicamentos prescritos (FAKIH, 2002). Ao analisarmos a tabela II, Verificou-se que a caligrafia ilegível e as interações medicamentosas estão intrinsecamente relacionadas com a dificuldade para realização do aprazamento da medicação. Foram poucos os profissionais que não relataram nenhuma dificuldade para tal prática. Tabela II. Dificuldades para realizar o aprazamento. Fortaleza, Alteração do medicamento prescrito 2 7,14% Caligrafia pouco legível 7 25,00% Diluição do medicamento 4 14,28% Interação medicamentosa 8 28,57% Grande número de medicamentos 4 14,28% Nenhuma dificuldade para aprazar 3 10,71% %
6 O médico deve escrever a prescrição de modo correto e com letra legível. A enfermeira por sua vez, deve avaliar se a prescrição está adequada e em seguida, administrá-la (CABRAL, 2002). Gráfico II. Justificativa para o aprazamento pelo enfermeiro. Fortaleza, ,13% 60,87% Conhecimento da farmacocinética outros Gráfico II- Este gráfico mostra que 60,86% das respostas apontam que o conhecimento farmacológico adquirido pelo enfermeiro justifica o aprazamento pelo mesmo. As outras justificativas apresentadas foram a avaliação dos 5 certos, a rotina do serviço, a permanência ao lado do paciente observando reações, o conhecimento da patologia e a responsabilidade designada. Torna-se importante documentar as ações, a resposta do paciente ao medicamento, e os incidentes relacionados com o cuidado ao paciente, incluindo os erros cometidos por você e por seus colegas. Devemos nos precaver de ações judiciais (CABRAL, 2002). 5. CONCLUSÃO Em função de grande numero de atividades imposta ao enfermeiro, observado e citado pelos mesmos durante a realização da pesquisa, existe a necessidade de divisão de tarefas dentro da equipe. Ao profissional enfermeiro, conclui-se que o aprazamento de medicação, bem como a supervisão da administração do medicamento é de responsabilidade total e intransferível do enfermeiro da unidade.
7 O domínio do conhecimento sobre farmacologia e a avaliação do estado geral do cliente são fatores determinantes para uma boa prática profissional.
8 6. BIBLIOGRAFIA ALLAN, E. L.; BARKER, K. N. Fundamentals of medication error research. Am. J. Hosp. Pharm., V. 47, Mar CABRAL, I. E. Administração de medicamentos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, p. CARVALHO, V. T. et al. Erros mais comuns e fatores de risco na administração de medicamentos em unidades básicas de saúde. Rev. Lat. Am. Enfermagem, v.7, n. 5, p.67-75, dez CARVALHO, V. T. Erros na administração de medicamentos: analise dos relatados dos profissionais de enfermagem. Ribeirão Preto, f. Dissertação (Mestrado) Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. FAKIH, F. T. Manual de diluição e administração de medicamentos injetáveis. São Paulo: Reichmann & Affonso Editores, p. LEAPE, L. L. et al. Systems analysis of adverse drug events. JAMA, v.274, n.1, p.35-43, July RIBEIRO, E. Dose Unitária : Sistema de distribuição de medicamentos em hospitais. São Paulo, EAESP/FGV, f. Dissertação (Mestrado em administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde). São Paulo: Fundação Getúlio Vargas. TAXIS, K.; BARBER, N. Ethnographic study of incidente and severity of intravenous drug errors. BMJ, v.326, n.7391, p , mar
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