Sob o signo da resistência: a poética de Noémia de Sousa no período de em Moçambique

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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CAMPUS I PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDO DE LINGUAGENS MESTRADO EM ESTUDO DE LINGUAGENS CARLA MARIA FERREIRA SOUSA Sob o signo da resistência: a poética de Noémia de Sousa no período de em Moçambique Salvador 2014

2 CARLA MARIA FERREIRA SOUSA Sob o signo da resistência: a poética de Noémia de Sousa no período de em Moçambique Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Estudo de Linguagens, Linha 1 Leitura, Literatura e Identidades, do Departamento de Ciências Humanas, campus I, da Universidade do Estado da Bahia, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre. Orientadora: Profª. Drª. Márcia Rios da Silva Salvador 2014

3 Sousa, Carla Maria Ferreira FICHA CATALOGRÁFICA Elaboração: Sistema de Biblioteca da UNEB Bibliotecária: Maria das Mercês Valverde CRB 5/1109 Sob o signo da resistência: a poética de Noémia de Sousa no período de em Moçambique / Carla Maria Ferreira Sousa. Salvador, f. Orientadora: Márcia Rios da Silva Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Ciências Humanas. Campus I Contém referências 1. Literatura moçambicana - História e crítica. 2. Poesia moçambicana - História e crítica. Escritores moçambicanos - Visão política e social. 3. Sousa, Noémia de, Crítica e interpretação. I. Silva, Márcia Rios da. II. Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Ciências Humanas - Campus I. CDD: M869.09

4 TERMO DE APROVAÇÃO CARLA MARIA FERREIRA SOUSA Sob o signo da resistência: a poética de Noémia de Sousa no período de em Moçambique Dissertação de mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens da Universidade do Estado da Bahia UNEB, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Estudo de Linguagens, pela seguinte banca examinadora: Professora Doutora Márcia Rios da Silva (Orientadora) Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Professora Doutora Sayonara Amaral de Oliveira (Avaliadora Interna) Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Professora Doutora Rejane Vecchia da Rocha e Silva (Avaliadora Externa) Universidade do Estado de São Paulo (USP) Salvador, 24 de março de 2014.

5 Dedico esse trabalho à memória de minha mãe, Maria Bernadete Ferreira e de minha avó Iracy Maria de Jesus. Elas estariam felizes com mais esse passo que dei. Dedico também a Marco Antonio Nogueira (Amor) e a Luísa (meu grande orgulho).

6 AGRADECIMENTOS Agradeço muito a Tateto Nzaze, que com sua energia, força, sabedoria e sua imensurável benevolência não me abandonou nunca, e durante aqueles momentos em que só o saber dos homens não é suficiente, se fez presente me iluminando, intuindo e me fazendo sentir que por mais difícil e longínquo que seja o caminho é preciso seguir adiante e eu jamais estarei só, pois Ele, meu pai, estará sempre comigo. À minha orientadora, professora Márcia Rios, pelos direcionamentos, orientações esclarecedoras e cuidadosas no decorrer de todo o processo de elaboração dessa dissertação e pelo aprendizado adquirido em cada aula ministrada. Cada momento foi precioso e muito importante para eu chegar até o final. À professora Sayonara Amaral, obrigada pelo carinho e atenção em participar da minha banca e pelas discussões promovidas em sala de aula, aprendi muito com seus ensinamentos e sugestões valiosas para a dissertação. Aos professores do programa, os quais contribuíram e muito para as minhas reflexões em torno da minha pesquisa. À turma de mestrandos 2012, a galera da linha I, Edmond, Gabriela, Jadson, Joelson, Valdecir; da linha II, Fernanda, Reinaldo e toda a turma, agradeço pelas discussões promovidas em sala, pelas nossas saídas, conversas e principalmente por terem se tornado novos amigos. À professora Rejane Vecchia, meu especial agradecimento por ter me apresentado às Literaturas Africanas de Língua Portuguesa ainda no período da graduação, por ter me oportunizado dois anos de iniciação científica, que se tornou marco e divisor de águas em minha formação, e pela honra de tê-la como avaliadora externa da minha banca, uma vez que tudo teve início sob sua orientação e condução. À FAPESB pela concessão da bolsa de estudo, sem a qual não teria tranquilidade para a realização e desenvolvimento da pesquisa de mestrado; À minha mãe e avó (in memoriam), agradeço pelo meu nascimento, pela minha criação e por todos os esforços enveredados para meu bem estar, saúde, sucesso e realizações. Imperativo dizer que aprendi muito com a coragem e o labor de ambas.

7 Onde quer que se encontrem, quero que saibam que a semente da persistência e da resistência ficou plantada em mim. Aos amigos, agradeço por cada momento de descontração, apoio e amizade, aos de ontem: Ana Paula, Bárbara, Júnior, Inaê, Heloísa, Gabriel, Letícia, Eliane, Iara e Gabriela dedico as mais estimadas lembranças dos nossos momentos na graduação. Aos novos: Andréa, Elisângela, Guiomar, Janaína, Aline, Climério, João, Eduardo, Késsia, Luciane, Lucileide, Idalina, Leila, Adinelson Rogério e Gabriela a minha gratidão pela torcida, apoio e ombro amigo. Vocês dão real sentido à palavra amizade. A pai Haroldo e Dinda, chamada por todos de Lindinha, mas, para mim não é apenas linda é maravilhosa, agradeço eternamente por me adotarem e estarem sempre presentes. À família Sacramento que também faço parte. A todos os minkisses que dignificam e protegem o chão e a família Bate Folha e não me desamparam. Aos tios (as), primos (as), irmãos (ãs) do terreiro. Ao homem da minha vida, Amor, por tudo que partilhamos nessa vida. Agradeço pela leitura atenta, pelas interferências e correções. Obrigada, essa dissertação é nossa. Amo-te muito. À Luísa, luz e fruto do meu amor, nascida em 2007, surgida para dar sentido a minha existência, obrigada por me fazer um ser humano melhor a cada dia. Tudo isso é por você também. E por fim, à Noémia de Sousa, objeto e sujeito desse trabalho, meu especial agradecimento por me permitir ousar falar um pouco de sua trajetória, de suas convicções, de seu romantismo, na maior e melhor acepção do termo e pela sua esperança e fé inabaláveis, sou-lhe grata principalmente por ter me inspirado, emocionado e, para além da poesia, ter me possibilitado acreditar na tão esperada mudança por melhores dias. A você, eterna Noémia, minha grande admiração.

8 Saúdo meu pai agora e sempre: Salve NZaze! Salve o Rei!

9 RESUMO Este trabalho tem como objetivo o estudo do livro de poemas da poetisa moçambicana Noémia de Sousa, com o propósito de analisar o papel desempenhado por esta escritora no seu contexto histórico e social. Paralelamente, pretendeu observar como a sua produção poética surgiu interligada às questões políticas e históricas de Moçambique. Para tanto, são analisadas as poesias reunidas em seu único livro, Sangue Negro, este publicado em 2001, pela Associação de Escritores Moçambicanos. Partindo do entendimento de que as lutas de libertação no continente africano influenciaram o posicionamento dos escritores africanos, motivados pelos anseios da independência, houve o destaque ao engajamento da escritora e à análise dos poemas do referido livro. PALAVRAS-CHAVE: Literatura moçambicana. Noémia de Sousa. Poesia engajada. Resistência.

10 ABSTRACT This work aims to study the poems book by the Mozambican poet Noémia de Sousa, in order to analyze the role played by this writer in her historical and social context. At the same time, intended to observe how her poetry production has emerged connected to the Mozambique political and historical issues. For this, the poems collected are analyzed in her only book, Black Blood, published in 2001 by the Association of Mozambican Writers. Based on the understanding that the liberation struggles in Africa influenced the African writers positioning, motivated by the independence interests, the writer engagement and the analysis of that poems book was highlighted. Keywords: Mozambican Literature. Noémia de Sousa. Engaged Poetry. Resistance.

11 SUMÁRIO Introdução A trajetória intelectual de Noémia de Sousa Referências literárias Ativismo e resistência Imprensa e as antologias Sangue negro: a contestação de um sistema opressor Palavra e ação Ecos da coletividade A poesia do Atlântico negro A literatura nas Américas Poesia e música Canções das Américas Considerações finais Referências

12 11 INTRODUÇÃO O colonialismo implementou uma complexa rede de dominação calcada tanto na violência física, quanto na opressão ideológica que inferioriza o outro partindo de pressupostos patriarcais, etnocêntricos e raciais. As tensões culturais decorrentes da hierarquização empreendida pelo colonizador ao colonizado provocaram oposição ao sistema de exploração colonial. Durante muito tempo a história dita oficial forjava uma condição do colonizado que apagava os mecanismos de combate presentes em sociedades africanas, como a moçambicana, em que o sistema colonialista foi a marca principal, com todas as suas implicações coercitivas e de repressão. Contudo, a ocupação colonial não foi pacífica. Os moçambicanos, assim como em outros países africanos, impuseram lutas de resistência e de não aceitação do quadro sociopolítico vigente e impulsionaram grandes movimentações sociais e políticas que estiveram ligadas ao processo de libertação de cada país. As histórias recentes de Moçambique, assim como a de Angola e Guiné Bissau, por exemplo, pautam-se em uma trajetória de resistência e luta: luta contra o colonialismo europeu e as nações colonizadoras, luta pela independência e pela nova nação, luta contra o neocolonialismo, luta pela educação, pela saúde e pelo desenvolvimento. Violência e conflitos civis foram elementos que constituíram Moçambique e os países que passaram pelo processo de colonização, pois esses espaços foram estruturados na exclusão de grupos e segmentos sociais, aos quais foram negados direitos. As guerras de libertação nacional desencadeadas nesses países tiveram formações e resultados diferentes em cada território, mas possuía no seu princípio a marca do desejo de se estabelecerem como nações independentes. Nesse contexto de oposição ao regime colonial, a escritora moçambicana, poetisa e militante Noémia de Sousa é inserida, que, com sua obra, ousou não só fazer frente na contestação ao colonialismo português, mas também conclamou toda uma geração de intelectuais, políticos e artistas em torno do ideal de liberdade. Reagiu à

13 12 opressão, fez frente à participação no processo histórico do ativismo em Moçambique e por meio da poesia, deixou registrada a sua impressão sobre aquele momento histórico. A partir das análises da produção poética da escritora moçambicana Noémia de Sousa, em seu livro Sangue negro, construiu-se nessa dissertação uma leitura crítica dos seus poemas. O livro em destaque foi editado em 2001 pela Associação de Escritores Moçambicanos (AEM), sendo composto por 49 poemas, agrupados em seis seções: Nossa Voz, Biografia, Munhuana, Livro do João, Sangue Negro e Dispersos. Os poemas reunidos nos capítulos referenciados foram escritos entre os anos de 1948 a No entanto, a maioria destes é datada de 1949 e A segunda edição de Sangue negro foi lançada em Maputo, no dia 20 de setembro de 2011, data em que a poetisa completaria 85 anos. Dessa vez, a reedição foi feita pela editora Marimbique, que quis prestar uma homenagem à escritora cujo falecimento ocorreu em 20 de setembro de 2002, quando residia em Portugal. A primeira edição da obra foi organizada por Nelson Saúte, Francisco Noa e Fátima Mendonça, três estudiosos da literatura moçambicana que tomaram como esforço pessoal a publicação do livro. Na introdução, intitulada Noémia de Sousa: a mãe dos poetas, Nelson Saúte, também escritor moçambicano, apresenta o percurso literário da poetisa, revela sua importância no panorama cultural de Moçambique e, sobretudo, relembra a sua participação na exaltação de todas as utopias. Segundo Saúte, ele mesmo foi marcado, ainda quando jovem, aos 15 anos de idade, pela escrita contundente de Noémia de Sousa, passando então a conhecer e estudar a poesia de combate que marcou os finais dos anos de 1940, poesia que reivindicava a personalidade dos oprimidos, que fundava a literatura dos marginalizados. (SOUSA, 2001, p. 12). Os poemas da escritora foram, em sua maioria, publicações dispersas nos jornais e revistas de Moçambique daquele período. Por interesse da própria poetisa, o seu legado teria que circular entre a população moçambicana, a base do movimento de revolução, pois queria que seus poemas fossem, antes de tudo, primordialmente editados em Moçambique, onde é estudado nas escolas, lidos através de textos avulsos que circulam, de mão em mão, fotocopiados, policopiados. (SOUSA, 2001, p. 22). Anteriormente, contrária à publicação de seus escritos em livro, segundo Nelson

14 13 Saúte, várias foram as tentativas para convencê-la e insistiu, como fizeram muitos, na edição dos seus poemas. Noémia arranjou todos os subterfúgios, mas há alguns anos, depois de ter recusado convites de Manuel Ferreira, Michel Laban, entre outros, ela acedeu publicar. (SOUSA, 2001, p. 22). A admiração de Nelson Saúte por Noémia de Sousa se confirma pelo destaque dado ao conjunto obra e autora, quando o estudioso a coloca como parte de seus antepassados literários, além de considerá-la a mãe dos poetas moçambicanos. Sobre Sangue negro, destaca que o livro transcende a condição de uma recolha de poemas, sendo, antes de tudo, um testemunho da história dos moçambicanos. Os posfácios, escritos por Francisco Noa e Fátima Mendonça, configuram-se, antes de qualquer declaração sobre a autora, como depoimento de uma geração que foi motivada pelo pioneirismo da escritora na poesia moçambicana. Em Noémia de Sousa: a metafísica do grito, Francisco Noa adjetiva sua poesia como emocionada e ressalta os recursos linguísticos, estilísticos e temáticos que a revestem para demonstrar a consciência de uma subjetividade dilacerada. (SOUSA, 2001, p. 153). Para Francisco Noa, a voz enunciadora nos poemas de Sangue negro representa a aspiração plural e universalista que confere à poesia de Noémia de Sousa a exaltação dos valores dos negros africanos. A reconstituição da própria imagem identitária da escritora se revela como o estético da sua escrita, porque enquanto voz da Negritude, a voz de Noémia é uma exaltação narcisista gratuita do ser negro, mas é do ser negro enquanto objecto da sujeição econômica, cultural ou racial. (SOUSA, 2001, p. 157). No texto Moçambique, lugar para a poesia, que retoma o título de um ensaio de Augusto dos Santos Abranches, também poeta, Fátima Mendonça destaca a representatividade dos poemas de Noémia de Sousa em que emergiram novas temáticas contrárias ao caráter colonial da literatura portuguesa. A nova perspectiva da escrita poética assume uma dimensão de intervenção social, nomeadamente marcada pela denúncia das injustiças e apresenta reiterações futuras formuladas sob a forma de referências diretas, alusões ou apropriações temáticas que vai se constituir como modelo para novos escritores enquanto resistência prolongada dos negros às discriminações raciais e às formas alienantes da cultura embranquecida pelos padrões europeus.

15 14 Assim como Francisco Noa, Fátima Mendonça também considera a poesia de Noémia de Sousa marcadamente revestida de um traço emocional que permite um efeito mais humanizado e de relação aproximada com a história de Moçambique. Das correntes literárias que dialogaram com a literatura moçambicana, Fátima Mendonça afirma o seguinte: Ao amplificar as potencialidades do hipotexto (neo-realista) Noémia de Sousa introduz no novo texto (moçambicano) uma forte historicidade, religando-o a um espaço particularizado (Moçambique) e a um tempo concreto (o das explosões nacionalistas africanas). (SOUSA, 2001, p. 169). Muito embora a história não seja o foco principal desse trabalho, trazer um pouco de informações sobre Moçambique é mais uma forma de entender a literatura desse país. É apreender a escrita literária enquanto texto, que, no plano de suas múltiplas tessituras, necessita de algumas linhas precisas dos vários contextos para construir uma imagem que permita ao leitor se deslocar do plano real e aceitar o plano ficcional. A literatura moçambicana surge da experiência da colonização e é nessa perspectiva que literatura, lutas e memórias são comungadas na imbricação desses fatores no texto poético de Noémia de Sousa. Da chegada dos portugueses na costa oriental do continente à ocupação territorial até as lutas de independência, Moçambique preenche um longo processo histórico de quatro séculos de espoliação, resistência e combate. Conforme José Luís Cabaço (2009), os europeus vão encontrar no continente africano grandes dimensões territoriais, riqueza mineral e populações numerosas, todos esses elementos de produção que lhe eram escassos, mas necessários para a acumulação rápida de bens. Moçambique foi afetado pelo domínio português desde quando Vasco da Gama lá chegou, em 1498, e até 1975, quando teve fim a ditadura de Salazar em Portugal. Durante o processo de tentativa de libertação, foram criadas frentes de luta anticolonial, que em 1962 se uniram para formar a FRELIMO (Frente Liberal de Moçambique), a qual passou a atacar os militares portugueses em (CABAÇO, 2009). Ainda de acordo com José Luís Cabaço, após os três séculos de tráfico (XVI, XVII e XVIII) sem oposição da Europa, o século XIX foi, desde o seu início, marcado

16 15 pelos movimentos políticos abolicionistas contra a escravatura. Os britânicos foram os primeiros a liderar as ações antiescravistas. As razões são diversas, mas prevalece a de que o abolicionismo se deu por questões econômicas influenciadas por ideias iluministas de que o trabalho escravo era mais caro do que o trabalho livre. Assim, a partir de 1807, a Inglaterra proibiu o tráfico em suas colônias, abolindo definitivamente a escravidão em Daí em diante, começou uma agressiva campanha pelo fim do escravismo nos demais países, aproveitando-se, inclusive, de sua supremacia marítima na ocasião. A presença portuguesa em Moçambique data do século XV. Porém, é a partir do século XIX que esse quadro passa a sofrer alterações com a efetiva ocupação. Quando a escravidão já estava quase abolida em todo o mundo, foi realizada em 1885 a Conferência de Berlim com o objetivo de organizar a partilha da África pelas potências europeias. Os países europeus definiram uma divisão geográfica que atingiu as relações sociais e familiares das populações do continente, definindo assim a permanência efetiva no espaço africano. Essas transformações estavam diretamente ligadas ao novo quadro político, econômico e social vivido pela Europa, relacionado às exigências de uma maior quantidade de matéria-prima, mão de obra barata e mercado consumidor. Dada a nova conjuntura mundial, em que as necessidades do capitalismo industrial se apresentavam, inicia-se na África uma corrida colonial amparada por agressiva política imperialista e o colonialismo imposto por Portugal assume novas conformidades. De acordo com Alexandre Valentim (2000), isso se deve a três importantes fatores: primeiro, maior interesse das elites e das Forças Armadas pelas colônias da África; segundo, o nacionalismo luso, despertado pelo sentimento antibritânico e reforçado após o ultimatum inglês, o quê mobilizou variados setores da sociedade portuguesa; terceiro, a ideologia colonialista em Portugal se expande e se fixa, tendo como base um conteúdo racista influenciado pelo darwinismo social e concepções cristãs de salvação, presentes no imaginário português. É nesse cenário dominado pelo regime colonial que nasce Noémia de Sousa, aos 20 dias do mês de setembro do ano de A participação da escritora nos movimentos de contestação ao domínio e repressão colonial orienta e norteia a sua

17 16 trajetória literária e atuação em movimentos revolucionários de Moçambique. Escreve durante os anos de 1948 a 1951, em um momento marcado pelo surgimento de novas demandas sociais, que desperta um olhar consciente e crítico dos moçambicanos acerca dos desmandos da Metrópole portuguesa. Dessa forma, a sua produção literária se estruturou em um espaço dominado pela coerção dos portugueses e combateu as formas de trabalho forçado experimentadas pelo negro e as relações colonialistas desiguais que discriminavam as populações, colocando de um lado os colonizadores e do outro os colonizados. A poetisa escreve num período de grande influência das tendências estéticoliterárias como o Neorrealismo português e o movimento da Negritude, sendo as responsáveis pelo aumento do desejo, já existente entre os escritores, de fazer surgir uma literatura que enaltecesse a cultura, civilização e história moçambicana, em detrimento das obras empenhadas em apresentar as populações negras como totalmente destituídas de civilidade e desprovidas de um conjunto cultural próprio. É quando a temática da negritude assume, ao longo dos anos 1940 até início dos anos 1960, foco central nas discussões promovidas por ativistas negros espalhados pelo mundo. Na conjuntura em que os problemas atingiam as mais variadas ordens, e sistematicamente assumiam o eixo central dos debates, os elos estabelecidos entre a literatura e as mudanças políticas e sociais que se processaram no continente africano naquele momento não se deixaria de levar em consideração o lugar ocupado pelo poeta, escritor, artista negro, assim como toda manifestação produzida sob esses anseios, tampouco deve deixar de levar em conta as manifestações civis em busca de uma equidade entre os seres humanos. A partir dessas novas realidades, grande parte da produção ficcional se constituiu como um importante meio de denúncia e desconstruções, pois passou a questionar o poder repressor e ideológico, observando aquilo que vai estar correlacionado com momentos históricos, discursos hegemônicos e os contrahegemônicos que também estavam sendo verbalizados. Participante ativa dos movimentos de libertação, Noémia de Sousa conviveu em um ambiente de reivindicação e de contestação ao regime colonial imposto, sobretudo pelos portugueses, ao território moçambicano e ao continente africano. Estando convencida

18 17 da necessidade de uma literatura que não se prestasse apenas e tão somente para o deleite e entretenimento, Noémia de Sousa apresenta em sua poesia temas dos contextos históricos, sociais e econômicos em que se encontravam os africanos, tornando assim seu discurso inovador e mesmo com o passar do tempo, atual. Ainda para enfatizar a atuação da escritora nos movimentos em Moçambique, Nelson Saúte (2001), destaca que a concepção de um projeto nacionalista foi gestada por um grupo de intelectuais ao qual Noémia de Sousa estava integrada e também propôs diálogos e atividades que definiram projetos de intervenção no cenário histórico do país, através da criação de organizações com programas sociais, de saúde e atividades culturais e desportivas, assim como associações a favor dos direitos iguais e campanhas contra os desmandos gerenciais de Portugal. Mulher sensível, atenta ao que ocorria em seu entorno e para além dele, a poetisa era influenciada por outras culturas, principalmente a europeia, americana e brasileira. Nesse sentido, sua obra, sua ideologia e ações, assim como todo contexto moçambicano e de outras partes da África despertaram a atenção de muitos. No Brasil, em 1959, estudiosos interessados no conhecimento e na ampliação dos debates em torno dos fatos ocorridos no continente africano, dentro do âmbito histórico, sociológico, antropológico, cultural e literário, fazem surgir o primeiro Centro de Estudos Afro- Orientais da América do Sul. Criado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) com a proposta de desenvolver trabalhos de pesquisa sobre a África e a Ásia e promover o intercâmbio entre estudantes e pesquisadores africanos, asiáticos e brasileiros. Posteriormente, foram criados outros centros, como exemplo, no Rio de Janeiro, o Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Cândido Mendes (UCM), em 1961, sendo esta a mais antiga instituição privada do país. O Centro de Estudos Africanos da Universidade de São Paulo (USP), em 1965, e o Núcleo de Estudos Afro-Asiáticos, órgão ligado à Universidade Estadual de Londrina, no Estado do Paraná, em Após a criação desses centros de estudo, no final dos anos de 1970, as literaturas africanas de língua portuguesa começaram a obter mais espaço nos programas de pós-graduação no Brasil. As universidades brasileiras, com o propósito de promover reflexões sobre assuntos que não estiveram nos ambientes acadêmicos, têm adotado uma perspectiva interdisciplinar e intercultural na abordagem dessas

19 18 literaturas. A observação desses novos enfoques provoca uma ruptura com os modelos hegemônicos, de uma ciência monoculturalista, como propõe Boaventura Sousa Santos, em Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências, apontando à inauguração de um novo referencial para se pensar as alternativas contrahegemônicas. São estudos que se expressam às margens da cultura dominante, favorecendo segmentos da sociedade que sempre foram excluídos em função de critérios socioeconômicos, mas que têm grande representatividade. Boaventura Sousa Santos, além de fazer uma crítica ao modelo hegemônico do pensamento, irá lançar as bases de outro modelo de racionalidade, buscando legitimar formas amplas de construção do conhecimento. Mais do que mudar as categorias, Santos sugere mudanças na própria racionalidade, sobretudo descobrindo categorias que ajude a pensar a vida para além do hegemônico estabelecido. O estudo integrado e comparativo das literaturas de língua portuguesa, mediante o exame da produção literária do Brasil, de Portugal e dos países africanos, permite considerar a produção cultural de cada país na dinâmica de sua especificidade e de suas relações recíprocas. As mudanças que vêm ocorrendo em todos os setores da sociedade brasileira sugerem que os programas passem a ter no seu contexto a preocupação com novas perspectivas de acordo com as reais necessidades impostas pelas questões sociais que se acumularam historicamente, além de ter o comprometimento com a construção de espaços de produções engajadas no âmbito acadêmico. Nesse sentido, a lei /03 que estabelece a inclusão e obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Básica, mais tarde a /08, que torna obrigatório o ensino da história dos povos indígenas, substituindo a lei anterior citada, sendo agora denominada História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, contribuiu substancialmente para a mudança de paradigma de uma estrutura vigente e deu visibilidade aos trabalhos voltados para o continente africano e heranças africanas no Brasil e instituiu no calendário escolar o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra, que, para o poeta ativista e político negro Abdias do Nascimento, simboliza a resistência dos africanos contra a escravatura, cujos protagonistas eram os próprios negros. A comemoração desse dia tem como objetivo

20 19 corrigir esse registro histórico e reafirmar a necessidade de continuarmos, nós, os negros, protagonizando a luta contra o racismo que ainda impera no Brasil. A lei também possibilitou discussões na sociedade brasileira para a alteração da lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, através do Parecer CNE/CP 003/2004, com o intuito de assegurar o direito à igualdade de condições de vida e de cidadania, assim como garantir igual direito às histórias e culturas que formaram a nação brasileira. Esses dispositivos legais procuram oferecer uma resposta, entre outras áreas, mas principalmente na educação, à demanda da população afrodescendente, no sentido de políticas de reconhecimento e valorização com vistas a corrigir desvantagens excludentes e discriminatórias que atingem particularmente os negros. Nesta perspectiva, a divulgação e produção de conhecimentos na área são importantes para a formação de atitudes, posturas e criação de valores que atendam à diversidade brasileira de descendentes de africanos, povos indígenas, europeus e asiáticos. Dois importantes motivos também nos impõem a relevar os estudos sobre a África no Brasil. Para nós brasileiros, é o caráter de matriz histórica e cultural que os africanos e os seus descendentes tiveram na formação e desenvolvimento da sociedade brasileira, religião, culinária, trejeitos, comportamentos, marcando de forma indelével a nossa identidade nacional. O segundo é a importância intrínseca do continente africano na história mundial, para a origem da humanidade até quando protagonizou, por exemplo, um dos mais importantes processos políticos do século XX, o da descolonização. No panorama atual das pesquisas no Brasil, é crescente o interesse pelas produções ocorridas no continente. Entre os países africanos de língua oficial portuguesa, Angola e Moçambique têm predominância à Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe na realização desses estudos. A partir da verificação feita no banco de teses e dissertações das principais universidades brasileiras sobre a literatura produzida em Moçambique, observa-se que a obra de Mia Couto, escritor contemporâneo muito premiado, tem lugar de destaque, podendo ser citada também a romancista Paulina Chiziane, em que seus romances têm despertado interesse aos pesquisadores brasileiros. Quanto à literatura moçambicana produzida no período

21 20 colonial, poucos são os trabalhos e os existentes tratam, na sua maioria, da produção poética do escritor José Craveirinha, contemporâneo de Noémia de Sousa, que também escreve sob o anseio de liberdade ou apresentam estudos comparativos. Enquanto mulher, negra e moçambicana, Noémia de Sousa produz uma literatura de resistência, questionadora do império português e expõe os efeitos perversos do colonialismo no plano social e cultural. Ao se posicionar contra a condição subalterna imposta pelo processo colonial, a escritora faz uma leitura crítica, desconstrutora e politizada desse processo. Não aceita passivamente os valores europeus e sua poesia antecipa, mesmo antes da libertação de Moçambique do jugo português, a deslegitimação da autoridade, poder e significados produzidos pelos impérios ocidentais. Desta forma, a pesquisa analisa a poesia de Noémia Sousa em que a questão colonial está presente, entendida aqui como uma produção textual que expõe questionamentos aos processos de colonização no continente africano e nas Américas. Esse questionamento fará da escritora uma intelectual, daí porque a sua poesia se mostra uma arte engajada, como pensada por Sartre, pois propõe a ideia de uma condição que emerge na literatura, na filosofia, na estética e na política fruto da experiência colonial, que contesta narrativas anteriores, legitimadoras de dominação e poder, como de raça, gênero, classe e nação. Intencionando contribuir para a ampliação dos debates em torno dessas literaturas, a dissertação se estrutura em três seções. A primeira parte, A trajetória intelectual de Noémia de Sousa, aborda a biografia da escritora, compreendendo o percurso intelectual, a trajetória de militância e resistência, o engajamento político e sua participação ativa nos movimentos nacionalistas e de desenvolvimento do país, assim como o seu papel desempenhado na mudança da conjuntura vigente à época, na evocação dos moçambicanos em torno da construção de uma nação na busca de valores que afirmavam a moçambicanidade. Nesse momento, são utilizadas discussões e posicionamentos críticos de importantes estudiosos brasileiros e estrangeiros das literaturas africanas de língua portuguesa. Na segunda seção, Sangue negro: a contestação de um sistema opressor, há o estudo da obra de Noémia de Sousa, a partir do olhar analítico dos poemas

22 21 emblemáticos quanto às questões sociais, cuja temática esteja voltada para a militância da poetisa, dando ênfase às produções de denúncia da colonização, da condição do africano e da situação da África. O chamamento para despertar o sentimento de nacionalidade em prol de Moçambique livre e soberana, a evocação não só a outros poetas, como também aos moçambicanos que sentiam na pele o horror da discriminação e do trabalho forçado. A abordagem circunda em torno de conceitos chaves como o de resistência e engajamento, noções desenvolvidas por Albert Camus e Jean Paul Sartre, que encontraram eco nos escritos de Noémia de Sousa e estiveram presentes nas ideologias das lutas de descolonização. Destacam-se também as reflexões de Albert Memmi e Frantz Fanon sobre a contradição colonial estabelecida nas relações de poder entre os dois polos, o colonizado e o colonizador, polarização que condicionava todo o processo colonial. Na terceira seção, A poesia no Atlântico negro, serão analisados os poemas que estabelecem um diálogo com os movimentos culturais das Américas, culminando com a comunhão de sua literatura com a história dos países que passaram pelo sistema escravista. O ressoar das várias vozes da poesia encontrou adesão nos ritmos musicais produzidos pelos negros norte-americanos. O jazz e o blues se expandem do âmbito musical e ganham uma significação política que está ligada aos movimentos de resistência negra e a formação de uma cultura afro-americana diretamente vinculada aos escravizados. Subvertem-se os códigos vigentes de maneira a conseguir implantar um sentido próprio de negar ou romper com o sistema escravocrata. Mais do que um estilo musical, o blues, o jazz e o spiritual são representações culturais de afirmação do negro diante da sociedade colonial como herança do continente africano. Desta forma, a análise da cultura do Atlântico Negro, por Paul Gilroy, é particularmente valiosa, entre outros aspectos, por dar visibilidade a uma face da história cultural encoberta pelo véu do absolutismo étnico sobre a relação dos negros com a modernidade ocidental. A resistência dos moçambicanos, também se lê dos africanos, assume diversas expressões táticas que perpassa pelo período colonial e se rearticula com conceitos pós-colonialistas já apontados nos poemas de Noémia de Sousa em direção à descolonização dos seus territórios.

23 22 1. A TRAJETÓRIA INTELECTUAL DE NOÉMIA DE SOUSA Nascida a 20 de setembro de 1926 em Catembe, Carolina Noémia Abranches de Sousa, juntamente com mais três irmãs e dois irmãos, compõe uma família que teve como pai o senhor Antonio Paulo Abranches da Gama, funcionário público de origem luso-afro-goesa da Ilha de Moçambique e mãe a senhora Clara Brüheim Abranches de Sousa, cuja ascendência paterna era alemã, e materna ronga Belenguana. Os seis primeiros anos foram vividos em Catembe e, após esse período, mudase para Lourenço Marques. Aprende a ler aos quatro anos com o pai, aos oito anos de idade sofre com o falecimento deste, acontecimento marcadamente desestruturador que impõe mudanças inclusive na condição econômica da família. Aos dezesseis anos, já trabalhava durante o dia na firma Gulamhussem & Companhia e à noite estudava na Escola Técnica Sá da Bandeira, onde concluiu o 4º ano comercial. O fato de ser funcionário público emprestava ao pai, e por consequência a toda família, uma condição socioeconômica diferenciada em relação à grande maioria da sociedade moçambicana local, o que permitia a todos, através do patriarca, uma convivência com pessoas de ideais progressistas, citando como exemplo Estácio Dias e os irmãos Albasini, que juntos foram os fundadores do jornal O brado africano. Noémia de Sousa tem sua vocação para a escrita precocemente manifestada. Falava, escrevia e lia correctamente o francês e o inglês, além de dominar também o ronga [...] apreciava o melhor da arte europeia do cinema, admirava Júlio Pomar e estava actualizada quanto aos modernos poetas, contistas e romancistas. (LARANJEIRA, 1995, p. 112). A escritora também vivencia, de maneira intensa e significativa, suas leituras literárias e conhecimentos culturais advindos da Europa e do Brasil. Eu e meu irmão líamos aquelas coisas todas, Oliveira Martins, Eça de Queirós, Balzac, Jorge Amado, escritores neorrealistas, Drummond que tiveram muita influência nos interesses que eu tive depois. (LABAN, 1998, p. 245). Através de seu irmão Nuno Abranches, Noémia de Sousa toma conhecimento de alguns jovens colaboradores do jornal Mocidade portuguesa, na época dirigido pelo então poeta Virgílio de Lemos, periódico que mais tarde colaborou juntamente com

24 23 Eugênio de Lemos, Fonseca Amaral e Rui Knopfli, todos que posteriormente se tornariam grandes escritores da literatura moçambicana. Muito embora tenha assinado como N. S o seu primeiro poema intitulado Canção fraterna, foi publicado no jornal acima mencionado, em Moçambique, com o qual a escritora despontou no cenário cultural moçambicano aos 22 anos de idade. Irmão negro de voz quente o olhar magoado, diz-me: Que séculos de escravidão geraram tua voz dolente? Quem pôs o mistério e a dor em cada palavra tua? E a humilde resignação na tua triste canção? E o poço da melancolia no fundo do seu olhar? Foi a vida? o desespero? o medo? Diz-me aqui, em segredo, irmão negro. Porque a tua canção é sofrimento e a tua voz, sentimento e magia. Há nela a nostalgia da liberdade perdida, a morte das emoções proibidas, e saudade de tudo que foi teu e já não é. Diz-me, irmão negro, quem a fez assim... Foi a vida? o desespero? o medo? Mas mesmo encadeado, irmão, que estranho feitiço o teu! A tua voz dolente chorou de dor e saudade, gritou de escravidão e veio murmurar à minha em alma ferida que a tua triste canção dorida não é só tua, irmão de voz de veludo e olhos de luar... Veio, de manso murmurar que a tua canção é minha. (SOUSA, 2001, p ). Em 1948, quando escreve esse poema, Noémia de Sousa já apresenta uma escrita que evidencia sua formação intelectual e cultural surpreendendo os leitores do jornal com uma poesia de conteúdo impregnado de dor, mágoa e questionamentos sobre a situação imposta ao negro. Canção fraterna é um poema cujo tema central apresentado se refere à subjugação do homem negro gerada pelos anos de escravidão. O título do poema antecipa ao leitor a intenção do eu-poético em estabelecer laços de união em torno do ideal de solidariedade, no compartilhar do sofrimento do outro, que é, o próprio irmão, o qual foi injustiçado e explorado pelo trabalho inicialmente escravo e depois forçado. Os versos, em ritmo sequenciado, denunciam a escravidão e a consequente agressão à vida. Estabelecem laços de solidariedade e vínculo com o negro evidenciado a partir da sua grande empatia demonstrada no compartilhamento

25 24 da dor do outro. O eu-poético se coloca diante das angústias que despertada na escritora, leva a um compromisso político e social. A escritora tem consciência de que está em plena batalha por uma sociedade melhor, mais justa e mais humana. Por isso, acredita não ser possível ficar distante e neutra em pleno cenário de guerra como se não sofresse as mazelas da realidade cruel. Canção fraterna apresenta declarada adesão à potencialidade de emancipação humana ao reconhecer os malefícios da colonização. O eu-poético se solidariza com a amargura do escravizado, considera-a não um ato meramente emocional e individual e contextualiza essa dor na perspectiva histórica da escravidão. Sem se isolar das circunstâncias do momento, passa a ter a causa como sua, posicionando-se a favor de um dos lados da luta contra a colonização portuguesa e toma para si a dor dos escravizados, já que ela mesma a sente. O poema está disposto em estrofes que estabelecem uma relação de complementaridade entre si cuja estrutura de interpelações individuais e coletivas aborda a situação do escravizado. No primeiro momento, o eu-poético, por meio da fala direta, em conversa com seu compatriota, questiona o período e os causadores de tão profunda tristeza: Quem pôs o mistério e a dor/ em cada palavra tua? para, em seguida, em um segundo momento, aderir à causa do outro, do irmão que sofre. A utilização da conjunção adversativa mas implica e antecipa a força da resistência, que, por meio de sua canção comovente que revela o mistério de suas palavras e aponta para a conjugação de forças contra o sistema escravocrata. O eu-poético faz questão de mostrar que seu igual não está só na tristeza e torna evidente sua responsabilidade quando entoa a triste canção dorida cantada por ele. A tua voz dolente chorou/ de dor e saudade,/ gritou de escravidão e veio murmurar à minha alma em ferida/ que a tua triste canção dorida/ não é só tua, irmão de voz de veludo/ e olhos de luar.../ Veio de manso murmurar/ que a tua canção é minha. No momento em que o leitor percebe o contexto e o teor subversivo do poema, este publicado em jornal, percebe que Noémia de Sousa, juntamente com a adesão e o seu engajamento contra a escravidão, contesta o regime dentro do regime, algo incomum para a época, principalmente vindo de uma mulher.

26 25 A partir dessa publicação, Noémia de Sousa passa a ter contato com outro grupo de jovens revolucionários de Moçambique interessados em mudanças políticas e sociais. É quando conhece João e Orlando Mendes, Ruy Guerra, Ricardo Rangel, Cassiano Caldas, José Craveirinha, dentre outros e começa a colaborar para o jornal O brado africano, periódico de maior repercussão em Moçambique. Ruy Guerra que saiu de Moçambique aos 19 anos, com destino à Europa, residindo em Portugal e França, veio para o Brasil em fins de 1958, radicando-se no país onde se tornou um grande cineasta e letrista, estabelecendo parcerias musicais com Chico Buarque, Milton Nascimento, Edu Lobo, entre outros. De acordo com suas declarações, Ruy Guerra diz que é um cineasta brasileiro que nasceu em Moçambique (2003, ano I, nº 7). Na vida literária e cultural da colônia também aparecem outros nomes que empenharam ações na defesa da causa anticolonial, são eles, Henrique Haan, Brassard, Miguel da Mata, Victor Santos, Nobre de Melo, Amália Ringler e Dolores Lopez. Nos encontros dos jovens intelectuais do período, Noémia de Sousa partilhou das preocupações e inquietações nos movimentos de combate ao regime colonialista português. O contato e as ações conjuntas com os escritores foram se firmando e acabaram transcendendo as atividades literárias. Noémia de Sousa rompe com um ciclo da cultura patriarcal, em que à mulher, e a mulher negra na sua condição, não é dado o direito de ser intelectual, tornando-se vanguardista num período em que a presença feminina na esfera pública é muito tímida. Com relação a esse fenômeno, a intelectual bell hooks (2005), escritora negra, norte-americana, traz uma questão atual sobre os conflitos vividos e sentidos pela mulher negra. Em seu texto Intelectuais negras, discute a importância do trabalho intelectual, acreditando que é a partir desta opção que se entende a realidade e o mundo em volta, sem separar da política e do cotidiano. Segundo bell hooks, pouco se escreveu sobre intelectuais negras e quando a maioria dos negros pensa em grandes mentes, quase sempre lhes veem a imagem de homens e justifica essa invisibilidade afirmando que é em função do racismo, do sexismo e da exploração de classe, todos vetores notadamente institucionalizados. O texto acima dialoga com o ensaio O Dilema do intelectual negro, do escritor Cornel West, que embora trate da obra de homens, serviu para promover o debate sobre os

27 26 danos provocados pela subordinação sexista na vida intelectual norte-americana, a qual desvaloriza o trabalho de mulheres intelectuais. A pensadora afirma que a negação às mulheres é atuação do patriarcado capitalista com supremacia branca. À mulher negra e colonizada caberia, então, o papel de ser duplamente colonizada em uma sociedade feita de homens brancos para seus iguais. Com efeito, a história e a literatura são importantes registros desse silêncio, no caso da segunda, a de criação de estereótipos, seja de erotização ou passividade. Por isso, acredita que só através da resistência efetiva é possível exigir o direito de afirmar uma presença intelectual, discutindo mais amplamente a respeito dessas questões. Quando diz acreditar no trabalho intelectual como parte necessária à luta pela libertação que descolonizou oprimidos e explorados, o posicionamento de bell hooks, nesse aspecto, a aproxima da atuação de Noémia de Sousa que ultrapassou fronteiras locais para lidar com uma cultura política mais ampla contra o sistema opressor. Nessa direção, Edward Said, em seu livro Representações do Intelectual: as conferências Reith de 1993, trabalha com a ideia de que o intelectual não deve se ausentar dos debates e discussões sobre os problemas do seu tempo. Ao reafirmar a definição de Gramsci, de que qualquer pessoa pode ser um intelectual, Said lança seu olhar compassivo aos mais desfavorecidos, combinando pensamento crítico e compreensão da história. As seis conferências se concentram sobre a figura do intelectual como porta-voz de verdades contra a dominação e em favor dos que não têm voz. Para Said, o intelectual é um indivíduo que deve ser comprometido com o que diz, por ser dotado de uma vocação para representar, dar corpo e articular uma mensagem, um ponto de vista, uma atitude, filosofia ou opinião para um público (SAID, 2005, p. 25), o quê envolve compromisso e risco, já que se expõe e é reconhecido publicamente. Exercer a atividade intelectual com autonomia é fundamental, pois o intelectual não é nenhum pacificador nem um criador de consensos, mas alguém que empenha todo o seu ser no senso crítico, na recusa em aceitar fórmulas fáceis (SAID, 2005, p. 35). Para Said, o intelectual teria também a missão de dar aos problemas que interpreta uma dimensão universalizante, tal como fez Fanon sobre a presença da França na Argélia, e ser capaz de relacionar esses horrores a aflições semelhantes de

28 27 outros povos (SAID, 2005, p. 53). Entre os papéis do intelectual está o de alguém que existe para subverter o poder da autoridade (SAID, 2005, p. 94). Imbuída do desejo de romper o cerco imposto pelo sistema colonial, a poetisa participa da criação de vários projetos, a exemplo o da Associação Africana, juntamente com outros escritores da militância que defendiam valores diferentes daqueles propagados pelo colonialismo. Na tese de doutoramento, O Movimento Associativo Africano em Moçambique: tradição e luta ( ), a historiadora portuguesa Olga Maria Iglésias Neves pesquisou o movimento associativo em Moçambique e o significado do seu papel na transformação de um protocolonialismo para a consciência nacionalista interventiva. Como assinala a própria pesquisadora, ao se interessar em conhecer e analisar historicamente a ideia de independência no que se revelava de dinâmico e de transformação face ao regime colonial e para avaliar como se operou a mudança, em termos de poder político, a historiadora procurou estabelecer uma ponte com o passado, levantando hipóteses à anterioridade dos movimentos, através de poetas de grito silenciado da geração de cinquenta, José Craveirinha e Noémia de Sousa. Conforme Olga Maria Iglésias (2008) os movimentos associativos tiveram grande importância, dentre outros fatores, também por representar as primeiras iniciativas da sociedade civil no início do século XX a se organizar contra o sistema colonial, dando continuidade aos movimentos independentistas do início da década de Seu estudo estabelece um espaço temporal de 1926 a 1962 em que a causa africana se transformou em motivo nacional, contextualizando Moçambique no quadro do período colonial com análise das estruturas econômicas, sociais e políticas. O nacionalismo moçambicano, como praticamente todo o nacionalismo africano, foi fruto direto do colonialismo europeu, fazendo surgir o anseio de uma unidade nacional moçambicana que partia da experiência comum do sofrimento gerado pela crescente exploração que Portugal implementou em Moçambique, impedindo o desenvolvimento de organizações anticolonialistas. O pensamento colonial português era impregnado pelo ideal imperialista, procurando sempre defender os direitos de soberania sobre os territórios africanos, atitude que visava a construção de um império econômico e moralmente forte. A relação que se estabeleceu nessa conjuntura foi de uma dominação imposta por uma minoria exterior àqueles territórios, numa lógica de

29 28 superioridade que se assumia como de civilização dominante. Para Albert Memmi é quando o colonizador descobre a existência do colonizado e ao mesmo tempo o próprio privilégio. Trata-se, ademais, sob certo aspecto, de uma dupla ilegitimidade. Estrangeiro, chegado a um país pelos acasos da história, ele conseguiu não somente criar um espaço para si como também tomar o do habitante, outorgar-se espantosos privilégios em detrimento de quem de direito. (MEMMI, 2007, p. 42). A luta dos moçambicanos contra a dominação e exploração colonial nunca esteve apagada. No entanto, ela foi adquirindo formas e dimensões diversas de acordo com as circunstâncias da exploração colonial. Em discurso proferido na Faculdade da Filosofia (FAF), da Universidade Eduardo Mondlane, em 31 de Agosto de 2010, no 1 Ciclo de Palestras sobre o tema Independência, Educação e Desenvolvimento: que perspectivas filosóficas?, Joaquim Alberto Chissano, antigo chefe de Estado, que após a morte de Samora Machel, em 1986, o substituiu na presidência da República de Moçambique, expôs que a consciência libertária dos moçambicanos se desenvolveu em vários níveis, inclusive ao nível das lutas para a conquista de uns povos pelos outros da mesma área geográfica e o outro nível, segundo Joaquim Chissano, foi o da consciência libertária dos moçambicanos desde aos extremos Sul e Norte contra o colonialismo português despertado por um sofrimento igual de discriminação e maus tratos. Sofriam diretamente as consequências da exclusão na base da raça em que a maioria da população moçambicana nem sequer podia pensar em adquirir a categoria jurídica de cidadão. Quem contribuiu para criar esta consciência foi a natureza do próprio colonialismo. A sua brutalidade na opressão e repressão em resposta ao aumento da resistência à ocupação colonial mostrou àqueles povos reinados ou grupos que outrora se digladiaram a necessidade de estabelecerem alianças para combater o inimigo comum e nascia assim uma nova forma de consciência libertária e de formação de uma nova nação (CHISSANO, 2010).

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