EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E OPORTUNIDADES PARA AS BIORREFINARIAS NA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL

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1 M.L.O. D Almeida ; C.E.B. Foekel; S.W. Park; C.L.C. Marques; P.K. Yasumura and V. Manfredi (Editors), Proceedings of the ABTCP VII CIADICYP The 45 th ABTCP International Pulp and Paper Congress and VII IberoAmerican Congress on Pulp and Paper Research October, , Sao Paulo Brazil ABTCP and 2012 RIADICYP. All rights reserved. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E OPORTUNIDADES PARA AS BIORREFINARIAS NA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL ENERGY EFFICIENCY AND BIOREFINERY OPPORTUNITIES FOR THE BRAZLIAN PULP AND PAPER INDUSTRY Mauro D. Berni 1, Sergio V. Bajay 2 1 Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) - UNICAMP CP Rua Cora Coralina, 330 CEP , Campinas, São Paulo, Brasil, mberni@unicamp.br. 2 Faculdade de Engenharia Mecânica, UNICAMP, Campinas, São Paulo, Brasil, bajay@fem.unicamp.br RESUMO Bioprodutos referem-se a três diferentes categorias de produtos. Os biocombustíveis (bioetanol, biodiesel), bioenergia (calor e energia) e os bioquímicos (ácidos e materiais). Estes produtos podem ser obtidos em uma biorrefinaria através de uma tecnologia de conversão da biomassa. O conceito de biorrefinaria é, portanto, análogo às refinarias de petróleo que hoje produzem vários tipos de combustíveis, energia e produtos químicos, a partir do petróleo. As biorrefinarias podem usar uma grande variedade de diferentes insumos/matérias primas e plataformas químicas de conversão da biomassa. Este artigo apresenta uma visão geral das opções de biorrefinarias para as indústrias de celulose e papel brasileiras, destacando o complexo processo de tomada de decisão por parte dos players do setor, devido ao fato de que a evolução das biorrefinarias concentra-se mais tecnologias de processo, sem a definição das plataformas químicas vis-a-vis as matérias primas e produtos com demanda de mercado, a flexibilidade de produção e a cadeia de abastecimento. Matérias-primas incluem hemicelulose, lignina, compostos orgânicos voláteis, compostos orgânicos em águas residuais, resinas de madeira e resíduos florestais. Os produtos incluem os combustíveis, produtos químicos, biopolímeros, e outros novos produtos. Este trabalho mostra a necessidade de avaliação conjunta das tecnologias de processo, matérias primas e as alternativas abertas com a implementação de ações de eficiência energética que através da energia economizada representa insumo a ser valorizado como produto em plataformas químicas nas biorrefinarias. Além disso, mostra-se que a biorrefinaria é uma grande oportunidade de agregar valor aos negócios das empresas brasileiras, sobretudo tendo em vista que já existe um foco dos investimentos em novos negócios alinhados a ganhos de competitividade e ao fortalecimento das bases sustentáveis do agronegócio nacional pelo setor de celulose e papel. Palavras-chave: biorrefinaria, biocombustíveis, bioenergía, bioquímicos, eficiência energética. 1. INTRODUCÃO O conceito de biorrefinaria é dinâmico e ainda está em desenvolvimento e, portanto, não há modelos e padrões consagrados. Todavia, podem ser apontados exemplos de biorrefinarias que já funcionam na prática, como as plantas de celulose produzindo bioeletricidade, plantas produtoras de açúcar, produzindo etanol e bioeletricidade a partir da cana-de-açúcar, e as fábricas de óleo e rações, produzindo biodiesel e os diversos outros derivados a partir da soja (Embrapa Agroenergia, 2012). A figura 1, mostra, o conceito de biorrefinaria que a Embrapa Agroenergia (2012), considera aplicável ao setor industrial processador de biomassa, no Brasil. As plataformas químicas para a conversão de biomassa em bioprodutos, em biorrefinarias, estão em desenvolvimento vis-a-vis critérios técnicos e econômicos exigidos para viabilizar os investimentos. Towers et al. (2007) ao avaliarem as tecnologias maduras e emergentes no contexto de sua implementação em biorrefinarias associadas às plantas de celulose e papel, mostram a necessidade de se considerar critérios como o estágio de desenvolvimento das tecnologias, disponibilidade de matérias primas, custo de capital, operacional e custo de Correspondência autor: Mauro Donizeti Berni. NIPE-UNICAMP. Rua Cora Coralina, 330, Cidade Universitária, Distrito de Barão Geraldo, Campinas, SP. CEP Fone: mauro_berni@nipeunicamp.org.r

2 2 M.D. Berni; S.V. Bajay manutenção, o rendimento do produto, a escala atual do processo, as necessidades de infraestrutura, subprodutos e resíduos. Figura 1 Conceito de biorrefinaria no cenário brasileiro Fonte: Embrapa Agroenergia, Bioprodutos obtidos em biorrefinarias, referem-se a três diferentes categorias de produtos. Os biocombustíveis (bioetanol, biodiesel), bioenergia (calor e energia) e os bioquímicos (ácidos e materiais). Estes produtos podem ser obtidos em uma biorrefinaria através de uma tecnologia de conversão da biomassa. O conceito de biorrefinaria é, portanto, análogo às refinarias de petróleo que hoje produzem vários tipos de combustíveis, energia e produtos químicos, a partir do petróleo (Figura 2). Figura 2 Biorrefinaria versus Refinaria de Petróleo Fonte: Kamm et al., 2006 As biorrefinarias podem usar uma grande variedade de diferentes insumos/matérias primas e plataformas químicas para a conversão da biomassa. A energia economizada com ações de eficiência energética nas plantas industriais, significa insumo valorizado como produto a ser convertido em biorrefinarias. Este artigo apresenta uma visão geral das opções de biorrefinarias para as indústrias de celulose e papel brasileiras, destacando o complexo processo de tomada de decisão por parte dos players do setor, devido ao fato de que a evolução das biorrefinarias, tem focado mais em tecnologias de processo, sem a definição das plataformas químicas, das matérias primas e produtos com demanda de mercado, a

3 Eficiência Energética e Oportunidades para as Biorrefinarias na Indústria Brasileira de Celulose e Papel 3 flexibilidade de produção e a cadeia de abastecimento. Matérias-primas incluem hemicelulose, lignina, compostos orgânicos voláteis, compostos orgânicos em águas residuais, resinas de madeira, serraria e resíduos florestais. Os produtos incluem os combustíveis, produtos químicos, biopolímeros, e outros novos produtos. Neste contexto, a biorrefinaria mostra-se como uma oportunidade de agregar valor aos negócios das empresas brasileiras, sobretudo tendo em vista que já existe um foco dos investimentos em novos negócios alinhados a ganhos de competitividade e fortalecimento de suas bases sustentáveis do agronegócio nacional pelo setor de celulose e papel. Os riscos da excessiva dependência de petróleo são hoje consensuais. Em uma perspectiva de curto prazo, a instabilidade política dos principais países produtores e o um aumento do seu consumo nos países ocidentais, sobretudo, nas grandes economias emergentes, caso por exemplo do Brasil, contribuem para dificuldades de abastecimento, e para uma variação imprevisível dos preços. Por outro lado, existem fortes perspectivas de que em algumas décadas, deve ocorrer o esgotamento deste recurso fóssil. As biorrefinarias vão ter um papel importante a desempenhar no combate às alterações climáticas, completando a demanda por energia sustentável, produtos químicos e materiais, potencialmente ajudando a segurança energética e independência, e criando novas oportunidades e mercados em um movimento global no sentido de se buscar uma economia de baixo carbono. A figura 3 apresenta um esquema geral de obtenção de bioprodutos em uma biorrefinaria: biocombustíveis, bioenergia e bioquímicos. 2. METODOLOGIA Figura 3 Esquema geral de uma biorrefinaria e a obtenção de bioprodutos A metodologia adotada neste estudo exploratório foi baseada na literatura e em documentos obtidos a partir de uma pesquisa de informações disponibilizadas na literatura sobre o tema biorrefinaria e eficiência energética. A principal fonte de dados foi o banco de publicações do ISI Web of Knowledge, denominado Web of Science, acessada via portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) ( a partir de parâmetros de busca tendo como chave: biorrefinaria, bioenergía, bioprodutos e eficiência energética. Bibliografias afins ao tema, foram analisadas mais detalhadamente ou através de leitura de resumos disponibilizados, para a compreensão da magnitude e reflexos na evolução do estado da arte das biorrefinarias na indústria brasileira de celulose e papel. Além disso, foi realizada extensa pesquisa na internet contemplando as principais instituições científicas e de pesquisa, bem como revistas especializadas que desenvolveram e publicam pesquisas sobre o tema em questão, cabendo

4 4 M.D. Berni; S.V. Bajay destacar revistas científicas como Energy & Fuels, Biomass and Bioenergy, e instituições como a Technical Association of the Pulp and Paper Industry (TAPPI), Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), e a Red Ibero-Americana de Docencia e Investigación en Celulosa y Papel (RIADICYP), entre outras. Para atingir o objetivo, a informação é apresentada de modo a fornecer um panorama dos esforços mundiais e brasileiro em pesquisa para o desenvolvimento de plataformas químicas e as possibilidades de implementação no setor de celulose e papel. 3. RESULTADOS E DISCUSSÔES A busca por segurança energética e ampliação de mercados com competitividade em uma economia globalizada, tem feito com que a maioria dos países empenhe-se na busca por fontes alternativas de energia e na produção de produtos sustentáveis, procurando mitigar problemas sociais e ambientais, com viabilidade econômica. No Brasil o setor de celulose e papel, desponta com vantagens comparativas para adotar ainda no médio prazo o conceito de biorrefinaria. A grande dificuldade dos players do mercado, reside no conceito de biorrefinaria que deve ser adotado, considerando as matérias primas e as especificidades da indústria brasileira de celulose e papel. 3.1 Arranjos de Biorrefinarias e a Indústria Brasileira de Celulose e Papel O desenvolvimento de biorrefinarias no setor de celulose e papel, pode representar a chave para uma produção integrada, combinando plataformas químicas de conversão da biomassa para produzir biocombustíveis, bioenergia e bioquímicos. As biorrefinarias com estruturas descentralizadas são uma alternativa de utilização otimizada de recursos florestais e subprodutos de processo, para as plantas industriais, potencializando os recursos existentes, reduzindo os custos de logística e os impactos ambientais, além de ampliar competitividade com abertura de novos mercados. Acrescente-se a este quadro estruturante o fato de que a energia economizada com ações de eficiência energética que vai significar um insumo valorizado, como um novo produto a ser convertido em biorrefinaria. No Brasil, de acordo com a Embrapa Agronergia (2012), as biorrefinarias fazem parte da agenda de PD&I do Governo Federal, requerendo a mobilização de grandes quantias de recursos e esforços públicos e privados, voltados para o aproveitamento integral da biomassa, para agregar valor às cadeias produtivas e reduzir os impactos ambientais. No desenvolvimento de projetos de PD&I da parte governamental, indica-se a necessidade de priorizar a busca da otimização do uso da biomassa com a utilização de sistemas integrados (matérias-primas, processos, tecnologias, produtos e resíduos) sustentáveis, de acordo com parâmetros técnicos que levam em conta, entre outros aspectos, os balanços de massa e de energia, o ciclo de vida, o desenvolvimento socioeconômico regional, a geração e o consumo dos produtos e serviços de forma distribuída e a mitigação da emissão de gases do efeito estufa. Os produtos químicos desenvolvidos a partir de coprodutos e resíduos são os que possuem maior potencial de agregação de valor às cadeias produtivas da biomassa, em função da participação estratégica da indústria química no fornecimento de insumos e produtos finais a diversos setores da economia, como os petroquímico, farmacêutico, automotivo, construção, agronegócio, cosméticos, etc (CGEE, 2012). Nas biorrefinarias, de forma geral, haverá produtos de grande volume e de baixo valor econômico unitário (como, por exemplo, os biocombustíveis). Em contrapartida, haverá também produtos de pequeno volume, mas de alto valor agregado (como especialidades químicas, aditivos, etc.) (Figura 4). No tocante aos arranjos possíveis para as biorrefinarias, existem opções que vão desde um biodigestor para produção de biogás, até sofisticados arranjos de plantas específicas, ou ainda integradas aos processos produtivos tradicionais, caso da produção de celulose e papel. No geral, trabalhos científicos, mostram várias alternativas sobre as plataformas químicas para uma biorrefinaria no setor de celulose e papel. Nos países europeus, as biorrefinarias tem-se concentrado em resíduos orgânicos de distintas naturezas: florestais, agrícolas, industriais e domésticos, da criação de animais, entre outros; enquanto em países emergentes e em desenvolvimento, possuidores de amplas áreas agriculturáveis, o foco tem sido as culturas agrícolas e florestais para a produção de biomassa na forma de palhas, grãos, materiais lignocelulósicos, casos de resíduos florestais e subprodutos orgânicos de processo produtivo

5 Eficiência Energética e Oportunidades para as Biorrefinarias na Indústria Brasileira de Celulose e Papel 5 dos setores sucroalcooleiro e celulose e papel, respectivamente, bagaço de cana e licor negro (Bajay e Foeckel, 2012). Figura 4 Potencial econômico das cadeias de valor dos produtos da biorrefinaria. Fonte: Embrapa Agroenergia, 2012 A Figura 5 ilustra as possíveis vias de valorização energética da biomassa e seus principais produtos, que incluem não somente energia, mas também açúcares fermentáveis e os combustíveis líquidos. As diferentes plataformas químicas de conversão da biomassa podem ser comparadas em termos de eficiência energética, emissões de dióxido de carbono e custo. A adequação de cada processo depende mais da infraestrutura existente e das condições de mercado do que das condições intrínsecas de cada processo. É importante contabilizar não somente o poder calorífico do produto final, mas também a quantidade de energia utilizada na obtenção da biomassa, no processo de conversão e no transporte do energético até sua utilização final (Vidal e Hora, 2011). Figura 5 Processos de conversão energética da biomassa de madeira Fonte: Vidal, A.C.F., Hora, A. B.,

6 6 M.D. Berni; S.V. Bajay Annevelink e Ree (2007), apontam a existência de sete (7) possibilidades de arranjos de biorrefinarias, as quais podem contemplar os processos de conversão mostrados na Figura 5. São elas: (i) biorrefinarias convencionais (usa tecnologia tradicional); (ii) biorrefinarias verdes (pressurização da biomassa verde); (iii) biorrefinarias de cereais (biomassa seca ou úmida de centeio, milho trigo); (iv) biorrefinarias aquáticas (usa biomassa aquática); (v) biorrefinarias de duas plataformas (fracionamento da biomassa em hidrocarbonetos e lignina); (vi) biorrefinarias termoquímicas (gaseificação, pirólise, densificação); e (vii) biorrefinarias de material lignocelulósico (fracionamento de biomassa rica em lignocelulose para a produção intermediária de celulose, hemicelulose e lignina). Das plataformas químicas para biorrefinarias, listadas na Figura 5, é plausível imaginar para o setor de celulose e papel, alternativas como a liquefação, densificação, pirólise e gaseificação. A liquefação é a transformação da biomassa sob pressão e temperatura altas (entre 400 C e 600 C) em produtos majoritariamente líquidos. A liquefação pode ser feita diretamente, por meio de atmosfera redutora de hidrogênio ou mistura de hidrogênio e monóxido de carbono (espécie de pirólise), ou indiretamente, por meio da gaseificação com catalisador, obtendo-se metanol. A densificação é um processo que consiste na aplicação de pressão a uma massa de partículas com ou sem a adição de ligantes ou tratamento térmico. No caso de densificação de biomassa de madeira, muitas vezes não é necessária a adição de ligantes, pela presença da lignina. Entre os processos mais comuns de densificação, estão a briquetagem e a peletização. A carbonização através da pirólise é um dos mais antigos processos de conversão de um combustível (normalmente lenha) em outro de melhor qualidade e conteúdo energético (carvão, essencialmente). O processo consiste no aquecimento do material original (normalmente entre 300 C e 500 C) na quase ausência de oxigênio até que o material volátil seja retirado. Estimase que o produto final tenha uma densidade energética duas vezes maior que a do material de origem, podendo ser utilizado em temperaturas muito mais elevadas. Além do gás combustível, a pirólise também produz o alcatrão e o ácido pirolenhoso. A gaseificação é um processo de conversão de combustíveis sólidos ou líquidos em gasosos por meio de reações termoquímicas envolvendo vapor quente e oxigênio em quantidades inferiores ao mínimo necessário à combustão. O gás resultante é uma mistura de monóxido de carbono, hidrogênio, metano, dióxido de carbono e nitrogênio, cujas proporções variam de acordo com as condições do processo. De forma geral, o gás produzido tem várias aplicações práticas, desde a queima em motores a combustão interna e turbina a gás até a geração direta de calor. Além disso, serve também como matéria-prima na obtenção de combustíveis sintéticos, tais como diesel, gasolina, metanol, etanol, amônia e hidrogênio. Entre as opções de biorrefinaria para a indústria de celulose e papel brasileira, deve ser considerado como principal variável de contorno, os tipos de matérias primas empregadas, casos da biorrefinarias convencional, verde, cereal, aquática e lignocelulósica; ou ainda o conceito de biorrefinaria por tipo de plataforma química empregada, caso da de duas plataformas e termoquímicas. Além disso, cabe também no setor de celulose e papel, a combinação de biorrefinarias convencional, material lignocelulósico e termoquímica. As plantas de celulose e papel já oferecem acesso à infraestrutura, tais como vapor, o transporte, manuseio, tratamento de efluentes e outras utilidades, e pode ser capaz de utilizar subprodutos ou resíduos de tecnologias implementadas no local, elevando assim a eficiência de utilização global de biomassa, podendo ser consideradas biorrefinarias. Segundo Santos et al. (2011), a utilização de biomassa lignocelulósica apresenta grande potencial do conceito de biorrefinarias de duas plataformas (Figura 6). Neste caso, tem-se a possibilidade de fornecer blocos de construção para obter uma variedade de produtos a partir da integração da plataforma termoquímica. A plataforma termoquímica é baseada em processos de conversão termoquímica pela reação de matéria-prima em altas temperaturas com uma quantidade de oxigênio controlada (gaseificação) para produzir gás de síntese (CO + H 2 ) ou na ausência de oxigênio (pirólise) para produzir bio-óleo, que depois de um processo de hidrodeoxigenação produz uma mistura líquida de hidrocarbonetos similar àqueles presentes no petróleo. Towers et al. (2007), afirma que a gaseificação de combustíveis fósseis é feito comercialmente em escalas muito grandes, enquanto no caso da biomassa ainda não é feita em grande escala, com o gás obtido tem sido utilizado para a produção de calor, no caso do Canadá. Cita também os autores várias iniciativas em andamento para produzir produtos de gás de síntese a partir de

7 Eficiência Energética e Oportunidades para as Biorrefinarias na Indústria Brasileira de Celulose e Papel 7 licor negro e resíduos de madeira da indústria de celulose. Todavia, a limpeza do gás produzido ainda é uma barreira crítica para uma escala comercial. Quanto a pirólise tem sido utilizada para a densificação da madeira ou resíduos, visando a redução dos custos de transporte, sobretudo dos resíduos florestais. Por consequência o óleo produzido na pirólise tem no seu encaminhamento para gaseificação, outra importante alternativa à indústria de celulose e papel. Towers et al. (2007), mostram também que a hidrólise de açúcares a partir de hemicelulose e celulose tem estado em desenvolvimento por muitos anos na indústria canadense, destacando a operação comercial em uma fábrica de sulfito como principal evidência da possível integração de plataformas químicas em biorrefinarias com operações básicas existentes na produção de celulose e papel. Alem disso, destacam que a extração parcial da hemicelulose a partir de lascas de madeira antes da polpação tem sido sugerido como uma opção para plantas com processo Kraft. Entretanto a extração hemicelulose pode resultar em reduzido carga térmica indo para a caldeira de recuperação, que por sua vez pode implicar custos agregado para reduzir o uso de vapor na planta ou aumentar a produção de vapor a partir de outra caldeira no local, o que pode ser compensado até certo grau de consumo de produtos químicos reduzida. A produção de tail oil permite em biorrefinaria a obtenção de biodiesel. Figura 6 Conceito da Biorrefinaria de Duas Plataformas Fonte: Santos et al., Eficiência Energética Alavancando Biorrefinaria A energia poupada significará insumo valorizado como produto a ser vendido por biorrefinarias no futuro, sem contar que a otimização do consumo energético será também importante para a redução de emissões de dióxido de carbono. Isso comprovara na prática a teoria da sustentabilidade de que nas áreas ambiental e econômica, o reconhecimento do sequestro de carbono e a consequente geração de créditos são fatores importantes para tornar ativos florestais ainda mais atrativos. No setor de celulose e papel as biomassas competitivas como matérias primas em biorrefinarias, agregadas às suas plantas industriais, tem origem na principal matéria prima utilizada no setor, a madeira, e em subproduto de processo, caso do licor negro. Diferentes plataformas químicas de biorrefinarias são indicadas para o processamento e transformação daquelas biomassas. Todavia, uma situação exitosa vai requerer a solução de dois problemas cruciais. O primeiro, diz respeito aos custos do aproveitamento da biomassa, enquanto ao segundo e a necessidade de implementação efetiva de ações de eficiência energética nos processos, visando elevar sobras do processo produtivo, atualmente em grande maioria canalizada para a geração de energia elétrica e vapor de processo.

8 8 M.D. Berni; S.V. Bajay 4. CONCLUSÕES Na perspectiva do setor de celulose e papel direcionar esforços na implementação biorrefinarias, deverá produzir produtos químicos em elevados volumes a partir de biomassa, como também selecionar diferentes plataformas daquelas correntemente usadas na indústria petroquímica. Em princípio, toda a plataforma de uma refinaria de petróleo pode ser substituída pela biomassa, mas com menor rendimento e altos custos, espera-se que as futuras biorrefinarias sejam baseadas em um limitado número de alternativas das quais todas as outras especialidades e produtos volumosos possam ser derivados. Hoje, a produção de celulose e papel já pode ser considerada um exemplo de biorrefinaria, com a geração de potência e calor com base na biomassa residual (CGEE, 2012). Alguns dos autores referenciados neste trabalho, discutem o conceito e as possibilidades das biorrefinarias no setor de celulose e papel, todavia, merece destaque Ragauskas et al. (2006), ao defender a biorrefinaria como uma opção otimizada para o uso da biomassa na produção sustentável de bioprodutos referindo-se a três diferentes categorias de produtos: os biocombustíveis (bioetanol, biodiesel), bioenergia (calor e energia) e os bioquímicos (ácidos e materiais). Por conta dessa característica, grandes investimentos em desenvolvimento têm sido feitos nos últimos anos, tanto pelos governos quanto por grandes empresas do setor privado, fazendo com que a expectativa por plantas comerciais competitivas não envolva prazos muitos longos. No Brasil, a indústria de celulose e papel tem-se mostrado participativa e buscando desenvolver biorrefinarias. Isto ocorre através de sua diversificação produtiva e valorização de subprodutos de sua base florestal, o qual contempla a produção de papel e celulose, energia e uma diversidade de produtos químicos, contribuindo para incrementar a eficiência dos processos, melhorar a economicidade e reduzir impactos ambientais. O setor de celulose e papel apresenta perspectivas de crescimento similares às da agroindústria canavieira e certamente serão possíveis sinergias interessantes entre ambas no desenvolvimento de tecnologias e de mercados. Conforme Bajay e Foeckel (2012), o Brasil possui hoje uma área plantada com cultivos agrícolas que corresponde a aproximadamente 80 milhões de hectares, porém dispõe de cerca de 180 milhões de hectares de pastagens, em muitos caos de baixo nível de utilização, as quais podem ser convertidas em plantações para a produção de biomassa. Observe que as florestas de eucalipto, pinus, acácia, negra, seringueira, teca, paricá, e guanandi, entre outras, atingem pouco mais de 7 milhões de hectares, enquanto as áreas plantadas como cana de açúcar atingem aproximadamente 8 milhões. Com as biorrefinarias a indústria brasileira de celulose e papel, tem-se a alternativa da criação de um novo modelo de negócio com a identificação de novos produtos para substituir produtos de base, sobretudo petroquímicos existentes. Neste contexto, a opção biorrefinaria fornece novos produtos com o potencial de elevar rendimentos através de uma melhor utilização da biomassa existentes nas plantas de celulose e papel, inclusive aqueles volumes que podem ser deslocados do processo atual de produção de energia elétrica e vapor, resultado de programas de eficiência energética. O setor de celulose e papel constrói sua visão de futuro colocando como estratégico a inclusão das biorrefinarias, tendo em vista que será essencial no médio prazo ter a expertise para competir em condições mais próximas da igualdade dos patamares mundiais de novos negócios. A extração de produtos químicos da madeira, mesmo antes do processo de polpação, melhorando seu rendimento e ações de eficiência energética; o uso de processos de gaseificação de licor negro, que, além de mais eficientes sob o ponto de vista de consumo energético em relação aos processos convencionais de queima de licor, permitem não somente a geração de vapor, mas também a obtenção de etanol, biodiesel, dimetil éter e outros produtos químicos capazes de agregar valor à cadeia de produção do setor. Entre os principais fatores positivos para alavancagem desta tecnologia emergente no setor de celulose e papel, tem-se o potencial de produção de grandes estoques de biomassa de forma renovável e sustentável, repotenciar processos industriais de baixa eficiência energética, minimizar problemas ambientais e aproveitar as grandes oportunidades do uso efetivo de programas de conservação de energia, que indiretamente acaba ampliando a oferta de insumo para a biorrefinaria.

9 Eficiência Energética e Oportunidades para as Biorrefinarias na Indústria Brasileira de Celulose e Papel 9 REFERENCIAS 1. Embrapa, Agronergia: Biorrefinarias, acessado em abril de Towers, M., Browne, T., Kerekes, R., Paris, J., and Tran, H., Biorefinery Opportunities for the Canadian pulp and paper industry, Pulp and Paper, 108 (6):T , June, acessado em maio de Bajay, S.V., Foeckel, C., Estudo sobre Tecnologias Eficientes na Indústria de Papel e Celulose, Workshop CGEE, Análise de Tendências Tecnológicas, Primeira Oficina do Roadmap em , ABTCP, SP, Vidal, A.C.F., Hora, A. B., Perspectivas do setor de biomassa de madeira para a geração de energia, BNDES Setorial 33, p , Annevelink, B.; Ree, R. V., Status Report Biorefinery 2007.Wageningen: Agrotechnology and Food Sciences Group, Santos, M. F. R. F., Borschiver, S., Couto, M. A. P. G., Iniciativas para o uso da biomassa lignocelulósica em biorrefinarias: a plataforma sucroquímica no mundo e no Brasil Economia & Energia, Ano XV-No 82, Julho/Setembro, Kamm, B.; Gruber, P.R.; Kamm, M. Biorefineries Industrial Processes and Products. Wiley-VCH, ISBN: , Weinheim, Germany, CGEE, Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, Projeto: Análise de Tendências Tecnológicas e Eficiência Energética para fomentar o PNEf, Ragauskas, A.J.; Williams, C.K.; Davison, B.H.; Cairney, J.; Eckert, C.A.; Frederick, W.J.; Hallett, J.P.; Leak, D.J.; Liotta, C.L.; Mielenz, J.R.; Murphy, R.; Templer, R.; Tschaplinsk, T. (2006). The path forward for biofuels and biomaterials. Science 311, pp

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