Orai comigo - Catequese para crianças

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1 Orai comigo - Catequese para crianças Estudos Santíssima Trindade adoro-vos profundamente: Itinerário Temático do Centenário das Aparições de Fátima: 1.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, Maria Emília Carreira

2 Orai comigo - Catequese para crianças Maria Emília Carreira Objectivos: 1. Acolher o convite do Anjo, como mensagem para hoje. 2. Ajudar a criança a compreender o valor da oração. 3. Aceitar Jesus, amá-l O e adorá-l O como Nosso Senhor. A - Conteúdo catequético 1. Convite à oração Todos sabemos o que é um convite. Convidamos e somos convidados para festas, passeios, cinemas, jantares Os amigos gostam de estar juntos, por isso, convidam-se mutuamente. A sua presença é sempre uma alegria, uma festa. Assim, os convites tornam-se muito importantes para todas as pessoas. Mas há outros convites e convites muito especiais que vêm de Alguém para outro alguém. Orai comigo é um convite ou uma proposta de Alguém muito especial. Vamos ver de onde vem e a quem se destina. Fátima, Cova da Iria, Aljustrel, Valinhos e Loca do Cabeço são localidades muito conhecidas pelos Portugueses e por pessoas de muitos outros Países. O que é que tornou tão importantes estes lugares? podemos perguntar. Tudo começou por um convite que soou nos céus destas pequenas localidades de Portugal. Era ao fim da tarde. Três crianças Lúcia, Francisco e Jacinta jogavam alegremente, num pequeno monte chamado Loca do Cabeço. Enquanto jogavam, foram surpreendidos por um Anjo de uma enorme beleza e cheio de luz! Não temais! Sou o Anjo da Paz. Orai comigo disse. E curvando-se até ao chão, rezou assim: Meu Deus, eu creio, adoro, 127

3 III - Propostas para a vivência do tema espero e amo-vos. Peço-Vos perdão, para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Depois levantou-se e acrescentou: Orai assim. Os corações de Jesus e Maria estão atentos às vossas orações. E desapareceu. O Anjo fez um convite aos três Pastorinhos e eles aceitaram-no imediatamente. Trocaram o jogo pela oração. Sentiram dentro deles como que um impulso que os levou a imitarem o Anjo, rezando com ele e como ele. Este convite vindo do Céu alterou os planos destas três crianças que tinham decidido jogar o jogo das pedrinhas naquele fim de tarde. No entanto, estavam felizes, muito felizes, com tudo o que tinha acontecido. Orai comigo e orai assim, foram os primeiros de muitos outros convites que se seguiram na vida destas crianças. Convites diferentes dos nossos convites, é certo, mas convites muito especiais, porque vindos do Céu. O Anjo veio provocar neles um enorme desejo de Deus. Veio despertar neles a vontade de O conhecerem e de O amarem mais e melhor. Veio ensinar-lhes que, sem deixarem de brincar, correr, jogar, dançar, podiam viver a vida de outra maneira que os ajudaria a ser muito mais felizes. Recordou-lhes que, na vida, podemos descobrir coisas muito importantes e belas. E rezar é uma dessas coisas lindas, porque Deus nos dá a conhecer coisas maravilhosas que jamais alguém ensinará! Rezar faz bem; dá-nos paz. Ajuda-nos a sermos bons e a viver a vida de acordo com o desejo de Deus. Ele gosta que rezemos. E rezar é falar com Deus como falamos com os nossos amigos. Mais do que falar é escutar. Escutar Deus é estar atento aos seus desejos e perceber o que Ele quer de nós. Ele faz-nos convites, muitos convites. Se estivermos quietinhos, com os olhos fechados, a pensar em Deus, podemos sentir que Ele nos sorri, nos abraça, e, talvez, quem sabe, nos faça algum convite: Reza! Escuta! Segue! Sê amigo! 2. Convite à adoração Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-Vos perdão, para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Esta oração ensinada pelo Anjo aos Pastorinhos e rezada por eles com 128

4 Maria Emília Carreira Orai comigo - Catequese para crianças muita fé e muito amor, ajudou-os a encontrarem-se com Deus e a compreenderem o seu grande Amor. Rezaram-na muitas vezes e com o rosto por terra. Tinham aceitado o convite do Anjo e prometeram nunca o esquecer. Pouco a pouco, a vida deles foi-se transformando e Deus passou a ser, para eles, o Alguém mais importante, o único importante. Meu Deus, eu creio rezaram eles vezes sem conta! É como se dissessem: Meu Deus, eu acredito em Ti. Sei que existes, que estás vivo, me conheces, me amas e cuidas de mim. Sei que me criaste, por isso, confio em Ti. Tu és o meu Senhor, o meu único Senhor. Sem Ti a minha vida não vale nada. Tu és tudo para mim. Amo-Te muito. Ajoelho-me, curvo-me, prostro- -me diante de Ti Como és grande, Senhor! Adoro-Te. Tantas vezes rezaram assim, que o Anjo, na terceira aparição, lhes trouxe uma maravilhosa surpresa. Foi na Loca do Cabeço. Estavam com o rosto por terra a rezar a oração do Anjo quando ele apareceu. Trazia nas mãos um cálice e sobre ele uma hóstia da qual caíam algumas gotas de sangue. O Anjo deixou o cálice e a hóstia suspensos no ar e prostrou-se por terra a adorar Jesus Eucaristia, com esta oração: Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores. Os Pastorinhos, espantados com o que estava a acontecer, imitaram o Anjo e rezaram com ele e como ele. De seguida, o Anjo deu-lhes a comunhão dizendo: Tomai e comei o Corpo e Sangue de Cristo. Consolai o vosso Deus! De novo ajoelhou e, prostrado em terra, rezou mais três vezes a mesma oração. Os Pastorinhos prostraram-se também, para adorar Jesus, consolá- -l O, presente, agora, nos seus corações. Foi um momento único, maravilhoso e inesquecível para eles. Sentiram-se totalmente envolvidos por Jesus. Estavam tão unidos a Ele que até se esqueceram uns dos outros. Jesus fez-lhes 129

5 III - Propostas para a vivência do tema sentir tanto a Sua Presença e o Seu Amor, que eles permaneceram em oração durante longo tempo. A partir desta experiência que tiveram com Jesus Eucaristia, a sua vida mudou para melhor. Decidiram amar e adorar Jesus de tal maneira que até deixavam as brincadeiras, para rezarem e fazer companhia a Jesus Escondido. Quem acredita em Deus Vivo e Verdadeiro, quem O escuta, quem O ama, adora-o profundamente. E adorar a Deus é consolá-l O, é reconhecer que Ele é Tudo para nós e que nós existimos n Ele e graças a Ele. Adorar a Deus é amá-l O com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todas as nossas forças. Adorar a Deus é não consentir em amar ninguém mais do que a Deus, pois só Ele deve ocupar o primeiro lugar no nosso coração. Na nossa vida há coisas belas, lindas, magníficas de que gostamos muito. No entanto, essas coisas tão belas só valem enquanto nos ajudarem a ser felizes, pois que, um dia, todas essas maravilhas da terra acabarão. Só Deus, a maior de todas as maravilhas, permanece para sempre. Por isso, devemos amá-l O e adorá-l O, acima de todas as pessoas e de todas as coisas. Os Pastorinhos compreenderam isto muito bem. Deus, para eles, foi o único e o mais importante das suas vidas. Deram a Deus todo o amor dos seus corações e só tinham um desejo: dar-lhe alegria, escutar a sua Palavra, os seus recados e fazer a sua vontade. E a vontade de Deus para cada um deles e para cada um de nós é que O amemos a sério e com muita verdade, cumprindo todos os nossos deveres para com Deus e para com todas as pessoas. 3. Convite à reparação Estamos a perceber que o Anjo transmitiu aos Pastorinhos vários convites de Deus: convidou-os à oração, à adoração e à reparação. Reparar é amar muito; é estar com é consolar quem está triste, sofre ou é ofendido. Nesta oração Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço- Vos perdão, para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam, os três Pastorinhos foram convidados pelo Anjo a rezar e a pedir perdão a Deus pelos pecados dos outros, ou seja, por todos os que não acreditam n Ele, não O adoram, não confiam n Ele e não O amam. Deus é muito 130

6 Maria Emília Carreira Orai comigo - Catequese para crianças ofendido e magoado pelos pecados daqueles que vivem longe d Ele, pelos que O ignoram e desprezam, pelos que fazem o mal. Na 3ª aparição, o Anjo, ao dar-lhes a comunhão, pediu mesmo: Consolai o vosso Deus! Isto significa que Deus está muito ofendido. Há muito ódio no mundo, muita guerra, muita vingança, muitos pecados. Consolar Deus é pois reparar, dar-lhe alegria na vez dos que O entristecem, não só em oração/adoração, mas também na nossa própria vida vivida com muito amor e responsabilidade. Os Pastorinhos levaram a sério este pedido do Anjo. Ficaram muito impressionados, quando souberam que Deus estava assim tão triste. Depois das aparições, o Francisco só pensava em dar alegria a Jesus. Por isso, sempre que podia, ia à Igreja da sua paróquia, estar na companhia de Jesus escondido. Ficava horas seguidas a consolar, a escutar, a falar com o seu grande Amigo, Jesus Eucaristia. Ele não O via tal qual não via o vento, nem o ar mas sabia que Ele estava lá à sua espera. Estar ali, na sua companhia, fazia sentir o seu coração feliz, muito feliz. E ele tinha, também, a certeza de que Jesus gostava muito da sua oração, da sua companhia, da sua presença. Às vezes dizia às companheiras: Gosto tanto de Deus! Mas Ele está tão triste, por causa de tantos pecados! Nós nunca havemos de fazer nenhum. Dar alegria a Deus foi uma preocupação constante na vida do Francisco: até podemos dizer que ele foi o grande consolador de Jesus escondido. Os Pastorinhos aceitaram com muito amor todos os convites vindos do Céu. Por isso, decidiram ser diferentes nos seus comportamentos, nas suas atitudes e, sobretudo, na sua oração. A vida deles foi uma oferta total a Deus, ajudando todas as pessoas. Dar alegria a Deus exige, como sabemos, muitos sacrifícios; mas eles nunca tiveram medo! Deixaram-se conduzir por Jesus, por Nossa Senhora, e depressa começaram a ter comportamentos, atitudes e gestos lindos que agradavam a Deus e surpreendiam a todos. Começaram a rezar mais e melhor; a serem mais obedientes; a respeitar e a pensar nos outros; a partilhar o que tinham com os mais pobres; a fazer bem os seus trabalhos e muitos outros sacrifícios que eles inventavam para oferecerem a Deus pela conversão dos pecadores. Os convites de Deus através do Anjo, no ano de 1916, não serão, 131

7 III - Propostas para a vivência do tema também para nós, hoje? Foram entregues a três crianças. A mais velha, antes de morrer, com 92 anos, a Irmã Lúcia, deu a conhecer todos estes convites, dizendo que também eram para todos nós, para todas as pessoas do mundo inteiro. Somos livres em aceitá-los ou não, pois Deus respeita a nossa liberdade. No entanto, Ele espera sempre que Lhe digamos sim, porque deseja o nosso amor, a nossa generosidade. Se abrirmos o nosso coração a Deus e Lhe dermos a atenção que Ele merece, então estamos a aceitar os convites: Orai comigo e orai assim! Consolai o Vosso Deus! B - Indicações pedagógicas 1. Para o desenvolvimento da catequese a nível temático, apresentam-se três opções: 1ª Opção a) Dar a catequese na sua totalidade, num único momento. b) Para a adoração eucarística, sugere-se outro momento específico. 2ª Opção a) Apresentar a catequese durante uma manhã ou uma tarde e culminar com a adoração eucarística. 3ª Opção a) Apresentar a catequese de forma mais prolongada, ou seja, em três momentos: um encontro para o convite à oração; outro para o convite à adoração e outro para o convite à reparação. b) Sugere-se um momento específico para a adoração eucarística. (Os cânticos para a adoração eucarística poderão ser aprendidos pelas crianças ao longo da catequese, para quem escolher a 2ª ou a 3ª opção.) 132

8 Maria Emília Carreira Orai comigo - Catequese para crianças 2. Actividades a) Num rectângulo de cartolina, escrever a oração: Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos Depois, rezá-la em grupo no local da catequese ou diante do sacrário. Pode-se, também, dar às crianças pagelas com a oração do Anjo. b) Aprender e cantar o seguinte cântico: Cristo Jesus, Tu me chamaste (H. Faria) Cristo Jesus, Tu me chamaste Eu Te respondo: estou aqui. Tu me chamaste pelo meu nome, Eu Te respondo: estou aqui. (bis) 3. Frases que podem ser apresentadas durante a catequese a) Orai comigo! b) Orai comigo e orai assim! c) Santíssima Trindade, adoro-vos profundamente d) Consolai o vosso Deus. C - Tempo de adoração eucarística Tema: Santíssima Trindade, adoro-vos profundamente Sugere-se que esta frase seja utilizada na adoração e colocada em lugar bem visível, por exemplo: diante do altar, de modo a ser lida por todas as crianças. Propõe-se um momento de adoração eucarística diante do Santíssimo Sacramento exposto. Este momento de oração deve ser devidamente preparado pelo orientador, assim como as crianças devem ser motivadas e bem preparadas para a adoração. Pode-se, também, fazer este momento de oração junto do sacrário. Neste caso, o orientador fará as adaptações necessárias ao esquema apresentado. 1. Acolhimento Orientador: Estamos, hoje, aqui, porque conhecemos alguns convites que Deus fez aos Pastorinhos, através do Anjo de Portugal: 133

9 III - Propostas para a vivência do tema - Convite à oração (Rezai e rezai muito). - Convite à reparação (Consolai o vosso Deus). - Convite à adoração (Meu Deus, eu creio, adoro ). Conhecemos estes convites e como os Pastorinhos, queremos aceitá- -los, porque eles são também para nós, para todas as pessoas. Por isso, viemos para estar um momento com Jesus Eucaristia. Vamos escutá-l O e falar com Ele. Vamos louvá-l O, consolá-l O e adorá-l O. O silêncio ajuda a preparar o nosso coração para este momento tão importante. (Silêncio). Vamos senti-lo dentro de nós Pensemos em Jesus Ele está à nossa espera, para escutar a nossa oração (Silêncio). 2. Início da oração Entram em duas filas, em silêncio ou com fundo musical. Depois de todos estarem nos seus lugares, canta-se o cântico: Cristo Jesus, Tu me chamaste, Eu Te respondo: estou aqui. Tu me chamaste pelo meu nome, Eu Te respondo: estou aqui. (bis) Orientador: Estamos, aqui, porque Jesus nos chamou; Ele fez-nos um convite para estarmos na Sua companhia e nós viemos. Vamos mostrar-lhe que O queremos seguir e amar com muita verdade Exposição do Santíssimo De joelhos Oração silenciosa Orientador: Estamos diante de Jesus Eucaristia. Jesus Ressuscitado está presente nesta hóstia santa que está sobre o altar. No silêncio do nosso coração, digamos baixinho: Jesus, eu estou aqui ; Amo-Te muito ; Quero ser teu amigo (Silêncio). 4. Invocações De joelhos. Todos repetem cada invocação:

10 Maria Emília Carreira Orai comigo - Catequese para crianças Jesus, eu creio em Ti. Tu és o meu Senhor. Adoro-Te, Jesus. Eu amo-te. Eu louvo-te. 5. Cântico Tão perto de mim, Tão perto de mim. Que até eu Lhe posso tocar. Aqui está Jesus. (bis) 6. Momento de reflexão Sentados O orientador fará uma breve reflexão sobre a frase: Santíssima Trindade, adoro-vos profundamente Apelar para a leitura da frase Esta frase faz parte da oração que o Anjo ensinou aos Pastorinhos, na terceira aparição. Vamos pensar na palavra «adorar». Todos repetimos muitas vezes esta palavra: dizemos que adoramos um grupo musical, um desporto, um alimento Quando, utilizamos esta palavra, queremos dizer que gostamos muito de alguma coisa. Mas o verdadeiro sentido desta palavra é dirigido a Deus: adorar, significa prestar culto, homenagem a Deus. Adoramos unicamente a Deus. Nem sequer adoramos Nossa Senhora e os Santos, pois não são deuses. Adorar a Deus, como vimos na catequese, é amá-l O com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todas as nossas forças. Adorar a Deus é consolá-l O, é reconhecer que Ele é Tudo para nós e que nós existimos n Ele e graças a Ele. Sem Deus a nossa vida não vale nada. Adorar a Deus é deixá- -l O ocupar o primeiro lugar no nosso coração. Os Pastorinhos compreenderam isto muito bem. Deus, para eles, foi o único e o mais importante das suas vidas. Deram a Deus todo o amor dos seus corações e só tinham um desejo: dar-lhe alegria, escutar a sua palavra, os seus recados e fazer a sua vontade. 135

11 III - Propostas para a vivência do tema Na terceira aparição, o Anjo depois de dar a comunhão aos Pastorinhos, fez-lhes um convite muito importante: Consolai o vosso Deus! Consolá-l O porque Ele está muito ofendido, isto é, muito magoado e triste com o ódio no mundo, a guerra, a vingança, os pecados. Consolar Deus é pois, dar-lhe alegria para compensar os que O entristecem. Neste momento, nós estamos, também, a dar alegria a Deus; estamos a consolá-l O. E consolamos Deus, não só quando rezamos, mas também com a nossa própria vida vivida com muito amor e responsabilidade. Em silêncio e de olhos fechados para não nos distrairmos, vamos pensar: Quero amar a Deus mesmo a sério cumprindo os meus deveres para com Deus e todas as pessoas? (Silêncio) Quero consolá-l O rezando mais e melhor? (Silêncio) Quero dar-lhe o primeiro lugar no meu coração? (Silêncio) 7. Cântico Jesus, eu amo-te (4 x) Tu és o meu Senhor (4 x) Jesus, eu creio em Ti (4 x) 8. Oração de adoração Rezemos a oração que o Anjo ensinou aos Pastorinhos. Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-Vos perdão, para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. 9. Pai Nosso Orientador: Agora, de braços levantados, exprimindo o nosso louvor e a nossa alegria, vamos rezar com muito amor, unidos a Jesus aqui presente, a oração que Ele nos ensinou: Pai Nosso que estais nos Céus 136

12 Maria Emília Carreira Orai comigo - Catequese para crianças 10. Bênção Eucarística Se estiver um sacerdote, canta-se um cântico eucarístico e ele dá a bênção com o Santíssimo Sacramento Cântico Ó verdadeiro Corpo do Senhor, Nascido para nós da Virgem Mãe, Penhor da eterna glória prometida, Ó verdadeiro Corpo do Senhor Bênção do Santíssimo 11. Cântico Final Cantemos alegres A uma só voz. Francisco e Jacinta Rogai por nós. Salve, salve, pastorinhos Nosso encanto e alegria. Salve, salve, pastorinhos Predilectos de Maria. Cantemos alegres 137

13 Queremos oferecer-nos a Deus Catequese para crianças Estudos Em COSTA, Bernardino, coord. Quereis oferecer-vos a Deus?: itinerário temático do Centenário das Aparições de Fátima: 2.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, Maria Luísa Boléo

14 Queremos oferecer-nos a Deus Catequese para crianças Maria Luísa Boléo I Introdução Reflexão para o catequista 1. O sentido da vida Todos nós procuramos, ainda que uns mais intensamente do que outros, descobrir que sentido tem viver, porque estamos neste mundo, que haverá para além dele. Alguns desistem de encontrar uma resposta, contentando-se com uma rotina ou atordoando-se com prazeres fáceis. Outros, porém, não cessam de se interrogar e, mesmo quando a fé responde às suas inquietações, têm consciência de que a vida é toda ela uma busca, um caminho que conduz progressivamente à descoberta total. Para nós, cristãos, «a nossa esperança tem fundamento real, apoia-se num acontecimento que se coloca na história e ao mesmo tempo excede-a: é Jesus de Nazaré. E o entusiasmo que a sua sabedoria e poder salvífico suscitavam nas pessoas de então era tal que uma mulher do meio da multidão exclama: Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito. Contudo Jesus observou: Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática (Lc 11, ). Mas quem tem tempo para escutar a sua palavra e deixar-se fascinar pelo seu amor? Quem vela, na noite da dúvida e da incerteza, com o coração acordado em oração? Quem espera a aurora do dia novo, tendo acesa a chama da fé?» (Homilia do Papa Bento XVI, Santuário de Fátima, 13 de Maio de 2010). 155

15 Maria Luísa Boléo Em Jesus encontramos o verdadeiro sentido da vida e a orientação para o caminho, mesmo quando este dá muitas voltas até chegar à meta. 2. Quereis oferecer-vos a Deus? Esse caminho que temos de percorrer se acreditamos em Jesus Cristo passa necessariamente pelo amor aos outros, pelo serviço dos outros. Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. ( ) Foi com isto que ficámos a conhecer o amor: Ele, Jesus, deu a sua vida por nós; assim também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos (1 Jo 3, 14.16). A única forma que temos de manifestar o nosso amor a Deus é o amor que devemos ter aos nossos irmãos: «Se alguém disser: Eu amo a Deus, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1 Jo 4, 19-20). O Papa Bento XVI, na sua visita a Portugal em 2010, desenvolveu a ideia da forma como somos responsáveis uns pelos outros: «Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída. Aqui revive aquele desígnio de Deus que interpela a humanidade desde os seus primórdios: Onde está Abel, teu irmão? [ ] A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim (Gn 4, 9). O homem pôde despoletar um ciclo de morte e terror, mas não consegue interrompê-lo Na Sagrada Escritura, é frequente aparecer Deus à procura de justos para salvar a cidade humana e o mesmo faz aqui, em Fátima, quando Nossa Senhora pergunta: Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?» (Memórias da Irmã Lúcia, I, 162 Homilia do Papa Bento XVI, Santuário de Fátima, 13 de Maio de 2010). 156

16 Queremos oferecer-nos a Deus - Catequese para crianças O Santo Padre sublinhou, portanto, apoiando-se na Mensagem de Fátima, a necessidade de sermos responsáveis pelos nossos irmãos e o carácter profético contido nessa atitude. Amar os irmãos, preocupando-se com eles, entregando-se a eles totalmente, é a melhor forma de concretizar a oferta de nós mesmos ao Senhor, que a Virgem pediu aos pastorinhos 3. Faça-se em mim «Imitemos Maria, fazendo ressoar na nossa vida o seu faça- -se!» (Papa Bento XVI, Santuário de Fátima, 12 de Maio de 2010). Ao ouvir as palavras do anjo que lhe anunciava ter sido escolhida para dar à luz o Filho do Altíssimo, que seria concebido porque o Espírito Santo viria sobre ela, Maria respondeu: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra (cf. Lc 1, 32-38). Estas palavras tornaram-se para sempre a expressão da atitude de total entrega e aceitação da vontade do Senhor que elas manifestam. Quando a Virgem, em Fátima, interroga as três crianças sobre a sua disponibilidade para se abandonarem nas mãos do Senhor ( quereis oferecer-vos a Deus? ) sabia até onde pode levar essa entrega. Depois do seu faça-se teve de passar pelo risco de ser acusada de conceber ilegitimamente um filho; deu à luz esse filho em viagem e na pobreza, longe do seu ambiente familiar; pouco depois tornou-se refugiada no Egipto; perplexa, deu pela falta do seu filho de doze anos e procurou-o angustiada durante três dias, até o encontrar no Templo, a assumir-se como Filho de Deus; viu o filho, já adulto, dar início a uma vida itinerante, percorrendo os caminhos da Palestina e afastando-se cada vez mais dela, entregue à sua missão; por fim, passou pela maior angústia que pode atingir uma mãe, quando o seu filho foi preso, torturado, condenado e morreu pregado numa cruz, mas manteve-se firmemente junto dele. Mesmo depois da alegria da ressurreição teve de readaptar a sua vida a uma nova realidade, na qual adoptou, na pessoa de João, 157

17 Maria Luísa Boléo todos os filhos nascidos da salvação realizada por Jesus. Segundo uma tradição antiga terá emigrado de novo, no fim da sua vida, acompanhando João e indo viver em Éfeso. Assim, quando Nossa Senhora perguntou aos pastorinhos se queriam oferecer-se a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quisesse enviar-lhes, sabia que um acto de entrega tem de ser incondicional, sem que se possa imaginar até onde nos pode levar. No caso do Francisco e da Jacinta, as suas vidas foram muito curtas e com um fim bem doloroso. Já a Lúcia viveu uma longa vida de fidelidade na oferta de si mesma feita aos 10 anos. Peçamos à Mãe de Jesus e nossa mãe, Nossa Senhora do Sim, que nos ajude a dizer sim e a ser fiéis a essa entrega. Objectivos: Descobrir que Deus nos pede que nos entreguemos a Ele. Desejar corresponder aos apelos do Senhor. Concretizar a entrega ao Senhor na partilha com os outros. Observações Pedagógicas: Este tema vai ao encontro da generosidade própria das crianças, mas deve haver o cuidado de procurar que o desejo de corresponder ao amor de Deus se traduza em atitudes concretas. Evitou-se na apresentação do diálogo que teve lugar na primeira aparição as referências aos sofrimentos que Deus quisesse enviar-lhes. É certo que a pergunta, naquele tempo, foi feita a crianças, mas o tema do sofrimento, já de si tão complexo, apresentado como vindo de Deus seria difícil de justificar. A tónica foi, portanto, posta na entrega de si mesmo, na doação que cada um pode fazer de si mesmo para corresponder ao amor de Deus, sem deixar, no entanto, de chamar a atenção para o sofrimento que pode vir ao nosso encontro, na sequência dessa entrega. 158

18 Queremos oferecer-nos a Deus - Catequese para crianças Esta catequese foi pensada para crianças de 3º/4º catecismo, mas pode ser utilizada, mediante algumas adaptações, com crianças mais velhas, ou até adolescentes. Não se aconselha a sua utilização com crianças mais pequenas, dada a complexidade do tema. Materiais: Fotografia dos três pastorinhos. Imagem de Nossa Senhora com os três pastorinhos. Frase 1: Quereis oferecer-vos a Deus? Frase 2: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. (Lc 1, 38). Pequenos quadrados de papel, um para cada pessoa. Pequeno cesto colocado junto do crucifixo da sala. II Desenvolvimento da catequese Experiência Humana Hoje vamos recordar três meninos que já conhecemos e um acontecimento que se deu no nosso país há muitos anos. Chamavam-se Lúcia, Francisco e Jacinta. Quem sabe quem eram esses meninos?... (Breve diálogo). Sim, foram os meninos a quem Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria, junto de Fátima. O Francisco e a Jacinta eram irmãos e eram os mais novos de uma grande família. A Lúcia também era a mais nova dos irmãos e era prima dos outros meninos. (Fotografia dos três pastorinhos). Todos três tomavam conta juntos dos rebanhos de ovelhas dos respectivos pais. Viviam em Aljustrel, uma pequenina aldeia muito perto de Fátima. No dia 13 de Maio de 1917, guardavam os rebanhos num lugar próximo, chamado Cova da Iria. Foi então que Nossa Senhora lhes apareceu pela primeira vez. (Imagem de N. S.ª com os três pastorinhos). Depois de trocar algumas palavras com a Lúcia, Nossa Senhora perguntou: Quereis oferecer-vos a Deus? (Afixar Frase 1 e dialogar 159

19 Maria Luísa Boléo sobre ela com as crianças. Verificar se compreendem). O que quererá dizer oferecer-se a Deus?... Dar-se, entregar-se a Deus Os três meninos responderam que sim. Aceitaram entregar-se totalmente a Deus sem saberem ainda o que ia ser a vida deles. Entregaram-se com toda a confiança. Palavra de Deus Quando Nossa Senhora fez aquela pergunta aos meninos, sabia bem o que estava a pedir-lhes. Também a ela Deus tinha um dia feito uma pergunta semelhante. Sabemos que Nossa Senhora vivia em Nazaré, na Palestina. Um dia, um anjo enviado por Deus veio dizer-lhe que tinha sido escolhida para ser a mãe do Filho de Deus. Lembram-se como foi? Como é que o anjo a cumprimentou?... Ave, ó cheia de graça, o Senhor está contigo É o que nós também dizemos quando rezamos a Ave-Maria. Leitura de Lc 1, Disse-lhe o anjo: Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim. ( ) Maria disse então: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo retirou-se de junto dela. Silêncio (Dialogar com as crianças sobre a leitura) O anjo disse a Maria que ela ia ter um filho. Quem era esse filho? Sim, era Jesus, o Filho de Deus. O anjo diz que ele vai receber o trono de David, que tinha sido um grande rei em Israel e que era antepassado de Jesus. Também diz que há-de reinar para sempre na casa de Jacob que tinha sido um dos homens mais importantes quando 160

20 Queremos oferecer-nos a Deus - Catequese para crianças o povo de Israel ainda estava a começar a existir. Tudo isto queria dizer que o menino que havia de nascer não era um menino qualquer. Era realmente o próprio Filho de Deus. E o que é que Maria respondeu ao anjo?... (Afixar Frase 2). Maria aceitou pôr-se inteiramente à disposição do Senhor, ofereceu-se totalmente a Deus para o que Ele quisesse fazer dela. Nós conhecemos um bocadinho do que foi a vida de Maria, o suficiente para sabermos que passou muitas dificuldades. Quando estava à espera de Jesus, teve de viajar de Nazaré para Belém e Jesus nasceu numa gruta onde se guardavam os animais. Pouco depois, Maria e José tiveram de fugir com Jesus para o Egipto por causa da perseguição do rei Herodes. E quando Jesus foi preso, como terá sido para a sua mãe vê-lo maltratado e, finalmente, pregado numa cruz?... Mas Maria tinha-se oferecido a Deus para cumprir a vontade dele, ser a mãe do seu Filho, com todas as alegrias e todo o sofrimento que isso pudesse trazer-lhe. Quando disse faça-se entregou-se mesmo toda a Deus, disposta a aceitar tudo. E nós, também seremos capazes de nos oferecermos a Deus? Vamos pensar um bocadinho, cada um no nosso coração (Silêncio) Temos amor a Deus suficiente para dizermos como Maria faça-se, ou como os pastorinhos quando responderam a Nossa Senhora que aceitavam oferecer-se a Deus?... Expressão de Fé (Distribuir pequenos quadrados de papel pelas crianças, ficando também o catequista com um). Agora vamos escrever neste bocadinho de papel o que pensámos, o que queremos dizer a Deus, do fundo do nosso coração. O que vamos escrever é só entre cada um de nós e Deus. (Todos escrevem o que entenderem no papel). Agora vamos dobrar os papéis e vamos oferecê-los ao Senhor, colocando-os naquele cestinho. E vamos cantar: 161

21 Cântico: Pai, eu te adoro (Cantemos todos, 11ª edição, nº 434) Pai, eu te adoro. Te ofereço a minha vida. Como eu te amo! Jesus Cristo, eu te adoro. Te ofereço a minha vida. Como eu te amo! Espírito Santo, eu te adoro. Te ofereço a minha vida. Como eu te amo! Maria Luísa Boléo Trindade Santa, eu te adoro. Te ofereço a minha vida. Como eu te amo! E agora, todos juntos, diante do nosso Deus que nos ama tanto e nos tem dado tantas coisas, vamos dizer-lhe: Oração: - Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração. Queremos oferecer-nos a Ti, mas nem sempre temos forças para cumprir a tua vontade. - Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração. Queremos ficar à tua disposição para tudo quanto quiseres de nós. - Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração. Sabemos que Tu, Senhor, és forte e nos dás forças nas dificuldades. - Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração. 162

22 Queremos oferecer-nos a Deus - Catequese para crianças Contigo, Senhor, nós vamos ter força para tudo quanto quiseres pedir-nos. - Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração. Como é que os três meninos, depois de se oferecerem a Deus, foram capazes de levar a sério essa oferta que tinham feito ao Senhor? Eles foram descobrindo que, como Nossa Senhora, tinham de fazer sempre a vontade de Deus. E a melhor maneira de fazer a vontade de Deus é fazer tudo o que podemos pelos outros. E por isso eles procuraram ajudar todos, ter paciência para com todos, mesmo para com aqueles que os tratavam mal, porque não acreditavam que eles tinham visto Nossa Senhora. Muitas vezes até davam a merenda que as mães lhes preparavam a meninos pobres que não tinham merenda para comer. Também aceitaram com amor todo o sofrimento por que tiveram de passar. Tanto o Francisco como a Jacinta tiveram uma doença grave, que lhes causou grande sofrimento e morreram ainda antes de fazerem 11 anos. A Lúcia, quando cresceu, entrou para um convento e morreu já muito velhinha, depois de uma longa vida em que teve, com certeza, muitas alegrias e muitos momentos difíceis. E nós? Que poderemos fazer para nos entregarmos de verdade ao Senhor? Vamos pensar um bocadinho como é que cada um de nós se há-de dar a Deus De que maneira poderemos ajudar os outros?... Partilhar o que temos com os outros Com a ajuda de Deus havemos de descobrir a melhor maneira de nos darmos a Ele e havemos de ser capazes de o fazer. Depois de uns momentos de reflexão, poderão desenhar como podem concretamente entregar-se a Deus. Terminar, retomando o cântico: Pai, eu te adoro. Te ofereço a minha vida. Como eu te amo! 163

23 Quereis oferecer-vos a Deus? Despertar da Fé com os Pastorinhos Estudos Em COSTA, Bernardino, coord. Quereis oferecer-vos a Deus?: itinerário temático do Centenário das Aparições de Fátima: 2.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, Maria José Bruno

24 Quereis oferecer-vos a Deus? Despertar da Fé com os Pastorinhos Maria José Bruno É o convite que é feito, a três crianças que guardavam um pequeno rebanho de ovelhas, na Cova da Iria. Deus oferecia àquelas crianças um encontro, tão maravilhoso como singular. A linda Senhora surpreende, assusta e encanta: Não tenhais medo, foram as palavras que os pastorinhos escutaram da Senhora mais brilhante que o sol. No diálogo com a Senhora, protagonizado pela Lúcia, as crianças dão o seu sim a Deus, e assim inicia o que, nos desígnios de Deus, é hoje Fátima para Portugal e para o mundo. Contar a história do que aconteceu, naquele dia, a crianças pequeninas, num contexto favorável, pode despertar nelas a abertura à relação com o mistério de Deus. 1. Contar o que aconteceu no dia 13 Maio de 1917 Queres conhecer uma história bonita e verdadeira? É a história de três meninos: Lúcia, Jacinta e Francisco. Eles viviam numa pequena povoação que se chamava Aljustrel. Nesse tempo as crianças começavam muito cedo a trabalhar. - Sabem qual era o trabalho deles? Guardavam as ovelhas dos seus pais. Levavam o rebanho para os campos, para os animais se alimentarem. A Jacinta tinha sete anos, o Francisco quase nove e a Lúcia tinha dez anos. Jacinta e Francisco eram irmãos e eram primos de Lúcia. Na manhã do dia 13 de Maio de 1917, num Domingo, depois de irem à missa com os pais, lá saíram eles os três com as ovelhas. Iam devagar e as ovelhinhas iam pastando pelo caminho. 165

25 Maria José Bruno Chegaram a um lugar de pastagem, chamado Cova da Iria por volta do meio-dia e puseram-se os três a brincar, construindo uma parede, enquanto as ovelhas iam pastando. De repente, viram um clarão, que parecia um relâmpago. Pensaram que viria trovoada e começaram a conduzir o rebanho pela encosta abaixo. Depois veio outro relâmpago. Avançaram um pouco mais e vêem sobre uma árvore pequenina, uma carrasqueira, uma Senhora, vestida de branco, mais brilhante que o Sol. Ficaram parados a olhar para aquela linda Senhora. A Lúcia diz que não tiveram nenhum medo daquela Senhora. As primeiras palavras da Senhora foram: Não tenham medo. Eu não vos faço mal. A Lúcia perguntou: - De onde é a Senhora? E a Senhora respondeu: - Sou do Céu! Então, a Lúcia perguntou: - O que é que a Senhora me quer? A Senhora disse-lhe: - Vim aqui para vos pedir que venham aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois digo quem sou e o que quero. Voltarei ainda uma sétima vez. Depois a Lúcia perguntou: E eu também vou para o céu? Sim, vais. Respondeu a Senhora. E a Jacinta? Perguntou a Lúcia. Também, respondeu a Senhora. E acrescentou depois: Quereis oferecer-vos a Deus para ajudar as pessoas (os meninos e as pessoas crescidas) que fazem o mal para que deixem de o fazer e passem a fazer o bem? Sim queremos, disse Lúcia Isso custa, e é difícil, mas a graça de Deus estará sempre com vocês, para vos dar coragem e consolação disse-lhe a Senhora. Ao dizer estas palavras, a Senhora abriu as mãos. E das palmas das suas mãos saia uma luz que os envolvia. Os três Pastorinhos sentiram que aquela luz entrava nos corações deles e fazia com que sentissem uma alegria e uma paz muito grande. 166

26 Quereis oferecer-vos a Deus? - Despertar da Fé com os Pastorinhos Os pastorinhos sentiram uma vontade muito grande de ficarem de joelhos e rezaram em silêncio a oração: Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento. Passados uns momentos, a Senhora vinda do Céu acrescentou: Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra. Em seguida, com muita luz à sua volta, começou a elevar-se serenamente para o Céu, até desaparecer. Depois daquele dia os pastorinhos juntavam-se os três para rezar, isto é, falar com Deus e conversavam entre eles. O Francisco dizia: O que gostei mais foi de ver Nosso Senhor naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus! Jesus está triste por causa de tantas maldades que muitas pessoas fazem. Nós não queremos fazer maldades. 2. Conversar - Atender às diferentes perguntas que as crianças fazem depois de lhes ser contada esta história e acentuar a pergunta de Nossa Senhora: Quereis oferecer-vos a Deus? Isto é, quereis dar o vosso coração a Deus, que vos quer tornar muito felizes? - O que fizeram os pastorinhos depois do pedido da Senhora? - O que é que os pastorinhos ofereciam a Deus? - E tu o que farias? - Ofereciam a amizade que tinham no seu coração, pensavam como Deus é bom e como Ele quer que todas as pessoas sejam amigas e façam o bem. O Francisco gostava de rezar sozinho, a Jacinta e a Lúcia gostavam mais de rezar juntas o terço. - O que é o terço? Nós também podemos rezar a Ave-Maria e o Pai Nosso - Eles ofereciam orações: rezavam pelas pessoas, para que fossem boas e fossem também para o céu. Porque o que o Pai do Céu 167

27 Maria José Bruno quer é que todos sejam muito felizes. E é a fazer o bem que nós nos sentimos felizes. - Eles até davam o lanche pensando que assim davam gosto a Jesus. - Nós também podemos rezar como eles. 3. Oração Para educar as crianças para a oração é importante a atitude do adulto e o modo como lida com a dinâmica das crianças. Facilita criar um contexto, por mais simples que seja, ex: uma vela acesa quando se reza, um jogo de silêncio, uma imagem, um poster Dar a Deus um bocadinho do nosso tempo, pois estamos com quem gosta tanto de nós! Os Pastorinhos rezavam, às vezes, sozinhos e, outras vezes, juntos. Era assim que davam a Deus o tempo deles e sentiam alegria em dá-lo, como se dá um presente. Nós vamos dar também um bocadinho do nosso tempo a Deus. Ele é tão bom para nós! Por isso Ele merece a nossa atenção. Acendemos a vela e olhamos para ela, sem falar, por uns instantes. A luz é bonita para os nossos olhos e também para o nosso coração. A vela acesa faz-nos lembrar aquela luz que a Senhora mostrou e de que o Francisco tanto gostou. A luz de Deus enche o nosso coração. Podemos cantar: Esta luz pequenina vou deixá-la brilhar! Querem rezar como a Senhora pediu? Sugestão: Hoje rezamos para que todos os pais e mães tenham muita luz. A luz de Deus para verem bem o seu caminho e nos poderem assim ajudar. Rezamos pelos meninos para que descubram a luz de Deus. 168

28 Quereis oferecer-vos a Deus? - Despertar da Fé com os Pastorinhos Ajudar as crianças a usarem palavras delas para se exprimirem, por vezes são elas que facilitam o caminho da oração. 4. Para fazer com as crianças No mês de Maio ou Outubro, ou nos dias 13 de cada mês, fazer um pequeno altar em casa com a imagem de Nossa Senhora. Colocar uma vela e uma cesta junto do altar. Combinar que aquela é a cesta onde vamos por as ofertas do nosso coração a Deus. As coisas boas que se fazem no dia, podem simbolizar-se de diferentes modos: O mais importante é que as crianças sintam que na sua família se leva a sério o que Nossa Senhora pediu. Hoje, nós queremos oferecer a Deus o nosso coração, como a mais bela prenda que temos para Lhe dar, neste momento do dia. A nossa oferta é simbolizada através de pequenas coisas em que a criança também se envolve, por exemplo: - Flores naturais que se colocam numa taça ou numa jarra. - Rodas de papel ou cartolina pintadas. Estas vão-se juntando e enfiam-se numa fita ou num fio de algodão, fazem-se nós para separar as rodas e formar um terço no fim do período combinado. - Bolinhas feitas com prata dos chocolates. Com estas também se pode fazer um terço - Desenhos de pessoas que demonstram fazer bem. Bibliografia: Jacinta, Secretariado do Pastorinhos P 2496 Apartado 6 Fátima 20 de Fevereiro 1992 Bem Aventurados, Madalena Fontoura, Editora Rei dos Livros, Abril, 2000 Despertar da Fé Patriarcado de Lisboa, Editora Nova Terra ISBN

29 A minha vida Senhor é dom do teu amor Estudos Em COSTA, Bernardino, coord. Quereis oferecer-vos a Deus?: itinerário temático do Centenário das Aparições de Fátima: 2.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, Paulo Campino

30 A minha vida Senhor é dom do teu amor Paulo Campino 1. Objectivos 1.1. Reconhecer que a vida é dom de Deus Descobrir respostas para oferecer hoje a vida a Deus Proporcionar encontro com o Deus da vida. 2. Introdução A sociedade em que vivemos tenta a todo o momento afastar-nos de Deus. O homem do século XXI julga-se auto-suficiente e, como tal, tenta erradicar Deus da sua vida. Os projectos de vida de cada adolescente não valorizam a dimensão do transcendente e Deus aparece ou como alguém com quem não tenho nada a ver ou então como um pronto-socorro para as minhas horas difíceis. Com grande desejo de liberdade, de autonomia e auto afirmação é importante que Deus lhes seja apresentado como o único que possibilita a liberdade plena num mundo marcado por tantas mudanças culturais. Onde os valores são cada vez mais relativizados, onde a ética se esbate, a política não resolve os problemas sociais e o desencanto e a falta de perspectivas profissionais estão muito presentes, só Deus pode ser verdadeiramente a solução. Como nos disse o Papa Bento XVI na sua última presença entre nós: Senhor, a nossa grande esperança, está connosco; no seu amor misericordioso, oferece um futuro ao seu povo: um futuro de comunhão consigo. Por isso a nossa esperança tem fundamento real, apoia-se num acontecimento que se coloca na história e ao mesmo tempo excede-a: é Jesus de Nazaré. Então o caminho só pode ser feito com Jesus Cristo. A pergunta que nossa Senhora fez aos pastorinhos, tem de ser agora colocada aos adolescentes: «Quereis oferecer-vos a Deus para suportar 171

31 Paulo Campino todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?» (Memórias da Irmã Lúcia). Claro que a linguagem hoje é outra, a forma como os sofrimentos surgem também mudou muito, mas, no fundo, a problemática é sempre a mesma. Como é a minha relação com Deus? Como Lhe respondo às suas solicitações? Que caminhos seguir? Que modelos imitar? De quem falar aos homens de hoje? Tal como aos pastorinhos, a pergunta continua a estar centrada no serviço à Igreja. Os pastorinhos manifestam que estão dispostos a assumir a atitude fundamental dos discípulos de Cristo e membros da Igreja: assumem a sua condição de baptizados e, com Cristo, são novas criaturas. Os Pastorinhos estavam totalmente possuídos do amor a Jesus e convencidos que poderiam ajudar a tornar o mundo melhor. Temos de ajudar os adolescentes a centrar a sua vida em Cristo e a crescer no amor a esse Senhor de vida. Como seria interessante que, tal como a Jacinta, cada um pudesse afirmar: Gosto tanto de dizer a Jesus que O amo! Quando Lh o digo muitas vezes, parece que tenho lume no peito, mas não me queimo. Outra vez dizia: Gosto tanto de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, que nunca me canso de Lhes dizer que Os amo. (Memórias da Irmã Lúcia) Quereis oferecer-vos a Cristo? Como colocar esta questão hoje? Escolhemos o evangelho do Jovem Rico, em Mt 19, 16-21, e gostaríamos que cada um trabalhasse o texto, meditando na resposta que daria a Jesus. Vem e Segue-Me. Este é o grande objectivo desta catequese: que cada um seja capaz de encontrar a forma de, nos tempos de hoje, se oferecer a Deus. Não deve ser trabalhada com falsos moralismos, nem limitando a liberdade criativa da oferta. Os pastorinhos consideravam que o oferecimento passa pelo sofrimento, daí que tenham feito tantas mortificações, mas os tempos hoje são outros, as ofertas e as mortificações também, sem perder de vista o seguimento de Cristo, 172

32 A minha vida Senhor é dom do teu amor que se revê no Pai e O revela, revelação que abarca o homem, na medida em que entender as suas angústias e o seu sofrimento. Seguir Jesus hoje é abrir o horizonte de uma esperança certa que não desilude, é reconhecer o fundamento sobre o qual apoia a vida, é não ter medo de arriscar a própria vida. 3. Desenvolvimento 3.1. Experiência Humana A vida de cada pessoa é um dom de ternura com Deus. O homem, enquanto criado à imagem e semelhança de Deus, está em comunhão com todos e é, com todos, gerador de vida em abundância. Neste primeiro momento pretende-se que os adolescentes reflictam sobre a sua própria vida. O animador entrega a cada elemento do grupo uma folha com as seguintes questões: a) Há alguma coisa que te preocupe? b) Há alguma coisa que te faça muito feliz? c) Quais os traços mais positivos da tua personalidade? d) Quais os traços mais negativos da tua personalidade? e) Qual o valor que mais aprecias numa pessoa? f) Como ocupas os teus tempos livres? (o animador deve dar tempo para reflectir, ir passando por cada elemento do grupo e evitar respostas vulgares) Depois de responderem às questões, na folha, o animador coloca uma grande folha de papel de cenário para que cada um, usando fotos, palavras, desenhos, etc, possa responder de forma simbólica à seguinte questão: quem sou? 173

33 Paulo Campino Quando todos terminarem a sua colagem, em silêncio, dedicar algum tempo para que o grupo analise o trabalho final. (o animador deve dar tempo suficiente; o silêncio é importante; uma música de fundo pode ajudar) Concluído o mural, o grupo analisa-o e cada elemento apresenta os aspectos mais sugestivos e importantes que quer realçar. (o animador proporcionar a participação de todos sem protagonismos) No final desta análise, o grupo atribui um Título ao mural. (o animador deve ajudar a fazer a síntese e realçar os aspectos mais importantes) 3.2. Palavra de Deus Este momento da catequese deve ser trabalhado ao jeito de Lecio Divina. O animador convida cada elemento a ler o texto em silêncio - Mt 19, 16-21: Aproximou-se dele um jovem e disse-lhe: «Mestre, que hei-de fazer de bom, para alcançar a vida eterna?» Jesus respondeu-lhe: «Porque me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas, se queres entrar na vida eterna, cumpre os mandamentos.» «Quais?» perguntou ele. Retorquiu Jesus: Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe; e ainda: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: «Tenho cumprido tudo isto; que me falta ainda?» Jesus respondeu: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Ao ouvir isto, o jovem retirou-- -se contristado, porque possuía muitos bens. Jesus disse, então, aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.» Ao ouvir isto, os discípulos ficaram estupefactos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?» 174

34 A minha vida Senhor é dom do teu amor Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.» Depois de lido em voz alta e individualmente deve iniciar-se a reflexão. O animador não deve perder de vista o objectivo central desta catequese, que consiste em reconhecer Deus como Senhor da Vida e em estar disponível para que cada um, agora a seu jeito, se ofereça a Deus. Dando sempre espaço para o diálogo e partilha em oração, o animador deve reforçar as seguintes ideias centrais do texto: a) A questão da formulação da pergunta. Trata-se de vida, que é sempre exuberante e bela; o que fazer para a ter sempre, ter plenamente, não a delimitar no tempo e no espaço, não reduzindo ao aqui e agora? b) O aqui e agora deve garantir autenticidade e questionar o sentido da vida. A pergunta, hoje, poderia ser: que devo fazer para que minha vida tenha sentido? Ou seja: como devo viver, para colher plenamente os frutos da vida? Ou ainda: que devo fazer para que a minha vida não passe inutilmente? Estou satisfeito com a minha vida? Ou falta-me ainda qualquer coisa? Nesta pergunta podemos vislumbrar uma condição muito semelhante à de cada um de nós. Também nós somos ricos de qualidades, energias, sonhos, esperanças, recursos que possuímos em abundância! (O animador deve dar tempo para que cada um possa responder interiormente) c) Só Jesus pode ser a resposta. Mas Jesus quer entrar na vida daquele Jovem, e, como o conhece e sabe das suas angústias interiores, Ele próprio o questiona: por que me chamas 175

35 Paulo Campino bom? Nesta pergunta encontra-se a chave da resposta. Aquele jovem percebeu que Jesus é bom e que é mestre. Um mestre que não engana. Reconhecer, no entanto, que Jesus é bom, não é suficiente, é necessário mais. d) É necessário estar aberto à bondade e à beleza. Aí se conhece Deus. Ver Deus em todas as coisas e em todos os acontecimentos, mesmo lá onde a maioria só vê a ausência de Deus. Vendo a beleza das criaturas e constatando a bondade presente em todas elas. O bom de Jesus interpela a minha vida e espera de mim respostas concretas. Também eu sou chamado a ser bom ao jeito de Jesus. e) Para o jovem, conhecer Deus era seguir e cumprir as suas regras e mandamentos, no entanto, isso não basta. Somos impelidos a fazer algo para nos realizarmos a nós mesmos. Realizar-se, através da acção, na verdade, é tornar-se real. Nós somos, em grande parte, a partir de nossa juventude, o que nós queremos ser. Somos, por assim dizer, obra de nós em Deus. f) Jesus convida o jovem rico a ir mais além da satisfação das suas aspirações e dos seus projectos pessoais, dizendo-lhe: «Vem e segue-me!». A vocação cristã deriva de uma proposta de amor do Senhor e só pode realizar-se graças a uma resposta de amor: «Jesus convida os seus discípulos ao dom total da sua vida, sem cálculos nem vantagens humanas, com uma confiança sem reservas em Deus. É como se Jesus lhe tive dito: oferece-te a Deus. g) Aquele jovem, que veio a correr ao encontro de Jesus, era muito rico. Entendemos esta riqueza não apenas no plano material. A própria juventude é uma riqueza singular. É preciso descobri-la e valorizá-la. Jesus deu-lhe tal valor que o convida a participar na sua missão de salvação. Tinha todas as condições para uma grande realização e uma grande obra. 176

36 A minha vida Senhor é dom do teu amor h) A tristeza do jovem rico do Evangelho é aquela que nasce no coração de cada um quando não tem a coragem de seguir Cristo, de fazer a escolha justa. Mas nunca é tarde de mais para lhe responder! Tal como os pastorinhos de Fátima estavam disponíveis para oferecer a sua vida a Deus, também nós o devemos fazer. Só assim a nossa vida terá verdadeiramente sentido. 3.3 Expressão de Fé Após a análise do texto bíblico, o animador convida o grupo a entrar em oração. Se possível, fazê-lo na própria Igreja. O ambiente deve ser acolhedor e os adolescentes podem colocar-se em volta do altar. Cântico Deixa Deus entrar na tua própria casa Deixa-te tocar pela Sua graça. Dentro, em segredo, reza-lhe sem medo: Senhor, Senhor! Que queres que eu faça? (A oração seguinte pode ser rezada em dois coros) C1 A vida é uma oportunidade, agarra-a. C2 A vida é beleza, admira-a. C1 A vida é bem-aventurança, saboreia-a. C2 A vida é um sonho, faz dele realidade. C1 A vida é um desafio, enfrenta-o. C2 A vida é um dever, cumpre-o. C1 A vida é um jogo, joga-o. C2 A vida é preciosa, cuida dela. C1 A vida é uma riqueza, conserva-a. C2 A vida é amor, partilha-o. C1 A vida é um mistério, penetra-o. C2 A vida é promessa, cumpre-a. 177

37 Paulo Campino C1 A vida é tristeza, vence-a. C2 A vida é um hino, canta-o. C1 A vida é um combate, aceita-o. C2 A vida é uma aventura, ousa-a. C1 A vida é felicidade, merece-a. C2 A vida é vida, defende-a. Madre Teresa de Calcutá Pai Nosso Depois da reflexão feita e em clima de oração, é necessário passar à acção. Neste momento, como resposta a Deus, o animador deve levar cada adolescente a um compromisso. Não esquecer que foi feito o convite para que cada um ofereça a sua vida a Deus. Assim, os compromissos devem implicar uma acção concreta, por exemplo, visitar uma instituição com crianças, idosos, assumir um compromisso com uma actividade da paróquia, etc. (O animador deve distribuir uma folha onde cada adolescente escreva o seu compromisso concreto.) Cântico Cantarei ao Senhor enquanto viver, louvarei o meu Deus enquanto existir. Nele encontro a minha alegria. Nele encontro a minha alegria. 4. Material Bíblia / papel / canetas / marcadores / revistas / jornais / cola 178

38 A minha vida Senhor é dom do teu amor Fontes: Memórias da Irmã Lúcia Da Internet: - Mensagem do papa Bento XVI para a XXV Jornada Mundial da Juventude (28 Março 2010). - Meditação de Bento XVI sobre o encontro de Jesus com o jovem rico. - HOMILIA DO PAPA BENTO XVI Esplanada do Santuário de Fátima, Quinta-feira, 13 de Maio de 2010). 179

39 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes Estudos Em COSTA, Bernardino, coord. Não tenhais medo: itinerário temático do Centenário das Aparições de Fátima: 3.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, José Henrique Pedrosa

40 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes José Henrique Pedrosa 1. Introdução «Não desanimes» Na segunda Aparição de Nossa Senhora, a 13 de junho de 1917, a Lúcia fala em nome dos Pastorinhos pedindo a Nossa Senhora que os leve para o Céu. Maria responde-lhe que sim: a Jacinta e o Francisco levá-los-á em breve; mas ela ficará mais algum tempo com a missão de A fazer conhecer e amar, pois Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração. Lúcia, com pena, pergunta: «Fico cá sozinha?» Nossa Senhora responde-lhe: «Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». E continua a descrição das Memórias da irmã Lúcia: «Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus». É no contexto desta Aparição que, neste terceiro ano da celebração do centenário das Aparições de Fátima, nos é proposta uma reflexão sobre a esperança cristã. «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio» A esperança é, em primeiro lugar, confiança nas promessas de Deus, «é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos Céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo» (CIC, 1817). 145

41 José Henrique Pedrosa Por isso Maria convida Lúcia a não desanimar: ela não ficará só! Pode confiar na palavra que lhe é dada da parte de Deus. E pode desde já experimentar essa presença divina naquela luz imensa em que se viu submergida em Deus. No coração de Maria, Lúcia pode ter a certeza de encontrar um refúgio, um porto seguro onde saboreia desde já as promessas de Deus. A esperança é convite a olhar para o futuro envolvidos pela luz de Deus. A encontrar refúgio no Deus que cumpre a sua promessa, mesmo quando o presente é cheio de interrogações e dúvidas: Abraão confiou «para além do que se podia esperar» e tornou-- -se «pai de muitos povos» (Rom 4, 18); Moisés confiou na palavra de Deus e o deserto tornou-se caminho para a Terra Prometida; a longa espera messiânica fez-se carne no seio da Virgem Maria, e Jesus trouxe ao mundo a salvação. Para nós hoje, a esperança continua a lançar-nos para além do que conseguimos ver e a confiar naquilo que Deus nos prometeu pela Criação, pelos Profetas e em especial, por Jesus Cristo (cf. Youcat, 308). Uma esperança que traz a alegria serena de se saber a caminho da Bem-aventurança eterna. No meio dos percalços da vida, mas com a meta no Céu: «O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que o amam» (1Cor 2, 9). «e o caminho que te conduzirá até Deus» Mas a esperança é também um olhar novo sobre o presente: ela faz olhar para a vida de cada dia como o lugar onde se constrói a felicidade desejada. «A virtude da esperança responde ao desejo da felicidade que Deus colocou no coração de todo o homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens, purificando-- -as e ordenando-as para o Reino dos Céus; protege contra o desânimo; sustenta no abatimento; dilata o coração na expetativa da bem-aventurança eterna. O ânimo que a esperança dá preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade» (CIC, 1818). 146

42 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes A esperança leva a procurar no presente os meios para conseguir o fim que se deseja. Ela é dom recebido de Deus, mas também tarefa humana de quem se põe no caminho que conduz para Deus. Ela alimenta-se na escuta da Palavra, na celebração dos sacramentos, na oração, na prática da caridade. Ela ilumina a vida, e faz ultrapassar os desânimos do presente. Faz não ter medo de arriscar a vida pelo que vale realmente a pena. Ajuda a caminhar contra a corrente de uma cultura tantas vezes pessimista, egoísta, materialista, centrada na euforia do momento presente A esperança cristã é presente e futuro, já e ainda não, caminho a percorrer e certeza alcançada. Dá capacidade para vencer os medos, pois Deus nos garante, em Jesus Cristo, que quer para nós «vida em abundância» (Jo 10, 10). Maria é a Mãe da Esperança. Ela vive com a confiança que lhe é transmitida pelo Anjo: «Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). E é essa confiança que, em Fátima, nos transmite, e da qual nos quer fazer experimentar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». Objetivos: Conhecer a mensagem da Aparição de Nossa Senhora em Fátima em junho de 1917; Reconhecer em Nossa Senhora a Mãe da Esperança; Descobrir como viver hoje a esperança cristã. 2. Desenvolvimento da Catequese: Apresentam-se de seguida alguns tópicos para o desenvolvimento prático de uma catequese com adolescentes. 147

43 José Henrique Pedrosa 2.1. Experiência humana (20 minutos) Diálogo inicial: O que é a «esperança»? O que esperam as pessoas à nossa volta? E nós, o que esperamos? A esperança é importante para a nossa vida? Porquê? Uma história que fala de esperança: Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos de Fátima, a 13 de junho de Leitura dialogada das Memórias da Irmã Lúcia: Lúcia: Depois de rezar o terço com a Jacinta e o Francisco e mais pessoas que estavam presentes, vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que chamávamos relâmpago) e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira, em tudo igual a maio. Vossemecê que me quer? perguntei. Maria: Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero. Lúcia: Pedi a cura dum doente. Maria: Se se converter, curar-se-á durante o ano. Lúcia: Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu. Maria: Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Lúcia: Fico cá sozinha? perguntei, com pena. Maria: Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus. Lúcia: Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da 148

44 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação Diálogo: O que mais impressionou neste relato? Porque podemos ver nele uma mensagem de esperança? A que esperança convida Maria? Síntese a partir do reforço de expressões do texto das Memórias: «Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus» Escuta da Palavra (20 minutos) A partir deste momento, o grupo pode continuar o encontro na igreja ou numa outra sala preparada para estar em clima de oração. É conveniente que esse espaço tenha a imagem de Nossa Senhora de Fátima Maria é a Mãe da Esperança: a história do Povo de Deus é uma história de esperança. Abraão confia na Palavra de Deus, Moisés confia na palavra de Deus Maria acolhe em si toda a esperança do Povo, e por ela Cristo faz-se presente no mundo Lectio Divina do texto Lc 1, (distribuir folha com o texto e as questões para meditação e espaço para o compromisso final; distribuir esferográficas) a) Leitura do texto: Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó 149

45 José Henrique Pedrosa cheia de graça, o Senhor está contigo». Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus». Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se de junto dela. b) Leitura individual, em silêncio (possibilidade de ter música de fundo) c) Questões para a meditação (cada um poderá escrever a sua resposta) Maria perturbou-se... Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas» Perante a perturbação que Maria sente, o Anjo convida-a à confiança, a não ter medo A esperança traduz-se numa atitude de confiança, a não ficar fechado nos medos, mas a ter o coração aberto à surpresa de Deus, e avançar na vida com a força que vem da presença do Espírito Santo em nós. Em Fátima, Maria convida à confiança: «Não desanimes. Eu nunca te deixarei». Também nós somos desafiados a viver com confiança em Deus, a ter esperança e a não desanimar. Temos vivido com esta confiança? Sabemos ultrapassar as dificuldades para viver a Palavra 150

46 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes de Deus? Em casa e na escola, com os amigos, sabemos dar testemunho da nossa esperança como cristãos? «Porque nada é impossível a Deus» A esperança cristã centra-se nas promessas de Deus, na certeza de que a Ele nada é impossível. É olhar para o futuro com o olhar de Deus. Saber que nós somos limitados, mas Deus não. Maria acolhe o desafio de não ficar presa às dificuldades do presente: ela sabe esperar em Deus e nas suas promessas. Sabe que neste mundo tudo é passageiro, mas Deus é eterno, e é para Ele e para a Sua Vida que todos caminhamos. E em Fátima quer fazer-nos experimentar esta mesma segurança que ela viveu: no seu coração, Lúcia encontrará o refúgio: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio» Acreditamos que a Deus nada é impossível? Ficamos presos aos nossos limites, ou sabemos confiar-nos a Deus? Acreditamos que caminhamos para a ressurreição e a vida que Jesus nos prometeu? Vivemos com a esperança da felicidade eterna em Deus? «faça-se em mim segundo a tua palavra» A esperança é também um olhar novo sobre o presente. A confiança nas promessas de Deus compromete o nosso presente. Toda a vida de Maria se transformou pela sua esperança: porque confiou na Palavra de Deus, tornou-se a Mãe de Jesus Cristo. O «sim» de Maria é o exemplo concreto de quem torna a esperança uma forma de viver. A esperança é um caminho que se percorre para Deus com as opções de cada dia. É nesta esperança que Maria envolve os Pastorinhos em Fátima: «O meu Imaculado Coração será o caminho que te conduzirá até Deus». A esperança alimenta-se na escuta da Palavra, na celebração dos sacramentos, na oração, na prática da caridade. Procuramos estes meios para alimentar a esperança em nós? 151

47 2.3. Expressão de Fé (20 minutos) Cântico Quero ser como Tu, como Tu, Maria Como Tu, um dia, como Tu, Maria Quero aprender a amar Quero dizer meu sim Introdução à partilha: Em clima de oração, cada um é agora convidado a partilhar a meditação que fez: pode repetir apenas uma frase do texto bíblico que mais o tenha tocado, uma questão que o fez pensar mais, ou alguma das respostas que escreveu. a) Tempo para a partilha José Henrique Pedrosa b) Durante a partilha pode intercalar-se um cântico mariano Ao longo da tua vida nunca sozinho estás, Contigo pelo caminho Nossa Senhora vai. Vem, vem connosco, vem caminhar, Nossa Senhora vem! (bis) Se pelo mundo os homens sem conhecer-se vão, Não negues nunca a tua mão a quem contigo vai. c) Avé Maria (no final da partilha) 152

48 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes 2.4. Síntese e compromisso final a) Introdução: a esperança cristã é presente e futuro, já e ainda não, caminho a percorrer e certeza alcançada. Dá capacidade para vencer os medos, pois Deus nos garante, em Jesus Cristo, que quer para nós «vida em abundância» (Jo 10, 10). Maria é a Mãe da Esperança. Ela vive com a confiança que lhe é transmitida pelo Anjo: «Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). E é essa confiança que, em Fátima, nos transmite, e da qual nos quer fazer experimentar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». b) Compromisso: no final do nosso encontro, somos convidados a descobrir alguma forma concreta de viver a esperança na nossa vida. O que podemos fazer para viver na confiança que Maria viveu e convidou os Pastorinhos a viver? (pode fazer-se uma partilha de ideias) Podem reler o que escreveram nas respostas às questões levantadas, e depois tirar uma consequência prática para a vossa vida. c) Cântico final Mãe, olha para mim Guarda o meu sim, neste novo dia. Como Tu, quero-me entregar, Ensina-me a rezar: Avé Maria! Coloca Tuas mãos sobre meus olhos De Mãe que o filho adormece; Fixa no meu o Teu olhar, Escuta, Virgem Mãe, a minha prece. 153

49 José Henrique Pedrosa Materiais necessários: Bíblia, folha com o texto das Memórias da Irmã Lúcia, folha com o texto bíblico para a Lectio Divina (com as questões e espaço para as respostas, espaço para o compromisso final e os diversos cânticos a utilizar), esferográficas. Fontes: Textos bíblicos: edição da Difusora Bíblica de Março de 2009; Memórias da Irmã Lúcia; Catecismo da Igreja Católica (CIC); Youcat, Catecismo Jovem da Igreja Católica; Vitamina C, Cancioneiro Juvenil do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil de Leiria-Fátima. 154

50 Não tenhais medo Catequese para crianças dos 8 aos 10 anos Estudos Em COSTA, Bernardino, coord. Não tenhais medo: itinerário temático do Centenário das Aparições de Fátima: 3.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, Maria Isolinda

51 Não tenhais medo Catequese para crianças dos 8 aos 10 anos Maria Isolinda I - Introdução 1.1. O fenómeno do medo O medo é um sentimento natural do ser humano, perante uma ameaça, real ou imaginária, seja ela material ou psicológica. Pode começar por ser apenas uma apreensão, um receio, por aquilo que se teme venha a acontecer contra a nossa vontade. Mas pode chegar a uma situação algo angustiosa, perante a perceção do perigo iminente. Em qualquer caso, é um sinal de alerta que revela dúvida, receio ou insegurança perante alguma coisa, pessoa ou situação, o que gera sempre um sentimento desagradável. Este sentimento desagradável provocado pelo medo ou insegurança, não raras vezes, provoca conflitos de desconfiança na relação entre as pessoas e é gerador de preconceitos e juízos precipitados que afetam ainda mais essa relação. O sentimento de insegurança próprio do medo pode influir no modo de tomar decisões, de assumir compromissos, de se comprometer consigo e com ou outros não deixando que a pessoa se realize eficazmente. Mas o medo pode ser vencido. Deus quer-nos livres e felizes. Com Ele podemos vencer o medo e recuperar o sentido da confiança que está implícita em toda a realidade humana, para dar sentido ao viver e ao agir. Sem essa confiança, o progresso e o empenho pessoal quotidianos por superar-se não serão possíveis. A Mensagem de Fátima, como mensagem de esperança, pode ajudar-nos na libertação dessa tendência negativa que tantas vezes nos impede de sermos felizes. 117

52 Maria Isolinda 1.2. A recusa do medo pela confiança O sentimento de medo não é só um facto pessoal. É também social e cultural. Tem-se medo dos outros, medo de se ser controlado pelo que quer que seja, sem a pessoa se dar conta de que, bloqueada pelo medo, é ela própria que se controla a si mesma, deixando de viver com espontaneidade a vida social e relacional. Tem-se medo do que pode acontecer amanhã, dos efeitos maléficos dos maus espíritos, mas também se tem medo de Deus, medo de se comprometer com Ele, medo de ser controlado por Ele E, contudo, só com Ele podemos vencer os nossos medos. Toda a Sagrada Escritura nos revela um Deus que vem ao nosso encontro, não para nos controlar, mas para nos libertar e ensinar a ser livres. Um Deus que se dá em amor gratuito e que nos vem ensinar que esse amor é aquela força que, se movida pela fé n Ele, pode superar todos os medos. E se possuímos essa força, não temos que ter medo... (1 Jo 4,18; Mt 8,26; Mt 10, 17-20; 14, 27-31; ). Não temos que ter medo; mas temor, sim; temer apenas a quem devemos temer (Lc 12,4-5), no temor de Deus. Porque quem teme, confia; ao contrário, quem tem medo, foge, resiste e desiste Por isso, diz o Salmo, é feliz o homem que teme o Senhor (Sl 112). O não tenhais medo da Senhora da Cova da Iria é a voz de Deus, conhecedor dos nossos medos, que tantas vezes ecoa na Revelação a incutir ao Seu povo a confiança e a certeza da Sua Presença salvadora ( Is 41,10; Dan 10,12;Is 44,8; Jer 51,46;... ). Na atitude dos pastorinhos que viram Nossa Senhora, aprendemos que confiar em Deus é recusar o medo; é voltar-se para Deus, entregar-se a Ele, mesmo nos tempos de escuridão porque sabemos em Quem pomos a nossa confiança (2Tim 1,12b). Porque o nosso Deus é o Deus da confiança, a nossa fé não pode deixar de assentar nessa confiança; uma confiança abandonada nas mãos do Pai do Céu, providente e bom, que faz chover para 118

53 Não Tenhais Medo Catequese para crianças dos 8 aos 10 anos justos e injustos (Mt 5, 45). É nesta fé que queremos conduzir as nossas crianças 1.3. A criança e medo Na criança, como ser ainda mais inseguro e frágil, ficar assustado, ter medo, sobretudo do desconhecido, é algo muito mais natural do que no adulto. Um medo natural que, em certo sentido, também serve para a proteger. Perante um animal feroz ou um precipício, por exemplo, se a criança não tem medo, é porque não percebe o perigo. Mas se percebe o perigo, tem medo e, porque tem medo, procura defender-se. Assim, o medo é um mecanismo psicológico útil, de sobrevivência e defesa, que permite responder, eficaz e rapidamente, às condições adversas. Este mecanismo natural é frequentemente explorado nos programas de entretenimento para crianças, em histórias e filmes de terror, mesmo já nos desenhos animados. E, se é por demais, pode produzir nas crianças um efeito contrário ao desejado: insónias, sonhos violentos, pesadelos, agitação, falta de segurança cujas marcas se podem repercutir na vida adulta em atitudes de profunda demissão perante a vida. A criança, que é simples, espontânea e aberta, quando começa a tomar consciência da responsabilidade dos seus atos, pode protagonizar, desde logo, medos que comprometam as suas decisões, o seu sentido de responsabilidade e de empenhamento, naquilo que lhe vai sendo pedido. Porém, esse medo é educável; é o momento de incutir-lhe este fundamento transcendente da confiança; uma confiança assente no amor e na fé em Deus; Amor que tudo providencia para nosso bem, mesmo quando há dor e sofrimento. Os critérios educativos do medo devem conduzir à tranquilidade, paz e segurança interiores que abram caminho à compreensão e aceitação daquela outra segurança e paz que Deus nos quer 119

54 dar, que não é precisamente como o mundo no-la dá (Jo 14, 27). O caminho será uma pedagogia de fé e de confiança na Providência, pela via da prática da presença de Deus e da oração. Neste sentido, a 2.ª aparição de Nossa Senhora em Fátima é profundamente eloquente: Nossa Senhora pede que rezem; perante o sofrimento de Lúcia pela descrença dos seus nas Aparições, apresenta o Seu Imaculado Coração como refúgio seguro e caminho para Deus e termina envolvendo os Pastorinhos no reflexo daquela luz imensa que é Deus (Memórias da Ir. Lúcia, 4.ª Memória, 2007, 165). A pedagogia da Senhora da Cova da Iria é a da confiança: Não desanimes, eu nunca te deixarei ; uma mensagem reconfortante, a dizer-nos que estamos seguros se confiamos nesse amor- -providência de Deus que nunca nos abandona; uma mensagem que vem ao encontro do nosso desejo de paz e de sentido desse algo transcendente que nos dê segurança e certeza no caminho; segurança e certeza que nesta catequese queremos anunciar às crianças como uma boa nova, propondo-nos a atingir os seguintes: 1.4. Objetivos Maria Isolinda Descobrir na Mensagem da 2.ª aparição de Nossa Senhora, um grande apelo a ultrapassar o medo, confiando no amor misericordioso de Deus; Aprender com os Pastorinhos a acolher a Mensagem e a confiar em Deus, mesmo no sofrimento; Esforçar-se por viver sempre sob o olhar de Deus e confiar n Ele; 1.5. Observações pedagógicas As crianças desta idade (8-10 anos) têm ainda muito medo. E até das coisas de Deus, porque desconhecidas, que se lhes apresentam como algo misteriosas. 120

55 Não Tenhais Medo Catequese para crianças dos 8 aos 10 anos Esta catequese pretende, tanto quanto lhe é possível, desmitificar esse medo. Nesse sentido, como ponto de partida, na Experiência Humana, tentamos provocar uma possível sensação de medo, pela presença de um pequeno animal que alguém, previamente convidado e preparado, levará à presença das crianças. Mas é bom ter em atenção alguma criança excessivamente tímida ou sensível ao medo; e também o cuidado de que tudo decorra com simplicidade e sem grande alarido. Perante todos os medos, incertezas ou dores, de que as crianças possam ter sido ou vir a ser protagonistas, com a ajuda das palavras de Nossa Senhora, a atitude de confiança dos Pastorinhos e a palavra de Jesus, queremos anunciar a boa nova da confiança e certeza da proteção de Deus junto de nós, que transmita muita paz e segurança às crianças. Ao catequista ou orientador confia-se a tarefa delicada de tentar conseguir este objetivo. Nesta idade, as crianças estão a crescer, gradualmente, na consciência da responsabilidade dos seus atos; precisam, por isso, de ir percebendo que também em relação a Deus a sua atitude comportamental deve ser responsável. Também nesse sentido esta catequese pretende ajudar a criar essa atitude, em confiança filial, ao jeito dos Pastorinhos Material a preparar Bíblia; Imagem da Aparição de Nossa Senhora com os Pastorinhos; Dísticos: Não tenham medo ; Não desanimes, eu nunca te deixarei Dístico: Não vos preocupeis nessa altura o Espírito do Pai falará por vós ; Cântico: Sou do Céu, não tenham medo (Da Peregrinação das Crianças de 2007) Um terço; 121

56 Maria Isolinda Pequenos papéis ou cartolinas em forma de coração um para cada criança; Algo para escreverem. II - Desenvolvimento da Catequese Ensaiar o cântico acima indicado, sem dar qualquer explicação, antes de começar a catequese e fora da sala, se possível. Experiência humana Depois de entrarem na sala, alguém bate à porta com alguma pressa e insistência: Quem será? E com tanta pressa!... (A partir da reação das crianças, dialogar): Pois, quando somos surpreendidos por algo de que não estamos à espera, temos medo, não é? Mas não vai ser nada. Vamos abrir... Entra alguém com um pequeno animal, devidamente seguro. Pode ser um cãozito, um gato, uma qualquer ave Deixar observar e convidar as crianças a pegar nele. A primeira reação será, possivelmente, de algum receio : Não há razão para ter medo deste animalzinho; é sossegado, simpático, até parece que gosta da nossa companhia (Agradecem à pessoa que veio mostrar o seu animal e continua a catequese): Porque é que temos medo?... Até do que não nos faz nenhum mal?... Já vos aconteceu alguma vez ter medo de alguma coisa? Como foi? Quem quer contar?... (Deixar que as crianças se exprimam e contem as suas experiências de medo): E não é só das coisas e das pessoas que temos medo. Às vezes até temos medo de nos responsabilizarmos por alguma coisa que nos peçam, porque pensamos que não somos capazes, ou não sei porquê A quem é que já aconteceu isso?... (deixar que as crianças se exprimam): 122

57 Não Tenhais Medo Catequese para crianças dos 8 aos 10 anos É assim mesmo: temos medo, e às vezes nem há razão para ter medo. Somos todos assim, mesmo os que têm mais idade. Também eu, às vezes sinto medo, sobretudo de assumir algumas responsabilidades (O catequista aqui adapta o seu testemunho, conforme a circunstância) Conhecem os Pastorinhos a quem Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria, não é verdade? Estes meninos, apesar de estarem habituados ao campo e à serra para onde iam com as ovelhas, por vezes também sentiam medo, sobretudo dos relâmpagos, quando se anunciava trovoada e chuva ou de alguma coisa desconhecida. Mas será que podemos vencer os nossos medos?... Como?... (deixar que as crianças se exprimam) Palavra de Deus O que vós dissestes é interessante É que o medo tolhe- -nos, não nos deixa avançar, não nos deixa crescer, ser o que devemos ser não é?... Mas digo-vos uma coisa: Deus conhece os nossos medos e está muito interessado em ajudar-nos a vencê-los. Aqui, no livro da Sua Palavra (apontar a Bíblia) Deus está constantemente a dizer- -nos: não tenhas medo! Não tenham medo! Se Eu estou convosco, porque é que têm medo? De facto, onde Deus está, está claro que não tem sentido o medo, não acham?... É curioso que também Nossa Senhora, quando aparece aos Pastorinhos em Fátima, começa por lhes dizer: Não tenhais medo não tenham medo! (colocar a imagem da Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos e o dístico Não tenham medo, por baixo da imagem) não tenham medo! É que Nossa Senhora sabia que eles podiam ter medo naquele momento e quis dar-lhes confiança, quis dispor bem os seus corações para acolherem o que Deus lhes quisesse pedir. Ela vinha do Céu. E tudo o que é do Céu é muito bom 123

58 Maria Isolinda para nós. Depois, envolveu-os numa grande luz, como uma certeza da presença de Deus, que nunca abandonaria os Pastorinhos. Assim, quando começaram a sofrer muito, com os castigos dos pais, que não acreditavam nas Aparições e pensavam que eles mentiam, eles tinham a certeza que Deus estava com eles, a dar-lhes força para vencerem a situação. Isso entenderam-no melhor na 2.ª aparição de Nossa Senhora, a do mês de junho. Nesse dia, a Lúcia estava muito triste e Nossa Senhora notou-o. E disse-lhe: sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus (mostrar e ler o dístico Não desanimes que deve ser colocado por baixo do outro dístico). Eu nunca te deixarei por meio de Maria, é Deus a dizer-- -nos, também a nós, que nunca nos deixará; nos maus momentos, sempre porá alguém ao nosso lado para nos dar coragem e ajudar na dificuldade. E isso ajuda-nos a não ter medo, a confiar n Ele É assim que Deus faz connosco, porque nos tem amor. Mas será mesmo assim? Vejamos o que Jesus diz aos seus discípulos, também num momento de dificuldade (cf. Mt 10, o catequista pega na Bíblia e lê o texto adaptado que se segue): Haveis de ser perseguidos e presos por causa de mim. Mas quando vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer. Nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer; não sereis vós a falar, mas é o Espírito do Pai que falará por vós. Palavra do Senhor! (Silêncio) Afinal, é mesmo assim. É Jesus que o diz. E num momento em que os discípulos deveriam ter muito medo (porque maltratados ). Não vos preocupeis nessa altura o Espírito do Pai falará por vós (mostrar, ler o dístico e colocá-lo por cima da imagem da Aparição). 124

59 Não Tenhais Medo Catequese para crianças dos 8 aos 10 anos Jesus assegura aos discípulos que naquele momento difícil o Espírito do Pai os defenderá e responderá por eles. Por isso, não têm que ter medo ou receio do que lhes possa acontecer. Também a nós, se acreditamos n Ele, no Seu amor, Ele nos defenderá nos momentos difíceis o Seu coração e o coração de Maria, a Mãe do Céu, serão o nosso grande conforto e o nosso melhor refúgio, quando estamos com medo ou temos alguma dificuldade Expressão de Fé Que maravilhoso! Não é maravilhoso sabermos que Deus está sempre ao nosso lado, para nos ajudar a vencer os nossos medos e dificuldades?... Não é maravilhoso que Ele queira que Nossa Senhora venha a Fátima mostrar o Seu Coração, para nos dizer e garantir que Deus nunca nos abandona, nos ama muito e que, em paga, só quer que nos voltemos para Ele?... Apetece-me cantar agora aquele cântico que aprendemos no início. Querem cantar comigo?... Então, cantemos: Refrão: Sou do Céu, sou do Céu, não tenham medo. Sou do Céu. Viestes Santa Maria, ensinar a amar Jesus, Abençoar nossa terra, abrir caminhos de luz. Refrão: Sou do Céu, sou do Céu É isso! A Senhora veio do Céu para nos ensinar a voltar o nosso coração para Deus e a amá-lo como Ele deseja. É o que temos que fazer. Acreditar que, com Ele, estamos muito mais seguros somos mais capazes de ser responsáveis por aquilo que nos pedem como os Pastorinhos que, mesmo a sofrer, foram tão responsáveis por aquilo que Deus lhes foi pedindo e tudo fizeram para Lhe dar muita alegria. (Silêncio) 125

60 Maria Isolinda Nossa Senhora sempre pedia que rezássemos: rezem o terço todos os dias (mostrar o terço). Temos que rezar! Podemos rezar agora mesmo, não acham? Não o terço, mas apenas três Ave-Marias a pedir-lhe que nos meta no peito aquela luz de Deus que envolveu os Pastorinhos, na Aparição de junho, para que o amor a Deus cresça muito, muito, no nosso coração, está bem? Rezemos então: Oração: Ave Maria cheia de graça etc. (3 vezes). Cantemos de novo: Sou do Céu, sou do Céu, não tenham medo etc. E que podemos nós fazer, também, para que o amor cresça no nosso coração?... (deixar que se exprimam). Olhem, vou dar-vos um papelinho em forma de coração, que representa o vosso próprio coração. Nesse coração de papel, cada um vai escrever o que gostava que entrasse no seu coração, para o tornar mais amigo de Deus, mais voltado para Ele (Silêncio. Dar tempo para pensar e escrever. Depois concluir): Quem é que quer partilhar o que escreveu nesse coração de papel?... (deixar que se exprimam) Agora, vão levá-lo para casa. Ponham-no num lugar onde o possam ver todos os dias, para se lembrarem que são responsáveis por aquilo que escreveram e por fazer o esforço para o conseguir, de acordo? Depois, é preciso rezar como Nossa Senhora pediu. Rezar sempre, com muita confiança em Deus e em Nossa Senhora. O terço, quem sabe? Pode ser rezado com outras pessoas Não querem experimentar desafiar os vossos pais, para o rezarem todos, lá em casa? Não tenham medo! Nada de mal vos poderá acontecer por isso!... Vamos terminar, mas não nos vamos esquecer do que hoje o Senhor nos quis dizer por meio de Nossa Senhora, dos Pastorinhos e, sobretudo, por Jesus... e até podemos contar tudo isso aos outros: 126

61 Não Tenhais Medo Catequese para crianças dos 8 aos 10 anos aos pais, aos irmãos talvez ficassem contentes por saber. Era muito interessante!... Cantemos, mais uma vez, antes de sair: Cântico: Sou do Céu, sou do Céu etc. 127

62 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças dos 8 aos 12 anos Estudos Em COSTA, Bernardino, coord. Não tenhais medo: itinerário temático do Centenário das Aparições de Fátima: 3.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, Maria Fernanda Tavares (SNSF)

63 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças dos 8 aos 12 anos Maria Fernanda Tavares (SNSF) I Introdução (Para o(a)s catequistas) Ao realizarmos esta catequese somos convidados, tal como o grupo de crianças que teremos pela frente, a fazer um percurso na fé, ainda que rápido, ao longo da História da Salvação sobre a forma de Deus se aproximar e se relacionar com os seres humanos. A interpelação a não temer vem-nos logo desde os longínquos tempos bíblicos do Antigo Testamento. Irrompendo também no início do Novo Testamento, perpassa-o de tal forma, que as palavras que vêm do alto e a confiança motivada por elas puderam suscitar e sustentar no Homem uma resposta promissora e decisiva na realização de projetos divinos. Nas circunstâncias mais variadas, Deus segredou ao coração humano: Não temas ; Eu estou contigo. Pela nossa experiência humana, damos credibilidade às palavras de confiança a pôr de parte temores, quando essas palavras vêm de alguém que, pela sua competência e conhecimentos, favorece uma adesão e cria tranquilidade. Mas essa prova de confiança que nos é dada, retirando-nos o medo ou temor, será tanto mais considerada segura, se vier de uma pessoa que nos estima e dedica afeto, ou seja, está verdadeiramente interessada na nossa feliz realização. Passando então para a nossa experiência de crentes, reconhecemos, em Deus, Aquele que se aproxima e pretende libertar do medo, pela insondável promessa de vida feliz que tem origem no seu amor: «Reconhecer esta dependência total no Criador é fonte de sabedoria e de liberdade, de alegria e de confiança» (Catecismo da Igreja Católica, 301). 129

64 Maria Fernanda Tavares (SNSF) O teólogo Juan Ambrosio no seu texto de reflexão Sei em quem coloquei a minha confiança, sobre o tema para o Ano Pastoral de , no Santuário de Fátima, parte da experiência de encontro para melhor entendermos a realidade da fé: Quando, por exemplo, dizemos creio nele e é a este nível que devemos refletir a fé cristã essa afirmação é sustentada a partir da confiança gerada numa experiência de encontro. O importante é o outro a quem eu me dirijo e que se dirige a mim. Esse outro é alguém que conquistou a minha confiança. A partir da relação que este encontro gera pode surgir a amizade e o amor. Então esse outro, que é alguém que me ama e que eu amo, é simultaneamente, e por isso mesmo, alguém em quem eu confio e que confia em mim. Por isso, eu já não só acredito no que o outro me diz por causa da força das palavras que me são ditas, mas, pelo contrário, as suas palavras têm ainda mais força, porque me são ditas por alguém em quem eu confio. O título escolhido para tema do Ano Pastoral Não tenhais medo, e a consequente atitude crente da confiança, remete-nos para o acontecimento das Aparições de Fátima e sua ligação com a mensagem da esperança em Deus Salvador que vem ao encontro do Homem. A sua presença é sempre inspiradora de paz e de começo de vida nova. Na afirmação do teólogo Borges de Pinho, num texto introdutório ao tema proposto para o ano 2012/2013, «Não temais / Não tenhais medo exprime, então e basicamente, o anúncio e o reconhecimento da presença atuante de Deus e seu amor salvífico no nosso mundo, como raiz de uma confiança sólida e motivo de uma fundada esperança». Tendo-nos sido confiada a tarefa de sermos anunciadores e testemunhas da fé e da confiança, particularmente junto dos nossos irmãos mais novos, reconhecemo-nos envolvidos no mandato de Jesus «ide pois, fazei discípulos ensinando-os a cumprir tudo 130

65 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças quanto vos tenho mandado» (Mc 28, 18-20). Sentimos também quanto é difícil fazer discípulos e, mais difícil ainda, tornarmo-nos seus discípulos. Mas aí, sim, numa confiança ativa e fortalecidos pela promessa de que Ele estará sempre connosco, não teremos medo. Assim a reflexão que esta catequese nos proporciona é também ocasião para sentirmos a ajuda divina no fortalecimento da nossa fé e confiança. Na dinâmica da História da Salvação, encorajar alguém numa decisão ou situação difícil, receber um feliz anúncio ou ser incumbido duma tarefa ou missão são situações que, na Bíblia, foram precedidas do convite da parte de Deus, a confiar e a entregar-- -se na fé. É Deus que se antecipa. Antes de lá chegarmos, Ele já lá está ou, melhor, Ele está sempre connosco. Para alimentar e aprofundar esta relação do encontro de Deus connosco e saborear a sua presença na confiança de quem, nas mais variadas circunstâncias nos diz não temas, crê somente, Eu estou contigo, precisamos de dar atenção à sua presença e aprender com o Senhor Jesus como viver esta relação de confiança. Para um cristão, a grande oração da confiança é o Pai Nosso. «Quando oramos no Espírito de Jesus, especialmente com o Pai Nosso, caminhamos como que nas sandálias de Jesus e podemos estar seguros de que chegamos ao coração do Pai» (YOUCAT 477, Catecismo Jovem da Igreja Católica). Insistindo na confiança filial que coopera com a providência do Pai, «Jesus não nos incita a qualquer espécie de passividade, mas quer libertar-nos de toda a inquietação dominante e de qualquer preocupação. Assim é o abandono filial dos filhos de Deus» (CIC, 2830). No texto introdutório à experiência humana desta catequese somos fortemente interpelados a pôr a nossa segurança num Deus que vê muito mais para além daquilo que os nossos olhos podem avistar, mesmo se não compreendemos. Em relação ao drama descrito, o cardeal (cf. doc. 1) continua: «aquele rapazinho debruçado na janela 131

66 Maria Fernanda Tavares (SNSF) de uma casa em chamas não é, porventura, a imagem do cristão diante de Deus? No momento do perigo eis que a voz do Pai se faz ouvir: Tem confiança em Mim, lança-te nos meus braços!». E muitas vezes nós somos levados a responder: Pai, eu não Te vejo». Este Ano Pastoral vai coincidir com o Ano da Fé, ocasião para aprofundarmos a fé como acolhimento de um dom que não se conquista mas se recebe e é resposta que se sabe apoiada pela iniciativa gratuita de Deus, é ação recebida (cf. Borges de Pinho, na reflexão já citada) e, continua o mesmo teólogo, «a fé é a experiência de uma certeza interior, fundada em Deus e no seu compromisso de Amor, de que essa Promessa se cumprirá, mesmo quando humanamente não se vê como é que isso pode acontecer (cf. Rm 4, 18-20); é um viver o presente com os olhos postos no futuro como no lugar/tempo em que Deus se manifestará, na verdade do seu poder e da sua força, como realização definitiva das nossas esperanças mais profundas e consistentes». Como, de resto, o havia já intuído um autor que, não sendo teólogo soube exprimir a realidade da fé numa linguagem simbolicamente bela e profunda: «A fé é a virtude que nos faz sentir o calor do lar, enquanto cortamos a lenha» (Miguel de Cervantes). No caminhar da nossa vida e, dando sentido à mesma, deixemo-nos conduzir pela luz da fé, mantendo-nos firmes, como se contemplássemos o invisível, segundo a afirmação da Carta aos Hebreus (11, 27). Que Maria, Estrela da Esperança, nos oriente e que nós nos deixemos orientar para Aquele que é o nosso Tudo, a nossa esperança maior, Jesus Cristo (cf. Bento XVI, Caritas in Veritate, n.º 78). 132

67 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças Objetivos Reconhecer que a aproximação de Deus ao Homem é sempre geradora de paz e inspiradora de confiança; Acreditar, com convicções fundamentadas na Palavra de Deus, que Ele nos ama e nos acompanha no nosso caminhar e na nossa história. Materiais 1 Bíblia Cópia do texto do Cardeal Suenens (doc. 1); Pequenas folhas de papel colorido, recortadas segundo o formato de pétalas e contendo cada uma delas uma frase bíblica (doc. 2); Cópia de duas frases bíblicas em papel cortado em forma circular (doc. 3); Cópia(s) do texto do doc. 4; Folha de cartolina com frase: Não tenhais medo ; Leitor de CD ou computador; Músicas e texto A ou B (doc. 5); Texto para ser completado (doc. 6); Cola. II Desenvolvimento da catequese Experiência Humana Com música de fundo (um dos dois cânticos que são indicados), o(a) catequista acolhe o(a)s catequizando(a)s, no local da catequese, 1 Os textos dos vários documentos referidos no material de apoio a esta catequese encontram-se disponíveis na página oficial do Centenário das Aparições, durante o ano pastoral de , em Textos e Documentos / Catequese. 133

68 Maria Fernanda Tavares (SNSF) distribuindo a cada um uma frase bíblica (doc. 2), escrita em papel, de preferência colorido, cortado com o formato de uma pétala de flor. Dir-lhes-á que a guardem até ao momento oportuno. Pode entretanto iniciar um breve diálogo sobre o decorrer dos últimos dias, suas atividades e, se surgir qualquer referência a acontecimentos que tenham provocado medo ou pânico, aproveitar para valorizar essa referência tendo em conta o tema desta catequese. Vou agora ler um texto de um Bispo (cardeal da Bélgica), escrito há já alguns anos, cujo assunto muito me impressionou. Querem ouvir? O(A) catequista lê o texto do Cardeal Suenens (doc.1) e estabelece um pequeno diálogo. A título de sugestão, apontam-se algumas questões: O que é que motivou a aflição daqueles pais? Como é que eles souberam que o filho mais novo ainda estava dentro da casa já em chamas? Desejando tanto salvar o menino de cinco anos, o que é que o pai lhe ordenou? Mas o menino teve medo, porquê? E, como é que sabemos que o menino confiou no pai, mesmo dando-lhe uma ordem daquelas? Dirigir agora o diálogo à situação concreta do(a)s catequizando(a)s: E, vocês, já alguma vez viveram assim uma situação de medo? Sim? Não? E nunca se sentiram com medo? E medo de quê? Às vezes também temos medo de não conseguirmos os nossos objetivos, não é verdade? E há também quem tenha medo que descubram as suas asneiras. Outras vezes temos medo, porque pensamos que estamos sozinhos e que ninguém quer saber de nós. Pensemos mais um pouco e agora num outro plano: acontece que às vezes temos medo, porque nos sentimos diante de Deus como aquele menino diante do perigo. Dizemos que acreditamos n Ele e temos tantas provas de que Ele está connosco e que quer o melhor para nós, mas quantas vezes também somos levados a responder Pai, eu não te vejo? E depois, por não O ver, dizemos (ou dizem algumas pessoas) que não acreditamos n Ele. 134

69 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças Mas sabem, a Deus agrada muito a nossa confiança e por isso nos diz: Não tenham medo!. Querem ver como na Palavra de Deus, na Bíblia, aparece sempre essa preocupação de Deus pelas pessoas, quer individualmente quer em grupo ou em comunidade? Sobretudo quando estão numa aflição, ou quando são chamadas a cumprir uma tarefa ou missão, ou então quando ficam muito admiradas e surpreendidas por um grande acontecimento. A Palavra Neste momento, vou colocar a Bíblia em lugar de destaque, para que todos tenham presente que as frases que vamos ouvir foram retiradas de vários livros da Bíblia são Palavra de Deus na qual os nossos antepassados na fé acreditaram e, hoje, nós é que somos desafiados a acreditar. O(A) catequista pede agora a cada um do(a)s catequizando(a)s, pela ordem que for designada, que leia a frase bíblica que já tem em mãos, enquanto todos os outros permanecem em silêncio. Quando todos tiverem lido a sua frase o(a) catequista convida o grupo a pôr-se de pé e pede a 2 elementos do grupo, previamente designados, para se aproximarem da Bíblia e, a partir dela, lerem as passagens seguintes que já estarão devidamente assinaladas e por esta ordem: 1.ª «Anunciei-vos estas coisas para que em mim tenhais a paz. No mundo, tereis tribulações; mas tende confiança: Eu já venci o mundo!» (Jo 16, 33); 2.ª E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20). Dirigindo-se agora ao grupo o(a) catequista diz: Reparem bem: Jesus apresenta aqui a razão para não termos medo. Diz-nos para termos confiança n Ele, porque Ele está sempre connosco. Por isso estas duas frases vão ficar no centro daquilo que vai parecer uma flor: as vossas frases são as pétalas e este círculo com as duas citações, tão importantes para nós, vão ser o olho, o centro da flor. Assim não esqueceremos esta mensagem. 135

70 Maria Fernanda Tavares (SNSF) Coloca-se, então a folha de cartolina em cima de uma mesa e, depois de colado o papel em forma de círculo com as duas frases (doc. 3), todos (cada um de sua vez ou dois a dois para não demorar muito) vão colar, à volta do círculo, as suas folhas de papel com as frases que leram, dispostas como se fossem pétalas de uma flor. Poder-se-á optar por todas as frases transcritas e indicadas no material, independentemente do número de elementos do grupo e, neste caso, surgirá mais de uma camada de pétalas e para isso convém que a segunda camada só fique colada junto à base do olho da flor, para que se possa ler a frase de cada uma das pétalas, que ficam por baixo. Este convite a não ter medo continua a ecoar nos ouvidos do nosso coração. Vamos agora lembrar mais um acontecimento. Em Fátima, segundo a narração feita pela Irmã Lúcia, o Anjo que se aproximou dos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta começou por dizer-lhes: «não temais. Sou o Anjo da paz». Depois no ano seguinte, em 1917, através das palavras de Nossa Senhora, viemos mais uma vez a saber que em Deus nós estamos sempre seguros. E que através de Maria (como já alguns de nós ouvimos, no Evangelho de S. João, ela foi-nos dada como mãe, por Jesus, o que é um grande sinal da sua amizade por nós, que somos os seus discípulos de hoje), temos também essa garantia de estarmos seguros e tranquilos no caminho para Deus. Vamos ouvir o que diz a Ir. Lúcia. A leitura do texto (doc. 4) pode ser feita em forma de diálogo um(a) narrador(a) para o 1º parágrafo com mais dois catequizando(a) s, representando um(a) a voz da Ir. Lúcia e o(a) outro(a) a voz de Nossa Senhora, até ao final da última frase de Nossa Senhora (que termina em: te conduzirá até Deus ). Como veem, é tão bom sabermos que Maria, que também ouviu a saudação que lhe chegou do Céu, pelo Anjo Gabriel ( não temas, Maria ), desafia agora a nossa confiança e se apresenta com um coração cheio de ternura a dizer-nos que, ainda que tenhamos problemas e dificuldades, a nossa esperança deve voltar-se sempre para 136

71 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças a escolha do bem, para o Céu, para Deus e que ela nos acompanha sempre nesse caminho de busca, e ela sabe bem que, às vezes, ele é marcado por incertezas e desacertos, mas deixando-nos guiar por ela, cresceremos na fé, na confiança e com o nosso olhar fixo num grande Ídolo e numa grande Star : Jesus Cristo, o único the special one ao qual vale a pena dar ouvidos e imitar, pois a sua palavra é segura. Para não esquecermos esta mensagem de Nossa Senhora, vamos completar a frase dita à pastorinha Lúcia mas que também é dirigida a cada um de nós. (Apresenta o doc. 6 numa folha A4). Completada e aprendida ou fixada a frase, pede a dois elementos do grupo que colem a folha na parte da cartolina que está livre. Fica assim uma espécie de cartaz com o resultado a que se chegou nesta sessão. Na parte superior da cartolina, já deve estar escrito em grandes caracteres NÃO TENHAIS MEDO! Expressão de Fé Compromisso (De acordo com o nível etário do(a)s catequizando(a)s encontrar uma forma de compromisso que os leve a viver este desafio da confiança em Deus, apoiados na promessa da ternura maternal de Maria, que é como quem diz uma forma de Deus manifestar a sua presença amorosa e próxima junto de cada uma das pessoas). Como vimos, temos muitas razões para confiar em Deus. Então vamos comprometer-nos a rezar também por aqueles que perderam a esperança ou que pensam já não terem razões para confiar. Deste modo manifestamos a nossa solidariedade na fé, na confiança e no amor nós que gostamos tanto de ser solidários. E se alguma coisa está a correr mal, na nossa vida, vamos procurar não desanimar, tendo um pensamento para Deus e para Nossa Senhora. Lembremo-nos, então, de que o coração de Deus é extremamente grande e forte. Cabem lá todos. E os seus braços são suficientemente compridos para nos irem buscar onde nos encontramos. (Ouvir e mesmo cantar a canção escolhida, para interiorizar e preparar o momento de oração). 137

72 Maria Fernanda Tavares (SNSF) Oração (adaptar consoante as idades) Convidar o(a)s catequizando(a)s mais ou menos nestes termos: Agora, de pé, vamos falar com Jesus, que está sempre connosco. Podemos até fechar os nossos olhos, para concentrar melhor a nossa atenção e o nosso coração naquilo que estamos a dizer. Podem repetir, frase por frase, ou então, mesmo sem palavras, acompanhando com o pensamento o que eu digo a Jesus em nome de cada um e de cada uma de vós. Ó Jesus, eu não te vejo, mas sei que tu me vês e que gostas muito, mesmo muito, de mim. Sem te ver, sei que tu olhas para mim com muito afeto e com um amor de predileção (de preferência). É verdade que eu não te vejo, mas confio em ti, pela certeza da tua Palavra que me desafia a não ter medo e a ter confiança. Tua mãe também me acompanha no caminho da minha vida. Por isso não estou só e por isso te agradeço. Ó Jesus, ajuda-me a confiar sempre em Ti! Para guardar na memória e no coração: «O Senhor é meu pastor: nada me falta. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Tu estás comigo e me enches de confiança». (do Salmo 23) «O meu imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». (Memórias da Irmã Lúcia) Para ajudar a lembrar estas duas frases que estão diretamente relacionadas com o tema Não tenhais medo e com a atitude crente da confiança, sugere-se que sejam registadas no caderno dos(as) catequizandos(as) e escritas também no cartaz 2. 2 Tendo possibilidade de tirar fotografias ao grupo, no decorrer da sessão 138

73 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças III Documentos Documento 1 Conta o Cardeal Suenens: «Em plena noite, uma casa começa a arder. Pai, mãe, filhos correm para a rua e assistem impotentes ao avançar das chamas. De repente lembram-se, horrorizados, que falta o mais pequenino, um menino de cinco anos; na altura da fuga, amedrontado pelo fogo e pelo fumo, voltara para trás e subira para o andar de cima. Que fazer? Aventurar-se naquela fornalha é impossível. E eis que lá em cima, abre-se uma janela e a criança debruça-se gritando desesperadamente. O pai ouve-o e grita: Salta daí! Debaixo de si o pequeno não vê senão fumo e chamas, mas ouve a voz e responde: Papá, eu não te vejo!... Mas vejo-te eu! Salta daí! Responde o pai. E, a criança salta e cai, sã e salva, nos braços do pai, que a apanhou no ar» Em Liturgia Diária, outubro de 2005, p Documento 2 A partir da Palavra de Deus, desafiados a não ter medo: Frases bíblicas 1. «Após estes acontecimentos, o SENHOR disse a Abrão numa visão: Nada temas, Abrão! Eu sou o teu escudo, e a tua recompensa será muito grande». (Gn 15,1) desta catequese, sugerimos que sejam enviadas, através de suporte informático, algumas das que melhor captem o envolvimento das crianças na(s) atividade(s) proposta(s), para: Secretariado do Centenário das Aparições centenário@fatima.pt com a indicação do nome da Paróquia e Diocese e o ano de Catequese. 139

74 Maria Fernanda Tavares (SNSF) 2. (Ao Povo de Israel) «Nada temas, porque Eu estou contigo; ( ). Porque Eu o SENHOR, teu Deus, tomo-te pela mão, e digo-te: Não tenhas medo, Eu mesmo te ajudarei! pobre vermezinho de Jacob, mísero inseto de Israel!». (Is 41, ) 3. (Vocação de Jeremias) «Mas o SENHOR replicou-me: Não digas: Sou um jovem. Pois irás aonde Eu te enviar e dirás tudo o que Eu te mandar. Não terás medo diante deles, pois Eu estou contigo para te livrar. Não temas diante deles, ( ) porque Eu estou contigo para te salvar». (Jr 1, ) 4. «Disse-lhe o anjo: Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus». (Lc 1, 30) 5. «O anjo do Senhor apareceu-lhe em sonhos e disse: José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa». (Mt 1, 20) 6. «Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, e a glória do Senhor brilhou em volta deles; e tiveram muito medo. O anjo disse-lhes: Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, em Belém, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor». Lc 2, 9-11) 7. «Jesus disse a Simão: Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens». (Lc 5,10) 8. «Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito!». (Mt 28, 5-6) 9. «Jesus disse às mulheres: Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão». (Mt 28,10) 10. «O jovem disse às mulheres: Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui!». (Mc 16, 6) 11. «Mas, os discípulos vendo-o andar sobre o mar, julgaram que fosse um fantasma e começaram a gritar, pois todos o viram e se assustaram. Mas Ele logo lhes falou: Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!». (Mc 6, 49-50) 140

75 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças 12. «Mas Jesus, disse ao chefe da sinagoga (Jairo): Não tenhas receio; crê somente!». (Mc 5, 36) 13. «Jesus disse aos discípulos: Digo-vos a vós, meus amigos: ( ) não temais: valeis mais do que muitos pássaros!». (Lc 12,7) 14. «Disse-lhes Jesus: Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino». (Lc 12, 32) 15. «Enquanto isto diziam, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco! ( ). Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito. Disse-lhes, então: Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo!» (Lc, 36-39) Documento 3 «No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!». (Jo 16, 33) «E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos». (Mt 28, 20) 141

76 Documento 4 Maria Fernanda Tavares (SNSF) Memórias da Irmã Lúcia (Quarta Memória) «Dia 13 de Junho (de) 1917 Depois de rezar o terço com a Jacinta e o Francisco e mais pessoas que estavam presentes, vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que chamávamos relâmpago) e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira, em tudo igual a Maio. Vossemecê que me quer? perguntei. Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero. Pedi a cura dum doente. Se se converter, curar-se-á durante o ano. Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu. Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Fico cá sozinha? perguntei, com pena. Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus. Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação. 142

77 Não tenhais medo Uma proposta de catequese para crianças Eis, Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo, ao que nos referíamos, quando dizíamos que Nossa Senhora nos tinha revelado um segredo em Junho. Nossa Senhora não nos mandou, ainda desta vez, guardar segredo, mas sentíamos que Deus a isso nos movia». Documento 5 Cânticos (para selecionar um: A ou B) A O Senhor é meu Pastor 1. Confiarei nessa voz que não se impõe, mas que eu ouço bem cá dentro no silêncio a segredar. Confiarei, ainda que mil outras vozes corram muito mais velozes, para me fazer parar. E avançarei, avançarei no meu caminho. Agora eu sei que tu comigo vens também. Aonde fores, aí estarei, em Ti avançarei: Refrão O Senhor é meu pastor, sei que nada temerei. Ele guia o meu andar, sem medo avançarei. (2x) 2. Confiarei na Tua mão que não me prende, mas que aceita cada passo do caminho que eu fizer. Confiarei, ainda que o dia escureça não há mal que me aconteça, se contigo eu estiver. E avançarei, avançarei no meu caminho. Agora eu sei que tu comigo vens também. Aonde fores, aí estarei, em Ti avançarei: 143

78 Maria Fernanda Tavares (SNSF) Refrão 3. Confiarei, por verdes prados me levas, e em Teu olhar sossegas a pressa do meu olhar. Confiarei, a frescura das Tuas fontes deixa a minha vida cheia, minha taça a transbordar. E avançarei, avançarei no meu caminho Agora eu sei que tu comigo vens também. Aonde fores, aí estarei, em Ti avançarei: Partitura e vídeo: diversos 7.09 B O Senhor é a minha força O Senhor é a minha força, ao Senhor o meu canto. Ele é o nosso Salvador, Nele eu confio e nada temo. Nele eu confio e nada temo. Partitura e vídeo: Taizé 8.53 Documento 6 Frase para completar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». (Memórias da Irmã Lúcia) 3. 3 Dado que o texto se apresenta de forma lúdica, com imagens e palavras para completar facilitando assim a memorização das crianças convidamos o(a)s catequistas a descarregá-lo do site: em: Textos e Documentos/Catequese. 144

79 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes José Henrique Pedrosa 1. Introdução «Não desanimes» Na segunda Aparição de Nossa Senhora, a 13 de junho de 1917, a Lúcia fala em nome dos Pastorinhos pedindo a Nossa Senhora que os leve para o Céu. Maria responde-lhe que sim: a Jacinta e o Francisco levá-los-á em breve; mas ela ficará mais algum tempo com a missão de A fazer conhecer e amar, pois Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração. Lúcia, com pena, pergunta: «Fico cá sozinha?» Nossa Senhora responde-lhe: «Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». E continua a descrição das Memórias da irmã Lúcia: «Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus». É no contexto desta Aparição que, neste terceiro ano da celebração do centenário das Aparições de Fátima, nos é proposta uma reflexão sobre a esperança cristã. «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio» A esperança é, em primeiro lugar, confiança nas promessas de Deus, «é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos Céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo» (CIC, 1817). 145

80 José Henrique Pedrosa Por isso Maria convida Lúcia a não desanimar: ela não ficará só! Pode confiar na palavra que lhe é dada da parte de Deus. E pode desde já experimentar essa presença divina naquela luz imensa em que se viu submergida em Deus. No coração de Maria, Lúcia pode ter a certeza de encontrar um refúgio, um porto seguro onde saboreia desde já as promessas de Deus. A esperança é convite a olhar para o futuro envolvidos pela luz de Deus. A encontrar refúgio no Deus que cumpre a sua promessa, mesmo quando o presente é cheio de interrogações e dúvidas: Abraão confiou «para além do que se podia esperar» e tornou-- -se «pai de muitos povos» (Rom 4, 18); Moisés confiou na palavra de Deus e o deserto tornou-se caminho para a Terra Prometida; a longa espera messiânica fez-se carne no seio da Virgem Maria, e Jesus trouxe ao mundo a salvação. Para nós hoje, a esperança continua a lançar-nos para além do que conseguimos ver e a confiar naquilo que Deus nos prometeu pela Criação, pelos Profetas e em especial, por Jesus Cristo (cf. Youcat, 308). Uma esperança que traz a alegria serena de se saber a caminho da Bem-aventurança eterna. No meio dos percalços da vida, mas com a meta no Céu: «O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que o amam» (1Cor 2, 9). «e o caminho que te conduzirá até Deus» Mas a esperança é também um olhar novo sobre o presente: ela faz olhar para a vida de cada dia como o lugar onde se constrói a felicidade desejada. «A virtude da esperança responde ao desejo da felicidade que Deus colocou no coração de todo o homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens, purificando-- -as e ordenando-as para o Reino dos Céus; protege contra o desânimo; sustenta no abatimento; dilata o coração na expetativa da bem-aventurança eterna. O ânimo que a esperança dá preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade» (CIC, 1818). 146

81 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes A esperança leva a procurar no presente os meios para conseguir o fim que se deseja. Ela é dom recebido de Deus, mas também tarefa humana de quem se põe no caminho que conduz para Deus. Ela alimenta-se na escuta da Palavra, na celebração dos sacramentos, na oração, na prática da caridade. Ela ilumina a vida, e faz ultrapassar os desânimos do presente. Faz não ter medo de arriscar a vida pelo que vale realmente a pena. Ajuda a caminhar contra a corrente de uma cultura tantas vezes pessimista, egoísta, materialista, centrada na euforia do momento presente A esperança cristã é presente e futuro, já e ainda não, caminho a percorrer e certeza alcançada. Dá capacidade para vencer os medos, pois Deus nos garante, em Jesus Cristo, que quer para nós «vida em abundância» (Jo 10, 10). Maria é a Mãe da Esperança. Ela vive com a confiança que lhe é transmitida pelo Anjo: «Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). E é essa confiança que, em Fátima, nos transmite, e da qual nos quer fazer experimentar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». Objetivos: Conhecer a mensagem da Aparição de Nossa Senhora em Fátima em junho de 1917; Reconhecer em Nossa Senhora a Mãe da Esperança; Descobrir como viver hoje a esperança cristã. 2. Desenvolvimento da Catequese: Apresentam-se de seguida alguns tópicos para o desenvolvimento prático de uma catequese com adolescentes. 147

82 José Henrique Pedrosa 2.1. Experiência humana (20 minutos) Diálogo inicial: O que é a «esperança»? O que esperam as pessoas à nossa volta? E nós, o que esperamos? A esperança é importante para a nossa vida? Porquê? Uma história que fala de esperança: Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos de Fátima, a 13 de junho de Leitura dialogada das Memórias da Irmã Lúcia: Lúcia: Depois de rezar o terço com a Jacinta e o Francisco e mais pessoas que estavam presentes, vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que chamávamos relâmpago) e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira, em tudo igual a maio. Vossemecê que me quer? perguntei. Maria: Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero. Lúcia: Pedi a cura dum doente. Maria: Se se converter, curar-se-á durante o ano. Lúcia: Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu. Maria: Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Lúcia: Fico cá sozinha? perguntei, com pena. Maria: Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus. Lúcia: Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da 148

83 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação Diálogo: O que mais impressionou neste relato? Porque podemos ver nele uma mensagem de esperança? A que esperança convida Maria? Síntese a partir do reforço de expressões do texto das Memórias: «Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus» Escuta da Palavra (20 minutos) A partir deste momento, o grupo pode continuar o encontro na igreja ou numa outra sala preparada para estar em clima de oração. É conveniente que esse espaço tenha a imagem de Nossa Senhora de Fátima Maria é a Mãe da Esperança: a história do Povo de Deus é uma história de esperança. Abraão confia na Palavra de Deus, Moisés confia na palavra de Deus Maria acolhe em si toda a esperança do Povo, e por ela Cristo faz-se presente no mundo Lectio Divina do texto Lc 1, (distribuir folha com o texto e as questões para meditação e espaço para o compromisso final; distribuir esferográficas) a) Leitura do texto: Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó 149

84 José Henrique Pedrosa cheia de graça, o Senhor está contigo». Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus». Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se de junto dela. b) Leitura individual, em silêncio (possibilidade de ter música de fundo) c) Questões para a meditação (cada um poderá escrever a sua resposta) Maria perturbou-se... Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas» Perante a perturbação que Maria sente, o Anjo convida-a à confiança, a não ter medo A esperança traduz-se numa atitude de confiança, a não ficar fechado nos medos, mas a ter o coração aberto à surpresa de Deus, e avançar na vida com a força que vem da presença do Espírito Santo em nós. Em Fátima, Maria convida à confiança: «Não desanimes. Eu nunca te deixarei». Também nós somos desafiados a viver com confiança em Deus, a ter esperança e a não desanimar. Temos vivido com esta confiança? Sabemos ultrapassar as dificuldades para viver a Palavra 150

85 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes de Deus? Em casa e na escola, com os amigos, sabemos dar testemunho da nossa esperança como cristãos? «Porque nada é impossível a Deus» A esperança cristã centra-se nas promessas de Deus, na certeza de que a Ele nada é impossível. É olhar para o futuro com o olhar de Deus. Saber que nós somos limitados, mas Deus não. Maria acolhe o desafio de não ficar presa às dificuldades do presente: ela sabe esperar em Deus e nas suas promessas. Sabe que neste mundo tudo é passageiro, mas Deus é eterno, e é para Ele e para a Sua Vida que todos caminhamos. E em Fátima quer fazer-nos experimentar esta mesma segurança que ela viveu: no seu coração, Lúcia encontrará o refúgio: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio» Acreditamos que a Deus nada é impossível? Ficamos presos aos nossos limites, ou sabemos confiar-nos a Deus? Acreditamos que caminhamos para a ressurreição e a vida que Jesus nos prometeu? Vivemos com a esperança da felicidade eterna em Deus? «faça-se em mim segundo a tua palavra» A esperança é também um olhar novo sobre o presente. A confiança nas promessas de Deus compromete o nosso presente. Toda a vida de Maria se transformou pela sua esperança: porque confiou na Palavra de Deus, tornou-se a Mãe de Jesus Cristo. O «sim» de Maria é o exemplo concreto de quem torna a esperança uma forma de viver. A esperança é um caminho que se percorre para Deus com as opções de cada dia. É nesta esperança que Maria envolve os Pastorinhos em Fátima: «O meu Imaculado Coração será o caminho que te conduzirá até Deus». A esperança alimenta-se na escuta da Palavra, na celebração dos sacramentos, na oração, na prática da caridade. Procuramos estes meios para alimentar a esperança em nós? 151

86 2.3. Expressão de Fé (20 minutos) Cântico Quero ser como Tu, como Tu, Maria Como Tu, um dia, como Tu, Maria Quero aprender a amar Quero dizer meu sim Introdução à partilha: Em clima de oração, cada um é agora convidado a partilhar a meditação que fez: pode repetir apenas uma frase do texto bíblico que mais o tenha tocado, uma questão que o fez pensar mais, ou alguma das respostas que escreveu. a) Tempo para a partilha José Henrique Pedrosa b) Durante a partilha pode intercalar-se um cântico mariano Ao longo da tua vida nunca sozinho estás, Contigo pelo caminho Nossa Senhora vai. Vem, vem connosco, vem caminhar, Nossa Senhora vem! (bis) Se pelo mundo os homens sem conhecer-se vão, Não negues nunca a tua mão a quem contigo vai. c) Avé Maria (no final da partilha) 152

87 Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese com adolescentes 2.4. Síntese e compromisso final a) Introdução: a esperança cristã é presente e futuro, já e ainda não, caminho a percorrer e certeza alcançada. Dá capacidade para vencer os medos, pois Deus nos garante, em Jesus Cristo, que quer para nós «vida em abundância» (Jo 10, 10). Maria é a Mãe da Esperança. Ela vive com a confiança que lhe é transmitida pelo Anjo: «Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). E é essa confiança que, em Fátima, nos transmite, e da qual nos quer fazer experimentar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». b) Compromisso: no final do nosso encontro, somos convidados a descobrir alguma forma concreta de viver a esperança na nossa vida. O que podemos fazer para viver na confiança que Maria viveu e convidou os Pastorinhos a viver? (pode fazer-se uma partilha de ideias) Podem reler o que escreveram nas respostas às questões levantadas, e depois tirar uma consequência prática para a vossa vida. c) Cântico final Mãe, olha para mim Guarda o meu sim, neste novo dia. Como Tu, quero-me entregar, Ensina-me a rezar: Avé Maria! Coloca Tuas mãos sobre meus olhos De Mãe que o filho adormece; Fixa no meu o Teu olhar, Escuta, Virgem Mãe, a minha prece. 153

88 José Henrique Pedrosa Materiais necessários: Bíblia, folha com o texto das Memórias da Irmã Lúcia, folha com o texto bíblico para a Lectio Divina (com as questões e espaço para as respostas, espaço para o compromisso final e os diversos cânticos a utilizar), esferográficas. Fontes: Textos bíblicos: edição da Difusora Bíblica de Março de 2009; Memórias da Irmã Lúcia; Catecismo da Igreja Católica (CIC); Youcat, Catecismo Jovem da Igreja Católica; Vitamina C, Cancioneiro Juvenil do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil de Leiria-Fátima. 154

89 Com Maria, aprender a amar Catequese para adolescentes e jovens Estudos Em VAZ, Carla Abreu, coord. Envolvidos no amor de Deus pelo mundo: Itinerário Temático do Centenário das Aparições de Fátima: 4.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, Vasco António da Cruz Gonçalves

90 Com Maria, aprender a amar Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz Gonçalves 1. INTRODUÇÃO «Continuem a rezar» Na Aparição de 13 de julho, depois de Lúcia perguntar à Senhora «Vossemecê que me quer?», esta, do alto da carrasqueira e envolta naquela luz já familiar, fez-lhe alguns pedidos, entre os quais «continuem a rezar»; pedido tão natural em Maria como a força da oração na sua vida, aliás, também na vida de seu filho que constantemente rezava ao Pai. O pedido de Maria é a perseverança na oração como a Igreja o procurou fazer desde a primeira hora (At 1,14). A Senhora especificou o modo de rezar: «o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário». João Paulo II disse: «o rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. ( ) De facto, sob o fundo das palavras da Ave-Maria passam diante dos olhos da alma os principais episódios da vida de Jesus Cristo. ( ) Ao mesmo tempo, o nosso coração pode incluir nestas dezenas do rosário todos os factos que formam a vida do indivíduo, da família, da nação, da Igreja e da humanidade, acontecimentos pessoais e do próximo, e de modo particular daqueles que nos são mais familiares e que mais estimamos. Assim, a simples oração do Rosário marca o ritmo da vida humana» (Youcat, 481). E aponta a finalidade da oração: «para obter a paz no mundo e o fim da guerra». A Irmã Lúcia nas suas Memórias ainda refere que «o que me lembro é que Nossa Senhora disse que era preciso rezarem o terço para alcançarem as graças durante o ano». A oração é, na verdade, descer à fonte da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Pela oração desce-se à fonte do amor e entra-se na escola do amor misericordioso. 121

91 «Sacrificai-vos» Neste quarto ano da celebração das Aparições de Fátima, a Aparição de 13 de julho desafia-nos a refletir sobre o amor de Deus pelo mundo, o amor de Maria que brota do seu Coração Imaculado e que a todos envolve. O convite ao sacrifício é profundamente evangélico e desafia à vivência do amor que brota da oração, do encontro com o amor misericordioso de Deus e com o coração Imaculado de Maria. Nossa Senhora, insistindo com os pastorinhos, diz-lhes: «Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria». É como se a Senhora lhes pedisse para imitarem Cristo, pois «é o amor até ao fim que confere ao sacrifício de Cristo o valor de redenção e reparação, de expiação e satisfação. Ele conheceu-nos e amou-nos a todos no oferecimento da sua vida» (CIC, 616). O sacrifício de Jesus é toda a sua vida vivida numa abertura aos outros, numa dádiva constante e progressiva que no alto da cruz encontra a sua máxima expressão: «Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores (Mc 2,17). Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e atos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa (Lc 15,7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua própria vida, pela remissão dos pecados (Mt 26,28)» (CIC, 545). A Aparição de 13 de julho é um apelo profundo a ver no «sacrifício» o amor pelos outros, sobretudo pelos que mais pecam. É do coração de cada um, enraizado no coração de Deus e de Maria, que brota a força para partilhar a vida, seguindo o exemplo e o mandamento de Cristo que «ao partilhar, no seu coração humano, o amor do Pai para com os homens, ( ) amou-os até ao fim (Jo 13,1), pois não há maior amor do que dar a vida por aqueles que se ama (Jo 15,13). Assim, no sofrimento e na morte, a sua humanidade tornou-se instrumento livre e perfeito do seu amor divino, que quer a salvação de todos os homens» (CIC, 609). Objetivo: - Conhecer a mensagem da Aparição de Nossa Senhora em Fátima, em 13 julho de 1917; - Reconhecer em Nossa Senhora e no seu Imaculado Coração o amor misericordioso e compassivo; - Ajudar a viver o amor como síntese e força da vida cristã. 122

92 Com Maria, aprender a Amar Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz Gonçalves 2. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE: Sensibilidade Juvenil: desejo de um mundo diferente e melhor. Um número significativo de adolescentes e jovens manifesta o interesse e a vontade de se empenhar em ações concretas e contribuir para a construção de um «mundo diferente e melhor». São expressão desta realidade juvenil o voluntariado, as experiências de solidariedade, o associativismo, etc Texto Bíblico (Rom 12,9-21): a experiência do amor cristão. Nesta catequese pretende-se que os adolescentes e os jovens, partindo da experiência humana de «inferno» como condição de pecado egoísmo, violência, desvalorização do outro, etc., sintam e assumam o compromisso de, através da vivência cristã do amor, construir um mundo diferente e melhor, e fazer que o Céu já aconteça aqui na terra Experiência Humana Segundo as Memórias da Irmã Lúcia, na mesma Aparição de 13 de julho, Nossa Senhora «abriu de novo as mãos, como nos dois meses passados» e mostrou o inferno aos pastorinhos e ensinou-lhes a jaculatória «Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem» Partilha Depois de uma leitura da «visão do inferno», a partir das Memórias da Irmã Lúcia, segue-se um tempo de partilha da experiência humana de «inferno». Se o número de adolescentes e jovens for grande, esta partilha deve ser feita em pequenos grupos e, depois, em plenário. As seguintes questões podem orientar: - O que é para ti o inferno? Conta alguma experiência de inferno - Qual é o fogo que destrói o fogo do inferno? Qual o caminho que nos livra e livra os outros do fogo do inferno? A VISÃO A forma de que a Senhora se serviu para mostrar o inferno aos pastorinhos foi a «visão». Esta materializou-se em imagens que as três crianças foram assimilando da cultura envolvente onde cresciam, na catequese, ilustrações de livros e catecismos, etc. As imagens que lhe dão forma não se devem confundir com a mensagem. Nossa Senhora não nos vem dizer que o inferno é assim porque o inferno não é uma realidade palpável e material! 123

93 A MENSAGEM A mensagem que a Senhora nos deixa através da visão do inferno é de conversão a Deus, ao Céu. Isto porque o pecado inferniza e separa-nos de Deus. E a Senhora ajudou-os, e hoje ajuda- -nos a nós, a perceber a gravidade do pecado e a necessidade imensa de conversão. Se as pessoas não se convertem a Deus e ao seu amor misericordioso vivem a infernizar-se e infernizam os outros. Quanto mais longe os homens estão do amor de Deus, mais se aproximam do inferno: estão a «ir para o inferno». Este não é um sítio, um espaço físico, mas um estado de alma, uma situação dramática de desgraça humana: quanto mais a pessoa se desumaniza, tanto mais caminha para o inferno. A JACULATÓRIA A jaculatória que Maria ensinou aos pastorinhos faz-se por todos nós que estamos em situação de purgatório e, sobretudo, pelos que mais necessitam, os mais afastados de Deus, para que a Graça os encha, os purifique, os converta. O INFERNO Deus oferece-nos a salvação, a possibilidade de participar no seu mistério de comunhão, de amor. Mas Deus, precisamente porque é Deus, respeita a nossa liberdade. Se não nos abrimos à Graça de Deus e nos fechamos nos nossos egocentrismos, não estamos a caminhar para a comunhão (a autêntica humanidade passa por aí), mas para o isolamento, para o inferno (isolando-nos caminhamos no sentido contrário da comunhão, do amor, infernizando-nos).o inferno é uma tragédia pessoal, em que nós, criados para amar e para a comunhão, nos vamos eternizando cada vez mais fechados dentro de nós próprios. O FOGO DO INFERNO São os sentimentos que destroem e fazem sofrer aqueles que na vida assumem uma atitude de inferno, porque no seu egocentrismo infernizam-se e infernizam os outros. S. Paulo, na Carta aos Efésios (4,31), aponta alguns: azedume, irritação, cólera, insulto, maledicência e toda a espécie de maldade. Não há fogo pior: a vida é uma tragédia, uma dor, um sofrimento constante quando a pessoa se consome num isolamento culpável, numa solidão contra tudo e contra todos, fechada a Deus e ao seu amor. O FOGO DO AMOR DE DEUS É a Graça de Deus, o fogo do amor misericordioso de Deus que queima e destrói, não o homem, mas o pecado; fogo que purifica e renova o coração do homem. 124

94 Com Maria, aprender a Amar Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz Gonçalves São Paulo exorta-nos: «caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e se entregou por nós, oferecendo-se como vítima agradável a Deus» (Ef 5,2). O caminho é o amor! É preciso percorrer hoje e sempre esse caminho, para que a Paz possa vencer! E ainda: «Sede bondosos, compassivos uns com os outros e perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo» (Ef 4,32) Escuta da Palavra Lê-se o texto bíblico: Rom 12,9-21. Na Carta aos Romanos, S. Paulo exorta os membros da comunidade cristã a viverem como verdadeiros cristãos e propõe-lhes um conjunto de normas para a vida da comunidade. Uma série de exortações percorre o texto e aponta qual deve ser o comportamento do cristão. Nos primeiros versículos (9-16), Paulo refere-se sobretudo às relações internas entre os cristãos da comunidade de Roma e, nos seguintes (17-21), as exortações confrontam os cristãos de Roma com todos os homens: mas na realidade as duas partes estão intimamente interligadas. Paulo: 1. Exorta à vivência do amor: deve ser sincero e caracteriza-se como amor fraterno (9-10); 2. Convida a fugir do mal e a seguir o bem: constitui uma norma de caracter geral que se volta a reencontrar no final deste pequeno texto e sublinha o significado moral; 3. Nos vv , insiste na necessidade de uma vida cristã animada pelo fervor, pela alegria na adversidade, pela assiduidade na oração, pela solidariedade para com os companheiros que se exprime também na prática da hospitalidade; 4. Fala da bênção e desafia ao perdão no v. 14, lembrando partes do Evangelho (cf. Mt 5,44 e Lc 6,28); 5. Exorta à partilha da alegria e da dor, isto é, pôr-se de acordo, colocar-se a si próprio e aos próprios interesses em segundo plano; 6. Convida a viver em paz com todos pois só Deus é que é juiz (vv ); exorta a assistir também o inimigo: a dar-lhe de comer se tem fome e de beber se tem sede (v. 20). As recomendações que Paulo dirige aos cristãos de Roma podem ser dirigidas a cada comunidade de crentes em Cristo. Respondem a princípios morais universais, mas neste contexto representam a consequência prática da fé, ilustrada no seu aspeto doutrinal na primeira parte da carta. Constituem a consequência de um amor autêntico e sem hipocrisia que é o resultado da filiação em Deus no 125

95 Espírito (cf. Rom 5,14) e irmãos em Cristo, na qual «somos um só corpo» (Rom 12,5) Expressão de Fé Pode-se proporcionar a partilha entre os participantes a partir do contraste entre o que foi partilhado à volta da visão do inferno e a exortação de Paulo. As partilhas podem orientar-se para uma dimensão mais pessoal. - Como é que cada um de nós pode esperar mudar o mundo com a sua própria ação? 2.4. Síntese e compromisso final «o meu Imaculado Coração vencerá» O amor vencerá (cf. Ct 8,6-7; 1Cor 13,8). Por fim, a Senhora garante que o seu Imaculado Coração vencerá. Só o coração puro, sem mancha de pecado, cheio da Graça e do amor de Deus é capaz de vencer o pecado e uma cultura de morte. O Coração de Maria é para nós exemplo e estímulo. O amor traz em si o ardor de Deus, o outro fogo que é o fogo de Deus, e é capaz de destruir, queimar, não o homem, mas o pecado que inferniza a humanidade. Se nos abrirmos ao fogo do amor de Deus que renova os nossos corações, sobretudo através da oração assídua, então ajudaremos o amor do Coração Imaculado de Maria a vencer tantos ódios, tanta guerra, tanta violência fruto dos corações pecadores. Rezar pela conversão dos pecadores é, antes de mais, deixarmo-nos transformar e renovar pelo fogo do amor de Deus, mas também comprometermo-nos a ser instrumentos desse mesmo amor, construtores da sua Paz. 126

96 Com Maria, aprender a Amar Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz Gonçalves (Como compromisso, terminar com a Oração de S. Francisco, se possível cantada) ORAÇÃO DE S. FRANCISCO Senhor, fazei de mim instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado; Compreender, que ser compreendido; Amar, que ser amado. Pois, é dando que se recebe, É perdoando que se é perdoado, E é morrendo que se vive para a vida eterna. 3. Material Bíblia; folha com o texto das Memórias da Irmã Lúcia; folha com a Oração de S. Francisco; papel em branco e canetas. 4. Fontes Memórias da Irmã Lúcia I, Fátima, Secretariado dos Pastorinhos; Bíblia, Difusora Bíblica, 2008; Youcat, Catecismo Jovem da Igreja Católica; Catecismo da Igreja Católica (CIC) Vasco Pinto de Magalhães, Purgatório/Inferno, em AA.VV. Conversas com princípio, meio e fim, ed. C. Azevedo, Porto, 1997, pp. 66 ss. 127

97 Mãe do Amor Misericordioso Catequese para crianças Estudos Em VAZ, Carla Abreu, coord. Envolvidos no amor de Deus pelo mundo: Itinerário Temático do Centenário das Aparições de Fátima: 4.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, Maria Luís Reis

98 Mãe do Amor Misericordioso Catequese para crianças Maria Luís Reis I INTRODUÇÃO REFLEXÃO PARA O CATEQUISTA 1. O amor como síntese da vida cristã «O amor é a forma mais alta e mais nobre de relação dos seres humanos entre si», referiu João Paulo II. E como pode o amor sintetizar a vida cristã? Ora, sendo a vida do cristão centrada em Cristo e a vida de Cristo centrada no amor de Deus a ser repartido entre todos, também a vida do cristão estará ao serviço do amor. Se nos dizemos cristãos teremos de agir eticamente como Jesus e para isso é preciso tê-lo diante dos nossos olhos através dos seus ensinamentos e prática de vida. Não é fácil na sociedade atual falar de Amor com A maiúsculo. Este amor significa uma entrega total quer vivendo, quer morrendo, como Jesus nos mostrou. Um fariseu perito da lei, uma vez, perguntou a Jesus: Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Jesus disse-lhe: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22,36-40). Constatamos pois que o amor é a maior verdade cristã e o maior e mais profundo mandamento de Jesus e que S. Paulo tão bem sintetiza: Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto: amar-vos uns aos outros. Pois quem ama, cumpre plenamente a Lei (Rm 13,8). Também, segundo o Evangelho de João (1,18), a Deus jamais alguém O viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi 117

99 Ele quem o deu a conhecer. Assim, o cristão deve olhar em primeiro lugar para Jesus, na sua vida humana, contemplando a entrega da sua vida por amor. E então pode dizer que assim é Deus. Deus que se dá no Amor e está presente na nossa vida e em nome do qual fomos batizados, e é este amor que professamos que deve constituir o pilar da nossa vida como cristãos conscientes, cristãos por opção. O amor de Deus, a realidade de que somos profundamente amados por Deus deverá ser talvez, a primeira e maior verdade de fé. 2. Maria, a mulher da compaixão Define-se compaixão como o sentimento de pesar que nos causam os males alheios, bem como uma vontade de ajudar o próximo. Como podemos então ver em Maria uma mulher de compaixão? Na segunda aparição destacamos as palavras reconfortantes de Nossa Senhora à pastorinha Lúcia, perante o sofrimento pela notícia de ficar sem os seus primos: Não desanimes. Eu nunca te deixarei. Maria é para nós exemplo de verdadeira compaixão quando junto à cruz vê o seu filho em sofrimento desejando que ele não morra, mas aceitando a vontade do Pai tal como o seu Filho. Peçamos também a Deus que nos dê a capacidade de sermos compassivos como Maria, para entendermos que, com Ele, nós superamos tudo. Ele deu-nos Maria para ser nosso amparo e ela assim o referiu a Lúcia: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Experiência Humana Mostrar 3 figuras que ilustrem compaixão: Fig. 1 criança a chorar e alguém a consolar; Fig. 2 alguém dando de comer a um pobre; Fig. 3 alguém a dar ânimo a um doente. Ouvir o que as crianças têm a dizer sobre cada uma das imagens apresentadas e por fim questioná-las sobre o sentimento que lhes está subjacente: a compaixão. Deverá explicar-se-lhes que ter compaixão é a nossa vontade de ajudar a minimizar o sofrimento dos outros, mostrando cuidado, atenção e delicadeza por aqueles que sofrem. E agora que já sabemos o que é compaixão vamos ver com o também Maria é generosa connosco no seu amor misericordioso. 118

100 Mãe do Amor Misericordioso Catequese para crianças Maria Luís Reis Palavra de Deus Nossa Senhora disse a Lúcia «Não desanimes. Eu nunca te deixarei». Também a ela Deus fez uma promessa semelhante através do anjo que a visitou em Nazaré. Vamos ouvir: Leitura de Lc 1,28-30 «Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo. Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: Maria não temas, pois achaste graça diante de Deus». Dialogar com as crianças sobre aquilo que ouviram refletindo que Maria é, na realidade, como nós, pois viveu as mesmas alegrias que nós, as mesmas dores, momentos felizes e momentos difíceis, fadigas como as nossas e o mesmo entusiasmo, sempre confiando e colocando-se nas mãos de Deus. Quando chegam os momentos mais difíceis, Maria ensina-nos a não desanimar diante de coisas que não estão tão bem. Assim, quando rezamos a Ave-Maria e repetimos as palavras do anjo: «O Senhor é convosco!» estamos também nós a dizer que Deus está sempre junto de nós. Nossa Senhora prometeu aos pastorinhos que nunca os deixaria e à sua semelhança também nós sabemos que ela está sempre ao nosso lado amparando-nos quando precisamos. Não é isso que fazem as nossas mães? O que acontece quando nos magoamos? Quando estamos doentes? E quando estamos aflitos com um teste? ( ). Explorar esta relação e atitude de compaixão das mães para com os filhos, abordando com algum cuidado as crianças que já não têm a mãe a seu lado. ATIVIDADE 1 Distribuir às crianças uma pagela com a oração de S. Francisco de Assis, adaptada às suas idades para mais facilmente ser compreendida como síntese de toda a catequese. 119

101 ORAÇÃO Senhor, Onde houver ódio, que eu leve o amor, Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz! Ó Jesus, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado. Compreender, que ser compreendido. Amar, que ser amado. Pois é dando, que se recebe. É perdoando, que se é perdoado SENHOR, FAZEI-ME UM INSTRUMENTO DO VOSSO AMOR! (Oração adaptada) 2 Depois de todos rezarem em conjunto desafiar as crianças a exemplificarem o que fazer para se agir em conformidade com aquilo que dissemos em cada um dos versos (ex.: Que vamos fazer para levar amor onde há ódio?); 3 Depois do diálogo e de acordo com os recursos disponíveis passar uma apresentação (filme/powerpoint) com ilustrações para a referida oração; 4 Por fim, fazer a ligação com Maria que é para nós exemplo destas ações e concluir com o cântico: Quero ser como tu, Maria. 120

102 Catequese para Crianças Estudos Em VAZ, Carla Abreu, coord. Santificados em Cristo: Itinerário Temático do Centenário das Aparições de Fátima: 5.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, 2014 Sandra Dantas

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