Psicologia do Adulto e do Idoso 2
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- Lídia Ribeiro Affonso
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1 Psicologia do Adulto e do Idoso EDUCAÇÃO SOCIAL 1º Ano, 2º Semestre 2014/2015 SUMÁRIO: Morte e Luto ASPECTOS GERAIS O DESENVOLVIMENTO PRÉ-MORTE; José Farinha, ESEC, 2015 MORTE E LUTO ASPECTOS GERAIS Psicologia do Adulto e do Idoso 2 1
2 Realidade da morte ASSUNTO ASSUSTADOR, MAS DE GRANDE IMPORTÂNCIA; TABU DOS TEMPOS MODERNOS; RELAÇÃO DAS NOSSAS ATITUDES FACE À MORTE COM: atitudes face à vida atitudes face às pessoas idosas (estão mais perto da morte) 3 Psicologia do Adulto e do Idoso NEGAÇÃO INCONSCIENTE DA MORTE NEGAÇÃO DA VIDA? 4 Psicologia do Adulto e do Idoso 2
3 MORTE E LUTO O DESENVOLVIMENTO PRÉ-MORTE Psicologia do Adulto e do Idoso 5 A morte enquanto factor de desenvolvimento psicológico A CONSCIÊNCIA DA APROXIMAÇÃO DA MORTE IMPLICA ALTERAÇÃO DE PROCESSOS PSICOLÓGICOS: - FACTOR DE DESENVOLVIMENTO; PODE LEVAR ATÉ A UMA RESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE; NOVA PERCEPÇÃO DA REALIDADE DA MORTE FACTOR DE DESENVOLVIMENTO PROJECTADO NO FUTURO. 6 Psicologia do Adulto e do Idoso 3
4 Alteração da perspectiva temporal de vida A PESSOA COMEÇA A TER UMA NOÇÃO DO SEU TEMPO DE VIDA, CONTADO JÁ NÃO A PARTIR DO MOMENTO EM QUE NASCEU, MAS A PARTIR DO TEMPO QUE ELA IMAGINA QUE VAI AINDA VIVER (Neugarten, 1976) 7 Psicologia do Adulto e do Idoso O Processo de Revisão de Vida Eu estou a escrever um diário ao qual chamo de livro dos mortos. Quando eu o terminar estarei morta. Eu quero estar pronta, quero ter as coisas todas juntas e arrumadas como quem se prepara para uma grande jornada final. Eu pretendo tornar-me inteira aqui neste inferno. É a coisa que está perante mim para eu fazer. Então, de certa forma, este caminho para o interior de mim e para o passado é como um mapa, o mapa do meu mundo. Se eu conseguir desenhá-lo com precisão, saberei onde estou. Caro Spencer em As We Are Now (Sarton, 1973) 8 Psicologia do Adulto e do Idoso 4
5 O PROCESSO DE REVISÃO DE VIDA NA PERSPECTIVA DE ROBERT BUTLER (1975) É um processo de reminiscência conducente a uma reorganização do self; É um processo mental natural e universal; É desencadeado pela noção da proximidade da dissolução e morte; Está relacionado com o 8º estádio de E. Erikson. 9 Psicologia do Adulto e do Idoso Pode assumir formas e manifestações psicológicas variadas Pode ser: Um processo silencioso (interior) ou partilhado com outros; Experienciado a níveis diferentes de consciência; Vivido com diferentes grau de intensidade; Muitas vezes envolve a observação do próprio ao espelho. 10 Psicologia do Adulto e do Idoso 5
6 Pode seguir duas vias possíveis: Via positiva: Reorganização do self, através da integração do novo eu (físico) no sentido contínuo do self; Reminiscências: - busca de sentido; Crescente sabedoria e serenidade; Via negativa: Depressão, culpa, ruminações obsessivas acerca do passado. 11 Psicologia do Adulto e do Idoso Três grupos de risco: A. Indivíduos que olham para o futuro como forma de evitarem a memória do passado ou a vivência do presente; B. Indivíduos que, em algum momento de sua vida, têm a noção de terem severamente e conscientemente ferido ou causado prejuízo a outros (culpa real); C. Indivíduos narcisistas para quem a ameaça da morte pode resultar em extrema depressão. 12 Psicologia do Adulto e do Idoso 6
7 Pode representar um contexto de ajuda para o idoso ou ter um interesse psicoterapêutico: A. permite a oportunidade de falar sobre os conflitos e frustrações do passado; B. a revisão oral da história de vida, fornece informações valiosas que podem ser usadas na relação terapêutica ou de ajuda; C. Pode ser uma forma de os idosos poderem satisfazer o eventual desejo de deixar algo que perdure para além deles. 13 Psicologia do Adulto e do Idoso O OITAVO ESTÁDIO DE ERIK ERIKSON É desencadeado pela consciência da iminência da morte e pelo reconhecimento de que é demasiado tarde para efectuar alterações significativas na nossa vida - não há tempo para recomeçar de novo. Factores desencadeadores: - Doença grave, idade avançada, morte de coortes, indicadores psicológicos interiores. 14 Psicologia do Adulto e do Idoso 7
8 Culminar dos estádios anteriores. Envolve a aceitação do nosso ciclo de vida como algo único e irrepetível assim como das pessoas que se tornaram significativas para ele (Erikson, 1968) 15 Psicologia do Adulto e do Idoso Questão do significado e valor da própria vida; Resolução adequada: - sentido de integridade; Resolução inadequada: - desespero (resultante da falta de tempo para refazer a vida). 16 Psicologia do Adulto e do Idoso 8
9 COMPARAÇÃO ENTRE A TEORIA DE BUTLER E DE ERIKSON Pontos de concordância: a revisão de vida é uma tarefa de desenvolvimento final que surge da necessidade de dar uma resposta à consciência da proximidade da morte; A revisão de vida muitas vezes pode assumir a forma de reminiscências; uma resolução positiva dos resultados da revisão de vida implica uma reorganização da personalidade; 17 Psicologia do Adulto e do Idoso uma resolução negativa da vida resulta em desespero e na sensação de que o tempo está se esgotando. Pontos de discordância: BUTLER, não apresenta a sua teoria ou o próprio conceito de revisão da vida enquadrado numa teoria global da personalidade; BUTLER não relaciona o conceito de revisão de vida uma fases específica do desenvolvimento; 18 Psicologia do Adulto e do Idoso 9
10 BUTLER sustenta que a revisão de vida pode ser feita exclusivamente pelo próprio indivíduo - interacção com outros indivíduos não é necessária para o processo de revisão de vida. 19 Psicologia do Adulto e do Idoso Ansiedade existencial e morte ANSIEDADE EXISTENCIAL: Definição: Estado subjectivo do indivíduo que toma consciência de que a sua existência pode ser terminada, que ele pode perder-se a si próprio e a este mundo, de que pode tornar-se nada (May, 1958). 20 Psicologia do Adulto e do Idoso 10
11 Está mais presente em: pessoas mais novas eventualmente próximas da morte do que em pessoas idosas nas mesmas circunstâncias; pessoas na meia-idade tardia confrontadas com a morte de parentes, amigos, colegas, etc.. 21 Psicologia do Adulto e do Idoso Psicologia do Adulto e do Idoso 22 11
12 Estudos sobre a aceitação da morte MEDO DA MORTE: - NÃO SE VERIFICA NA MAIORIA DAS PESSOAS (KALISH, 1976); UM ESTUDO DE LIEBERMAN & COPLAN, 1970 PERMITIU CONCLUIR QUE: É uma questão mais importante para pessoas da meia idade do que para pessoas mais idosas; Pessoas idosas vivendo em Lares: - Ansiedade mais presente em pessoas acabadas de entrar do que em residentes há mais tempo. 23 Psicologia do Adulto e do Idoso Estudo de Bengston, Cuellar & Ragan, 1977 sobre o medo da morte segundo a origem étnica 24 Psicologia do Adulto e do Idoso 12
13 RECEIO DA MORTE - MAIS FORTE EM PESSOAS MODERADAMENTE RELIGIOSAS DO QUE EM PESSOAS PROFUNDAMENTE RELIGIOSAS; A PREPARAÇÃO PARA A MORTE AUMENTA COM A IDADE ESPECIALMENTE PARA PESSOAS COM MAIS INSTRUÇÃO; EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS O RECEIO DA MORTE ESTAVA RELACIONADO COM RECEIO DO ENVELHECIMENTO, MAS NÃO DOS IDOSOS. 25 Psicologia do Adulto e do Idoso 13
Psicologia do Adulto e do Idoso 2
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