AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS TÍPICAS EM PAVIMENTO ASFÁLTICO NO ACESSO VIÁRIO DO CAMPUS ACADÊMICO DO AGRESTE DA UFPE

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1 AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS TÍPICAS EM PAVIMENTO ASFÁLTICO NO ACESSO VIÁRIO DO CAMPUS ACADÊMICO DO AGRESTE DA UFPE Jhonata Fernandes Ferreira Silva ¹ Vitor Hugo de Oliveira Barros² Mariberto Alves Pereira Júnior 6 José Germano da Silva Neto³ Anderson Viana do Nascimento 4 João Matheus Alves Monteiro 5 RESUMO A economia de todo país está intimamente ligada a eficiência da sua matriz de transporte, da qual, no Brasil, 59% é composta pelo sistema rodoviário, evidenciando a importância deste para o país. Para a execução das rodovias, o emprego do cimento asfáltico é uma opção bastante eficiente, já que proporciona segurança e conforto de rolamento, além de ser economicamente viável e relativamente durável para grande parte das situações. Contudo, o mau planejamento e a má execução de pavimentos asfálticos podem provocar sérios problemas à via e aos seus usuários. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo avaliar as patologias do acesso viário do Campus Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), localizado na cidade de Caruaru, afim de estudar os defeitos descritos pela norma DNIT 005/2003 TER (Defeitos nos pavimentos flexíveis e semirrígidos) comumente observados em pavimentos asfálticos. Este estudo de caso faz uso de dados obtidos através de consulta aos engenheiros que participaram da execução da via e fotografias retiradas da mesma. Como resultado pode-se apresentar uma série de patologias, como trincas em geral, afundamentos e escorregamentos, relacionando-as as suas prováveis causas. Foi possível, ainda, elaborar um mapeamento dos defeitos na área de estudo destacando a localizando cada patologia. Ao fim, faz-se uma análise técnica das soluções necessárias a correção das patologias mostradas neste trabalho, fazendo com que o estudo realizado neste artigo possa ser utilizado em outras áreas de nossa região, visto a similaridade das condições climáticas e de serviço. Palavras-chave: Pavimento asfáltico, patologias, estudo de caso. INTRODUÇÃO Segundo dados do boletim estatístico divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em janeiro de 2016, 61,1% da participação na matriz do transporte de cargas brasileiro é de responsabilidade do modal rodoviário, além de ser responsável pelo ¹ Graduando em engenharia civil pela UFPE CAA. jhonata.eng@gmail.com. Centro Acadêmico do Agreste CAA / UFPE Rodovia BR 104, KM 59, s/n, Sítio Juriti, Zona Rural CEP: , Caruaru, PE-BRASIL. ² Graduando em engenharia civil pela UFPE CAA. vitor_barros1@outlook.com. Centro Acadêmico do Agreste CAA / UFPE Rodovia BR 104, KM 59, s/n, Sítio Juriti, Zona Rural CEP: , Caruaru, PE-BRASIL. ³ Graduando em engenharia civil pela UFPE CAA. netogermano@hotmail.com. Centro Acadêmico do Agreste CAA / UFPE Rodovia BR 104, KM 59, s/n, Sítio Juriti, Zona Rural CEP: , Caruaru, PE-BRASIL. 4 Graduando em engenharia civil pela UFPE CAA. anso_viana@hotmail.com. Centro Acadêmico do Agreste CAA / UFPE Rodovia BR 104, KM 59, s/n, Sítio Juriti, Zona Rural CEP: , Caruaru, PE-BRASIL. 5 Graduando em engenharia civil pela UFPE CAA. jm.matheus@hotmail.com. Centro Acadêmico do Agreste CAA / UFPE Rodovia BR 104, KM 59, s/n, Sítio Juriti, Zona Rural CEP: , Caruaru, PE-BRASIL. 6 Mestrando em engenharia civil pela UFPE CAA. maribertoalves@gmail.com Centro Acadêmico do Agreste CAA / UFPE Rodovia BR 104, KM 59, s/n, Sítio Juriti, Zona Rural CEP: , Caruaru, PE-BRASIL.

2 2 transporte de passageiros, evidenciando sua importância e protagonismo entre os modais para o sistema de transporte brasileiro e, consequentemente, a economia do país. Nakamura (2011) afirma que para a execução das rodovias, pode-se formar a pavimentação com, principalmente, quatro camadas: revestimento de base asfáltica, base, subbase e o reforço do subleito. O revestimento asfáltico na composição de pavimentos flexíveis é uma das soluções mais tradicionais e utilizadas na construção e recuperação de vias urbanas, vicinais e de rodovias. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto (Abeda), mais de 90% das estradas pavimentadas nacionais são de revestimento asfáltico. (NAKAMURA, 2011). O amplo uso do revestimento asfáltico pode ser entendido por ser economicamente viável e relativamente durável para grande parte das situações, proporcionando ainda, segurança e conforto de rolamento. Para Bernucci et. al (2006) pode-se esperar um bom desempenho de revestimentos e de tratamentos superficiais asfálticos quando os procedimentos utilizados são adequados nas diversas etapas do projeto (projeto estrutural, escolha apropriada de materiais e formulação de proporções ou misturas que atendam os condicionantes de uso do revestimento, além da utilização de técnicas apropriadas de produção, distribuição e execução das camadas asfálticas). Evita-se com os adequados procedimentos para implantação de um revestimento asfáltico sérios problemas à via e aos seus usuários, como desgaste acelerado do pavimento, insegurança no tráfego, danos aos veículos e despesas não previstas, com a precoce necessidade de manutenção e restauração do pavimento. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo avaliar as patologias do acesso viário do Campus Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), localizado na cidade de Caruaru, a fim de estudar os defeitos descritos pela norma DNIT 005/2003 TER (Defeitos nos pavimentos flexíveis e semirrígidos) comumente observados em pavimentos asfálticos, avaliando suas possíveis causas, além de formas para prevenção. METODOLOGIA Na etapa inicial desta pesquisa, foram realizadas visitas técnicas ao acesso viário estudado, a fim de localizar as patologias, listá-las e fotografá-las. Após, consultou-se engenheiros que participaram da fiscalização da obra e avaliou-se os projetos elaborados pela empresa responsável pelo trecho, visando obter-se dados que corroborassem com o presente trabalho.

3 3 As possíveis causas e soluções das patologias apresentadas são consideradas em análise feita com auxílio do trabalho realizado por Cavalcante et al. (2012) e da norma DNIT 005/2003 TER (Defeitos nos pavimentos flexíveis e semirrígidos). Em seguida, foram selecionadas as patologias que melhor caracterizam os problemas relacionados a projeto e/ou execução, destacando-as nas análises das prováveis causas dos defeitos, nas medidas preventivas que podem ser adotadas afim de evitá-las e na avaliação dos custos adicionais para intervenção objetivando realizar a correção necessária. RESULTADOS A partir dos resultados obtidos foi possível realizar um mapeamento dos defeitos ao longo do pavimento. A figura 1 apresenta o mapa do acesso viário com os defeitos identificados. Figura 1 Mapa do acesso viário com os defeitos Nos defeitos apresentados no mapa temos em destaque os defeitos 1, 2 e 3. A seguir é feito uma análise desses defeitos e apresentado material fotográfico correspondente. Para o defeito 1 temos uma patologia do tipo Trincamento longitudinal longo em frente ao restaurante universitário que é apresentado na figura 2:

4 4 Figura 2 Trincamento longitudinal longo De acordo com Rodrigues (2008), as trincas longitudinais são aquelas aproximadamente paralelas ao eixo do pavimento, podendo ter como causa a ligação inadequada entre as camadas lançadas consecutivamente para formar as faixas de tráfego, ou ainda por recalque das camadas de baixo do revestimento (este é o provável motivo da patologia mostrada acima), ou ainda, por retração do revestimento asfáltico. Nas figuras 3 e 4 é apresentado a evolução do defeito 1 após 30 dias devido as chuvas decorridas no local.

5 5 Figura 3 Evolução do Trincamento longitudinal Figura 4 Evolução do Trincamento Percebe-se que as trincas longitudinais evoluíram para trincas interligadas do tipo Couro de Jacaré, que são formadas por um conjunto de trincas transversais e longitudinais interligadas formando blocos com orientações variadas. Na Figura 4 é visto um destes blocos

6 6 de forma isolada, e percebe-se o grau avançado de deterioração do revestimento. Segundo Silva (2008), esta evolução pode ser explicada devido ao efeito de fadiga sobre o revestimento já deteriorado. Pelo identificado o afundamento foi provocado por um efeito canoa onde a camada da base, por falta de contenção lateral, sofreu um escorregamento plástico o que levou ao afundamento do pavimento. Para o defeito 2 temos um afundamento local em frente a casa do estudante que é mostrado na figura 5. Figura 5 Afundamento local Silva (2008) cita que os afundamentos em pavimentos asfálticos são deformações plásticas (ou permanentes), caracterizados por depressão longitudinal da superfície do pavimento e podem ser plásticos ou de consolidação. A ação repetida da passagem de cargas de roda de pneus e o fluxo canalizado dos veículos comerciais é que causam as deformações. Os afundamentos plásticos são devido à deformação plástica de uma ou mais camadas do pavimento ou do subleito, e apresentam elevações dos lados do afundamento. Já os afundamentos por consolidação, são causados pela consolidação diferencial ocorrente em camadas do pavimento ou do subleito. Para o nosso caso, percebe-se a presença de elevações do lado do afundamento, logo, a depressão longitudinal é por efeito plástico, em que parte do material de base escoa para as laterais, onde não uma há contenção adequada.

7 7 A figura 6 apresenta a evolução do afundamento local após 30 dias. Figura 6 Evolução do Afundamento A figura 7 apresenta o defeito 3 que nesse caso não houve evolução dentro do período de análise. Isso provavelmente se deu por esse trecho do acesso ser pouco solicitado principalmente se comparado com os trechos que apresentaram os defeitos mais graves. Figura 7 Trinca Longitudinal na Rua B

8 8 Figura 8 Pequenos afundamentos ao longo da Rua A

9 9 Os pequenos afundamentos encontrados ao longo da rua A possivelmente são efeito da aplicação de carga no pavimento recém executado, sem esperar o tempo de cura necessário. Os defeitos encontrados são basicamente resultados de falha no pavimento junto ao acostamento com trincamento do tipo bloco, essas patologias encontradas possivelmente vão evoluir para uma patologia do tipo panela. Em relação a investigação houveram ensaios no período de execução do projeto para averiguar a compactação das camadas do pavimento, todos eles apresentando resultados satisfatórios. E uma avaliação do projeto permitiu identificar que o projeto está de acordo com o tráfego. CONCLUSÕES A obra ainda se encontra em andamento mas já é identificado a necessidade de reexecução do trecho de bordo, com reforço nas camadas subjacentes. Também há uma necessidade de se realizar os ensaios de Viga Benkelman, a fim de se identificar as deflexões em toda a extensão do pavimento, para garantir a qualidade do serviço a ser recebido. Não se pode afirmar se houve algum erro não identificado na execução do pavimento uma vez que os ensaios de compactação apresentaram resultados satisfatórios. É esperado que o problema em suma esteja na ligação entre as camadas do pavimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NAKAMURA, J. Os tipos de revestimentos, o maquinário necessário e os cuidados na contratação, projeto e execução, Disponivel em: < om.br/solucoes-tecnicas/16/artigo aspx>. Acesso em: 3 março BERNUCCI, L. B., MOTTA, L. M. G., CERATTI, J. A. P., SOARES, J. B. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro: PETROBRAS: ABEDA, CAVALCANTE, D. G., CRISÓSTOMO, P. H. S., SILVA, L. C. P., SOUZA. R. Q., GUIMARÃES, D. M. D., FROTA, C. A. Levantamento visual das patologias na cidade de Manaus-Am. Revista Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.19, p

10 10 CNT. Confederação Nacional do Transporte Boletim Estatístico. Disponível em: < Acesso em: 01 de mar de SILVA, P. F. A. Manual de patologia e manutenção de pavimentos. 2 ed. São Paulo: Editora Pini Ltda., RODRIGUES, J. K. G. et al. Manual: Avaliação, manutenção e restauração de pavimentos de vias urbanas. Campina Grande: Editora da Universidade Federal de Campina Grande, 2008