CURSO DE ATUALIZAÇÃO JURÍDICA Disciplina: Direito Comercial Tema: Recuperação Judicial Prof.: Alexandre Gialluca Data: 12/04/2007 RESUMO

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1 RESUMO 1) Falência. Continuação. 1.1) Da realização ativo. Art. 108, Lei /05. O administrador Judicial providenciará a realização do ativo. Pode ser por: leilão; proposta fechada ou pregão O porduto arrecadado com a venda dos bens será utilizado para pagamento dos credores. Os credores serão pagos com uma ordem de classificação dos créditos. Art. 149, Lei / ) Art. 83. Traz a ordem de classificação dos créditos: I os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) saláriosmínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; Os créditos trabalhistas cedidos à terceiros serão considerados créditos quirografários. O representante comercial, para fins falimentares, tem seus créditos equiparados aos direitos trabalhistas. II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; Não é mais o crédito tributário! É o penhor, hipoteca, etc. III créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; Só o crédito. As multas não. IV créditos com privilégio especial, a saber: a) os previstos no art. 964 da Lei no , de 10 de janeiro de 2002; b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; V créditos com privilégio geral, a saber: a) os previstos no art. 965 da Lei no , de 10 de janeiro de 2002; b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; VI créditos quirografários, a saber: a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; - 1

2 c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo; VII as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; VIII créditos subordinados, a saber: a) os assim previstos em lei ou em contrato; b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. (Para evitar fraudes!) 1.3) Art. 84. Créditos extraconcursais. Aqueles que serão pagos com precedência de todos os do art. 83 (inclusive os créditos trabalhistas). I remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; II quantias fornecidas à massa pelos credores; III despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; IV custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; V obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. Todo o fornecimento durante a recuperação é extraconcursal. Deixe de ser credor quirografário e passa a ter a preferência no pagamento (art. 67, Lei /05). Ao analisar o art. 149, Lei /05, extrai-se que antes do pagamento dos extraconcursais e do art. 83, serão pagas as restituições. Art Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa. 1.5) Concluindo: deve ser realizado o pagamento previsto no art. 151 (salários até 5 salários minimos); art. 149 (restituições); art. 84 (créditos extraconcursais) e art. 83 (classificação geral dos créditos). 2) Recuperação Judicial - 2

3 Dec. Lei 7661/45 previa a Concordata, porém a concordata só permitia a dilação de prazo ou a remissão parcial da dívida. Só incidia sobre o crédito quirografário. Hoje, com a lei /05, há mais benefícios ao empresário. Na concordata o empresário só poderia discutir os créditos quirografários. Art. 50, Lei /05: traz um rol exemplificativode meios de recuperação judicial. 2.1) Art. 48. Requisitos para a recuperação judicial: Só o devedor, que exerça regualrmente suas atividades há mais de dois anos e que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: I não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; Não se conta da data do pedido, mas da data da concessão! III não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; Trata-se nesse caso da recuperação judicial especial, prevista no art. 70, segs., da lei de falência. IV não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 2.2) Créditos sujeitos aos efeitos da recuperação judicial: Art. 49. todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. Estão excluídos os posteriores ao pedido, créditos tributários e os casos do art. 49, 3º, da lei. 2.3) Aspectos processuais: a) Petição inicial (art. 51, Lei /05). Juízo competente: local do principal estabelecimento (art. 3º). Se a sede for fora do Brasil, é o do local da filial. b) juiz verificará se a petição atende os requisitos do art. 51, da lei e irá deferir o processamento da recuperação judicial. No despacho de processamento irá nomear um administrador e determinará a suspensão das ações e execuções contra o devedor, excetuadas as ações previstas nos 1o, 2o e 7o do art. 6o da lei de falências e as relativas a créditos excetuados na forma dos 3o e 4o do art. 49 da mesma lei. - 3

4 c) o juiz irá determinar a publicação de edital, constando o pedido do autor, os termos do deferimento do processamento da recuperação judicial, bem como a relação de credores. Como a lei não foi mencionou quanto ao cabimento de recurso dessa decisão, aplica-se o art. 264, STJ decisão irrecorrível. d) no prazo improrrogável de 60 dias, contados da publicação da decisaõ que deferiu o processamento da recuperação judicial, o devedor deverá trazer o plano de recuperação. Art. 7º, 1º, Habilitação de créditos ( prazo de 15 dias, contados da publicação do edital). Esta habilitação deve ser encaminhada para o administrador judicial e não mais para o Juiz. O administrador terá o prazo de 45 dias para fazer a publicação de uma nova relação de credores (incluindo os que habilitaram os seus créditos nesse novo prazo). e) se o credor não concordar com o plano apresentado pelo administrador poderá manifestar objeção ao juiz no prazo de 30 dias, contados a partir do prazo do 2º, art. 7º, ou seja, da publicação da relação. O juiz deverá convocar a assembléia geral de credores. A assembléia poderá: -Aprovar o plano; -Modificar o plano, se o devedor concordar ou -Reprovar o plano o juiz decreta a falência (art. 56, 4º) f) se não houver objeção, o plano estará aprovado. g) art. 57. o Juiz só irá aprovar o plano, mesmo sendo aprovado por todos os credores, se o devedor apresentar certidões negativas de débitos tributários. A jurisprudência tem entendido que não poderá negar a recuperação. Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no 1o do art. 50 desta Lei. - Implica em novação! 1o A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III, do caput da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de Código de Processo Civil. - É título executivo extrajudicial! 2o Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público. - Este agravo é o de instrumento! - 4

5 2.4) Recuperação judicial especial. A recuperação judicial especial é só para a micro empresa e para empresa de pequeno porte. É muito semelhante à concordata: -Só pode negociar o crédito quirografário. -Deve ser observado o plano pré-pronto do art. 71, II, da lei = preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de 12% a.a. (doze por cento ao ano). 3) Recuperação extrajudicial Antes da Nova Lei de falência era praxe o empresário e seus credores negociarem extrajudicialmente os seus débitos e ainda assim sofrer a decretação da falência, dada a informalidade da negociação. A recuperação extrajudicial é um acordo privado do devedor diretamente com seus credores, de forma extrajudicial. Veio para regularizar as situações anteriormente descritas. A vantagem desta modalidade de recuperação é que se o empresário descumprir as obrigações assumidas, esta recuperação não poderá ser convolada em falência. 3.1) Requisitos para a recuperação extrajudicial: Só o devedor, que exerça regualrmente suas atividades há mais de dois anos e que atenda aos requisitos do art. 48, cumulativamente. 3.2) Créditos excluídos à recuperação extrajudicial. -posteriores ao pedido; -crédito tributário; -adiantamento de contrato de câmbio; -os casos do art. 49, 3º, da lei, -e as advindas da relação de trabalho. 3.3) O plano é extrajudicial, mas o Juiz o homologará, considerando duas finalidades: -a medida que o Juiz homologa torna-se o título judicial; -credores que assinaram o plano não podem mais desistir do plano. 3.4) Art. 192, 2º e 3º. INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA CAMPINHO, Sérgio. Falência e Recuperação de Empresa. 2ª ed. Renovar. São Paulo

6 NEGRÃO, Ricardo. Aspectos objetivos da Lei de Falências. 1ª ed. Saraiva. São Paulo RESTIFFE, Paulo Sérgio. Manual do Novo Direito Comercial. Dialética. São Paulo