ESTUDOS DOS MACROINVERTEBRADOS ASSOCIADOS À VEGETAÇÃO AQUÁTICA NO RIO NOVO - FAZENDA CURICACA, POCONÉ, MT

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Martín Andrade Carneiro
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1 1 ESTUDOS DOS MACROINVERTEBRADOS ASSOCIADOS À VEGETAÇÃO AQUÁTICA NO RIO NOVO - FAZENDA CURICACA, POCONÉ, MT DANILO G. Q. RIBEIRO DA SILVA 1, DAVI COUTO VALLE 1, EMANUEL LIMA TORRILHAS 1, MARIA EMILIANA S. PAGLIARINI 1, TAINÁ VILELLA 1 e TALITA MAZETTO 1 RESUMO: Os estudos foram realizados no rio Novo, um dos afluentes do rio Claro que corta a Fazenda Curicaca, no Pantanal de Poconé, MT. Este abriga uma grande variedade de fauna e flora com grande ocorrência de macrófitas aquáticas formando vários microhabitats para a fauna aquática principalmente, para os invertebrados. Este estudo procurou verificar a ocorrência de macroinvertebrados associados à vegetação aquática em diferentes horários. Foram selecionados 06 (seis) pontos distintos ao longo do rio Novo. 1 Alunos do Ensino Médio -Curso em Ciências Ambientais -Escola Livre Porto Cuiabá, MT.

2 2 STUDIES OF MACROINVERTEBRATES ASSOCIATED TO AQUATIC VEGETATION IN THE NOVO RIVER - CURICACA RANCH, POCONÉ, MT ABSTRACT: The research was done in the Rio Novo, one of the Rio Claro tributaries that pass through Curicaca Farm, in Poconé swampland, MT, Brazil. This river hides a large variety of fauna and flora and a really rich occurrence of aquatic macrofits that transform the place, into a perfect microhabitat principally to the invertebrates species. This research was realised during different periods of the day, trying to quest the occurrence of macroinvertebrates in association to the aquatic vegetation. Six points have been selected along Rio Novo.

3 3 INTRODUÇÃO Tudo que existe na biosfera está interligado. Todos os componentes do ambiente, bióticos e abióticos, relacionam-se entre si. Assim sendo, desenvolvem uma rede tão complexa de trocas que é, praticamente, impossível separar um ser e tratá-lo isoladamente. Quando se considera um conjunto de componentes vivos e não vivos, que interagem num determinado ambiente, está se falando em ecossistema. (Molen, 1981). Entre os seres vivos de um ecossistema estabelece-se uma relação alimentar que se inicia com os produtores e termina nos decompositores, passando pelos consumidores. Essa relação denomina-se cadeia alimentar. Entretanto, as relações alimentares em um ecossistema são em geral, mais complicadas, sendo melhor representadas por teias alimentares. Estas consistem em um conjunto de cadeias alimentares (Martinelli, 1984). No ecossistema, os invertebrados são a grande base de todo esse equilíbrio. O rio Novo, um dos afluentes do rio Claro, corta a fazenda Curicaca e situa-se no Pantanal de Poconé, MT. Este abriga uma grande diversidade da fauna e flora. Há, também, uma alta ocorrência de macrófitas aquáticas que englobam variadas espécies vegetais. As plantas aquáticas são responsáveis pelo grande número microhábitats. Nas raízes e folhas dessas plantas, pequenos animais e plantas microscópicas encontram o hábitat excelente para se desenvolverem e reproduzirem; os mais beneficiados são os invertebrados. Estes constituem a maior parte da fauna brasileira, na qual os insetos são os mais representativos. Em outros grandes grupos de invertebrados encontram-se os moluscos, artrópodes, entre outros. Os invertebrados são de vital importância na cadeia alimentar, pois são a base da alimentação dos carnívoros primários. O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência de invertebrados associados à vegetação aquática do Pantanal de Poconé, observda em diferentes horários (manhã, tarde e à noite).

4 4 MATERIAL E MÉTODOS Este estudo realizou-se num trecho do rio Novo situado na Fazenda Curicaca do Centro de Estudos Ambientais. Para tanto, selecionaram-se seis pontos distintos (três situados rio acima e três rio abaixo), analisados nos três períodos (matutino, vespertino e noturno). Na coleta, utilizou-se do método do quadrante, que consiste em um quadrado de madeira com 1 m 2. O mesmo foi lançado aleatoriamente sobre a vegetação aquática, passando a peneira de malha fina três vezes sob a área estudada. Nos quadrantes foram determinados dados abióticos (profundidade, temperatura do ar e da água e ph) e bióticos (fauna e a vegetação ocorrente). Os espécimes coletados foram quantificados e fixados no álcool 70% para posterior identificação. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos seis pontos estudados foram encontrados os seguintes grupos associados à vegetação aquática: insetos - 73,5%, moluscos 16,7% e artrópodes 9,8%. A grande parte dos moluscos encontrados era jovens, por estarem em reprodução constante. Foi observada, também, a ocorrência de vários ovos no local da coleta. Os aracnídeos não tiveram grande ocorrência neste estudo. Dentre as coletas observou-se uma considerável representação da espécie que apresenta as seguintes características: coloração preta e vermelha, com espinhos no abdome e de pequeno porte. A menor representação ocorrente foi a dos artrópodes, dividido em dois grupos distintos, com 60,7% de aracnídeos e 46,4% de crustáceos (representando no total 5,9% e 4,5%, respectivamente, de toda a coleta).

5 5 Dentre os crustáceos, observou-se que os camarões foram os mais ocorrentes com 92,3%, sendo que 91,6% foram da espécie Palaemonetes ivonicus e 8,4%, de Macrobrachium amazonicum. Da espécie mais ocorrente, 63,6% foram de camarões ovadas. Os pontos de coletas apresentaram as seguintes características: a) ponto 1: situado rio acima, localiza-se à margem direita do rio. A vegetação encontrada neste quadrante consistia em orelha-de-onça (Salvinia sp.) e aguapé (Eichornea sp.); sua profundidade era de 1,20 m; b) ponto 2: este ponto, rio acima, encontra-se à margem direita, adentrando-se na mata ciliar, que apresenta muitos cipós e raízes ramificadas. Neste quadrante, a vegetação constitui-se de orelha-de-onça e alface-d água (Pistia sp.), apresentando 68 cm de profundidade; c) ponto 3: este ponto, rio acima, localiza-se à margem esquerda sobre uma comunidade de Ipomea sp., com 1,10 m de profundidade; d) ponto 4: este ponto, rio abaixo, encontrava-se na boca de um corixo à margem esquerda. Neste quadrante, a vegetação era constituída por orelha-de-onça, aguapé, alface-d água e Cyperaceae; apresentava 1,25 m de profundidade; e) ponto 5: este ponto, rio abaixo, localiza-se à margem direita, na primeira comunidade de dama-da-noite (Nymphea sp.). A vegetação deste quadrante formase com dama-da-noite, alface- d água e orelha-de-onça. A profundidade dava-se em 1,42 m; f) ponto 6: este ponto, rio abaixo, encontra-se à margem esquerda, onde o rio adentrava a mata ciliar, apresentando muitos cipós. Neste quadrante estudado, a vegetação era constituída somente por orelha-de-onça. Sua profundidade era de 90 cm. 1. Os dados abióticos encontrados nos pontos citados estão representados na Tabela

6 6 TABELA 1. Dados abióticos nos pontos de coleta, no rio Novo, Fazenda Curicaca, Poconé, MT. PONTOS T o C- AR PERÍODOS Matutino Vespertino Noturno T o C- H 2 0 ph T o C AR T o C ph T o C AR T o C ph H 2 0 H Dos invertebrados encontrados foram assim representados nos pontos de coleta. De acordo com os dados da Tabela 2 a maior ocorrência deu-se nos pontos 4 e 6, por causa da grande representação da vegetação aquática, que propicia um melhor ambiente para se desenvolverem. TABELA 2. Total de indivíduos coletados, no rio Novo, Fazenda Curicaca, Poconé, MT. Pontos de coleta Grupos I II III IV V VI Total Insecta Aracnideo Crustacea Moluscos Total

7 7 Dos grupos coletados, os insetos foram os representativos, seguidos de moluscos, aracnídeos e crustáceos. (FIG. 1) insetos aracnídeos moluscos crustáceos 50 0 FIG. 1. Representatividade dos insetos coletados. O grupo crustáceo ocorreu somente em dois pontos ao longo do rio. Os mesmos encontravam-se próximos à margem, hábitat natural, principalmente de camarões. CONCLUSÃO Compreende-se que o equilíbrio constante é fundamental à vida, pois todos, indepedentes de tamanho e dever, têm sua importância. A biodiversidade da macrofauna aquática que foi possível observar no rio Novo, deve-se ao fato da ocorrência dos representantes aqui apresentados. E estes compõem a cadeia trófica de ambientes aquáticos.

8 8 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS MARTINELLI, M. C. Ecologia: ciência para nova geração - 2º grau. Goiânia: Ed.UFG, p. MOLEN, Y. F. V. der. Ecologia. São Paulo: EPU

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