INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO
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- Daniel Damásio Aveiro
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1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA tiago_csouza@hotmail.com
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3 2. Direito como objeto de conhecimento. Conforme pudemos observar nas aulas iniciais o vocábulo direito permite uma pluralidade de significados, de sentidos, que vai desde o sentido de o indivíduo ter direito, até a possibilidade de compreendê-lo como conjunto de normas jurídicas, como Direito Penal. - Mas, afinal, o que é o conhecimento?
4 Toda Ciência (atividade que busca o conhecimento através da razão diferente do senso comum; conhecimento religioso; etc) busca um objeto para conhecer (objeto de conhecimento). - A Medicina como Ciência tem como objeto o estudo do corpo humano. A Biologia o estudo dos seres vivos. A Literatura o estudo das construções literárias. - Qual o objeto de conhecimento da Ciência Jurídica?
5 - A Ciência Jurídica optou, dentre todos os sentidos possíveis de Direito, ter como objeto de conhecimento a norma jurídica. - Entretanto, ainda é muito pouco estudar na Ciência do Direito a Norma Jurídica, o Direito vai muito além dessa compreensão.
6 2.1 A ciência do direito Como ramo de ciência humana, a Ciência do Direito tem como substrato de pesquisa o homem, e todos os aspectos valorativos de sua personalidade. Da mesma maneira, como não se compreende uma ciência humana que exclui de seu âmbito de pesquisa o ser humano, é inadmissível pensar uma Ciência do Direito que não tenha como fundamento e centro de suas atenções o homem.
7 - A Ciência do Direito deve respeitar o homem na inteireza de sua dignidade e nos limites postos e reconhecidos universalmente como seus: a vida, a saúde, a honra, a intimidade, a educação, a liberdade etc. - A Ciência do Direito é uma ciência de investigação de condutas que têm em vista um dever-ser jurídico, isto é, a Ciência do Direito investiga e estuda as normas jurídicas. Estas prescrevem aos indivíduos certas regras de conduta que devem ser obedecidas.
8 2.2 O Objeto da Ciência do Direito Sob o aspecto etimológico é possível ligar o termo direito, dentre outros, a reto (do latim rectum), justiça (do latim jus), ou do termo indicar (do vocábulo grego diké deusa grega da Justiça). A partir dos estudos contemporâneos podem indicar o Direito como: a) a de ciência, correspondente ao conjunto de regras próprias utilizadas pela Ciência do Direito;
9 b) a de norma jurídica, como a Constituição e as demais leis e decretos, portarias etc.; c) a de poder ou prerrogativa, quando se diz que alguém tem a faculdade, o poder de exercer um direito; d) a de fato social, quando se verifica a existência de regras vivas existentes no meio social; e) e a Justiça, que surge quando se percebe que certa situação é direito porque é justa.
10 - Dessa forma, os estudiosos do Direito em geral optaram por estudar um dos sentidos possíveis do termo direito : o de norma jurídica e, especialmente, o de norma jurídica escrita. - Escolha infeliz: o que era de humano a impregnar o Direito acabou congelando-se no conceito de norma jurídica escrita e perdendo-se no trabalho analítico do investigador.
11 2.3 As escolas científicas; - A ideia de Ciência do Direito somente passou a ser empregado efetivamente após o séc. XIX, por invenção da Escola Histórica Alemã. - Contudo, embora tivesse existido esforço contrário, firmou-se a Ciência do Direito como Ciência Dogmática. - Entretanto, a partir da Segunda Guerra Mundial e as atrocidades cometidas pelo Eixo Nazifascista percebeu-se um movimento denominado Neoconstitucionalista*** (Direito, Moral e Hermenêutica).
12 Escola Racionalista: O jusnaturalismo Jusnaturalismo: possui longa tradição, vindo desde os filósofos gregos, passando pelos escolásticos, na Idade Média, pelos racionalistas dos séculos XVII e XVIII, indo até as concepções modernas de Stammler e Del Vecchio. Escola fundada no pressuposto de que existe uma lei natural, eterna e imutável; uma ordem preexistente, decorrente da natureza, ou, ainda, da natureza social do ser humano. O método para conhecer essa ordenação prévia é o racional. A razão não chega a trabalhar com realidades concretas.
13 É através da razão que, voltando-se para si mesma, investiga, para descobrir na própria consciência, os princípios e as leis universais, válidas desde sempre. * Da mesma forma que a gravidade é uma lei natural e universal (qualquer objeto no planeta terra se submete a lei da gravidade), o direito à vida também o é.
14 O empirismo jurídico Existem duas escolas decorrentes do Empirismo Jurídico: a Escola Exegese e a Escola Histórica. Para o empirismo jurídico o conhecimento é resultante do exame do objeto, ao contrário do racionalista, que pressupõe no sujeito cognoscente. O conhecimento nasce do objeto, que pode ser a norma jurídica ou o fato social, ou o fenômeno jurídico produzido no meio social etc.
15 - Escola da Exegese: O exegetismo não negou o Direito natural, pois admiti que os códigos seriam elaborados de modo racional e, portanto, representariam a face humana do Direito natural. A legislação seria elaborada num sistema normativo codificado, visando garantir os direitos subjetivos do homem, que, por sua vez, estavam pressupostos nas normas da natureza. Os códigos seriam a concretização dos ideais jusnaturalistas. Exegese significa o comentário literal, a interpretação de um texto ou de uma palavra.
16 - Teve seu apogeu após a promulgação do Código de Napoleão, em A idolatria ao Código de Napoleão punha ao intérprete um limite claro: o exegeta devia entender os textos e nada mais e nesse trabalho tinha de descobrir a intenção (vontade) do legislador. - Redução do Direito à Lei. Direito como sistema hermético, fechado e perfeito. - Solução dos problemas pelo silogismo (processo lógico-dedutivo de subsunção).
17 - Escola Histórica: Puchta e Savigny que desenvolveram a Escola Histórica. Opondo-se à Escola da Exegese, mas mantendo o mesmo método, a Escola Histórica afirmava que o verdadeiro Direito residia nos usos e costumes e na tradição do povo. É a história desse povo, como resultado de suas aspirações e necessidades, que forma o Direito. O legislador não cria o Direito. Apenas traduz em normas escritas o Direito vivo, latente no espírito popular. Ao contrário da descoberta do espírito da lei, pregado pela Escola da Exegese, procurava-se o espírito do povo.
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