191) LATERAL- DIREITO NA SELEÇÃO CELESTE

Tamanho: px

Começar a partir da página:

Download "191) LATERAL- DIREITO NA SELEÇÃO CELESTE"

Zilda Leveck Prado
7 Há anos
Visualizações:

1 191) LATERAL- DIREITO NA SELEÇÃO CELESTE Mesmo passando por vários clubes de expressão mundial e pela Seleção Brasileira, onde foi capitão, o Botafogo (RJ) passou a ser o time de paixão de Carlos Alberto Torres, carinhosamente chamado como capita. Natural do Rio de Janeiro, nascido em 17/7/1944 no bairro são Cristóvão. No último 25/10/2016, fora do combinado, capita atendeu a convocação para a seleção celeste, aos 72 anos de idade. Tinha personalidade forte desde garoto. Certa vez levou uma surra do pai por ter faltado ao serviço para fazer um teste no Fluminense. "Não adianta o senhor me bater. Quero ser jogador de futebol" - reagiu. Iniciou a carreira em 1963/64 no Tricolor das Laranjeiras na posição de lateraldireito. Nesta posição atuou por Santos, Botafogo, Fluminense, Flamengo e New York Cosmos (EUA). Multicampeão por muitos times em várias competições, sendo tricampeão mundial de 1970 pela Seleção Canarinho do Brasil no México. Na vitória por 4x1 sobre a Itália na final marcou o último gol, disparando um petardo para as redes de Albertosi depois de um passe magistral de Pelé. Segundo a segundo, toque a toque, aquela jogada está imortalizada na mente dos brasileiros e no coração de várias gerações. É considerado um dos mais bonitos gols da história do futebol. Realmente, o Capita foi um dos melhores laterais-direitos que o futebol mundial conheceu. Pioneiro no apoio defesa-ataque pelo lado direito do campo, vira e mexe aparece em lista dos melhores jogadores de todos os tempos. Além de atleta foi técnico e político no Rio de Janeiro. Capitão de verdade, além de imortalizar o beijo na Taça Jules Rimet, após recebê-la das mãos do presidente mexicano Gustavo Díaz Ordaz, no Estádio Azteca superlotado, conseguiu ser líder num time de feras dentro e fora de campo como Pelé, Tostão, Rivelino, Gerson, Clodoaldo e outros. Carga pesada que raros ombros sustentariam com tamanha naturalidade. No Cosmos norte-americano brilhou ao lado de Pelé, do alemão Franz Beckenbauer e de outros megacraques estrangeiros. Corro conquistas de peso levantou três campeonatos brasileiros, dois pelo Santos como jogador e outro pelo Flamengo como treinador; dois cariocas pelo Fluminense e uma Conmebol pelo Botafogo. A tudo que se dedicou foi com paixão. Como jogador, técnico, comentarista, era apaixonado pelo que fazia. Atitude que só os que têm coração do tamanho de uma bola são capazes de entender. Em 1967/69 integrava o poderoso esquadrão do Santos F.C. de craques formidáveis como Pelé, Gilmar, Rildo, Lima, Toninho Guerreiro, Edu e outros, teve o privilégio de provocar duas tréguas na guerra civil que acontecia na Nigéria (AFR). Em 1971, após

2 seis anos gloriosos no Santos, Carlos Alberto voltou ao futebol carioca para a Estrela Solitária, seu time de coração, onde sofreu a maior decepção ao perder o título para o Fluminense, com gol ilegal do atacante Lula, em vista de falta não assinalada na jogada anterior. Em 1972, volta à Vila Belmiro (SP) e permanece até fins de 1975, quando regressa ao Fluminense integrando a Máquina Tricolor, montada pelo doutor Francisco Horta, (ex-juiz de Direito) que reunia craques como Edinho, Rodrigues Neto, Paulo César Caju, Rivellino, Gil, Doval, Dirceu Guimarães e outros, sendo campeão carioca. Em 1977, realizou 19 jogos pelo Flamengo. Em seguida, capita seguiu para o Cosmos (EUA), onde voltou a encontrar Pelé e outros craques de expressão mundial. Foi campeão norte-americano quatro vezes e se aposentou em 28/9/1982. Pela Seleção Brasileira, Carlos Alberto disputou 69 jogos, com 54 vitórias, seis empates, nove derrotas e marcou nove gols. Estreou no Maracanã em 30/5/1964 na goleada sobre a Inglaterra por 5xl e fez sua despedida no empate de 1x1 com o Paraguai, pelas Eliminatórias para o Mundial de 1978 na Argentina, no Maracanã, em Como técnico: Brasileiro de 1983, pelo Flamengo, Estadual de 1984, pelo Fluminense e a Copa Conmebol de 1983, pelo Botafogo. Capita é o quinto dos 22 jogadores do time de 1970 que sai da vida para entrar na história. Antes dele foram Everaldo (Grêmio-RS), Fontana (Vasco-RJ), Felix (Fluminense-RJ) e Joel Camargo (Santos-SP). "Fico triste com a morte do meu amigo e irmão Carlos Alberto, nosso querido 'Capita', lembrando dos tempos que estivemos juntos no Santos, na Seleção Brasileira e no Cosmos, formando uma parceria vencedora" (Edson Arantes Nascimento, Pelé). "Carlos Alberto Torres foi exemplo de garra e liderança. Lamento a morte do capitão do tricampeonato mundial conquistado pelo Brasil" (Michel Temer, presidente do Brasil). "Com a experiência e a liderança que lhe eram peculiares, sempre soube deixar os mais jovens à vontade" (Paulo Roberto Falcão, exjogador Seleção). "Uma amizade de irmão. Aprendemos a ter respeito um ao outro, nos chamávamos de irmão" (Clodoaldo, ex-jogador Seleção). "Heidi e eu estamos profundamente chocados. Carlos Alberto era como um irmão para mim, um de meus melhores amigos". (Franz Beckenbauer, ex-companheiro de Cosmos). "Com enorme pesar, a CBF lamenta que o mundo do futebol tenha sido surpreendido pelo falecimento de Carlos Alberto Torres. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, declarou luto oficial de três dias. As bandeiras da sede da entidade estão a meio mastro. Em todas as competições da CBF haverá um minuto de silêncio nos jogos" (Nota oficial). "O Comitê Olímpico do Brasil se solidariza aos familiares e amigos de Carlos Alberto Torres, na certeza de que seu nome e suas conquistas ficarão eternizadas na

história do esporte brasileiro" (Nota oficial do COB). "Estamos profundamente tristes com a perda de Carlos Alberto, um jogador lendário e uma pessoa maravilhosa" (comunicado do New York Cosmos, EUA).

3 história do esporte brasileiro" (Nota oficial do COB). "Estamos profundamente tristes com a perda de Carlos Alberto, um jogador lendário e uma pessoa maravilhosa" (comunicado do New York Cosmos, EUA). "Formado nas categorias de base do Fluminense, o Capitão tinha sangue tricolor. Participou de um dos grandes momentos da história do clube" (Peter Siemsem, presidente do Fluminense). "A morte repentina do Carlos Alberto Torres nos deixou muito tristes, pesarosos e chocados pela forma que aconteceu. Jamais esqueceremos sua passagem pelo Flamengo como jogador e treinador" (Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo). "O Capita era o capitão, o cara que jogava, mas também comandava todo mundo, intimidava os rivais, corria de cabeça erguida e peito estufado. Se a Seleção fosse um grupo de heróis, ele seria o que falaria pelo grupo e tomaria as rédeas de tudo. Carlos Alberto Torres fez moleques, como eu, se sentirem vencedores mesmo numa época em que o Brasil não ganhava nada" (E.Tironi, colunista). Doravante Carlos Alberto, que jaz no campo santo de Irajá (RJ), passou a ser o lateral-direito e capitão da seleção celeste - sem dúvida um reforço fora de série- onde foi acolhido ao som da música "Pra Frente Brasil", tema da Copa do Mundo de1970. Morre o homem, fica a lenda. Carlos Alberto Torres está eternizado na história do futebol. (in Enciclopédia Fut. Bras.e L! nºs 6903/04). Escrita por: Martins Sebastião Kreusch Autor de: Oh Morena! e Melhores e Piores Crônicas do dr. Kreusch Idealizador do site

Documentos relacionados

Copas do Mundo: Leitura e Interpretação de Texto com Atividades

Copas do Mundo: Leitura e Interpretação de Texto com Atividades Copas do Mundo De quatro em quatro anos, seleções de futebol de diversos países do mundo se reúnem para disputar a Copa do Mundo de Futebol.