Daniel Canteras Pansarella Especialista em Importação e Logística
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- Olívia Bardini Felgueiras
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2 Daniel Canteras Pansarella Especialista em Importação e Logística Graduado em Administração de Empresas com habilitação em Comércio Exterior pela Universidade Paulista em Concluiu os cursos de pós-graduação em Comercio Internacional (2002) pela ESCI - Escola Superior de Comercio Internacional, de Barcelona (Espanha) - e Especialização em Criação de Empresas, Empreendedorismo e Novos Negócios (2003) pela ESADE de em Barcelona (Espanha). Iniciou sua carreira profissional em 1988, atuando nas áreas de compras e logística de empresas de varejo no Brasil e na Espanha. Posteriormente, tornou-se sócio de empresas do segmento de Comercio Exterior e logística. Trabalhou na SBCE- Seguradora Brasileira de Credito a Exportação S.A. e na Tivit Tecnologia da Informação S.A. Atualmente é membro da Comus - Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos e também do Ceciex - Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras. Tem experiência em ensino nas áreas de Comércio Exterior, Marketing e Logística internacional, havendo lecionado nos Cursos de Gestão e Graduação da Universidade Paulista, Amcham e Portal NetComex. Atualmente é especialista em Importação e Logística do empresa Pratil, empresa de serviços do grupo Endesa Brasil.
3 Tópicos: 1. Habilitação para importar 2. Modalidades de Importação 3. Importação Passo a Passo 4. Aspectos Tributários
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5 Habilitação para Importar: Qualquer pessoa, física ou jurídica, precisa habilitar-se perante a Receita Federal para fazer uma importação. Mesmo que a importação seja feita por outrem, o encomendante de uma mercadoria importada deve ter habilitação perante a Receita Federal. Dessa forma, se qq pessoa desejar obter bens importados, que não estejam a disposição no mercado nacional, deve providenciar a Habilitação perante a RFB no sistema RADAR. A Habilitação no RADAR é regida pela IN SRF 650/06. Há vários tipos de habilitação no Radar, porém vamos tratar das duas habilitações mais comuns: ORDINÁRIA E SIMPLIFICADA.
6 Habilitação para Importar Tipos de Habilitação: A habilitação ordinária é para pessoa jurídica que atue habitualmente no comércio exterior. A habilitação simplificada é para: a) pessoa física, inclusive a qualificada como produtor rural, artesão, artista ou assemelhado; b) pessoa jurídica: b1. que apresenta mensalmente a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), nos termos do art. 3º da Instrução Normativa SRF nº 583, de 20 de dezembro de 2005; b2. constituída sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, com ações negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balcão; b3. autorizada a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul); b4. que atue exclusivamente como encomendante, nos termos do art. 11, da Lei nº , de 20 de fevereiro de 2006; b5. para importação de bens destinados à incorporação ao seu ativo permanente; e b6. que atue no comércio exterior em valor de pequena monta; c) empresa pública ou sociedade de economia mista; e d) entidade sem fins lucrativos;
7 Habilitação para Importar - Esclarecimentos adicionais/prazos Com relação a Habilitação simplificada para operar em pequena montaconsidera-se valor de pequena monta a realização de operações de comércio exterior com cobertura cambial, em cada período consecutivo de seis meses, até os seguintes limites I - cento e cinqüenta mil dólares norte-americanos ou o equivalente em outra moeda para as exportações FOB ( Free on Board ); e II - cento e cinqüenta mil dólares norte-americanos ou o equivalente em outra moeda para as importações CIF ( Cost, Insurance and Freight ). A pessoa jurídica habilitada para a realização de operações de pequena monta, além dos limites ali estabelecidos, poderá realizar também, independentemente de valor, as seguintes operações: I - internações da ZFM; II - atuação como importador por conta e ordem de terceiros, nos termos da Instrução Normativa SRF nº 225, de 18 de outubro de 2002; e, III - importações e exportações sem cobertura cambial. Os documentos necessários para habilitação nas modalidades acima, constam da IN SRF 650/06. Desde que os documentos apresentados sejam satisfatórios e a empresa esteja devidamente regularizada, o prazo legal para as referidas habilitação são de: 30 dias úteis para a habilitação ordinária 10 dias úteis para a habilitação simplificada
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9 Modalidades de Importação: As importações podem ser realizadas diretamente pelo importador/adquirente ou por intermédio de outra empresa, no caso de importação por encomenda e por conta e ordem de terceiros. Tanto para importação direta ou por intermédio de terceiros, ambas as empresas envolvidas precisam estar habilitadas no Radar. Na Importação direta, não há intermediários, ou seja, o importador é o adquirente da mercadoria no exterior, e promove, em seu nome, a importação Na importação por intermédio de terceiros, há um importador que promove a importação POR ENCOMENDA ou POR CONTA E ORDEM de terceiros.
10 Modalidades de Importação Importação por intermédio de terceiros Na importação por ENCOMENDA, o importador, que geralmente é uma empresa tipo trading realiza a importação com recursos próprios sob encomenda de uma outra empresa que se compromete, através de contrato, a comprar as mercadorias importadas do importador, após o desembaraço de importação das mesmas. Na importação por CONTA E ORDEM, o importador, que geralmente é uma empresa tipo trading realiza a importação com recursos do adquirente final, e, dessa forma, não haverá venda da mercadoria para o adquirente, e, portanto, após o desembaraço haverá somente uma transferência da mercadoria do importador para o real adquirente. Essas importações são realizadas, geralmente, para o encomendante ou adquirente final gozarem de benefícios fiscais ou fomentos financeiros que a Trading possui. Na tabela abaixo, fazemos um comparativo entre as duas modalidades de importação.
11 Modalidades de Importação Importação por intermédio de terceiros Na tabela abaixo, fazemos um comparativo entre as duas modalidades de importação. Importação por encomenda Importação por conta e ordem Existência de contrato entre as partes Necessidade de radar para o Importador e o ENCOMENDANTE Capacidade financeira do RADAR do Importador Importador importa com recursos próprios, inclusive compra mercadoria no exterior e fecha cambio Importador VENDE mercadoria para encomendante, após o desembaraço Existência de contrato entre as partes Necessidade de Radar para o Importador e o ADQUIRENTE Capacidade financeira do RADAR do Adquirente Importador importa com recurso do adquirente, e o Adquirente que fecha o cambio de compra da mercadoria no exterior. Importador TRANSFERE mercadoria para o adquirente, após desembaraço
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13 Importação Passo a Passo - fases: 1. Recebimento da fatura proforma ou confirmação do pedido. 2. Verificação da necessidade de Licença de Importação / Fechamento de cambio antecipado, se aplicável; 3. Cotação de transporte internacional e decisão da modalidade de transporte. 4. Autorização de embarque. 5. Pré-custo de importação e acompanhamento da chegada da carga. / Fechamento de cambio à vista, se aplicável; 6. Acompanhamento da atracação da carga e preparação da documentação para liberação alfandegária. 7. Solicitação de numerário para pagto dos impostos e despesas pertinentes a liberação alfandegária 8. Registro da declaração de Importação (DI) pagto de impostos e parametrização da DI. 9. Desembaraço alfandegário, de acordo com a parametrização da DI (canal verde, amarelo, vermelho ou cinza). Preparação da nota fiscal de entrada e coordenação de transporte/entrega da mercadoria. 10. Faturamento do processo e preparação do custo real por item. 11. Preparação da nota complementar e fechamento do processo. 12. Preparação e envio da documentação necessária para fechamento de câmbio posterior.
14 1o. Passo: Recebimento da fatura proforma ou confirmação do pedido. Análise da fatura proforma/pedido: Verificação comercial; verificação do incoterm, local de embarque, peso bruto, dimensão, forma de pagamento, descrição do produto. Ver se a fatura consta todos os itens descritos no artigo 497 do RA. Classificação fiscal do produto, de acordo com a descrição do produto e especificação técnica. Tributação da mercadoria.
15 2o. Passo: Verificação da necessidade de LI De acordo com a classificação tarifária e tipo da importação, verificarse no sistema SISCOMEX qual o tratamento administrativo para aquela operação e a necessidade de LI previamente ao embarque. Ver Port Decex 35/06, hipóteses de dispensa e necessidade de LI. Se houver tratamento administrativo especial para tal mercadoria, ou necessidade de LI, providencia-se o necessário, juntamente aos órgãos anuentes (ex: Decex, MS, MA, Ibama, PF, Inmetro). Ver legislação específica do órgão anuente (ex: MS RDC 350/03) Havendo necessidade de pagto antecipado, providencia-se o mesmo junto ao banco/corretora. Algumas corretoras exigem a LI deferida para o fechamento.
16 3o. Passo: Cotação de Transporte Internacional Verificação do frete e disponibilidades para embarque, junto cias marítimas/ agentes de cargas e cias aéreas. Decisão da modalidade de embarque (aéreo ou marítimo) de acordo com a cotação de frete, transit time, etc..
17 4o. Passo: Autorização de Embarque Após a verificação do tratamento administrativo, preparação e deferimento da LI se necessária, contatar o agente no exterior, ou o exportador ou o importador para fins de autorização de embarque e envio das instruções de embarque. Verificação dos detalhes de embarque e acompanhamento do embarque (verificação do navio/vôo, ETD, ETA, etc), conferencia dos docts de embarque (BL/HBL ou AWB/HAWB, fatura, packing list).
18 5o. Passo: Pré custo e acompanhamento de embarque Preparação do pré-custo de acordo com a cópia fatura comercial e conhecimento de embarque, recebidos juntamente com o pré-aviso de chegada da carga. Tal pré-custo poderia ter sido preparado, anteriormente a autorização de embarque, com base nos dados da cotação de frete e fatura proforma, para fins de decisão de importação. Acompanhamento da chegada da carga e atracação. Decisão de remoção ou liberação em Zona Primária de acordo com a conveniência.
19 6o. Passo: Atracação da carga e preparação da documentação p/liberação Acompanhamento da chegada da carga e atracação no mantra/atracação do navio, remoção para EADI quando necessário, verificação da presença de carga (desova se for o caso, mantra, verificação de avaria, acionamento da seguradora, presença de carga no Eadi, etc.) Verificação da documentação original instrutiva do despacho, análise dos benefícios, classificação, tributação e preparação e análise da DI no SISCOMEX.
20 7o. Passo: Solicitação de numerário Solicitação de adiantamento/provisionamento de numerário para pagto das despesas alfandegárias (armazenagem, capatazias, frete quando collect, etc.) Solicitação de adiantamento / provisionamento de numerário para pagto dos tributos federais (II, IPI, PIS e COFINS) e Imposto Estadual ICMS.
21 8o. Passo: Registro da Declaração de Importação Após a confirmação do envio de numerário e disponibilização dos impostos federais em conta corrente, o registro da DI no SISCOMEX é realizado, e portanto, o débito automático dos tributos federais é efetuado. Preparação do ICMS e recolhimento do mesmo, ou Guia de liberação (exoneração). Impressão do extrato da DI e preparação do envelope com os docts instrutivos do despacho. Acompanhamento da parametrização da DI no SISCOMEX.
22 9o. Passo: Desembaraço Alfandegário Parametrização canal verde: emissão da CI de liberação junto a URF de despacho. Parametrização canal amarelo: para distribuição da DI para o AFRF que irá fazer a conferência documental da DI. Parametrização canal vermelho: para distribuição da DI para o AFRF que irá fazer a conferência documental e física da DI. Parametrização canal cinza: para distribuição da DI para o AFRF que irá fazer a conferência documental, física e análise do valor aduaneiro da DI.
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24 Tributos incidentes na Importação Os tributos incidentes na importação são os IMPOSTOS e as CONTRIBUIÇÕES. IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES EM UMA IMPORTAÇÃO: Em uma importação normal, temos a incidência dos seguintes impostos: II Imposto de Importação (imposto Federal) IPI Imposto sobre produtos Industrializados (imposto Federal) ICMS Imposto s/circulação de mercadorias e serviços (Imposto Estadual) Temos também a incidências das seguintes contribuições: PIS/Cofins Contribuições Federais Obs: A CIDE tbém é uma contribuição que só incide sobre os combustíveis e portanto não será estudada nesse curso.
25 Alíquota p/ Cálculo dos Tributos: II Cálculo pela aplicação das alíquotas fixadas na TEC, de acordo com a NCM (classificação) do produto. IPI Cálculo pela aplicação das alíquotas fixadas na TIPI, de acordo com a NCM (classificação) do produto. ICMS Como o ICMS é um imposto estadual, a legislação/alíquota muda para cada Estado. No caso de SP, a alíquota normal para 2007 é de 18%, salvo algumas exceções descritas nos artigos 53,54 e 55 do RICMS, bem como na Resolução SF 04/98. Note que há hipóteses de redução da base de cálculo conforme constante no RICMS e Convênios Federais como o Convênio Icms 52/91. (Obs: Em anexo fornecemos os artigo do RICMS citados bem como a Resolução e Convênio citados). PIS/COFINS As alíquotas normais são 1,65% para PIS e 7,60% para Cofins, mas há diversas exceções, conforme resumo a seguir. (Base legal: Lei 10865/04). Há hipóteses de redução, isenção e suspensão, assim como há para o II, IPI e ICMS.
26 Resumo de base de cálculo dos tributos: Tributo II IPI PIS COFINS ICMS Na tabela abaixo informamos a base de cálculo de cada tributo incidente na importação Base de cálculo VA x II% (VA + II) x IPI% (VA + PIS + COFINS + ICMSFICTO) x PIS% (VA + PIS + COFINS + ICMSFICTO) x COFINS% (VA + II + IPI + PIS + COFINS + ICMS + DA) X ICMS% Obs: VA = Valor aduaneiro. Geralmente é o CIF. DA = despesas Aduaneiras. Em SP as despesas aduaneiras são somente a taxa siscomex e multas incorridas na importação. ICMSFICTO = é o ICMS calculado sem o PIS e COFINS e as despesas aduaneiras.
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