CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO IMPUGNAÇÃO

Transcrição

1 AO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO CRC-SP A/C Comissão Permanente de Licitação Pregão Eletrônico 044/2016 UHY MOREIRA AUDITORES, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º / , com sede na Rua Pirapó, nº 569, mezanino, Bairro Igara, Canoas/RS, por seu sócio administrador, Paulo Fernando F. Moreira, vem interpor a presente IMPUGNAÇÃO ao Pregão Eletrônico 044/2016, pelas razões e fundamentações a seguir expostas: Insurgem-se a UHY MOREIRA - AUDITORES, ora impugnante, em face de restrição contida no Subiten b da Qualificação Técnica desta licitação lembrando que se os princípios éticos e morais que devem reger os atos da Administração Pública elencados na Constituição Federal do Brasil, Lei 8.666/93 e demais normas que regem a matéria não forem seguidos deve ser o referido edital impugnado, senão vejamos: Qualificação Técnica b) certidão de Registro da pessoa jurídica junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) ou Conselho de Arquitetura e Urbanista (CAU) ou CRECI (Conselho Regional de Corretores de imóvel) devendo obrigatoriamente constar em seu objeto social a execução de serviços técnicos de engenharia o/ou arquitetura, com atuação compatível com elaboração de laudos de avaliação de imóveis.

2 No item 1-DO OBJETO do Edital diz que: 1.1. A presente licitação tem por finalidade para prestação de serviço de avaliação dos imóveis do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo A comissão de Licitação, ao exigir somente empresas de engenharia devidamente registradas no CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo ou CRECI - Conselho Regional de Corretores de Imóvel do Estado de Origem está interpretando restritivamente o requerido no item Objeto do Edital, ou seja, está extrapolando em suas exigências ao limitar o número de participação de empresas no certame licitatório. Salienta-se que a exigência de capacidade técnica exclusivamente das pessoas jurídicas, empresas/sociedades, não tem previsão legal, não há lei que exija a capacidade técnica das mesmas. Pela leitura do item - Objeto do Edital - o serviço pode ser executado perfeitamente por empresas que estejam registradas no CRC Conselho Regional de Contabilidade se possuir em seu quadro, profissional com registro no CREA, CAU ou CRECI, ou seja, a comprovação de capacidade técnica se dará sobre o profissional constante no quadro técnico da empresa/sociedade licitante, em nível de responsável técnico, diretor, gerente, supervisor e outro integrante, estando desta forma a empresa capacitada para realizar o trabalho requerido no item Objeto do Edital. A UHY MOREIRA AUDITORES, ora recorrente, empresa altamente conceituada no ramo de Auditoria, cita como exemplo os serviços de Auditoria Econômica Financeira e de Engenharia realizados para o FONDO PARA LA CONVERGENCIA ESTRUCTURAL DEL MERCOSUR (FUNDO onde foi exigido o CREA e o CRC apenas dos profissionais já que os mesmos é que são os responsáveis técnicos pela execução do serviço, senão vejamos: 1., e UHY MOREIRA AUDITORES: contratação de serviços de Auditoria Externa para Projeto FOCEM 12: Empalme Ruta 54 Ruta 55 Uruguai. 2. Em MOREIRA AUDITORES : contratação de serviços de Auditoria Externa para o Projeto FOCEM Rehabilitación de Corredores Viales República do Paraguai. 3. MOREIRA AUDITORES : contratação de serviços de Auditoria Externa para Projeto FOCEM Recapado del Tramo alimentar de las Rutas I y 6, corredores de integración regional,ruta I (Carmen del Paraná)- Paraguai.

3 Além dos exemplos acima já desenvolveu serviços de avaliação mobiliária e imobiliária (imóveis) para órgãos públicos e autarquias como: 1. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2. PREFEITURA MUNICIPAL DE DOIS IRMÃOS RS 3. APEX BRASIL AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕES E INVESTIMENTOS Lembramos ainda que, a exigência de capacidade técnica de qualquer processo licitatório é limitada ao art. 30 da Lei de 21 de junho de 1993, ou seja, devem ser de acordo com as características, quantidades e prazos do Objeto da licitação: Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar -se-á a: 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação. Sem grifo no original!!! O dispositivo legal é por si só aplicável, sem necessidade de explanações. Assim, o edital supra referido fere frontalmente à disposição legal e o princípio da competitividade. Marçal Justen Filho em sua obra Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, quando comenta o art. 30 da Lei, sinala: qualificação técnica tem grande amplitude de significado. Em termos sumários, consiste no domínio de conhecimentos e habilidades teóricas e práticas para execução do objeto a ser contratado. O conceito de qualificação técnica é complexo e variável, refletindo a heterogeneidade os objetos licitados. Cada A Lei nº disciplinou de modo minucioso a matéria da qualificação técnica.. Um dos caracteres mais marcantes da Lei nº f oi a redução da margem de liberdade da Administração Pública nesse campo (grifo nosso) e a limitação do âmbito das exigências. Buscou evitar que exigências formais e desnecessárias acerca da qualificação técnica constituam-se em instrumento de indevida restrição à liberdade de participação em licitação. O objetivo é eliminar distorções ocorridas no sistema anterior, em que os requisitos de qualificação técnica acabavam por inviabilizar o acesso de muitas empresas à licitação. A legislação vigente não proíbe as exigências de qualificação técnica, mas reprime exigências desnecessárias ou meramente formais (grifo nosso). ed.,ed. Dialética, São Paulo,2001, pp.327/328).

4 Diante disso, não havendo lei especial que determine as exigências do Subiten b do Edital a mesma não pode proceder. Ademais, o inciso XXI, do art. 37 da Constituição Fe deral preceitua que se atenham, apenas, as indispensáveis à garantia do cumprimento da obrigação. Com amparo no preceito, o Plenário do STF decidiu em MS nº decreto, os atos regimentais ou instruções normativas, e muito menos acordo firmado entre as partes, superpor-se a preceito constitucional, instituindo privilégio para uns em detrimento de outros, posto quê, além de odiosos e iníquos, atentam contra os princípios éticos e morais que precipuamente devem reger os atos rela RDA e RTJ165/189). No mesmo sentido, MS nº SP, STF/Pleno, RTJ 165/854. A legislação pátria reguladora dos atos licitatórios repudia, determinantemente, as limitações não previstas em lei e que inibam a participação. Isto são regras discriminatórias que podem levar a anulação do edita l. Marçal Justen Filho, na obra antes referida, é mais abrangente na sua interpretação legal e assim se manifesta: -se que somente podem ser previstas no ato convocatório exigências autorizadas na Lei (art. 30, parágrafo 5.º). Portanto, estão excluídas tanto as cláusulas expressamente reprovadas pela Lei n.º E mais, A nova Lei disciplinou de modo muito mais minucioso a matéria da qualificação técnica. Um dos caracteres mais marcantes da nova Lei foi a vedação à liberdade da Administração Pública nesse campo e a limitação das exigências. A nova Lei busca evitar que exigências formais e desnecessárias acerca da qualificação técnica constituam -se em instrumentos de indevida restrição à liberdade de participação em licitação. O objetivo é eliminar disto rções ocorridas no sistema anterior, onde os requisitos de qualificação técnica acabavam por inviabilizar o acesso de muitas empresas à licitação. Isso não significa substituir uma distorção por outra. A nova Legislação não proíbe as exigências de qualificação técnica, mas reprime exigências desnecessárias ou meramente formais. reclamos do interesse público, tendo em vista todas as circunstâncias previsíveis (preço, capacitação técnica, qualidade Esta alternativa é incompatível com a ordem jurídica e o interesse público. Não pode ser legitimada com o argumento de que a Administração necessita segurança maior do que aquela correspondente à execução em uma ocasião. Conforme se depreende da leitura do item acima do edital, os critérios utilizados por essa Comissão Permanente de Licitação, se assim permanecer, está a restringir a livre concorrência na presente licitação. As exigências do Registro das empresas no CREA, CAU ou CRECI acabou por limitar que diversas empresas possam concorrer nesta licitação, afrontando com clarividência o regramento licitatório pátrio. As considerações referentes ao registro dos atestados estão tolhendo uma maior amplitude de concorrentes que plenamente teriam condições de executar este serviço.

5 A Lei concede liberdade para a Administração Pública impor exigências que garantam a sua segurança, mas lembramos de que a mesma não soube usufruir desta liberdade, tanto que a Lei nº tem como um dos caracteres mais marcantes a redução da margem de liberdade da Administração no campo da qualificação técnica e a limitação no âmbito das exigências. Pelo exposto, requer seja dado provimento a presente impugnação, desconsiderando as exigências contidas no Subitem b da Qualificação Técnica do Pregão Eletrônico nº 044/2016 do presente edital. Nestes Termos Pede Deferimento. Porto Alegre, 08 de novembro de UHY MOREIRA AUDITORES Paulo Fernando F. Moreira