Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

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2 Editor responsável Zeca Martins Lilian Nocete Mescia Capa Zeca Martins Revisão Juliana Vieira Dias Esta obra é uma publicação da Editora Livronovo Ltda. CNPJ , São Paulo, SP Impresso no Brasil. Printed in Brazil Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP T179p Tarcisio Lisboa, Francisco Poemeus /Francisco Tarcisio Lisboa. Águas de São Pedro: Livronovo, p.; 21 cm ISBN ª edição 1. Literatura Brasileira. 2. Poesia Brasileira. I. Título. CDD B869 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser copiada ou reproduzida por qualquer meio impresso, eletrônico ou que venha a ser criado, sem o prévio e expresso consentimento dos editores. Ao adquirir um livro você está remunerando o trabalho de escritores, responsáveis por transformar boas ideias em realidade e trazê-las até você.

3 APRESENTAÇÃO O amigo Tarcísio traz ao longo do livro Poemeus uma poesia humana, demasiadamente humana, parafraseando Friederich Nietzsche. Trata-se de textos que abordam com maestria questões relacionadas à vida (Eros) e à morte (Thanatos), à natureza, à alma feminina, aos encontros e desencontros que constituem o caminhar de toda existência humana. As grandes contradições que tecem o curso da vida estão fortemente presentes em sua poesia. As linhas que o leitor irá apreciar, no corpo do texto, apresentam um pouco das andanças de um homem lutador, corajoso afinal, expor textos ao público é uma tarefa corajosa, como ele próprio diz e esperançoso com a vida, com o belo, com esse nosso mundo tão carente de poesia. Um aspecto que me chamou atenção e merece ser comentado é o título do livro. Em Poemeus, a poesia já começa no próprio título. A palavra poema justaposta ao pronome possessivo eu, acrescida da marca de plural s dá-nos, inicialmente, a ideia de que os textos são posse do poeta, sua propriedade. Contudo, mesmo quando fala de si, nos poemas, o autor de Poemeus consegue incluir o outro, falando de todos nós. Vale dizer: outro que é nós, que tece nossa subjetividade, que constitui nossa identidade. Melhor ainda, ele escreve sobre sua dor, seu(s) amor(es) e sua vida, seus sonhos, alegrias mágoas e tristezas: tudo isso que é tão nosso, que é tão humano. Apresenta, com propriedade, as sensações coletivas, fazendo-nos viajar pelas páginas.

4 Fico feliz em poder participar desse momento ímpar. Aproveito para deixar, parafraseando o próprio autor dessa obra especial, um poema que muito me encanta Reflexões, que sintetiza bem a alma do poeta e do próprio livro, afinal livro também tem alma! No mar da vida navegamos a esmos, Sob o céu somos tão pequenos E diante à luz, tão escuros. Não adianta esconder o que se mostra, Nem morrer se a vida é presente. Enfim, caríssimo amigo Tarcísio, continue nos prestigiando com teus poemas-borboletas, para que os nossos olhos, ouvidos, pele e alma continuem saboreando a sinestesia de sua arte. Parabéns por esta bela conquista! Ariquemes, 9 de janeiro de Ilka de Oliveira Mota

5 MINHAS PALAVRAS Escrever poesias é fácil porque elas brotam da mente de forma tão espontânea, tão rápida, que às vezes até ficam emboladas atropelando umas às outras. Fácil porque dizem respeito a nós mesmos e não questionamos nossas criaturas, parecem perfeitas. E são de certa forma. Nossas poesias exprimem os momentos que passamos de forma tão intensas que não importa quando, mas sempre nos lembraremos daquele instante como se fosse o agora. O difícil para os iniciantes na poesia é criar coragem para torná-las públicas. Se poesia é a intimidade manifesta, justifica-se a recusa em ser desvelada. Mas como tudo tende a se tornar conhecido, chega um momento na vida que não interessa mais segredos, e a poesia implora para ser vista pelo outro (ou o poeta deseja ser visto. Não existe poeta invisível). Mesmo assim tememos ser vistos. Este livro POEMEUS são poemas meus que há tempos amarelam dentro de uma pasta catálogo. São poesias com mais de vinte anos (já estão adultas) e outras recentes que resolvi compartilhar. Trata de saudade, da chuva, desejo, paixão, da vida e do que a move: o amor. Carregam as lembranças de tempos diferentes, de emoções outras, mas todas minhas. O Autor

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7 A gratidão é uma virtude que necessita de prática. Por isso, sou grato pela vida que Deus me deu, pelos meus amores: Elis Regina, Caio, Miguel e Francisco. Grato também pelos parentes (irmãos, sobrinhos, primos), cunhados e amigos, especialmente a Inês Cancelier (quem primeiro leu esses poemas) e Ilka Mota pela paciência e colaboração.

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9 Sumário Porta...11 A palavra...12 A chuva e você...13 A razão...14 Viver...15 Vida de sertanejo...16 Poema ao adeus...17 Dúvidas...18 Desejos...19 Migrante...20 Homens e arte...21 Conselhos para os apaixonados...22 Para viver...23 José...24 Corre-corre...25 Cristo...26 Oração do dia...27 Direitos do homem bom...28 Tentação à floresta...29 Loucura das palavras...31 Lamentos...32 Sonhos...33 Pessimista...34 Talvez...35 À Elis...36 O desejo...37 Reflexões...38 Cegueira...39 Tanto...40

10 Linda mulher...41 Remédios da vida...42 Cidade...43 Vivas ao bêbado?...45 Cuidado...46 Infinitivo...47 Gerúndio...48 Insônia...49 Chuvas da Amazônia...50 A janela é o mundo...51 Tropeços da vida...52 O pé de juazeiro...53 A dura vida...54 A medida do amor...55 Ufanismo...56 Soneto da saudade...58 Soneto do tempo...59 Enconto inesperado...60 Poeta...61 Dúvidas...62 A rima da poesia...63 Santa Helena...64 A idade de alguém...65 Desiludido...66 Se houvesse desencontro...67 O ciclo da vida...68 Lembranças de menino...69 Soneto meu...71 Desejo...72 Desinspirado...73 Soneto à musa...75 Mãe...76 O que é beleza?...77 O não e o quero...79

11 Porta Abre pro bem, abre pro mal, Passa o amigo; o inimigo não passa, O amor não passa (ou passa despercebido). Esmurro-te e me guardas, Tu abres e eu me fecho Por que atrás de ti tenho problemas. De madeira tu és porta E todos te reconhecem, Eu, humano e não realizado. O tempo passa não te marca, O bem me vem e já preocupo com o mal. Tu és tranquila e eu sou louco, Tu ficas em pé, e eu me canso, até a morte. 11

12 A PALAVRA O mundo se fez na palavra Para chegar ao concreto, Só ela tem o poder De acertar o incerto. Com palavras chegaremos ao céu, Sem elas, desceremos ao inferno. Com palavras desprezamos, Com palavras o finito fica eterno. 12

13 A CHUVA E VOCÊ A chuva cai. Com ela, a saudade E eu, à toa a me molhar Sem você comigo Que corre como ela. A chuva se foi. E você também vai? Que pena! A chuva voltou e está frio. E eu só, solidão, lembranças. 13

14 A RAZÃO Nos rochedos lá na praia Tem um velhinho solitário, Vai lá a ele visitar. Leva somente a alma, Mas vai a ele visitar. É numa casa de palha Humilde, mas muito nobre, Não feches seu coração ao pobre Por que o que procuras achará. Ele é muito sábio, O maior sábio que há. Ouvirá que a vida é viva E que não é só tua, Outros donos há. Quando olhares não verá rochedos Nem mesmo praia há. Eles não existem, Mas o velhinho, sei que há, Está dentro de ti É só parar e procurar. 14

15 VIVER A cor do céu é azul Quando minha vida é paz. Ele é infinito céu Quando minha vida é paz. O meu Deus é maior Quando minha vida é confusão. Não haverá mais paz Quando ela é confusão. Não verei mais o céu Quando a ambição me apanhar. Não existirão mais ondas O mar prá mim secou. Não terei pernas para andar Apenas costas a me carregar. Não viverei. 15