grande prazer e satisfação que iniciamos mais um programa da série "Através da

Transcrição

1 Olá amigo, quero saudá-lo em nome de Jesus Cristo, o nosso salvador. É com grande prazer e satisfação que iniciamos mais um programa da série "Através da Bíblia". E, para você que tem nos acompanhado fielmente declaramos a nossa gratidão de, a cada programa, termos a possibilidade de estudarmos com você mais um trecho das Escrituras Sagradas. Sentimos-nos privilegiados quando recebemos a carta dos nossos amigos contando-nos suas experiências com Deus através desse programa. Por isso, incentivamos a você que é ouvinte assíduo a escrever dando-nos suas impressões sobre o programa. Por isso, é que compartilhamos a carta de um irmão que é da cidade de Cacoal, no estado de Rondônia. São essas as suas palavras: "Venho parabenizá-lo pelo excelente programa que vem realizando, que consiste em explicar a Palavra de Deus com clareza e sabedoria. Aqui em casa não perdemos um só programa. É uma bênção maravilhosa! Desde criança conheço o Através da Bíblia, pois, meu pai não perdia este programa. Oro para que nunca saia do ar e possa ainda abençoar a muitos". Querido irmão, somos gratos por suas palavras. Elas soam para nós como um incentivo, mas também nos enchem de responsabilidade para que cada vez mais tenhamos programas que edifiquem a cada um de vocês. Por isso oramos pedindo as bênçãos de Deus. E, é para isso que chamo a sua atenção agora. Vamos orar: "Pai de amor, somos gratos pela oportunidade que tu nos dás de abrirmos a sua palavra e juntos ouvirmos a sua voz. Senhor desejamos e necessitamos da iluminação do teu Espírito para podermos compreender a Tua Palavra e capacitados por ele mesmo cumprirmos os teus mandamentos. Senhor obrigado porque tu nos ouves. Obrigado porque respondes as nossas orações. Por isso oramos em nome de Jesus, Amém". 1

2 Prezado amigo, completamos hoje o estudo do capítulo 37 do livro de Gênesis que nos apresenta a vida de José. Já comentamos os primeiros 24 versículos deste capítulo. E por isto hoje vamos começar a partir do versículo 25. Você se lembra que José era o penúltimo filho de Jacó. Nascido de Raquel, a amada esposa de Israel José era o favorito de Israel. Como favorito do pai, tinha ganho uma túnica, de mangas longas, um verdadeiro traje real. José com 17 anos servia o pai em diversas atividades, inclusive na assistência aos seus irmãos que pastoreavam os rebanhos da família, muitas vezes longe do local onde moravam. José tinha uma responsabilidade muito delicada também. Devia relatar ao pai o comportamento e as atitudes dos seus irmãos quando estavam pastoreando o rebanho. Era uma missão espinhosa. Tinha que obedecer a Israel, o quê ao mesmo tempo levantava forte oposição por parte dos seus irmãos. Você se lembra também que José tinha sonhos e nesses sonhos ele via que seus irmãos e até mesmo seus pais se inclinavam para ele. Sendo o favorito de seu pai, ao contar os sonhos para os seus irmãos, cada vez mais atraia o ódio dos seus irmãos sobre si e também a repreensão do próprio pai. Certamente esse ambiente no lar de Israel foi provocado pela poligamia. Israel casara-se com as duas irmãs: Lia e Raquel e ainda tivera filhas com as servas das suas esposas. Mas, querido amigo, sempre é bom destacar que nunca houve a aprovação de Deus para a poligamia. O resultado aqui é claro. Desentendimento, ciúmes, infelicidade e ódio na família. Você deve se lembrar também que no final do nosso último estudo, os irmãos de José concretizaram o ódio contra ele, jogando-o num poço sem água. Hoje, a partir 2

3 do verso 25 vamos encontrar o desfecho dessa história. 3 Mas, querido amigo, antes de entrarmos na analise detalhada do texto devemos fazer a seguinte consideração, muito importante: É necessário reconhecermos, como já havia revelado, logo de início, a Abraão, em , que Deus sempre teve a intenção de conduzir sua família escolhida ao domínio estrangeiro, para transformá-la numa nação. As razões desse plano de Deus eram claras: 1) depois de serem escravizados por 400 anos, seriam libertos e sairiam com grandes riquezas; 2) "a medida da iniqüidade dos amorreus", isto é, dos cananeus ainda não tinha chegado ao limite determinado pelo próprio Deus; e, 3) Canaã acumularia tantos males que não seria mais possível puni-la sem ser através da total eliminação da sua população pecadora, idólatra e desagradável a Deus, tornando-se madura, pronta, para a possessão de uma nova nação, uma nação santa, um reino de sacerdotes do próprio Deus. Assim, é importante percebermos que através da história de José, a seqüência de acontecimentos que levaria Israel ao cativeiro do Egito estava começando a ser colocada em movimento através das dificuldades que esta família escolhida iria enfrentar. Mas é mais importante ainda, reconhecermos que todos os acontecimentos futuros, por mais estranhos que fossem se tornariam parte do plano soberano de Deus para atingir o seu ideal de formar para si um povo seu, testemunha da sua graça para com a humanidade. Temos que entender que esta história é o retrato mais nítido da providência divina. Através da poderosa e soberana mão de Deus todo o seu plano estava sendo

4 realizado. Inclusive, quando no futuro estudarmos a rejeição do próprio Deus por Israel, o seu povo, temos que ver a maravilhosa mão de Deus conduzindo a história, até que na "plenitude dos tempos", isto é, no tempo exato, conforme as palavras inspiradas de Paulo, em Gl 4.4, Deus enviou seu filho Jesus Cristo, nascido de mulher, para nos resgatar, dando-nos, gratuitamente e através da fé, a bênção da adoção, da salvação, da filiação com Deus. Agora, voltando ao texto vimos que os irmãos de José estavam decididos a tirar-lhe a vida. Todos estavam de acordo com exceção de Rúben. De todos eles, Rúben foi o que pensou mais acertadamente, e por isso os impediu de concretizarem o seu intento. Os versos 22 e 23 dizem: "Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cisterna que está no deserto, e não ponhais mão sobre ele; isto disse para o livrar deles, afim de o restituir ao pai. Mas, logo que chegou José aos seus irmãos, despiram-no da túnica, a túnica talar de mangas compridas que trazia. E tomando-o, o lançaram na cisterna vazia, sem água." Temos que elogiar a atitude de Rúben pois não quis apoiar seus irmãos num ato criminoso. Protestou e apresentou logo uma proposta que satisfez aos seus irmãos, com intuito de salvar a José depois. Qual teria sido a motivação de Rúben ao tomar tal atitude? Com certeza ele queria agradar o seu pai. Depois de tê-lo desrespeitado, possuindo sua concubina, Bila, sendo o filho mais velho, ele tinha responsabilidade sobre tudo o que acontecia com José. Rúben foi corajoso e se opôs a todos os irmãos, se opôs a um plano maléfico, que previa a morte de José e, assim frustrou completamente a sua concretização. Nos versos 25 a 28 lemos: "Ora, sentando-se para comer pão, olharam e viram que 4

5 uma caravana de ismaelitas vinha de Gileade; seus camelos traziam arômatas, bálsamo e mirra que levavam para o Egito. Então disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar a nosso irmão e esconder-lhe o sangue? Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas; não ponhamos sobre ele a mão, pois é nosso irmão e a nossa carne. Seus irmãos concordaram. E passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por 20 ciclos de prata aos ismaelitas; Estes levaram José ao Egito. Querido amigo, você consegue imaginar o que um bando de irmãos, cheios de ódio pode fazer? Mesmo assentados comendo o alimento que José trouxera queriam mata-lo de qualquer maneira, demonstrando dureza de coração. Através do uso da força, naquela cisterna seca no deserto, José estava sentenciado a morrer. Rúben, que o salvara da primeira tentativa estava fora, havia saído. Então surge Judá, um dos irmãos mais velhos, o quarto, filho de Israel e Lia. Ele apresentou outro plano que, apesar de não ser o melhor, revelava sua boa intenção de não derramar o sangue do seu irmão. Foi o que ele quis evitar. Tanto o plano de Rúben de restituí-lo depois ao pai, como este plano de Judá foram fundamentais para evitar a morte de José naquele momento. Mas, querido amigo, é bem verdade, que vendê-lo como escravo para o Egito era uma outra forma de matar José. Era como que, uma morte lenta. Ser escravo no Egito era a coisa pior que poderia acontecer. Mas, mesmo assim era preferível isto do quê a morte violenta, imediata ou lenta. Assim foi José vendido aos ismaelitas para o Egito aonde seria posto no mercado de escravos como uma mercadoria qualquer. Os irmãos de José sabiam que fazendo isto nunca mais voltariam a ouvir 5

6 a seu respeito. Era uma separação definitiva aquela, e, assim, José foi vendido aos ismaelitas, ou midianitas. Agora, vale a pena pensar sobre a referência aqui aos ismaelitas ou midianitas. Será que houve um erro? Será que há contradição nesse texto? É claro que não há nenhuma contradição aqui. Realmente o texto do verso 27 diz que José foi vendido aos ismaelitas, e logo depois, nos versos 28 e também no último verso deste capítulo, o verso 36, dizem que José foi vendido aos midianitas. Como se explica isto? Não há nenhuma contradição. Os ismaelitas são os descendentes de Ismael, filho de Abraão com Hagar, conforme E os midianitas são os descendentes de Midiã, filho de Abraão com Quetura, conf Então, tantos os ismaelitas quanto os midianitas eram descendentes de Abraão, mas não da linha da promessa. Eles eram negociantes e, se juntavam em caravanas para as longas viagens que tinham de fazer por territórios e países distantes. estavam juntos numa caravana que ia para o Egito. E o texto sagrado diz exatamente isto. Que se tratava de uma caravana constituída de ismaelitas e de midianitas que compraram José por 20 ciclos de prata. Era muito natural que uma caravana fosse formada do maior número possível de pessoas para fazer face aos ladrões e a outros perigos existentes na época. O texto prossegue e nos versos 29 a 33 vemos a reação de Rúben, o arranjo que os irmãos fizeram para dar uma explicação convincente a Israel, seu pai e vemos também a reação de Israel, diante da suposta morte de José. O texto diz assim: "Tendo Rúben voltado a cisterna, eis que José não estava nela; então rasgou as suas vestes. E voltando a seus irmãos disse: Não está lá o menino; e, eu, para onde 6

7 irei? Então tomaram a túnica de José, mataram um bode e a molharam no sangue. E enviaram a túnica talar de mangas compridas, fizeram-na levar a seu pai e lhe disseram: Achamos isto; vê se é ou não a túnica de teu filho. Ele a reconheceu e disse: É a túnica de meu filho; m animal selvagem o terá comido, certamente José foi despedaçado". Querido amigo, quando Rúben voltou, naturalmente José já ia bastante longe. A maldade muitas vezes consegue sucesso temporário. Aqui a maldade venceu, mas como veremos, venceu apenas temporariamente. Mas o que deveriam dizer a Israel, o velho patriarca? O que iriam contar ao pai? Seria necessário uma mentira. A mentira é o refúgio dos homens maus. O quê fizeram os irmãos? Mataram um bode, e ensoparam a túnica colorida de José no sangue, e a levaram para Israel, perguntando-lhe se aquela era a túnica de José. Vemos aqui a eficiência com que trabalham os homens maus. Vemos o grande recurso da mentira sempre empregado pelos criminosos e pelas pessoas más. Mas, felizmente, como diz o dito popular, a mentira tem as pernas curtas, ela não vai muito longe, tem um limite. Não há nada escondido que não venha a ser revelado, diz a Palavra de Deus. Os irmãos de José estavam satisfeitos com os resultados do seu disfarce, da sua mentira. Acharam eles que aquela túnica molhada de sangue de bode era a última notícia a respeito de José e que tudo ficaria naquilo mesmo. E de fato, por um certo tempo ficou. Mas a verdade sempre aparece, ela vem à tona. Às vezes pensamos que a verdade pouco atrasa. Mas não, ela sempre vem no tempo certo. Os irmãos de José lhe tinham grande ódio, pois eles não pediram para perguntar: "Vê se é ou não a túnica do nosso irmão, mas, vê se isso é de teu filho. Não 7

8 quiseram identificar-se como irmãos de José. Era o sentimento da discriminação, do ódio, do ciúme, da inveja, da vingança. Estes sentimentos são criminosos e pecaminosos diante de Deus e dos homens. E, no verso 33 vemos a reação de Israel, o velho patriarca: Ele reconheceu a túnica que tinha dado para José e, vendo-a ensopada de sangue logo deduziu que seu filho tinha sido morto por um animal. Como vemos a fraude dos irmãos de José foi muito eficiente, pois o que eles quiseram imprimir na mente de Israel, imprimiram. Israel não via nenhuma outra conclusão a tirar. José havia saído a procurar os seus irmãos num lugar diferente, bastante distante de casa. Saiu de Hebrom, para Siquém, e depois para Dotã onde veio a encontrar os seus irmãos. O que eles disseram ao pai é que, apenas que acharam aquela túnica molhada de sangue. Nenhuma outra explicação poderia encontrar Israel para o caso, senão que o seu querido filho teria sido despedaçado por uma fera. E assim Jacó, que antes era o enganador, foi completamente enganado pelos seus filhos. E, este caso nos lembra mais uma vez aquela lei que tantas vezes já temos lembrado aqui, de que tudo quanto o homem semear, isto também ceifará, usando as palavras do apóstolo Paulo. Aqui vemos Jacó colhendo o que havia semeado em tempos passados. Não foi Jacó que matou animais para enganar seu pai Isaque? É um caso muito triste, não é mesmo? Achamos que esses filhos erraram muito em enganarem o seu pai. E, erraram mesmo. Mas, de qualquer maneira, Jacó estava colhendo aquilo que em tempos passados havia semeado. Bom, amigo, o texto prossegue e nos versos 34 e 35 temos o seguinte relato: "Então, Jacó rasgou as suas vestes, e se cingiu de pano e saco, e lamentou o filho 8

9 por muitos dias. Levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas para o consolarem; ele, porém, recusou ser consolado, e disse: Chorando, descerei a meu filho até a sepultura. E de fato o chorou seu pai". Aqui temos um pai com um coração quebrado. É difícil se poder entender porque Israel chorou tanto a morte de seu filho. Para explicarmos o choro todo de Israel teríamos de contar toda aquela história que já contamos, do amor de Jacó por Raquel, e do amor que ele tinha por seu filho José, que era o filho de Raquel já falecida. Quando Raquel morreu, aquele afeto foi como que transferido para os seus dois filhos mais moços, José e Benjamim. José tinha um caráter dócil, sempre obediente ao pai, embora alguns o vêem como um jovem arrogante. E agora de posse da túnica que presenteara a seu filho, a túnica ensopada de sangue, Israel sabia que não o veria mais neste vida. Por isso, Israel, como pai foi profundamente quebrantado. Nenhum consolo dos seus outros filhos foi suficiente para tira-lo daquela tristeza profunda. Esta frase: "descerei a meu filho até a sepultura" significa que Israel ficaria de luto até que se reunisse com seu filho na sua morte. Mas, querido amigo, graças a Deus não precisamos nos desesperar, mesmo diante da morte. Sabe por que? Porque Jesus é profundamente sensível, e se identifica conosco, com os nossos sofrimentos. Por isso ele é o conforto dos nossos corações. Ele sofreu em tudo como nós, porém sem pecado. E por ter sofrido de tudo ele é um sumo sacerdote que sabe se compadecer de nós e dos nossos sofrimentos. Querido amigo, o capítulo 37 termina com o versículo 36 que diz assim: 9

10 "Entrementes, os midianitas venderam José no Egito a Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda". A história de José vai continuar. Mas vai continuar no Egito, conforme a vontade de Deus e conforme veremos nos próximos programas. Amigo, chegamos ao final de mais um tempo de estudos na Palavra de Deus. Gostaria de lembra-lo mais uma vez. Mesmo nessa situação difícil, sofrida por José e por Israel, estavam nos planos de Deus para a formação do seu povo. Temos que confiar na soberania e na sabedoria de Deus. Obrigado por sua sintonia e espero por você em nosso próximo programa. Deus te abençoe! palavras.