Práticas Educacionais na Infância: limites e possibilidade para as famílias.
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- Maria Antonieta Meneses Pinto
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1 Práticas Educacionais na Infância: limites e possibilidade para as famílias. Bruna Di Richelle Souza Padovini, Unesp, Bauru. brunarichelly@gmail.com Michelle Caroline Ferreira dos Santos, Unesp, Bauru. micarolsan@hotmail.com Profª. Drª Maria do Carmo Monteiro Kobayashi, Unesp, Bauru. kobayashifc2@gmail.com Introdução: Pôster Relato de Experiência. O conceito de infância, segundo Ariès (1981) sofreu mudanças fulcrais, quanto ao desconhecimento do sentimento de infância e a particularidade da criança, o que segundo o autor ocorreu por volta do século XVII. Considerada por muitos estudiosos como um período de transição para a adolescência e juventude, a infância do vocábulo latino infantia tem como significado os primeiros anos da vida humana (até os 07anos), caracterizada pela falta de eloquência ou dificuldade em expressar-se. Conforme Monarcha (2001), a infância ganhou significativas representações ao longo da nossa história até a contemporaneidade, marcadas pelas diversas relações sociais, políticas e econômicas. Até o século XV, segundo os estudos de Ariès (1978), a criança era vista como um adulto em miniatura que passava a maior parte do seu tempo aprendendo sobre as coisas da vida cotidiana. Nos séculos XVI e XVII a infância começa a ganhar formas, marcada por um período de aprendizagem e de escolarização. Posteriormente, nos séculos XVIII e XIX, as inúmeras questões acerca da aprendizagem e da construção do pensamento, passam a invadir as diferentes áreas da pesquisa científica, destacando, neste período as especificidades da infância, momento 1
2 no qual seu conceito ganha força, tornando a criança em um centro de interesse social e econômico. Desta maneira, a infância foi objeto de estudo nas diversas áreas, principalmente, na medicina e psicologia, que por sua vez, proporcionaram contribuições no campo da pedagogia, trazendo para a educação discussões e possibilidades de práticas mais efetivas no processo de escolarização. Estudos mais recentes como os de Postman (1999), apontam para o fim desta fase da vida, segundo ele, devido a alfabetização precoce, a mudança no conceito de vergonha e o acesso da criança às informações até então vedadas a elas. Postman (1999) considera à inserção da comunicação eletrônica, principalmente, com o uso da televisão e games, na rotina das crianças como fatores que inserem temáticas e situações inoportunas às crianças. Nesta perspectiva, podemos observar o regresso dessa caminhada histórica culturalmente produzida. Frente à problemática em questão, destacamos o papel da família nesta fase como mediadora e instituição social importante na valorização e no atendimento às características da criança, o que pode ser conferido nos documentos nacionais tais como o Estatuto da Criança e do Adolescente. (BRASIL, 2002). Para entender a família como instituição social, torna-se necessário, conhecermos o contexto de sua construção histórica e a reflexão acerca de conceito e concepções. Para Arce e Martins (2010) a criança nasce em um contexto familiar e logo passa a compreender as regras de convivência, as escolhas e suas consequências, ou seja, passa a fazer parte de um contexto sociocultural já organizado. Concomitantemente com as variáveis do conceito infância, a família também tem passado por diferentes e constantes mudanças conforme as determinações sociais e temporais. Nesta perspectiva Nogueira (2005), pontua: seu No que tange a família ocidental, característica dos países industrializados, um rápido balanço demográfico de suas principais mutações inclui: (a) decréscimo do número de casamentos, em benefício de novas formas de conjugal idade (em particular, as uniões livres); (b) as elevações constantes da idade de casamento (e de procriação) e da taxa de divórcios; (c) a diversificação dos arranjos familiares, com a difusão de novos tipos de famílias (monoparentais, recompostas, monossexuais); (d) a limitação da prole, associada a generalização do trabalho feminino, ao avanço das técnicas de contracepção, as mudanças nas mentalidades. (NOGUEIRA, 2005, p. 570). 2
3 Mesmo diante destas modificações e implicações pode-se entender a importância e influência que a família exerce desde a infância à formação adulta, contribuindo, consideravelmente, para as tomadas de decisões e escolhas ao longo da vida. Além disso, colabora para a formação crítica e participativa da criança, compreendendo o seu papel e sua responsabilidade frente aos desafios da contemporaneidade, algo que para Maimone e Ribeiro (2006), contribui, inclusive em seu processo de escolarização, podendo resultar em melhores rendimentos na escola. Diante de tais estudos e apontamentos, buscou-se com o presente trabalho resgatar valores e propiciar informações sobre o importante papel da família no desenvolvimento e formação das crianças, utilizando para isso, estratégias de atuação junto aos familiares e responsáveis. Metodologia O presente trabalho buscou, através dos embasamentos teóricos, oferecer um espaço de informação e formação aos familiares com filhos na infância, oferecendo orientações sobre as seguintes temáticas: Desenvolvimento Humano e Aprendizagem, Infância, Escolarização, Limites e Possibilidades educar. Tais orientações ocorreram em dois locais distintos nomeados de: Instituição A, desenvolvida no final de 2012, e Instituição B, desenvolvida no início do ano de Em ambas, a formação destinava-se aos familiares e tinha como objetivo discutir o papel da família na infância e suas contribuições na vida escolar das crianças, apresentando ainda vertentes sobre o desenvolvimento humano e o processo de aprendizagem das crianças. Resultados e Discussões A Instituição A, consiste em uma empresa privada prestadora de serviços de saúde, em Bauru-São Paulo, contou com uma formação, intitulada: Educação Infantil: formas mais efetivas de educar filhos, com duração de uma hora, oferecida aos funcionários que possuíam diferentes funções (médicos, enfermeiros, administrativos, entre outros) e que tinham filhos entre 0 a 6 anos de idade, totalizando assim trinta participantes. 3
4 Já na Instituição B, consiste em um Projeto Social de esporte às crianças com idades entre quatro e onze anos, localizada na periferia da cidade de Bauru-São Paulo, desenvolveu-se a formação, entretanto com alguns aperfeiçoamentos, tendo como público, os familiares e responsáveis pela educação de suas crianças, obtendo-se a participação total de quinze pessoas. A mesma teve duração de aproximadamente uma hora e meia e contou com a presença de quinze familiares, que manifestaram bastante interesse. Ao final do trabalho foi possível inferir que, tanto os familiares da Instituição A, quanto da Instituição B, demonstraram interesse em buscar práticas que os auxiliem na educação de seus filhos. Considerações Finais: Frente aos resultados, em ambas as instituições, podemos inferir que em muitas situações há interesse da família na educação de seus filhos, porém falta informação e formação aos mesmos. Destacamos que muitos familiares buscam por orientações quanto aos cuidados e formação das crianças, em seus diferentes aspectos de desenvolvimento, bem como na forma de colaborar com o processo de escolarização de seus filhos. Concluímos, portanto que esta ação como estratégia para resgatar o papel da família nas práticas educativas com seus filhos possui grande relevância devendo ser desenvolvida de forma periódica e prioritária nos diferentes espaços sociais, para orientação de uma sociedade sedenta de informação dado o conflituoso cenário mundial. Palavras-chave: Infância, Família, Práticas Educativas. Referências: ARCE, A. MARTINS, L. M. (Orgs) Quem tem medo de ensinar na Educação Infantil? Em defesa do ato de ensinar. 2 ed, São Paulo, Alínea
5 ARIÉS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, BRASIL. Estatuto da criança e do Adolescente. Brasília. Lei 8069, 13 de julho Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, MAIMONE, E. H, RIBEIRO, O. M Família e Escola: uma parceria necessária para o processo de letramento. Revista brasileira de estudos pedagógicos. V. 87, nº 217, Brasília, Disponível em: < Acesso em: 25. mar MONARCHA, C. (Org.) Educação da Infância brasileira: Campinas, SP. Autores Associados, (Coleção Educação Contemporânea). NOGUEIRA, M.A A relação família-escola na contemporaneidade: fenômeno social/interrogações sociológicas. Análise social, vol, XL (176), 2005, p Disponível em: < Acesso em: 26. mar POSTMAN, N. O Desaparecimento da Infância. Tradução: Suzana Menescal de A. Carvalho e José Laurenio de Melo. Rio de Janeiro: Grafhia Editorial,
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