Avanços na nutrição de camarões. João Manoel Cordeiro Alves, M.Sc. Gerente de Produtos Aquacultura Guabi Nutrição Animal Grupo Guabi
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- Adelina Cipriano de Paiva
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1 Avanços na nutrição de camarões João Manoel Cordeiro Alves, M.Sc. Gerente de Produtos Aquacultura Guabi Nutrição Animal Grupo Guabi
2 Introdução Produção de camarões cresceu muito na última década, atualmente passa de 3 MMT, consumindo perto de 5 MMT de ração A produção anual de camarão vai triplicar até 2020, e requererá, pelo menos o dobro de ração A produção de farinha de peixe não vai atender a demandad Rações são o maior custo variável e há grande dependência de farinha de peixes Gasta-se 1,4-1,6 kg de peixes (para fazer farinha e óleo de peixes) para se produzir 1 kg de camarão Preços internacionais i i de camarão caindo Preços de farinha de peixes subindo Há necessidade de reduzir uso de ingredientes marinhos Há alternativas para isso, há conhecimento suficiente! 2
3 Qual a finalidade das rações? Fornecer nutrientes para atender Fornecer nutrientes para atender as exigências nutricionais
4 Principais fatores que interferem: Fase da vida do organismo cultivado Quantidade de alimento natural Desempenho zootécnico esperado Adversidades ambientais 4
5 Atendimento das exigências nutricionais ti i i Formulação Processamento Arraçoamento
6 Formulação Proteína (aminoácidos) Energia Minerais e Vitaminas Quantidade d Qualidade
7 Qualidade de Ingredientes Quantidade de nutrientes (alta) Quantidade de nutrientes digestíveis (alta) Quantidade de nutrientes indigestíveis (baixa) Fatores antinutricionais Fatores nutracêuticos Palatabilidade/Atratividade Estabilidade dos peletes Disponibilidade Facilidade de processamento
8 Dificuldades para formular Formular para o camarão ou para o mercado? Definir i as REAIS exigências i nutricionais i i Ambiente, Sistema de cultivo, Manejo Alimentar, Desafios 8
9 Camarão é diferente de outros animais! Palatabilidade e Atratividade Compostos nitrogenados nucleotídeos amino ácidos específicos Velocidade de detecção, localização e consumo da ração. Perdas de alimento e lixiviação I.C.A. Condições de cultivo 9
10 Tempo é dinheiro! 100 Ração na água por uma hora % DRY IN SOLUBL L E MATTE R =5-10% lixiviação da MS ~ 10-15% 15% custo de formulação Consumo 30 min mais rápido 85 = 4% menos perda de MS 80 ~ 6-7% custo de formulação FEED A FEED B EXPOSURE TO DESINTEGRATOR (MIN) Tacon,
11 Cenário Aumento da produção de camarões Aumento de produtividade na Ásia Ambiente, Sanidade e Genética Diminuição i i do preço e das margens 11
12 As rações para camarões consomem 24-27% 27% da farinha de peixes do mundo (Tacon & Metian, 2008) O uso de farinha de peixes vem caindo desde 1995, de 28% para 18% (na média das espécies cultivadas), mas o consumo total aumentou de T para T no mesmo período (Hardy, 2009) Devido à excelente qualidade nutricional e os estoques limitados, os ingredientes marinhos são commodities para as quais a demanda excede, de longe, a oferta, e seus preços continuarão a subir (Davis & Sooking, 2009) 12
13 O que importa em qualquer operação comercial de aquacultura é o Custo x Benefício, por isso é necessário personalizar o sistema de produção (com isso adequar ar a ração e o manejo alimentar) para aquilo que o mercado paga pelo produto final 13
14 Gargalos para o crescimento da Farinha de peixes Óleo de peixes Aquacultura 14
15 Apesar dos avanços no conhecimento de ingredientes, das exigências nutricionais nas diferentes fases de cultivo e dos programas de formulação, as rações são os maiores componentes no custo de produção As exigências nutricionais dos camarões foram determinadas d em experimentos em aquários de água limpa, sem qualquer produção natural de alimento. Isto significa que na maioria dos casos as dietas podem exceder as reais exigências nutricionais, impactando tanto nos custos como na deterioração dos ambientes de cultivo (Molina, 2009) 15
16 Precisamos repensar as rações Alternativas para Ingredientes Marinhos Camarões não precisam de ingredientes Camarões precisam de nutrientes 16
17 Oportunidades para o Brasil E para os produtores brasileiros Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo Brasil é um dos maiores produtores de carnes do mundo Brasil é um dos maiores produtores subprodutos de origem animal e vegetal O Brasil pode ser (e será) um dos maiores produtores de pescados do mundo 17
18 Proteínas Animais Terrestres -Avicultura: produzidos a partir de aves abatidas: farinha de vísceras, farinha de penas, farinha de penas e vísceras, farinha de incubatório, gordura de aves -Bovinos, suínos e outros: produzidos a partir de animais abatidos: farinha de carne, farinha de carne e ossos, gordura. Sangue: produzido a partir de animais abatidos (ruminantes e monogástricos): farinha de sangue, hemoglobina, plasma desidratado d -Restrições para alguns mercados 18
19 Global production of terrestrial meat products (expressed in tonnes; FAO, 2009) Meat, Total
20 Fontes Vegetais -Grãos: milho, trigo, arroz, sorgo, triticale, etc. e seus subprodutos: glútem de milho, farelo de arroz, farelo de trigo, concentrado protéico de arroz -Oleaginosas: grãos e seus farelos soja integral, farelo de soja, farelo de amendoim, farelo de algodão, farelo de canola, concentrados protéicos de soja, etc. 20
21 Global production of major plant oilcrops (Values given in million tonnes: FAOSTAT, 2009) Millions tonnes Others, 2.4% Palm kernels 11.8 mmt 2.8% Soybeans mmt 54.1% Total oilseed production in 2008 was million tonnes 150 Sunflower seed 35.6 mmt 8.3% Groundnuts 38.2 mmt 8.9% 100 Cottonseed 42.3 mmt 9.9% Rapeseed 57.8 mmt 13.5% 50 0 Soybeans Rapeseed Cottonseed Groundnuts, with shell Sunflower seed Palm kernels 21
22 Global production of major oilseed meals (Values given in million tonnes: USDA, 2010) Million tonnes / / / /09 Peanut meal 6.0 mmt 2.7% Palm Kernel meal 6.2 mmt ; 2.8% Sunflowerseed meal 12.6 mmt 56% 5.6% Copra meal 1.9 mmt 0.9% Cottonseed meal 14.4 mmt 6.5% 40 Rapeseed meal 30.8 mmt 13.8% 20 Soybean meal mmt 67.8% Total major oilseed meal production in 2008 was million tonnes 0 Soybean meal Rapeseed meal Cottonseed meal Sunflowerseed meal Palm Kernel meal Peanut meal Copra meal 22
23 Global production of major oilseed oils (Values given in million tonnes: USDA, 2010) / / / /
24 Farinha de Peixes FOB Perú US$ 800/T - 65% PB US$ 12,30/kg PB Farelo de soja US$ 300/T 48% PB US$ 6,25/kg PB 24
25 INGREDIENTES MICROBIANOS - Algas: Chlorella/ Spirulina/ Crypthecodium/ Nannochloropsis spp. etc - Leveduras: Cana de açúcar -Misturas: Bioflocos 25
26 26
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29 Alternativas para proteína Depois de Chen et al. (1985) e Akiyama et al. (1988) dezenas de trabalhos demonstram que parte da proteína das dietas de camarões pode ser substituída por farelo de soja (Tacon & Akiyama, 1997) Em 2002, duas publicações (Forster et al., 2002 e Paripatananout et al., 2002) avaliaram concentrado protéico de soja Davis & Arnold (2000) e Samocha et al. (2004) testaram soja extrusada com farinha de vísceras para substituir 80% da farinha de peixes em dietas com 35% PB para L. vannamei A co extrusão de farinha de penas com farelo de soja permite substituir mais da metade da farinha de peixes (Mendoza et al., 2001) A suplementação de aminoácidos aumenta o ganho de peso dos camarões alimentados com dietas contendo farinha de penas, refletindo o pobre perfil de aminoácidos deste ingrediente quando comparado com as exigências nutricionais dos camarões 29
30 O aumento de produção de pescados aumenta a produção de seus resíduos. Estes podem ser boa matéria prima para ingredientes de grande valor para formulações Farinhas de resíduos de pescados Hidrolisados de pescados Silagem São ricos em proteína (aminoácidos), gorduras e são bons palatabilizantes Podem ser secos ou não É preciso tomar cuidado para não circular subprodutos dentro das mesmas espécies para não propagar doenças 30
31 A farinha de peixe é relatada várias vezes na literatura científica como uma fonte de proteína mediana na alimentação de camarão, muito provavelmente porque os coeficientes de digestibilidade aparente da farinha de peixe, medida em ensaios com camarões, são inferiores aos de muitas proteínas vegetais, por exemplo, milho, soja ou trigo (Terrazas-Fierro et al., 2008, citado por Hardy, 2009) A grande vantagem da farinha de peixes é o perfil de aminoácidos 31
32 Teor de proteína bruta (PB%), custos (US$/T), valor da PB (US$/kg PB), índice de digestibilidade da PB in vitro, e valor da proteína digestível (US$/kg PD) para diferentes ingredientes para camarões (L. vannamei) Ingredientes PB(%) US$/T US$/kg PB PD(%) US$/kg PD Farinha de penas , ,57 DDGS , ,63 Farelo de Soja 48% 47, , ,69 Glútem de milho , ,82 Farinha de vísceras (frango) , ,08 Farinha de sangue , ,08 Farinha de peixe , ,53 Fonte: Nates et al (2009) 32
33 Composição nutricional de ingredientes de origem animal, Nates et al. (2009) Composição centesimal de protéinas de origem animal Carne e ossos Sangue Penas Vísceras Proteína Bruta (%) 50,4 88, Gordura (%) Cálcio (%) 10,3 0,4 0,3 3 Fósforo (%) 5,1 0,3 0,5 1,7 Energia (kcal/kg) Aminoácidos Metionina 0,7 0,6 0,6 1 Cistina 0,7 0,5 4,3 1 Lisina 2,6 7,1 2,3 3,1 Treonina 1,7 3,2 3,8 2,2 Isoleucina 1,5 1 3,9 2,2 Valina 2,4 7,3 5,9 2,9 Triptofano 0,3 1,3 0,6 0,4 Arginina 3,3 3,6 5,6 3,9 Histidina 1 3,5 0,9 1,1 Leucina 3,3 10,5 6,9 4 Fenilalanina 1,8 5,7 3,9 2,3 Tirosina 1,2 2,1 2,5 1,7 Glicina 6,7 4,6 6,1 6,2 33 Serina 2,2 4,3 8,5 2,7
34 Teores de colesterol para vários ingredientes de origem animal Teor de colesterol de ingredientes de origem animal Ingredientes Colesterol (mg/100g) Farinha de peixes, Menhaden 237 Farinha de peixes, Herring 302 Farinha de Sangue, Aves, Disc Dried 407 Farinha de Sangue, mamíferos 255 Farinha de Sangue, bovinos 241 Farinha de penas, hidrolizada 90 Farinha de Carne e Ossos, 43%PB 98 Farinha de Vísceras, 65% PB 168 Fonte: Nates et al (2009) 34
35 As rações do Futuro Sustentável (economica/ambientalmente): Inclusão de grãos e subprodutos Redução de ingredientes marinhos Aumento do uso de proteínas/gorduras vegetais Melhorar digestibilidade de nutrientes Maximizar ingestão e reduzir desperdícios Reduzir aportes N/P para o ambiente Enzimas Extratos vegetais Atractantes Palatabilizantes Emulsificantes 35
36 O futuro Rações especiais para situações diferentes Maior conhecimento/uso de ingredientes vegetais e subprodutos da agroindústria Rações extrusadas 36
37 Por que as rações deverão ser extrusadas, no futuro: Maior digestibilidade de nutrientes, e em particular digestibilidade de carboidratos Melhores Índices de Conversão Alimentar Menos poluição e perdas para o ambiente Maior flexibilidade na escolha de ingredientes durante a formulação Eliminação/diminuição de aglutinantes durante o processo Facilidade em fazer dietas mais energéticas, através de banhos de gorduras Aumento da biosegurança durante o processamento e eliminação de potenciais patógenos Albert Tacon, comunicação pessoal 37
38 Obrigado! br
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