JANELIZE MARCELLE DIOK RODRIGUES EM BUSCA DE MODERNIZAÇÃO: O LEGADO DO ARQUITETO DONAT ALFRED AGACHE PARA A CIDADE DE CURITIBA

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1 JANELIZE MARCELLE DIOK RODRIGUES EM BUSCA DE MODERNIZAÇÃO: O LEGADO DO ARQUITETO DONAT ALFRED AGACHE PARA A CIDADE DE CURITIBA CURITIBA 2010

2 JANELIZE MARCELLE DIOK RODRIGUES EM BUSCA DE MODERNIZAÇÃO: O LEGADO DO ARQUITETO DONAT ALFRED AGACHE PARA A CIDADE DE CURITIBA Monografia apresentada como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em História, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Professor Doutor Dennison de Oliveira CURITIBA 2010

3 AGRADECIMENTOS A conclusão desta pesquisa não significa para mim tão e somente uma representação da minha graduação no curso de História, mas muito mais uma conquista pessoal. Neste caminho de grandes incertezas, porém de muitas experiências que levarei para toda a vida, é indispensável agradecer algumas pessoas, das quais sem elas esta conquista não seria possível. Primeiramente, agradeço a minha família João, Ana, Jan e Janio, que sempre me apoiaram em todas minhas decisões nos estudos e também profissionalmente. Em especial agradeço minha mãe, Ana Maria, que em todo e qualquer tipo de obstáculo, tive nela a maior ajuda e dedicação para conseguir superá-los. Aos meus bons amigos de graduação que marcaram esta etapa importante da minha vida: Antônio César Camargo Miranda, Edson Luiz Lau Filho, Gabriel de Almeida Paizani e Felipe Cavalcante Marcelo. Agradeço também ao meu amigo Olho Wodzynski, pela paciência e pela colaboração neste trabalho com as bonitas fotografias que o compõe. Obrigada a todos vocês, pelos momentos de companheirismo durante a minha graduação. Por fim, agradeço imensamente ao Professor Doutor Dennison de Oliveira, que me encorajou diante da escolha do meu tema e que me orientou com grande dedicação e reconhecimento diante das minhas conquistas ao longo do trabalho. ii

4 Em memória de Dona Antônia Rodrigues: pelos ensinamentos de vida, como avó e como uma segunda mãe. iii

5 RESUMO O presente trabalho irá analisar o Plano Agache, que consiste em um plano de urbanização para a cidade de Curitiba no ano de 1943, e quais os projetos deste que permanecem na cidade até os dias de hoje. Para isso, se fará necessário uma explanação sobre o surgimento da ciência conhecida como urbanismo e também sobre o que foi e no que consistiu a Arquitetura Moderna, uma vez que o Plano Agache estará inserido dentro deste contexto. Na sequência, se faz necessário analisar sobre o período em que foi produzido a fonte em questão no Brasil e mais precisamente na cidade de Curitiba, qual sua importância para a época e no que consistia de fato este Plano. Finalizando, será analisado o Plano Diretor de 1966, que corresponde ao plano de urbanização de Curitiba nos dias de hoje afim de conseguirmos notar quais medidas ou projetos que estavam contidos no Plano Agache de 1943 permanecem na cidade. Porque, apesar das críticas quanto ao desuso da arquitetura moderna em diversos países do mundo, fica claro que ainda hoje muitos dos conceitos básicos deste estilo permanecem vivos atualmente. Palavras chave: Urbanismo; Arquitetura Moderna; História Urbana. iv

6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO OS CUIDADOS COM A URBE: O SURGIMENTO DO URBANISMO E A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA MODERNA PLANO AGACHE: O CASO ESPECÍFICO DE CURITIBA PLANO DIRETOR DE 1966: RUPTURA OU CONTINUIDADE? CONSIDERAÇÕES FINAIS BIBLIOGRAFIA ANEXOS v

7 1 1. INTRODUÇÃO Simples passeios pelo calçadão da Rua XV de Novembro em Curitiba na verdade nos remetem a algumas décadas atrás, mais precisamente na década de 60. A cidade passava por um momento onde se repensava a constituição de sua malha urbana. Alguns projetos, que haviam sido implantados na cidade anos antes e que vigoravam desde então, começaram a se tornar obsoletos e inviáveis para a nova configuração que a cidade estava apresentando. Fator este que se explicava pelo grande crescimento demográfico pelo qual Curitiba estava passando e também pelo crescimento econômico que o Brasil demonstrava nos últimos anos. Todos estes fatores já estavam por trazer conseqüências para a cidade de modo a ter que se repensar o modo como sua estrutura urbana estava disposta. Desta forma, em 1965, o então prefeito de Curitiba Ivo Arzua contrata os serviços do Arquiteto Jorge Wilheim e da firma para a qual trabalhava no estado de São Paulo, a Serete Engenharia S.A. Juntamente com outros funcionários da própria cidade, Jorge Wilheim elaboraria neste ano o Plano Diretor para a Curitiba, que consistiria em projetos para a área urbana da cidade, solucionando antigos problemas e traçando novas metas para o urbanismo local. Em 1966 o Plano Diretor seria aprovado, com muita desconfiança por parte dos populares e de algumas camadas da administração local. Nos primeiros anos, pouco ou quase nada se colocaria em prática do Plano. Somente na década de 70, durante o primeiro mandato de Jaime Lerner como prefeito da cidade de Curitiba é que seria dado importância para colocar o Plano Diretor de 66 em prática. Durante 16 anos, grande parte do Plano sairia do papel, tornando-se não só um sucesso na cidade, mas também em todo país, por se tratar da única capital que teria alcançado sucesso diante da implementação de um plano de urbanização. Grande parte dos novos projetos para ruas, avenidas, zoneamentos, transporte público, rede viária, parques e áreas verdes, dentro outros, que foram implementados no decorrer destes anos, vigoram até os dias de hoje e fazem parte de nossa realidade. Mas não podemos dizer que somente o Plano Diretor de 1966 modificou ou acrescentou na história urbana de Curitiba. Muito antes da década de 60, a cidade já mostrava uma notável

8 2 preocupação com os rumos de sua população e da forma como se encaminhava o crescimento da mesma. Para entendermos este cuidado com a urbe e a conseqüência do seu crescimento, precisamos voltar no tempo e entender o período vivido na Europa do século XIX. A ciência intitulada urbanismo passou a desenvolver-se com mais força na Europa do do quadro que se instaurava por conta da Revolução Industrial. O período marcou-se pela introdução de novos maquinários que contribuiriam para o aperfeiçoamento da economia, pelo êxodo rural, por uma gigantesca explosão demográfica e conseqüentemente, pelo inchaço das principais cidades européias. A política dos enclosures que consistia no cercamento de terras inglesas para destiná-las exclusivamente a produção de lã e conseqüentemente a manufatura de tecidos no período de 1760 a 1830 teria contribuído para o processo de êxodo rural e no aumento da população que não mais trabalhava diretamente na terra, acarretando em uma vasta população desocupada e sedenta por um emprego 1. O aumento da população estimularia ainda mais a economia, gerando assim a necessidade de um mercado consumidor maior. A Europa irá expandir o seu comércio no mundo todo através do neocolonialismo, garantindo não só um amplo mercado consumidor como também uma nova fonte de extração de algumas matérias primas para os produtos industrializados europeus. Este momento de crescimento econômico acarretaria um aumento da produção global, o que possibilitaria, por sua vez, o crescimento demográfico e a elevação do nível de vida. O inchaço destas cidades traria também uma série de novos problemas. O êxodo rural, assim como o desenvolvimento das cidades que concentravam a produção e o capital das indústrias, desencadeou um crescimento desgovernado sem nenhuma espécie de planejamento prévio, ocasionando graves conseqüências na base estrutural destas cidades. De 1800 a 1914 em pouco mais de um século a população da Europa passaria dos 180 para 460 milhões de habitantes. A fim de disciplinar essas massas que traziam problemas de grande proporção devido a sua concentração em certos pontos de espaço, uma nova ciência se fazia necessária: a ciência da organização das massas sobre o solo 1 REMOND, René. O século XIX: São Paulo: Editora Cultrix, 1976.

9 3 urbano. O aparecimento do urbanismo entre as ciências e dos urbanistas entre os pesquisadores foi, portanto a conseqüência de novos problemas colocados por fenômenos cuja amplitude não tínhamos conhecimento na história 2. Paris será um grande centro de pensadores preocupados em solucionar o novo quadro que se apresentava na arquitetura das cidades agora recémindustrializadas. Será na França também, ainda na primeira década do século XX, que o termo urbanismo se escutará pelas primeiras vezes. Essa tomada de dianteira pelo país acerca desta nova ciência esteve relacionada às grandes transformações pelas quais Paris passou durante o século XIX, assim como sua já tradição de séculos precedentes em construtores ou embelezadores de cidade, como André Mollet ou Nicolas-Henri Jardin 3. Após a desastrosa empreitada de Georges-Eugène Haussmann que ao ser nomeado prefeito de Paris em 1853 por Napoleão III promoveu a demolição de inúmeros prédios para a construção de uma nova cidade a França voltaria a apresentar grandes pensadores no que diz respeito ao meio urbano somente no começo do século XX. Neste período, o país seria responsável pela exportação de grandes de seus urbanistas para realizar os mais diversos tipos de projetos urbanos ao redor do mundo. Dentre eles, estaria Agache, arquiteto e urbanista francês que realizaria planos de urbanização para algumas cidades do Brasil nas décadas de 20 e de 30. Curitiba seria beneficiada com a vinda de Alfred Agache para o país, pois o urbanista selaria um contrato para realizar um plano de urbanização, na década de 40. A cidade apresentava vertiginosa mudança quanto a sua composição, passando de características rurais para formas propriamente urbanas. Consequentemente, os problemas típicos de uma cidade também estavam por surgir, como o crescimento desgovernado, o congestionamento de vias devido ao uso do automóvel, a desregulamentação em construções, dentro outros. Portanto, o Plano Agache de 1943 seria um dos primeiros documentos produzidos que trariam consigo as soluções dos problemas de Curitiba na época e alguns projetos que deveriam ser feitos na cidade afim de proporcionar o melhor estilo de vida para sua população. 2 BARDET, Gaston. O urbanismo. Campinas: Papirus, Ibid, p. 18.

10 4 A proposta desta pesquisa é a de analisar os projetos inscritos no Plano Agache do ano de 1943 para a cidade de Curitiba e, primeiramente, identificar quais deles saíram do papel e foram de fato implementados na cidade. Subsequentemente, buscar analisar quais destes projetos implementados permanecem vivos na cidade até os dias de hoje, seja de maneira integral ou com algumas alterações, exercendo sua influência sobre o espaço urbano nos dias de hoje. Como os moldes da urbanização de Curitiba nos dias de hoje ainda estão pautados no Plano Diretor de 66, se faz necessário a análise do referido documento para a devida verificação do legado do Plano Agache na cidade atualmente. Portanto, o Plano Agache de 1943 será aqui trabalhada como fonte primária e o Plano Diretor de 66 como fonte secundária. Para conseguir chegar a estes resultados, se faz necessário esclarecer todo o contexto histórico que permeou o surgimento do urbanismo na Europa, como o caso da Revolução Industrial e o conseqüente crescimento demográfico. A arquitetura moderna, como grande influência no caso do Plano Agache, também será discutida acerca de seu surgimento, seus principais fundadores e principalmente suas características no que diz respeito ao planejamento das cidades. No caso em específico do Brasil, será utilizado também como exemplo a cidade de Brasília, construída inteiramente em moldes da arquitetura moderna na década de 50. Por fim, ao trabalhar com as duas fontes aqui já citadas e esclarecer de fato o que cada um dos Planos de urbanização propuseram para a cidade, pode-se realizar as devidas comparações e analisar quais dos projetos propostos no Plano Agache, em meio a um período caracterizado pelas influências da arquitetura moderna, permanecem até os dias de hoje no cenário curitibano.

11 5 1. OS CUIDADOS COM A URBE: O SURGIMENTO DO URBANISMO E A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA MODERNA Alfred Donat Agache (29 Agosto de de Setembro de 1915) iniciou seus estudos em Paris, na Ècole des Beaux-Arts. Foi professor, teórico e profissional atuante da Société Française des Urbanistes (SFU), onde desenvolveu seus conhecimentos acadêmicos e profissionais no chamado Urbanismo Francês. Durante o começo do século XX esteve presente nos principais eventos e discussões que levavam como principal item de pauta a preocupação com os novos problemas apresentados pelas cidades européias. Alguns contemporâneos atribuem ao próprio Agache a criação e caracterização do termo urbanismo devido a sua forte participação nestes eventos 4. A Conferência de Town Planing, realizada em Londres em 1910 e que mais tarde ficaria conhecida com um dos primeiros eventos a debater os novos problemas do urbanismo europeu, reuniria arquitetos e cientistas de vários países, destacandose os franceses e contando com a presença de Alfred Agache. Desde os primeiros anos de discussão referentes ao assunto, Agache traria noções bastante concretas quanto ao urbanismo. O arquiteto caracterizava como sendo uma nova ciência que ajudaria no crescimento e na organização das cidades francesas. Para isto, se fazia necessário integrar o conhecimento de ciências distintas, como a sociologia, a engenharia e a ciência de higienistas. Aliás, a higiene será assunto central destas discussões, uma vez que com o aumento expressivo da construção de cortiços que abrigavam os novos operários europeus, a insalubridade crescerá de forma bastante expressiva. Não somente a fácil disseminação de doenças será conseqüência deste processo como também a falta de embelezamento das cidades, fator esse que tomará conta de diversas conferências e encontros urbanísticos no começo do século XX. Ainda sobre suas noções de urbanismo, Agache acreditava que este nada mais era que a parte prática de um longo estudo social e econômico da urbe. Em sua concepção, se fazia necessário um estudo monográfico da cidade para assim poder perceber seus verdadeiros problemas e atuar nas suas soluções. 4 BRUANT, Catherine. Donat Alfred Agache: urbanismo, uma sociologia aplicada In: RIBEIRO, Luiz Cesar de Queiroz, PECHMAN, Robert.(Org.) Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996, p. 170.

12 6 Este estudo monográfico, também contaria com uma análise histórica da cidade, lembrando aqui que para ele não importava toda a historia da cidade em si, mas somente aquilo que ficaria caracterizado como sendo sua evolução. 5 Portanto, para Alfred Agache o grande paradoxo do urbanista será conseguir relacionar as necessidades funcionais de uma cidade como o econômico nas suas características mais primitivas, relacionadas com a sua história local. O desafio será conseguir fazer as soluções do presente baseando-se no passado, porém sem esquecer dos problemas funcionais e presentes da cidade. Em Abril de 1935, Agache inaugura uma nova revista mensal de sociologia intitulada Les Etude Sociales. Por meio da publicação de um artigo intitulado Um exemplo de sociologia aplicada: urbanismo, o arquiteto passa a defender aquilo que seria uma das marcas principais dos seus estudos referentes ao urbanismo do começo do século XX: a necessidade de se entender o urbanismo como sendo um problema de cunho sociológico. Ainda escreveria em La Remodelation d une capitale que a finalidade do urbanismo será estabelecer a harmonia na cidade, cuja história é feita de tempos diferentes, de lógicas e de sucessivos estratos entremeados, e esta lenta evolução da cité. (...) Ciência de observação que, por conseguinte, exige uma preparação cuidadosa. Arte de composição. (...) Tudo isso ainda é insuficiente, escreve ele, se o Urbanista não possui o sentido social. (...) Com efeito, a cidade procura realizar plasticamente o quadro adequado à existência de uma coletividade organizada. 6 Da mesma forma, a arquitetura moderna complementaria este estado de necessária mudança nas grandes cidades devido à expansão das mesmas. A busca por um rompimento com o passado tradicional e arcaico e o atendimento aos interesses da era da máquina, guiarão esta nova arquitetura no começo do século XX. As duas grandes guerras também contribuíram muito para a aceitação e implementação da arquitetura moderna na Europa. A necessidade de reconstrução rápida das cidades destruídas pelas guerras irá se adequar aos planos da arquitetura moderna de divisão funcional da cidade e da construção de grandes conjuntos habitacionais não mais em quadras, mas sim em blocos. 5 Ibid, p Ibid, p. 185.

13 7 As linhas do pensamento da arquitetura moderna serão melhor definidas no primeiro Congresso Internacional de Arquitetura Moderna CIAM realizado em 1928 na Suíça. Neste Congresso serão discutidos os principais rumos da arquitetura e urbanismo, assim como a elaboração da Carta de Atenas, considerado o principal documento referente à arquitetura moderna e onde estará sintetizado o que mais tarde ficaria conhecido como Urbanismo Funcionalista. Segundo os cientistas reunidos neste congresso, a cidade deveria estar devidamente dividida no que eles consideravam as funções essenciais para o bem-estar da população: moradia, trabalho, lazer, circulação e patrimônio histórico. Ao dividir a cidade de acordo com estas funções básicas, os arquitetos modernos acreditavam que o convívio humano seria muito mais dinâmico e poderia de certa forma extinguir possíveis divisões entre os extratos sociais. 7 O maior representante do CIAM, autor da Carta de Atenas e também considerado até os dias de hoje como o pai da arquitetura moderna será o francês nascido na Suíça, Le Corbusier. Ele quem levará os créditos por boa parte das idéias modernistas presentes em várias cidades européias e algumas cidades do mundo. A partir deste novo modelo de divisão da cidade, o antropólogo James Holston, em seu livro A cidade modernista: uma crítica de Brasília e sua utopia, mostra as características destas novas funções básicas relacionadas à vida urbana a partir da arquitetura moderna: 1) organizar a cidade em zonas exclusivas e homogêneas de atividade, baseadas numa tipologia predeterminada de funções urbanas e formas de construção; 2) concentrar a função do trabalho em relação com assentamentos dispersos de dormitórios; 3) instituir um novo tipo de arquitetura e organização residenciais; 4) criar uma cidade verde, uma cidade no parque; 5) impor um novo sistema de circulação de tráfego 8. Através dessa classificação feita por Holston fica claro aqui que a arquitetura moderna irá caracterizar-se pelo forte apelo à estratificação da cidade. Isso também vai se assemelhar ao conceito empregado por Le Corbusier referindo-se a cidade como sendo uma máquina de morar. Logicamente que o termo estaria fazendo referência a todo o potencial maquinário da época e do momento vivido pela 7 CORBUSIER, Le. A Carta de Atenas. São Paulo: EDUSP, HOLSTON, James. A cidade modernista: uma crítica de Brasília e sua utopia. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 29.

14 8 Revolução Industrial. Assim como o sistema taylorista pautado pela divisão de tarefas entre trabalhadores e a correspondente especialização funcional desenvolvido no começo do século XX, Le Corbusier, acreditava que se a cidade se dividisse em funções como uma máquina ou como o próprio sistema do taylorismo, poderia alcançar a perfeição de urbanidade. Ainda com relação à máquina de morar, Holston complementa: O modelo da máquina determina não apenas a idéia de desmembrar a cidade em suas funções essenciais de moradia, trabalho, recreação e circulação. De modo mais significativo, ele requer a reorganização e, ao mesmo tempo, a redefinição dessas funções. Propõe que se relacionem entre si por meio de um plano geral que irá garantir que cada uma delas desempenhe sua tarefa em harmonia com as demais, como ocorre com as engrenagens de uma máquina. O modelo modernista faz bem mais, todavia, do que prover um esquema dessa ordem funcional. Ele não pode simplesmente aceitar a identidade dessas funções tal como se constituíram no caos da cidade do século passado. O repúdio a cidade tradicional do século passado ficará claro não só nestes discursos funcionalistas dos arquitetos modernos como também na prática. A falta de valorização das partes ou de monumentos históricos da cidade se complementará pela demolição de alguns setores específicos da urbe para a construção de novos edifícios que expressassem, enfim, ares modernos. Este silêncio sobre a tradição encontraria ainda estímulo nos próprios regimes conservadores, totalitários e fascistas do período entre-guerras na Europa que procuraram reforçar os seus próprios ideais através da implementação do novo e do repúdio ao passado 9. O primeiro encontro da arquitetura moderna com o Brasil acontecerá na cidade do Rio de Janeiro na segunda década do século XX, quando esta ainda era a capital do país. Porém, a questão do urbanismo começou a ser vista ainda no século XIX, quando o Brasil passa a ter problemas propriamente urbanos em suas cidades. Apesar dos primeiros núcleos terem se formado desde o período da produção de açúcar, a experiência urbana só iria fazer sentido no momento em que as complicações relacionadas à saúde da população e higiene fossem vistos como um problema do próprio Estado. Os médicos-higienistas serão os primeiros 9 LAMAS, José P. G. Morfologia urbana e desenho da cidade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbentrian,1992, p. 240.

15 9 a fazer a devida ligação entre os agentes das epidemias com as contaminações pelo meio em que viviam, inventando assim os problemas urbanos 10. Em vista destas primeiras preocupações com a salubridade e embelezamento, a cidade do Rio de Janeiro iria passar por uma série de reformas promovidas pelo então prefeito Pereira Passos ( ). Inspirado pelas reformas haussmanianas na cidade de Paris, Passos iria tentar reformular todo o centro da cidade do Rio de Janeiro, demolindo antigos prédios e construindo novos edifícios e locais públicos no melhor estilo belle-époque. Não demoraria muito para que este projeto inovador de Pereira Passos se tornasse obsoleto e inviável para o novo quadro que se instaurava nas cidades brasileiras, em vista do desenvolvimento da indústria e das conseqüências que este momento traria. Já no início da década de 20, notar-se-ia que os problemas de cunho econômico ou social se sobrepunham as questões estéticas e de higiene que haviam sido priorizadas nesta primeira reforma do começo do século no Rio de Janeiro. Arquitetos, engenheiros e sanitaristas latino-americanos também se reuniriam como os cientistas no Town- Planning, só que dez anos depois, na cidade de Montevidéu, já discutindo estes novos problemas urbanos que se apresentavam nas cidades americanas. A vinda dos arquitetos Le Corbusier e Alfred Agache para a cidade do Rio de Janeiro na década de 20 refletiria este momento de preocupação com o urbanismo brasileiro e a necessidade de se estruturar planejamentos que orientassem o crescimento e solucionanassem os principais problemas das cidades. Tendo feito anteriormente projetos para outras cidades, como Chicago, por exemplo, Agache seria convidado pelo prefeito Antônio Prado Junior no final da década de 20 a promover um programa de remodelação da cidade. Segundo a autora Catherine Bruant, Agache irá fazer tanto uma análise horizontal da população a distribuição dos homens no solo quanto uma análise vertical a hierarquização e as divisões sociais. Isto se fazia necessário porque, para o urbanista, para que uma cidade conseguisse funcionar de maneira adequada era necessário existir elementos funcionais. Cada tipo de construção residencial, por 10 PECHMAN, Robert Moses. O urbano fora do lugar? Transferências e traduções das idéias urbanísticas nos anos 20. In: RIBEIRO, Luiz Cesar de Queiroz, PECHMAN, Robert.(Org.) Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996, p

16 10 exemplo, deverá assumir uma dada importância para o local onde fora construído 11. Agache utilizaria este conceito em seus projetos através do zoneamento, que partia deste princípio de funcionalidade a determinada localidade da cidade. Ainda com relação à elaboração do plano para a cidade do Rio de Janeiro, o arquiteto levaria para a cidade diversos estudiosos que ajudariam no processo de levantamento de dados. De 1926 a 1930, centro e periferia passariam pelas mais aprofundadas observações que contariam, inclusive, com o uso de instrumentos novos para a realidade do Brasil, como a aerofotogrametria. Outro fator interessante sobre este projeto é que boa parte dele seria todo projetado em Paris, sem que nem mesmo o arquiteto tivesse feito projeto de campo na cidade carioca. Outra cidade brasileira que se preocuparia com as conseqüências do seu crescimento já no início do século XX seria Curitiba. Estes esforços seriam pensados ainda em uma sociedade baseada na economia agrícola, em específico na economia ervateira. A própria elite curitibana seria composta de grandes fazendeiros de erva-mate que se instalavam nos recém-formados bairros que contornavam o centro da cidade, como o bairro do Alto da Glória, nas proximidades da atual Rua João Gualberto. Portanto, por mais que a industrialização já tivesse se instalado no país e já existisse uma grande mudança no cenário urbano das grandes cidades, Curitiba levaria mais tempo para se identificar como uma sociedade urbana e não mais rural. O início da década de 40 seria importante para reconhecer Curitiba como uma cidade em transição. Pelo fato da capital do Estado do Paraná estar em franco crescimento, já demonstrava preocupação com os rumos e com prevenções contra problemas futuros. Após suas experiências na cidade do Rio de Janeiro, Alfred Agache seria convidado a produzir um plano de urbanização para a cidade de Curitiba, afim de colocar em prática as possíveis soluções dos problemas da nova sociedade urbana. O arquiteto basicamente seguiria aquilo feito na cidade do Rio de Janeiro: partiria de um estudo monográfico da cidade, analisando conceitos históricos relevantes que pudessem contribuir para o presente, visando um futuro, e também através de estudos e levantamentos 11 Opus cit. BRUANT, p. 18.

17 11 geográficos e sociais, que estariam diretamente ligados ao que era a cidade na época. Teria à disposição uma série de técnicos que auxiliariam no processo de preparação do plano, alguns destes já com nome na cidade, como a arquiteto Lolo Cornelsen. O Plano Agache, como seria batizado em 1943, construiu possíveis soluções acerca daquilo que seriam os três principais problemas da cidade: saneamento, congestionamento principalmente do centro da cidade e necessidade de órgãos funcionais 12. As reformas urbanísticas do começo do século XX verificadas no Rio de Janeiro, Curitiba e outras cidade do Brasil como o caso de Porto Alegre que também contrataria os serviços de Alfred Agache seriam reflexos de um momento muito característico em quase todo território brasileiro. O rompimento do Brasil colonial através da Proclamação da República em 1889, juntamente com o cenário da Revolução Industrial que passava a se instalar no Brasil no começo do século XX, traziam consigo a necessidade de se repensar alguns conceitos. A mudança da sociedade rural para a uma sociedade propriamente urbana, trouxe consigo o inchaço da população em meio a locais que não tinham preparação e planejamento algum para essa nova demanda social e econômica. Aliados a isso, o fim de um Brasil colonial fez crescer a ideologia de rompimento com uma sociedade arcaica, baseada na agricultura e no trabalho escravo, em favor de uma modernização e do desenvolvimento de cidades industrializadas que a República estava por trazer. O Rio de Janeiro, além de ser a capital do Brasil, ficaria conhecido também como a capital da Belle-epoque e do cosmopolitismo no começo do século XX, justamente por essa busca incessante de se fazer aqui o que vinha se fazendo na Europa 13. Portanto, este contexto apresentado no país iria casar perfeitamente com as idéias que estavam se formando na Europa acerca da urbanização e da arquitetura moderna. A necessidade de se pensar os problemas acarretados pelo crescimento das cidades urbanas, as conseqüências da era da máquina, o rompimento com o passado, tudo isso estaria direcionado com os anseios dos novos centros urbanos brasileiros, como o caso do Rio de Janeiro e como 12 LINS, Paulo Cesar Zanoncini. O divã de concreto: arquitetura, ubanismo e identidade. Dissertação de Mestrado UFPR, 2000, p SALIBA, Elias Thomé. A dimensão cômica da vida privada na República. In: NOVAIS, Fernando A. SEVCENKO, Nicolau (Org). História da vida privada no Brasil 3: da Belle Epoque a era do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998

18 12 veremos aqui, o caso de Curitiba. A arquitetura moderna encontrará refugio na sociedade brasileira até o final da década de 60, onde as primeiras críticas ao estilo começam a surgir em todo mundo e quando também os planos de urbanização passam a se tornar obsoletos.

19 13 2. PLANO AGACHE: O CASO ESPECÍFICO DE CURITIBA Uma explicação: O Boletim P.M.C tem grande satisfação em dar publicidade a esta síntese do Plano de Urbanização que, na administração do Engenheiro Civil Rozaldo G. de Mello Leitão foi iniciado, no ano de 1941, e concluído em 1943, na administração do Engenheiro Civil Alexandre Beltrão. (...) Traça êste plano as diretrizes para o desenvolvimento de Curitiba, dentro de rigorosa técnica urbanística, evitando, por conseguinte, o crescimento desordenado que tantos prejuízos poderia vir causar em futuro não muito remoto (...) Este é o texto que inicia o Plano Agache para a cidade de Curitiba, datado do ano de A princípio, como o próprio trecho diz, os trabalhos de elaboração do plano teriam se iniciado no ano de 1941 sob a supervisão do então prefeito Engenheiro Rozaldo de Mello Leitão e só concluídos em Dezembro de 1943, aqui sob a supervisão do prefeito Engenheiro Civil Alexandre Beltrão. O plano está assinado pela Empresa Coimbra Bueno & Cia Ltda, do Rio de Janeiro, firma essa que correspondia à contratante de Alfred Agache para elaboração de planos urbanísticos 14. O primeiro capítulo do plano corresponde a uma análise da cidade referente ao seu passado, desde sua fundação até os dias em que fora escrito o Plano. Isto corresponde a já citada importância que Agache dava a se fazer uma monografia da história da cidade em questão. Assim sendo, será analisado o terreno onde a cidade foi fundada este considerado bom pelo arquiteto, pelo fato de ser em grande parte plano, sem muitas deformidades, sua posição geográfica, assim como as bacias hidrográficas e rios que a cortam. Esta última análise será de extrema importância para o restante do plano, uma vez que Agache classifica a questão das constantes inundações causadas pelos rios que cortavam o centro da cidade, como sendo um dos principais problemas a serem resolvidos. Apesar do Plano tratar de uma série de novas melhorias para a cidade de Curitiba que na época constava com cerca de habitantes Agache irá centralizar sua pesquisa em três problemas que acreditava serem os principais da 14 Ver Anexo A

20 14 cidade: o congestionamento de vias, a falta de saneamento dos rios e a falta de órgãos funcionais na cidade. A questão do saneamento parece ser solucionada na visão do urbanista através da canalização dos principais rios que cortam o centro da cidade, os rios Belém e Ivo. A partir do século XIX, alguns problemas que relacionavam estes dois rios começaram a dar sinais. As epidemias passaram a se espalhar na cidade rapidamente, sendo inevitável a relação destes casos com a falta de canalização destes rios. Até então, todo o esgoto das residências escoava diretamente para os rios mais próximos, o que facilitava a disseminação de doenças. Apesar de ser informado no Plano que as primeiras obras de saneamento e canalização foram realizadas na administração do prefeito Cândido de Abreu, Agache ressalta falhas no sistema de escoamento destes rios, principalmente os que cortam o centro da cidade. Para os rios Ivo e Belém, Agache sustentava uma idéia não só de canalização, mas também uma revitalização destes rios, de forma a comparar o seu projeto com o Rio Sena de Paris. O problema do congestionamento da cidade se concentrava na região do centro da cidade, mais precisamente nas redondezas da Praça Tiradentes. Como Curitiba apresentava um crescimento demográfico constante e também um maior uso dos meios de transporte motorizados desde as primeiras décadas do século XX, a falta de um plano que ajudasse na reordenação do espaço da rua tornariase um grave problema em breve. A solução deste congestionamento do centro da cidade e futuramente de outros bairros contido no plano era a implantação de um novo sistema de conjunto de avenidas, que ele chamaria de perimetrais, radiais e diametrais. Segundo o que consta no próprio plano, este projeto das avenidas define as linhas fundamentais do plano diretor de urbanização, estabelece, orienta e disciplina as ligações internas da cidade e suas irradiações para o exterior 15. Não há dúvidas de que Agache caracteriza o plano de descongestionamento como sendo o mais importante de todo o plano, afinal ele irá mexer em toda a estrutura da cidade, desde o centro até os bairros mais afastados. A idéia central era de se 15 AGACHE, Alfred. Plano de Urbanização de Curitiba. Boletim da P.M.C. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba, 1943, p. 17.

21 15 fazer um conjunto de avenidas perimetrais que periferizem a cortem a cidade de forma linear e outro conjunto de avenidas radiais ou de irradiação, que começam desde o centro até a periferia da cidade 16. Aqui podemos perceber a semelhança do Plano Agache com os princípios da arquitetura e urbanismo modernos, uma vez que o sistema radial já havia sido implantado pelo próprio Le Corbusier na cidade de Paris. Pelo projeto, fica claro que Agache queria direcionar o crescimento da cidade de maneira radial, começando pelo centro tradicional da cidade. As Avenidas Perimetrais AP-0, AP-1, AP-2 e AP-3 seriam as vias que circundariam estes blocos funcionais, para o trafego de automóveis. Dentro deste primeiro bloco, onde encontra-se a Avenida Perimetral 0, estaria concentrado a maior parte do centro comercial da cidade onde hoje ainda encontramos a Rua XV de Novembro e suas lojas. Esta Avenida, segundo Agache, teria como 16 Ver Anexo B.

22 16 objetivo acabar com os congestionamentos recorrentes no centro da cidade, desviando o que ele chama de tráfego de passagem. Em seguida, e com um alcance maior, estaria a Avenida Perimetral 1. Possuía como objetivo central distribuir a maior parte do tráfego para as demais localidades da cidade, tanto para os bairros adjacentes como para o centro da cidade. Estas duas Avenidas podem ser consideradas como as detentoras de maior circulação em toda cidade, pois, além da Avenida Perimetral 0 deter a grande parte do centro comercial, a Avenida Perimetral 1 irá conter o Centro de Abastecimento composto pelo Mercado Municipal e a Rodoviária. A Avenida Perimetral 2 foi projetada por Agache como sendo uma espécie de coletora do tráfego dos bairros da cidade e de outros centros funcionais que nele se encontram, como o Centro Industrial, projetado para ficar atrás da antiga estação de trens, o bairro do Rebouças. Deterá também uma parte do Centro Cívico, que consistia em um projeto para reunir todos os prédios administrativos da cidade. Por fim, a Avenida Perimetral 3, que circundaria os bairros residenciais e também traria consigo o título de Avenida Parque. A idéia seria fazer avenidas largas, com recuo de até 10 metros dos prédios e uma distância entre os prédio de pelo menos 80 metros. Este espaço seria destinado à arborização, promovendo passeios e parques que contornassem os bairros residenciais da cidade. Esta medida, de muito se assemelha aos cuidados de Le Corbusier ao reservar em cada quadra de seus projetos para a cidade de Paris, um espaço verde. A cité jardin, marca registrada de Le Corbusier, fará influência nos trabalhos de Agache em Curitiba, mostrando aqui mais um ponto de relação do urbanista com a arquitetura moderna. Completando o quadro de avenidas, estão as chamadas Avenidas Radiais. Estas basicamente vão atravessar diversos pontos da cidade, de forma linear, passando por entre os centros funcionais e se conectando com as Avenidas Perimetrais. As Avenidas Radiais Principais vão se caracterizar por nascerem da AP-1, ou seja, da região logo após o centro da cidade, e vão seguir até as saídas da cidade, norte, sul, leste e oeste. Já as Avenidas Radiais Secundárias, que totalizarão 10, servirão como ligação das regiões centrais para os bairros residenciais da cidade. Por fim, uma última Avenida fará parte do projeto, que será a Avenida Diametral, que cortará os extremos leste e oeste da cidade.

23 17 O que percebemos com a elaboração do projeto de Avenidas do Plano Agache é que a idéia central é separar a cidade em espaços pré-determinados, onde os centros comerciais, administrativos e econômicos se encontrassem na região central da cidade e as residências tangenciassem estes setores. A comunicação entre cada um destes blocos distintos imaginaria ser feita, basicamente, por meio de veículos motorizados, tendo em vista a tamanha importância dada a construção de avenidas e ruas e pelo fato de se distanciar tanto as residências dos demais setores da cidade. Quanto ao tráfego de automóveis, Agache demonstra muita preocupação no que concerne a falta de locais para estacionar no centro da cidade. A solução que irá trazer no Plano é a de construir grandes garagens subterrâneas em vários pontos da cidade, principalmente onde o tráfego for mais concentrado, como nas mediações da Praça Tiradentes. Elas ocupariam pouco espaço e seriam muito práticas para quem precisava ir com o veículo até as regiões mais congestionadas do centro, evitando estacionar em locais afastados. Outra medida proposta por Agache que seria implementada mais tarde e que facilitaria o tráfego, seria a criação do Viaduto do Capanema 17 nas proximidades da Estação Rodoferroviária. O projeto facilitaria o tráfego central uma vez que o viaduto iria se sobrepor aos trilhos do trem. Porém, dentre os elementos mais próximos da arquitetura e urbanismo modernos no plano Agache sem dúvida está a necessidade de se construir centros funcionais para a cidade de Curitiba. Na figura anterior, percebemos como cada Avenida Perimetral detêm alguns centros funcionais específicos, como o Centro Comercial ou o Centro Cívico. Alfred Agache justifica a composição destes centros funcionais pelo quadro histórico que as guerras do século XX impuseram, assim como a notável necessidade de defesa. Quanto a isso, a própria Carta de Atenas irá colocar a arquitetura moderna como um reflexo do período pós Primeira Guerra Mundial e com o dever de trabalhar para se adequar a realidade que a guerra colocou e que futuramente a Segunda Guerra Mundial também colocaria em diversas partes do mundo Ver Anexo C 18 Opus cit. CORBUSIER, p. 14.

24 18 A cidade, portanto, dividiria-se nas seguintes funções segundo o Plano: 1) Centro Cívico: um grande complexo onde concentraria-se a administração do Estado e da cidade, composta pelos prédios públicos; 2) Centro Comercial e Social: como o próprio nome já diz, o local proposto para as lojas de comércio e o espaço de convivência entre as pessoas de diversos locais da cidade, como restaurantes, bares, etc; 3) Centros de abastecimento: onde seriam distribuídos e comercializados os produtos alimentícios que chegariam do interior do Estado ou das regiões metropolitanas da cidade; 4) Zona Industrial: uma das distribuições funcionais mais discutidas na Carta de Atenas, aqui ela também aparece com o mesmo caráter, o de reunir em um espaço da cidade as indústrias de forma que fiquem perto de meios de transporte para o escoamento dos produtos e também das casas dos operários que trabalham nestes locais; 5) Centro Esportivo: projetado para atender a todos os tipos de esportes e com vistas para ser um dos melhores locais poliesportivos do Brasil; 6) Estação Rodoviária: com predileção para se localizar próximo a zona de abastecimento da cidade; 7) Centro de instrução: projetado para abrigar um centro universitário de ensino de grande porte e com extensa área verde; 8) Centro militar: idealizado para continuar sendo na região do Bacacheri, apenas concentrando mais as instalações militares. Dentre os centros funcionais, não há dúvida que o qual Agache mais dispensou tempo na elaboração do projeto foi o referente ao Centro Cívico da cidade. Afinal, como ele mesmo refere-se no Plano, o Centro Cívico destaca-se como elemento funcional de maior relevância, mormente na Capital de um Estado, sede da Administração Pública, o seu centro de comando 19. Para ele, a construção do Centro Cívico não representaria somente o local onde os prédios da administração pública estariam reunidos, mas observando o plano assim como as figuras de projetos e uma série de modelos de desenhos, percebe-se que Agache gostaria de colocar o aglomerado como uma verdadeira obra arquitetônica digna de contemplação, exaltando o Poder do Estado. O urbanista justifica a idéia de se construir estes prédios em um local através de duas maneiras: economicamente e esteticamente. Como o bairro escolhido para ser feito o Centro Cívico já existia anteriormente, seria necessário fazer algumas desapropriações para a nova construção. Já que estes edifícios ficariam todos no 19 Opus cit. AGACHE, p.30.

25 19 mesmo local, para Agache seria mais fácil desapropriar uma área grande para a construção de todos os prédios, do que desapropriar diversos pequenos lotes em diferentes locais da cidade. Isso facilitaria não só a fiscalização da obra como também, após o seu término, facilitaria o tempo e dinamizaria o atendimento à população. Tratando-se da estética, como podemos perceber pela imagem extraída dos projetos originais do Plano, Agache idealiza juntamente da construção dos edifícios um local destinado a praças e pequenos parques que circundarão o espaço construído. Estes locais facilitarão a realização de cerimônias civis, como desfiles solenes das datas nacionais e festividades. Ao centro, a circulação ficaria restrita somente a pedestres e também as já referidas festividades e desfiles cívicos. Porém, o fator que mais é justificado no capítulo que concerne ao Centro Cívico da cidade é com relação a sua localização. O urbanista coloca o bairro

26 20 escolhido como o melhor da cidade para esta construção, uma vez que está em uma boa distância do centro comercial saindo do foco principal de congestionamentos da cidade, por ser de fácil acesso a diversas regiões da cidade e também por se localizar ao final de uma extensa avenida, a Cândido de Abreu. Outro fator citado que cabe aqui mencionar, é o que Agache coloca como facilidade e barateamento da desapropriação. Como já foi mencionado, o agrupamento dos edifícios da administração pública facilitaria o acesso, a rapidez de atendimento, dentro outros fatores, segundo o urbanista. Mas, acima de tudo, representava uma característica muito específica da arquitetura moderna, a de separar a cidade em funções distintas. A experiência com a desapropriação de grandes lotes para refazer um pedaço da malha urbana não foi somente vista em Curitiba, com o projeto de Agache. Esta idéia de se reformular um espaço da cidade por inteiro fora visto em outros locais, uma vez que a arquitetura moderna influenciou várias partes do mundo no começo do século XX. A cidade de Nova Iorque, por exemplo, contou com uma desapropriação em grandes proporções na década de 20, na região que hoje corresponde ao complexo de edifícios do Rockefeller Center. Influenciado pela arquitetura moderna, o então prefeito da cidade decidiu implementar no local um aglomerado de edifícios que representariam quase toda a arrecadação financeira da cidade, contando com grandes e caríssimos escritórios. Para isso, o prefeito decretou a desapropriação e a demolição de alguns prédios que já estavam no local, tendo como justificativa a disparidade social e econômica dos estabelecimentos que ocupavam o mesmo bairro era possível encontrar uma loja da Tiphany s ao lado de uma lanchonete barata 20. Por mais que na época, a divisão funcional de uma cidade parecesse a solução para os problemas, a cidade de Nova Iorque viria sofrer grandes conseqüências, anos após a construção total do Rockefeller Center. Aliás, um dos focos centrais de crítica quanto a arquitetura moderna será essa divisão funcional da cidade. Discutirei esse assunto no capítulo seguinte, ao mostrar as críticas do pós-modernismo ao modernismo na arquitetura e no urbanismo. 20 JAMESON, Fredric. A virada cultural: reflexões sobre o pós-moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 263.

27 21 Algumas das idéias dos centros funcionais que continham no Plano Agache diziam respeito a locais que já existiam, como o Centro Comercial e Social. Alfred Agache manteria o local onde já se concentravam o comércio ou outros locais de sociabilidade, com pequenas possibilidades de modificação. Uma delas, era a sugestão de fazer na Rua XV de Novembro que na época ainda era uma rua exclusiva para veículos galerias na parte inferior dos edifícios, facilitando e melhorando a passagem dos pedestres pelas calçadas, que agora teriam uma espécie de abrigo contra as intempéries do tempo. Estas galerias seriam construídas anos mais tarde durante o mandato de outro prefeito, o qual veremos na sequência. O Centro Militar também não trazia grandes novidades. Como a maioria dos quartéis se encontravam na região do Bacacheri, ficou destinado este mesmo local para o Centro Militar, procurando só aglomerar outros edifícios referentes ao exército e também a FAB neste mesmo bairro. Outros centros funcionais foram pensados por Agache diante da disposição já encontrada na cidade. A Zona Industrial teve sua construção proposta para a região que se localizava perto da Estação de Ferro, em vista da facilidade de escoamento de produção e chegada de outras matérias-primas. O bairro em questão seria o atual bairro do Rebouças que até hoje possui algumas fábricas ou ao menos vestígios destas edificações do início do século XX. O Centro destinado ao Hipódromo e Exposição-Feira também permaneceria no mesmo local, porém com grandes ampliações, atendendo as demandas de lazer da cidade. Situado na região onde hoje localiza-se a Pontifícia Universidade Católica, a ampliação do hipódromo também ajudaria na canalização do Rio Belém que era um dos rios que mais apresentava problemas com relação as constantes inundações na cidade. Os Centros Esportivo, de Abastecimento e de Instrução foram idealizados por Agache sem existir uma prévia construção dos mesmos. Da mesma forma, o local proposto para cada um destes Centros era justificado pelo fato de facilitar o cotidiano da cidade, onde uma função complementa a outra. Por exemplo, o Centro de Abastecimento deveria ser construído nas proximidades da Estação Rodoferroviária em vista do escoamento e chegada de produtos a serem comercializados já que no papel, este Centro possuía características próximas ao Mercado Central de Belo Horizonte, com o comércio de produtos alimentícios e

28 22 manufaturados. O Centro Esportivo deveria localizar-se na região que hoje corresponde ao Tarumã, devido à excelente localização, já que era cortado pela Avenida Perimetral 2, que era a maior coletora de tráfego dos bairros da cidade. Para que a construção dos Centros Funcionais de fato atendessem as necessidades da população e fossem devidamente justificados, era necessário estipular e seguir fielmente o zoneamento da cidade. O conceito de zoning já era visto em 1912 em projetos de algumas cidades como Yass Camberra e Dunkerque 21. Ela complementava os preceitos da arquitetura moderna de separar a cidade em funções fazendo-a funcionar como uma máquina. Agache irá fazer uso da mesma idéia e por conta dos seus estudos sobre o assunto, Curitiba ganharia, na década de 70, um grande e detalhado zoneamento da cidade que será utilizado até os dias de hoje. Podemos dizer que Alfred Agache fora o precursor desta idéia e demonstrou grande interesse ao despender várias páginas no Plano de 43 sobre o zoneamento, sua importância e também sua relação com um Código de Obras na cidade: O zoneamento é a base de todo o plano de urbanização podendo-se mesmo dizer que sem ele o plano não é urbanismo, é desenho ou no máximo engenharia. [...] O zoneamento é a garantia do proprietário e o incentivo de valorização justa. Simplifica, disciplina e hierarquiza as funções urbanas e reflete o nível de cultura dos seus habitantes. 22 Nesta citação que se encontra no Plano Agache, percebemos como a divisão da cidade em funções não só dizia respeito ao melhor funcionamento da mesma segundo os preceitos da arquitetura moderna mas também que ela hierarquizava a população, de modo geral. Aliás, as críticas à arquitetura moderna que virão nas décadas seguintes, se referirão justamente a esta idéia de estratificação social presente nestes projetos do urbanismo moderno. É o que veremos no capítulo seguinte. 21 Opus cit. BRUANT, Catherine, p Opus cit, AGACHE, p. 56.

29 23

30 24 3. PLANO DIRETOR DE 1966: RUPTURA OU CONTINUIDADE? O arquiteto americano e também crítico da arquitetura moderna e pósmoderna Charles Jencks, data o final simbólico do modernismo e a passagem para o mundo pós-moderno na arquitetura as 15h32m de 15 de Julho de Este seria o momento exato de quando o conjunto habitacional Pruitt-Igoe, uma das inúmeras construções de cunho moderno, fora dinamitado, como um ambiente inabitável para as pessoas de baixa renda 23. O conjunto habitacional ficou sendo o grande símbolo da arquitetura e urbanismo modernos, pois retratava bem os princípios desta ciência: a separação da cidade através de centros funcionais como trabalho, moradia, lazer, etc. e a necessidade de se construir habitações de forma rápida que abrigassem mais pessoas em pouco espaço. É possível tomar como quase unânime o pensamento de críticos de que em meados da década de 60 o modernismo na arquitetura já dava visíveis provas de decadência. O mundo havia se convencido de que uma cidade que visava prevalecer em sua totalidade o uso do automóvel e separar a cidade em funções só causava uma marginalização e desvalorização do próprio ser humano 24. O conjunto habitacional ficou sendo o grande símbolo deste repúdio ao modernismo pelo fato deste separar o cidadão ao menos a população de baixa e média renda do restante da cidade. Apesar de alguns destes grandes blocos residenciais, como os produzidos por Le Corbusier, englobarem em seu interior vários órgãos e instituições, como escolas ou postos de saúde, críticos, como a canadense Jane Jacobs, ressaltam que estas moradias só possuem como característica central a marginalização da massa populacional. Por mais que seja decretado como data simbólica o seu fim no ano de 1972, a arquitetura moderna na Europa já dava sinais de enfraquecimento nos anos 50. No Brasil, a década de 50 ainda traria fortes traços e influências da arquitetura moderna, haja visto a construção de Brasília, a única cidade construída sob moldes modernistas, que iniciara-se em As primeiras críticas 23 Ver Anexo D. 24 HARVEY, David. A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Edições Loyola, 1992, p. 45.

31 25 às implantações do urbanismo moderno no país seriam ouvidas com maior freqüência nos primeiros anos da década de 60, principalmente nas cidades em que se haviam feitos planos na parte estrutural da cidade, baseados no urbanismo moderno. Estas críticas também iriam acontecer pelo fato dos projetos modernistas contarem com uma verdadeira demolição de bairros inteiros, inclusive bairros de edifícios históricos, para a construção em massa de novos edifícios. Como a arquitetura moderna baseava-se em grandes quadras funcionais, vários locais seriam destruídos por inteiro afim de facilitar essa massificação de novos edifícios. Em Brasília foi possível construir uma cidade modernista por inteiro já que o local escolhido era livre de quaisquer habitações, sendo possível construir uma cidade do zero, rompendo com qualquer vestígio de passado. Em Curitiba, o Plano Agache, apesar de ter sido assinado e aprovado pelo então prefeito Alexandre Beltrão, não chegou a ser de fato implantado em Curitiba. Somente alguns dos projetos teriam saído do papel, como a construção do Centro Cívico ou alguns centros funcionais, como o Centro Politécnico. Os anos 60 ficariam caracterizados como o momento de se repensar os planos modernistas e implantar novas idéias na cidade, que nos próximos anos viria a ultrapassar em número a população rural do Estado. Como já dito antes, o momento aqui seria não de ruptura, mas sim de transição. O Plano Preliminar de 65 e futuramente o Plano Diretor de 66 para a cidade de Curitiba ainda carregaria vestígios daquilo que foi o urbanismo moderno na cidade, mantendo alguns de seus princípios. O Plano Diretor de 1966, encomendado pela empresa Serete Engenharia S.A em associação com o escritório de arquitetura de Jorge Wilhem, ambos de São Paulo, continua sendo a base do urbanismo atual de Curitiba, com algumas alterações ao longo dos anos. Segundo o autor Dennison de Oliveira 25, esse plano situa-se precisamente entre a abordagem modernista, tal como pregada na Carta de Atenas, e a ascensão de algumas posturas críticas a esse mesmo modernismo. Isto se deve principalmente ao fato do plano da década de 60 ainda incorporar elementos como a especialização funcional dos espaços da cidade 25 OLIVEIRA, Dennison de. Curitiba e o mito da cidade modelo. Curitiba: Editora UFPR, 2000, p. 49.

32 26 através do zoneamento. Porém, como postura crítica do mesmo, preconizava a revitalização de espaços tradicionais da cidade e dava ênfase ao transporte público e desprivilegiava o uso do automóvel particular. Não é a toa que será dada tamanha ênfase e importância para o Plano Diretor no que diz respeito às configurações atuais da cidade de Curitiba. Este ficaria conhecido como sendo o único plano de urbanização a ser de fato implantado em uma capital brasileira. Cidades como Rio de Janeiro, São Paulo ou Porto Alegre tentariam implantar planos diretores nas suas respectivas administrações desde a década de 30, porém com pouco ou nenhum sucesso. O desuso dos ideais modernistas justifica a substituição do Plano Agache por um novo plano de urbanização da cidade. Porém, fica a pergunta: por que o Plano Agache não teria sido implantado de forma completa em Curitiba no período proposto e, também, qual o motivo do fracasso de implantação de planos de urbanização em outras cidades do país? Segundo Oliveira, o principal motivo pelos planos de urbanização da maioria das cidades brasileiras terem fracassado diziam respeito a parte administrativa da própria cidade. As constantes sucessões administrativas, ou mais precisamente neste caso, as sucessões ocorridas dentro da prefeitura das cidades, seria o foco desta discussão quanto a implementação dos planos de urbanização. É evidente que, a sucessão administrativa quando realizada por partidos políticos antagônicos entre si, dificulta na continuidade de projetos iniciados pela gestão anterior. Desta forma, os administradores locais irão preferir começar novos planos e metas a serem implementados na cidade do que continuarem um trabalho criado pelo seu antecessor. Isso irá acontecer constantemente no caso dos planos urbanísticos que de fato tentara-se implantar nas cidades brasileiras. Neste quadro de sucessões administrativas, é possível dizer que o caso de Curitiba é o mais favorável de todas as cidades brasileiras durante a década de 60. Poucos anos após o Plano Diretor de 1966 ser produzido para a cidade de Curitiba, uma série de de mandatos eletivos do prefeito Jaime Lerner contribuiria para o sucesso da implementação do plano. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Paraná e um dos fundadores do IPPUC (Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba) no ano de 1965, Jaime Lerner será de extrema importância para a implementação do Plano Diretor na cidade. Aliás, o

33 27 próprio IPPUC teria surgido por conta do Plano Preliminar de 1965 que sugeria a necessidade de se criar um órgão autônomo da sede administrativa, direcionado exclusivamente para o planejamento urbano e para estudos do urbanismo na cidade de Curitiba. Jaime Lerner assumiria o cargo da presidência do IPPUC na gestão de 1968, 3 anos antes de se filiar ao partido da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e assumir o cargo de prefeito da cidade de Curitiba. Na prefeitura teria três mandatos: , , além de ter sido governador do Estado no período compreendido entre 1995 a Além de assumir por tantos anos a prefeitura da cidade, alguns dos seus sucessores também tinham propostas e idéias quanto ao urbanismo e a implementação do Plano Diretor na cidade muito semelhante às de Jaime Lerner, como o caso do prefeito Saul Raiz, Sendo assim, seriam 16 anos ininterruptos de administrações com conteúdo semelhante no que diz respeito à urbanização da cidade. Segundo Oliveira, Por isso é que é tão importante a instauração de um consenso previamente à adoção de um plano diretor. Este consenso deve ser suficientemente amplo para aglutinar as elites dirigentes locais, as burocracias de suas agências públicas e, na medida do possível, as principais forças políticas e econômicas da cidade com vistas a sua execução. 26 Deixar o Plano além das diretrizes administrativas e colocá-lo como uma preocupação de todas as esferas da sociedade, não somente das governamentais, seria o principal passo para fazer com que um plano de urbanismo fosse aplicado em sua totalidade. Entendendo de que forma o Plano Diretor de 66 teve relativo sucesso quanto a sua saída do papel, parece ficar claro que o Plano Agache não obteve o mesmo e tampouco foi duradouro com o passar do tempo. E isto não só se evidenciou pelos problemas aqui citados das sucessões administrativas, mas de certa forma, percebemos a decadência da arquitetura e do urbanismo moderno interferir na aplicação do Plano Agache para a cidade de Curitiba. Como Alfred Agache era um discípulo do urbanismo moderno, nada mais certo que seu plano 26 Ibid, p. 78.

34 28 para a cidade de Curitiba fosse feito nestes mesmos moldes e, conseqüentemente, a inadequação deste estilo, causaria o desuso do próprio plano. Isso corresponde diretamente a alguns resultados negativos, que se viram com o passar dos anos, verificados nas cidades onde o urbanismo moderno chegou. A partir da década de 50, estas falhas ficariam mais visíveis na sociedade européia na medida em que a população voltava a crescer, logo após as duas grandes guerras mundiais. O aumento da densidade demográfica começou a mostrar falhas nos projetos modernistas, principalmente pelo fato destes projetos priorizarem o uso dos automóveis particulares e promoverem um desuso da rua como um instrumento de sociabilidade. Este fato aconteceria no Brasil a exemplo da cidade de Brasília, em especial por se tratar de uma cidade toda construída em moldes modernistas, projetada pelo arquiteto Lúcio Costa. Na época da elaboração do projeto que viria a ser a nova capital do Brasil, Brasília era vista como símbolo de uma nova era para o país. Os governantes, assim como as pessoas envolvidas no projeto que originou a cidade, acreditavam que seria possível definir a sociedade que lá moraria a partir da imagem e semelhança de Brasília. Assim, o projeto traria consigo um caráter social e estrutural à cidade. Segundo o autor James Holston, um dos traços mais distintivos de Brasília seria a ausência de ruas, ou melhor, sua substituição por vias expressas para a circulação de automóveis. Aliás, o automóvel passa a ser o principal meio de transporte de Brasília, assim como um dos principais personagens da própria cidade modernista, acarretando a pouca circulação de pedestres ou qualquer outro tipo de meio de locomoção que não fosse o automóvel. As pessoas que habitavam Brasília passaram a ficar reféns destes meios de transporte também pelo fato da grande distância entre os locais de trabalho e suas residências, por exemplo, em vista da característica básica do urbanismo moderno de se separar a cidade em funções distintas. A partir destes fatores, podemos perceber de que forma, aos poucos, o urbanismo moderno não só no Brasil, mas como no restante do mundo, foi tornando-se obsoleto e sendo substituído por outros projetos urbanísticos.

35 29 Essa prioridade pelo automóvel também foi vista em Curitiba com o Plano Agache e reformulada na década de 60 através do Plano Diretor. Um dos projetos seria o calçamento de algumas ruas da cidade para o uso restrito de pedestres. Dentro da Sessão destinada ao sistema viário, um dos artigos prevê ruas, praças e alamedas de uso preferencial ou exclusivo dos mesmos 27. Aliás, foi um projeto do próprio arquiteto Jorge Wilheim o de transformar a Rua XV de Novembro em um grande calçadão, que até a década de 60 era aberta para os veículos. Ainda no mandato de Ivo Arzua ( ), a cidade sofria com constantes congestionamentos desta Rua, que era uma das principais de Curitiba, e já havia projetos de ampliação da mesma. O fato de Jorge Wilheim propor neste período a pedestrianização da Rua XV seria encarado com estranhamento pela população. Anos mais tarde, ficaria visível como o calçadão da XV beneficiou o comércio e a sociabilização no centro da cidade. 27 Lei 2828/66 Art 3. Institui o Plano Diretor de Curitiba. Câmara Municipal de Curitiba, 31 de Julho de 1966.

36 30 A imagem anterior está presente no caderno de projetos do Plano Diretor de 66 e corresponde a demarcação das áreas exclusivas praças, ruas e alamedas para o uso de pedestres. Este calçamento é compreendido pelas atuais Ruas Dr. Pedrosa ao sul, João Negrão à leste, Cruz Machado ao norte e a Visconde de Nácar a oeste. Ao centro do espaço delimitado por estas ruas, localiza-se as Praças Gal. Ozório, Rui Barbosa, Carlos Gomes e Tiradentes e nas suas mediações, com a textura em xadrez, estão as ruas exclusivas para pedestres, ou os chamados calçadões. Visto que o Plano Diretor preocupava-se e muito com o crescimento acelerado da população, procurou-se desafogar o centro tradicional, construindo vias estruturais que ligassem o centro aos demais pontos da cidade norte, sul, leste e oeste para incentivar a habitação destes pontos. Esta idéia iria diferenciar-se do Plano Agache principalmente pelo fato deste plano basear-se na construção de vias radiais, ou seja, vias que circundassem o centro da cidade para o restante dos bairros, direcionando o crescimento de forma circular. As vias estruturais do Plano Diretor, por outro lado, tinham como principal objetivo descongestionar o centro, fazendo com que estas principais vias direcionassem o crescimento da população de maneira linear 28. Para Jorge Wilheim, a criação das vias estruturais corresponderia a um sistema em que o transporte era o orientador do crescimento de Curitiba: onde houvesse o sistema de transporte concentrado existiria a maior parte da população, evitando também a sua disseminação desordenada. Mais tarde, com a sua implementação, estas vias passariam a se chamar Sistema Trinário, onde existiria duas vias periféricas de sentido oposto e uma via central reservada para o transporte público. Aliás, o transporte público coletivo teria grande importância no Plano Diretor de 66, principalmente pelo fato deste privilegiar os pedestres que não possuíam veículo. A criação de canaletas próprias para a circulação de ônibus coletivos idealizada pelo arquiteto Rafael Dely durante o governo de Jaime Lerner transformava o transporte público em algo de interesse do município. Juntamente com a pedestrianização de algumas partes do centro da cidade, surgiu a idéia de se construir e preservar um setor histórico em Curitiba. A 28 Opus cit. OLIVEIRA, p. 50.

37 31 tradição modernista de se romper com o passado fez com que uma iniciativa para se preservar os prédios antigos da cidade fosse deixado de lado, durante o período de formulação do Plano Agache. A Seção V do Plano Diretor de 66 traria a importância de se preservar a história da cidade através de seus prédios, de diferentes épocas. Na mesma seção, abre espaço para ressaltar a necessidade de não só direcionar a preservação do setor histórico como sendo algo do município, mas também de realizar um convênio com o Patrimônio Histórico da União visando o tombamento de alguns destes edifícios 29. Outro fator importante que o Plano Diretor de 66 trouxe e que vigora até hoje é a questão do zoneamento da cidade. Segundo o Artigo 5 da Seção II considera-se zoneamento, para fins desta Lei, a divisão do Município em Zonas de usos diferençados, segundo a sua precípua destinação, objetivando o desenvolvimento harmônico da comunidade e o bem estar social de seus habitantes 30. O Plano sugere a divisão geral do município em áreas urbanas, áreas de expansão urbana e área rural, cada uma com sua própria legislação de ocupação ou uso do solo. As áreas urbanas foram divididas em Zonas Residenciais subdivididas em Zonas Residenciais 1, 2, 3, 4 e 5, Zonas Comerciais subdivididas em Zonas Comerciais 1, 2 e 3 e Zonas Industriais subdivididas em Zonas Industriais 1 e 2 e Distritos Industriais. Cada uma destas divisões e subdivisões traziam consigo legislações próprias que regulavam todo tipo de construção que seria feita nestes locais. Até hoje, o zoneamento de Curitiba se baseia neste proposto pelo Plano Diretor de 66, porém com o acréscimo de algumas outras leis. Haverá uma grande mudança na legislação no ano de 1975, sob a supervisão do prefeito Saul Raiz, e a última feita em 2000 no mandato de Cassio Taniguchi. O zoneamento continua com as bases do primeiro, porém com o acréscimo de algumas outras zonas, como as zonas de preservação ambiental ou as zonas residenciais específicas de alguns bairros, como o de Santa Felicidade 31. Por mais que zoneamento em vigor tenha sido implantado durante o Plano Diretor de 66, as primeiras noções desta organização da urbe teria surgido 29 Lei 2828/66 Art 52, Opus cit Câmara Municipal de Curitiba 30 Lei 2828/66 Art 5, Ibid. 31 Disponível em: URL: Acessado em: 28/11/10, 19h10.

38 32 através do Plano Agache. Como já fora mencionado anteriormente, Agache traria esta idéia, que já era conhecida e praticada anteriormente por alguns arquitetos e urbanistas modernistas. A divisão da cidade em zonas destinadas a atividades específicas complementava as resoluções da arquitetura moderna de se dividir a cidade em funções, melhorando o bem estar da população em questão. É possível, portanto, utilizar aqui a questão da implementação do zoneamento na cidade, a partir de 1966, como um dos grandes legados deixados por Agache na cidade e que vigoram até os dias de hoje. É justamente este projeto que irá separar a cidade em funções específicas e, até mesmo, hierarquizar a sociedade a partir de um aparato legal. Levando em conta que o Plano Diretor de 66 irá utilizar o zoneamento como o principal meio de organizar a cidade de Curitiba, já é possível imaginar que algumas idéias com relação a distribuição de centros funcionais criados por Agache também continuariam a ser implementados. Aliás, analisando os legados deixados pelo urbanista francês na cidade, os centros funcionais vão ser os mais visíveis, que de fato seriam colocados em prática em grande quantidade. A começar pelo grande projeto do Plano Agache, o Centro Cívico. Este complexo de edifícios continua sendo até os dias de hoje um dos grandes símbolos da arquitetura moderna em Curitiba. Este projeto é destacado pelo arquiteto como o elemento funcional de maior relevância na cidade, servindo igualmente de sala de visitas da cidade. Não é a toa que o capítulo referente ao Centro Cívico ocupará muitas páginas, discutindo-se várias propostas para sua feitoria, assim como um grande número de plantas arquitetônicas e desenhos. A sua construção foi concluída no governo de Bento Munhoz da Rocha Neto em 1953, juntamente com as comemorações do Centenário da Emancipação Política do Paraná, aos moldes propostos por Alfred Agache em Analisando os projetos e alguns dos desenhos feitos por Agache quanto ao Centro Cívico percebemos que pouco foi mudado desde a sua idéia original. O local escolhido foi o mesmo, assim como as desapropriações propostas por Agache afim de facilitar a construção de todos os prédios administrativos em um só local. Hoje o Centro Cívico também possui algumas praças e um espaço destinado para as festividades cívicas e militares da cidade, como já havia proposto Agache em A construção do Centro Cívico também traria grande

39 33 importância para a Avenida Cândido de Abreu, que faria a ligação direta entre o centro da cidade para os prédios administrativos. As reformas desta avenida também fizeram parte deste processo de construções e reformas para o Centenário de Emancipação da Província, como vemos na seguinte imagem do ano de 1953.

40 34 Hoje, o trecho da Avenida Cândido de Abreu logo em frente ao complexo de prédios administrativos é destinado a desfiles e festividades civis, como proposto anteriormente pelo urbanista. Os edifícios do Centro Cívico guardam muito das características básicas da arquitetura moderna, como a grande altura dos prédios, grande comprimento longitudinal, sem muita presença de cor, concreto e aço e formas definidas por linhas retas e bastante uniformes, como o caso do edifício do Palácio Iguaçu, o principal deste complexo. A foto seguinte mostra justamente este edifício durante a fase do término de sua construção, em 1953, localizado logo em frente a Avenida Cândido de Abreu.

41 35

42 36 Apesar das reformas pelas quais o Palácio Iguaçu está passando recentemente, como mostra a foto anterior, podemos notar que as configurações básicas da arquitetura moderna continuam as mesmas e o prédio se assemelha muito ainda ao construído na década de 50, diante da comparação entre as duas imagens. Durante o mandato do prefeito Nei Braga 1954 a 1958 alguns outros projetos do Plano Agache seriam feitos, como aconteceu com a construção do Mercado Municipal, que faria parte do Centro de Abastecimento proposto em A grande obrigatoriedade da construção para o urbanista francês era que o Mercado Municipal, assim como o restante do Centro de Abastecimento, fosse construído nas proximidades da Rodoferroviária, facilitando o escoamento e a chegada de produtos. A cidade ficaria cerca de 21 anos sem uma rede de abastecimento, até o início da construção da atual sede em 1956 pelo arquiteto Saul Raiz e a sua inauguração dois anos mais tarde, pelo prefeito Nei Braga. 32 INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA. Memória da Curitiba Urbana: volume 5. Curitiba: IPPUC, 1992.

43 37 A imagem mostra a principal entrada do Mercado Municipal na Avenida Sete de Setembro, em Interessante perceber como o Mercado possui também uma boa localização por possuir logo a frente um ponto de transporte público, em uma das principais vias de ligação da região leste com a região oeste da cidade. O Mercado Municipal passou por algumas ampliações e também mudanças em sua fachada, porém continua no mesmo local proposto em 1943 e com as mesmas funções explicados neste plano. É o que veremos na imagem seguinte, que mostra o Mercado Municipal nos dias atuais e referente a mesma entrada retratada na foto anterior.

44 38 Na imagem anterior, percebemos a entrada lateral do Mercado Municipal, localizada na Rua Dr. Faivre, nos dias de hoje. Ao fundo, observamos a Rodoferroviária de Curitiba, reeinterando a idéia de Agache de que o Centro de Abastecimento da cidade deveria localizar-se nas proximidades da Rodoviária devido ao fácil escoamento e chegada de produtos. Atualmente, a maioria dos produtos são entregues ao Mercado Municipal através de frota viária, mas nada disso exclui a importância e a ainda influência dos projetos de Agache para a cidade. Ainda dentro do mandato de prefeito, Nei Braga também seria o primeiro a colocar em prática os projetos de canalização dos principais rios que cortavam a cidade, como o Rio Belém e Rio Ivo. Um dos focos do Plano Agache, como aqui já discutido, eram as constantes enchentes ocasionadas na cidade devido à falta de canalização de rios e a falta de escoamento das águas pluviais. Portanto, estes projetos de canalização dos rios foram retirados do Plano de 43 e colocados em prática anos mais tarde por outros governantes. A influência do urbanista francês neste processo de canalização dos rios curitibanos podem ser vistos quanto ao recuo e a arborização das margens propostas por ele, afim de evitar

45 39 outras construções que colocassem em risco a conservação e também o escoamento natural das águas. Os projetos acima citados foram todos concretizados na década de 50, quando o Plano Diretor de 66 ainda não havia sido proposto. Pode-se parecer simples, portanto, que estes tivessem saído do papel, em meio ao momento que se vivia de constante influência da arquitetura moderna. Porém, uma série de outros projetos foram feitos e concluídos anos depois do atual plano ser elaborado, mostrando como a influência dos preceitos do urbanismo moderno ainda se faziam presentes em Curitiba. As preocupações com o espaço verde dentro de uma cidade já eram vistas nos debates dos CIAM e também na Carta de Atenas. Justificando esta tradição modernista, Agache também se ocupará em discursar acerca da necessidade de Curitiba possuir parques de grande extensão, o que estava em falta na cidade nos anos 40. Da mesma forma como na Carta de Atenas Le Corbusier salienta a importância de se ter em cada quadra um espaço dedicado a áreas verdes, Agache escreverá quanto a importância da mesma na cidade dizendo que Curitiba não sofre da falta de espaços livres, mas sim da má distribuição dêsses espaços 33. Um destes projetos organizadores do espaço verde será a Avenida Parque, situada na Avenida Perimetral 3, contornando a cidade e projetada para ter 60 metros de largura, com recuo dos prédios de 10 metros, proporcionando um ambiente de passeio extremamente arborizado. Outra característica desta Avenida Parque, ou parckway como o próprio Agache se refere, é que ela irá ligar diversos parques da cidade projetados por ele ou já existentes, facilitando a sua visitação. Outro fator interessante sobre as Avenidas Perimetrais que Agache sugere no Plano é que nos dias de hoje uma delas tem a função muito importante de alimentadora dos bairros através da linha de transporte urbano Interbairros II ou Inter 2. A Avenida Perimetral 3, a Avenida Parque mencionada acima, circula a cidade toda o que facilita sua conexão com quase todos os bairros da cidade. Por conta disso, hoje o transporte público se utiliza do direcionamento desta Avenida 33 Opus cit AGACHE p. 68.

46 40 Perimetral para traçar o trajeto dos ônibus Interbairros II e Inter 2 que são hoje os ônibus de maior trajeto e maior abrangência de locais. 34 Dentro destes parques projetados e que também será tangenciado pela Avenida Parque, estará o Parque da Lagôa do rio Barigui, ou o que hoje conhecemos como Parque Barigui. A idéia de Agache não era só de proporcionar um novo local de lazer e de área verde para a cidade, mas a construção deste extenso parque também favorecia para a contenção de águas do próprio rio Barigui, que provocava inundações na cidade. A construção do parque seria concluída em 1972, durante o mandato do prefeito Jaime Lerner e também sob as diretrizes do Plano Diretor de 66. Isso mostra como as reformas e planejamentos elaborados durante os moldes da arquitetura moderna não estavam totalmente descartados diante do novo plano de urbanização. 34 Disponível em: URL < Acessado em 1/12/10 14:32.

47 41 A imagem acima mostra em detalhe o local onde fora construído o lago artificial com as águas represadas do Rio Barigui, exatamente como proposto no Plano Agache. O Parque Barigui conseguiu cumprir com seu objetivo principal de conter as inundações que antes eram freqüentes com as cheias do referido rio e também, de preservar a mata local, lembrando de suas propostas de se manter um grande recuo de área verde nas margens dos rios. Portanto, a idéia original do Parque Barigui teria vindo do Plano Agache e dentro dos seus planos de aumentar o contingente de parques de larga extensão, que eram raros em Curitiba na década de 40. Jaime Lerner foi sem dúvida o prefeito que mais se preocupou com a arquitetura e o urbanismo da cidade. Durante seus três mandatos na prefeitura, Lerner daria importância para a necessidade de se pensar previamente os rumos da urbe, visto que em seus governos o IPPUC seria sempre um dos mais influentes órgãos administrativos 35. Na Secção II sobre o Centro Comercial e Social da cidade 36, Agache sugere para a Rua XV de Novembro algumas alterações que concernem ao recuo dos prédios. Proporcionando este recuo, assim como o alargamento da Rua XV, aqui já mencionado, seria possível construir galerias que possibilitassem a caminhada de pedestres em meio as intempéries do tempo. A imagem seguinte mostra a Rua XV de Novembro em meados no ano de 1941, ou seja, dois anos antes do término do Plano Agache. 35 Opus cit, OLIVEIRA, p Opus cit AGACHE, p. 37.

48 42 Aqui, a rua era toda destinada ao uso de veículos e o recuo dos prédios era mínimo para a passagem de pedestres nas calçadas. Podemos entender o motivo pelo qual Agache irá insistir tanto na questão dos recuos prediais no seu plano, sugerindo a construção das galerias.

49 43 Este projeto seria implementado na década de 80 por Jaime Lerner, porém utilizando-se de outro nome e fazendo referência deste projeto como sendo seu: o Plano Massa, que correspondia a um conjunto de vários projetos, incluindo este Agacheano de recuo dos prédios. É importante ressaltar aqui essa apropriação de um projeto legítimo de Agache e que acabou sendo incorporando e assinado pelo prefeito Jaime Lerner, sem fazer ao menos menção à influência do urbanista francês 37. A foto anterior mostra exatamente esse plano de recuo de prédios favorecendo o surgimento de galerias, na Rua XV de Novembro entre a Av. Marechal Floriano Peixoto e Al. Dr. Muricy. O Plano Diretor de 66 iria trazer alguns capítulos referentes ao recuo predial que deveria ser seguido pelas construções afim de favorecer a estética e respeitar o espaço público. As torres que se localizassem na região central da cidade, por exemplo, deveriam respeitar um recuo de 10 metros. Por mais que o decreto de zoneamento e uso do solo seja lei, ao caminharmos pela cidade podemos perceber que nem todas as construções respeitam este recuo em benefício do espaço público, como 37 Disponível em: Url < Acessado em: 22/11/10 20:05.

50 44 acontece com o edifício particular do Shopping Curitiba localizado no centro da cidade, por exemplo. Tanto o Setor Industrial e o Centro Militar que estão contidos no Plano Agache, foram pensados tendo como referência algumas construções já existentes na cidade. A região do Rebouças fora escolhida como o bairro que iria abrigar o Setor Industrial por ali já existir algumas indústrias e principalmente por sua localização ser atendida pela estrada de ferro e estar próximo das residências dos operários. Por exemplo, na década de 30 já estava construído, o Moinho Paranaense. O edifício ainda permanece no mesmo local após sofrer um incêndio na década de 40 e podemos notar que ainda algumas destas antigas fábricas que já se localizavam na região do Rebouças continuam lá, como as construções da Leão Júnior S.A, da Cervejaria da Brahma e da Fábrica de Fósforos Fiat Lux, atual Swedish Match Brasil.

51 45 A foto tirada atualmente mostra como essa configuração típica do começo do século, e que teve predileção de Agache a ser mantida, permanece ainda sob os mesmos moldes. À esquerda e à direita da imagem, dois prédios pertencentes à empresa Leão Júnior & CIA S.A de erva mate, que hoje pertencem a Companhia Coca-Cola. Ao fundo, o prédio do antigo Moinho Paranaense, hoje pertencente à Fundação Cultural de Curitiba. Todos estes edifícios foram construídos no início do século XX, mostrando como a região era determinada como bairro industrial da cidade. Apesar de ter sido uma das primeiras construções do bairro industrial, a Companhia de Fósforos Fiat Lux também mantém até hoje sua localização e um pouco das suas configurações originais, como os galpões altos e os telhados muito típicos.

52 46

53 47 A primeira imagem é datada do ano de 1910 e representa exatamente a primeira construção da Companhia de Fósforos Fiat Lux. Em seguida, duas fotos atuais do mesmo local, onde hoje se encontra a empresa de fósforos multinacional, Swedish Match Brasil. É interessante notar na imagem a boa localização da qual Agache se refere para a construção de um Setor Industrial, já que ao lado percebemos a Estação Ferroviária que serviria para o escoamento da produção das indústrias. Outro detalhe da foto é ao fundo o Viaduto do Capanema, que também foi projetado por Agache afim de facilitar a passagem de veículos sem interferir na rota do trem, que passaria por baixo do mesmo. A situação seria a mesma quanto ao Centro Militar. Agache iria propor a região do Bacacheri que já continha algumas edificações militares hoje o 20 Batalhão de Infantaria Blindado e também o campo de aviação atual aeroporto do Bacacheri, já na década de 20.

54 48 A foto anterior mostra o atual 20 Batalhão de Inf antaria Blindado, localizado na Av.Pref. Erasto Gaetner, no bairro do Bacacheri. O local continua sendo o mesmo sugerido por Alfred Agache para a construção do Centro Militar, onde também já existiam algumas instalações militares. O fato de Agache ter tido a preferência de manter esta localização também se dava por ser uma região afastada do grande centro da cidade e por possuir uma região ampla para treinamentos de oficiais e possuir vilas para moradia. Os problemas das enchentes constantes na cidade tiveram seus primeiros passos para a solução também no mandato do prefeito Ney Braga na década de 50 ao se utilizar do Plano Agache como referência para as obras 38. A canalização dos Rios Ivo e Belém já são previstas no Plano de 43 e ao serem colocadas em prática na década seguinte, se transformarão nas primeiras grandes obras em vista de se resolver as inundações constantes que a cidade passava. Agache ainda propunha que, ao ser devidamente canalizado cada um dos rios, fosse reservado uma parte nas encostas para a arborização com plantas e árvores nativas, favorecendo o embelezamento e evitando construções próximas a estes rios. Curitiba continuaria sofrendo com o problema das enchentes, porém é possível dizer que as primeiras investidas quanto a resolução do mesmo se deram justamente devido aos projetos feitos pelo urbanista francês. Não foram somente as obras e edifícios que restaram das tradições modernistas implementadas com o Plano Agache. Hoje em dia, ainda observamos uma pré-disposição em separar a cidade em funções ou finalidades que já está presente no próprio imaginário do cidadão. O autor James Holston defende que nos países emergentes o modernismo continua a predominar haja visto a grande separação da cidade em setores por conta dos zoneamentos, como no próprio caso de Curitiba. Outro fator importante que segundo Holston faz com que o modernismo ainda esteja presente é o fato do urbanismo moderno ter como grande premissa a intervenção direta do Estado, justificando o fascínio dos governantes de países emergentes, independente de sua orientação política 39. O zoneamento da cidade de Curitiba é a prova de que a melhor maneira encontrada pelos órgãos públicos quanto a urbanização seria a de separar a 38 Opus cit. INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA, p Opus cit HOLSTON, p. 13.

55 49 cidade em funções específicas e delimitando o seu uso do solo. Afinal como consta nas recomendações do próprio IPPUC (...) definido o zoneamento, com normas gerais de uso e ocupação para cada região, os parâmetros devem ser monitorados de maneira a permitir a constante evolução da cidade. 40 Por mais que o Setor Industrial, que teve início nas primeiras décadas do século XX, não tenha tido continuidade anos mais tarde, a mesma idéia iria se implementar com o surgimento da Cidade Industrial de Curitiba, criada durante o período que se estendeu de 1971 até 1983, através de uma política de atração de investimentos industriais 41. Outro exemplo desta separação, algumas Zonas Residenciais que são definidas separadamente no zoneamento atual da cidade, como a Zona Residencial Umbará (ZR-U) ou a Zona Residencial Santa Felicidade (ZR-SF). Afinal, por mais que o Plano Diretor de 66 seguisse as tendências do chamado pós-modernismo na arquitetura, a implantação de algumas idéias deste Plano, ou até mesmo a apropriação delas por outros arquitetos ou administradores, que vigora até os dias de hoje na cidade de Curitiba, representa muito mais uma transição lenta do que um rompimento ao Plano Agache e ao urbanismo moderno. 40 Disponível em: URL < Acessado em 28/11/10 18: Opus cit OLIVEIRA, p. 54.

56 50 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em vista das atuais configurações da cidade de Curitiba, percebemos que sua urbanização está contida dentro dos parâmetros do Plano Diretor de 66, proposto por Jorge Wilheim e a Empresa Serete de São Paulo. Tendo em vista que somente algumas alterações deste projeto original foram feitos até hoje, como algumas novas leis ou decretos quanto ao zoneamento ou uso do solo, é correto afirmar que este Plano Diretor obteve grande sucesso quanto a sua implementação, favorecido também por alguns fatores políticos e administrativos aqui mencionados. Por mais que o Plano Agache de 1943 não tenha sido de fato implementado, sua importância para a história da urbanização de Curitiba vai muito além do que a quantidade de projetos que foram tirados do papel. Ao vir para a cidade e assinar o compromisso de produzir este plano, Alfred Agache seria um dos primeiros a trazer as noções de urbanismo para Curitiba e a importância de se planejar previamente os destinos do crescimento da cidade para a prevenção de problemas futuros, assim como da capacidade deste planejamento garantir um convívio social muito mais harmonioso entre os seus cidadãos. Agache seria uma peça fundamental no momento em que Curitiba passava por um grande crescimento demográfico de sua população e também por um processo de mudança de uma sociedade tipicamente rural para uma sociedade propriamente urbana. Alfred Agache traria consigo noções do urbanismo moderno, que vigorava na Europa durante o período entre guerras e que seria o guia de projetos que percorreriam cidades do mundo todo. Por mais que este estilo urbanístico e arquitetônico tivesse entrado em decadência nas décadas de 60 e 70, o Plano Agache de 1943 que estaria configurado nas premissas da arquitetura moderna não teria sido descartado por completo. Alguns dos seus projetos seriam incorporados por outros prefeitos em Curitiba após a própria vigência do Plano Diretor de 66. Isto nos mostra a importância das premissas que Agache iria trazer quanto as suas noções de cuidado da urbe, que continuam presentes no nosso dia-a-dia: seja pelos passeios de Domingo no Parque Barigui, pelas caminhadas

57 51 de dias chuvosos nas galerias da Rua XV ou pelos tradicionais desfiles cívicos de 7 de Setembro na Avenida Cândido de Abreu.

58 52 6. BIBLIOGRAFIA Fontes: AGACHE, Alfred. Plano de Urbanização de Curitiba. Boletim da P.M.C. Curitiba, Prefeitura Municipal de Curitiba, Lei n 2828/66. Institui o Plano Diretor de Curitib a. Curitiba: Câmara Municipal de Curitiba, Bibliografia: BRUANT, Catherine. Donat Alfred Agache: urbanismo, uma sociologia aplicada In: RIBEIRO, Luiz Cesar de Queiroz, PECHMAN, Robert.(Org.) Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, CORBUSIER, Le. A Carta de Atenas. São Paulo: EDUSP, GNOATO, Luís Petruci. Introdução ao ideário modernista na arquitetura de Curitiba: Dissertação de Mestrado USP, GONÇALVES Jr. Antonio José; SANT'ANNA Aurélio; CARSTENS Frederico R. S. B.; FLEITH Rossano Lucio. O que é urbanismo. São Paulo: Editora Brasiliense, HARVEY, David. A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Edições Loyola, HOLSTON, James. A cidade modernista: uma crítica de Brasília e sua utopia. São Paulo: Companhia das Letras, INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA. Memória da Curitiba Urbana: volume 5. Curitiba: IPPUC, JAMESON, Fredric. A virada cultural: reflexões sobre o pós-moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, Espaço e imagem: teorias do pós-moderno e outros ensaios. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, LINS, Paulo Cesar Zanoncini. O divã de concreto: arquitetura, ubanismo e identidade. Dissertação de Mestrado UFPR, SALIBA, Elias Thomé. A dimensão cômica da vida privada na República. In: NOVAIS, Fernando A. SEVCENKO, Nicolau (Org). História da vida privada no Brasil 3: da Belle Epoque a era do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998

59 53 OLIVEIRA, Dennison. Curitiba e o mito da cidade modelo. Curitiba: Editora UFPR, PEREIRA, Magnus Roberto de Mello (org.). Posturas Municipais: Paraná, 1829 a Curitiba: Aos Quatro Ventos / CEDOPE, REMOND, René. O século XIX: São Paulo: Editora Cultrix, RIBEIRO, Luiz Cesar de Queiroz, PECHMAN, Robert.(Org.) Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, SALIBA, Elias Thomé. A dimensão cômica da vida privada na República. In: NOVAIS, Fernando A. SEVCENKO, Nicolau (Org). História da vida privada no Brasil 3: da Belle Epoque a era do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998 Créditos das ilustrações: 20 Batalha de Infantaria e Blindados, bairro Bacac heri, 2010: Olho Wodzynski Avenida Cândido de Abreu, 1953: Casa da Memória. Avenida Cândido de Abreu, Centro Cívico, 2010: Olho Wodzynski Fábrica de Fósforos Fiat Lux, 1910: Casa da Memória. Fábrica de Fósforos Swedish Match Brasil, 2010: Olho Wodzynski Leão Junior & C.I.A S.A, bairro Rebouças, 2010: Olho Wodzynski Mercado Municipal de Curitiba, 1958: Casa da Memória. Mercado Municipal de Curitiba, entrada pela Av. 7 de Setembro, 2010: Olho Wodzynski Mercado Municipal de Curitiba, entrada pela Rua Dr. Faivre, 2010: Olho Wodzynski Palácio Iguaçu, 1953: Casa da Memória Palácio Iguaçu, Centro Cívico, 2010: Olho Wodzynski Parque Barigui, detalhe da lagoa artificial, 2010: Olho Wodzynski Rua XV de Novembro esq. com Travessa Oliveira Belo, 1941: Casa da Memória Rua XV de Novembro, s/data: Url: jpg> Acessado em: 01/12/ :50.

60 54 ANEXOS Anexo A Alfred Agache e Manoel Ribas Foto retirada de: Em primeiro plano está o interventor do Estado, Manoel Ribas, observando alguns projetos do Plano Agache de À esquerda da imagem, aparece o seu autor, Alfred Agache.

61 55 Anexo B Plano das Avenidas Perimetrais e Radiais Imagem original do projeto das Avenidas Perimetrais, Radiais e de alguns Centros Funcionais contidos no Plano Agache de Foto: IPPUC.

62 56 Anexo C Projeto para o Viaduto Capanema Imagem retirada dos projetos originais do Plano Agache onde mostra um dos desenhos para o futuro Viaduto do Capanema. À esquerda da imagem, vemos a representação do trem passando por debaixo do Viaduto, de forma que este não atrapalhasse no andamento natural das vias.

63 57 Anexo D Complexo de Habitações Pruitt-Igoe Foto aérea do Complexo de Habitações de Pruitt-Igoe localizado no Missouri, Estados Unidos. Sua demolição na década de 70 representou para muitos críticos o fim da arquitetura moderna.

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