Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)

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1 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE SEA Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) VOLUME 2 Diagnóstico dos Resíduos Sólidos TOMO I 1/265 Agosto, 2013 Rev. 00

2 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Sérgio Cabral Governador Luiz Fernando Pezão Vice-governador SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE (SEA) Carlos Minc Secretário Luiz Firmino Martins Pereira Subsecretário Executivo INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (INEA) Marilene Ramos Presidente EQUIPE TÉCNICA SEA Victor Zveibil Superintendente de Políticas de Saneamento - Coordenador Aline Pacheco Santana Diego Khouri Mota Erika Leite Soares Jorge Luiz Gonçalves Pinheiro Marcos Paulo Marques Araújo Maria José Saroldi Colaboradores Adriano Nere Valente Guilherme de Sousa Bispo Vera Cristina Azevedo da Silva Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 2/265

3 ECOLOGUS ENGENHARIA CONSULTIVA LTDA Responsável Técnico Claudia Provenzano Barros de Almeida e Silva Edson Cruz de Sá Coordenador Geral Carlos Luz de Oliveira Cobucci Equipe Técnica Camila Garcia Neves Gisana de Freitas Pereira Guilhermino de Oliveira Filho Patrícia Daufenback Rodrigo Imbelloni Consultores Nacionais Álvaro Luiz Gonçalvez Catanhede João Carlos Xavier de Brito José Carlos de Araújo Pires José Ricardo de Araújo Ferreira Laone Lago Silvia Martarello Astolpho Consultores Internacionais GRUPOTEC: Ana Belén Marí Pérez Arcadio Agustín Pascual López Bruno Leitão Gameiro Inmaculada Torres Sanchís Jesús Maria Paniagua Bravo Markel Arkauz Gabilondo Ramón Cañadas 3/265

4 ÍNDICE 1. APRESENTAÇÃO... 6 TOMO I RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS CONTEXTUALIZAÇÃO LEVANTAMENTO DE DADOS POPULAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE LIMPEZA URBANA (RLU) E RESÍDUOS DOMICILIARES (RDO) GERAÇÃO DE RECICLÁVEIS A PARTIR DO CONSUMO APARENTE GRAVIMETRIA ELEMENTOS DE GRAVIMETRIA - MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO ELEMENTOS DE GRAVIMETRIA - EXTRAPOLAÇÃO PARA O ESTADO GERAÇÃO DE RECICLÁVEIS A PARTIR DA GRAVIMETRIA COLETA DE RSU COLETA REGULAR COLETA SELETIVA A COLETA SELETIVA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO PROGRAMAS DO ESTADO VOLTADOS PARA A RECICLAGEM CATADORES E CATADORAS EM REDE SOLIDÁRIA PROGRAMA DE REAPROVEITAMENTO DE ÓLEOS VEGETAIS - PROVE ECOBARREIRAS TRATAMENTO DE RSU RECICLAGEM COMPOSTAGEM FLUXO DE MATERIAIS DISPOSIÇÃO FINAL DESTINAÇÃO FINAL DE RSU QUANTITATIVOS FLUMINENSES DESTINAÇÃO FINAL PARA PEQUENOS MUNICÍPIOS GERAÇÃO E TRATAMENTO DE CHORUME NOS ATERROS SANITÁRIOS GERAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DO BIOGÁS ASPECTOS ECONÔMICOS DA GESTÃO DOS RSU ASPECTOS GERAIS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS CUSTOS DA DESTINAÇÃO FINAL A FIGURA DO GRANDE GERADOR COMENTÁRIOS FINAIS CONCLUSÕES ASPECTOS GERAIS ASPECTOS ESPECÍFICOS ANEXOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE CONTEXTUALIZAÇÃO /265

5 CLASSIFICAÇÃO DOS RSS OBRIGATORIEDADE DE ELABORAR O PGRSS MANEJO ADEQUADO DOS RSS CARACTERÍSTICAS QUALI-QUANTITATIVAS DOS RSS FORMAS DE TRATAMENTO GRUPO E GRUPO D GRUPO C GRUPO B GRUPO A QUANTITATIVOS E INSTALAÇÕES POR MUNICÍPIO FLUMINENSE A EXPERIÊNCIA DA COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO - COMLURB CONCLUSÕES RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL CONTEXTUALIZAÇÃO ASPECTOS LEGAIS CRITÉRIOS PARA ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE RCC CARACTERIZAÇÃO DOS RCC INSTRUMENTOS DE GESTÃO ALGUNS ASPECTOS FINANCEIROS A RESPEITO DE RCC CUSTOS DA GERAÇÃO DE RCC CUSTOS DA COLETA E TRANSPORTE DE RCC CUSTOS DA DESTINAÇÃO DOS RCC ALGUMAS CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES A RESPEITO DE RCC SITUAÇÃO DOS RCC NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RIO DE JANEIRO MUNICÍPIOS DA BAIXADA FLUMINENSE OUTRAS INICIATIVAS QUADRO RESUMO ANÁLISE DOS DADOS LEVANTADOS COMENTÁRIOS FINAIS CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS /265

6 1. APRESENTAÇÃO O presente relatório, Volume 2 Diagnóstico de Resíduos Sólidos, tem por objetivo apresentar a situação atual dos resíduos sólidos gerados no Estado do Rio de Janeiro, abordando as tipologias de resíduos definidas pela Lei n /10 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em atendimento ao Item 2.2, do Termo de Referência que norteou a elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). A estruturação do relatório procurou seguir a mesma organização, sistematizando a apresentação da informação, sempre que disponível, para todas as tipologias. Teve como base o diagnóstico realizado, em 2009, pela UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro, sendo revisto e atualizado com dados fornecidos pelos operadores de aterros sanitários e informações obtidas no âmbito do Subprograma Lixão Zero, em execução pela SEA. É preciso lembrar que o Diagnóstico da UERJ foi feito antes da edição da PNRS e abrangeu somente os resíduos sólidos urbanos e de serviços de saúde. Com o advento da PNRS, foram incorporadas novas tipologias de resíduos sólidos a serem estudadas, buscando quantificar e qualificar esses resíduos quanto à origem e fluxos atuais, visando fornecer subsídios ao estudo da cadeia produtiva para estabelecimento dos instrumentos necessários à implantação do sistema de logística reversa em âmbito estadual. Além disso, o presente relatório também apresenta o diagnóstico da legislação estadual pertinente à gestão e ao gerenciamento dos resíduos sólidos, que, por sua vez, busca promover a compilação das leis, dos decretos e dos demais atos normativos correspondentes levantados, a fim de propor o aperfeiçomaneto dessa legislação estadual a partir do marco regulatório nacional dos resíduos sólidos, notadamente a PNRS. Para facilitar o manuseio deste relatório, este segue apresentado em três tomos, a saber: TOMO I: Abrange as seguintes tipologias: 1. Resíduos Sólidos Urbanos; 2. Resíduos de Serviços de Saúde; 3. Resíduos da Construção Civil. 6/265

7 TOMO II: Abrange as seguintes tipologias: 4. Resíduos de estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviços; 5. Resíduos agrossilvopastoris; 6. Resíduos de mineração; 7. Resíduos industriais; 8. Resíduos de serviços de transporte; 9. Resíduos de serviços de saneamento básico. TOMO III: Diagnóstico da Legislação Estadual 7/265

8 TOMO I 2. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO Conforme definido na Política Nacional de Resíduos Sólidos, o termo resíduos sólidos urbanos - RSU será utilizado como referência conjunta aos resíduos sólidos domiciliares e aos resíduos de limpeza urbana. De forma geral, o diagnóstico foi estruturado seguindo o ciclo dos resíduos sólidos: geração, coleta, tratamento e disposição final. Na geração, discutiu-se principalmente os materiais recicláveis, com foco nas embalagens e ainda foi apresentado um arrazoado sobre elementos gravimétricos dos resíduos sólidos urbanos, efetuando-se uma extrapolação sobre as características mais se aplicaram aos municípios fluminenses. Sobre a coleta, abordou-se inicialmente a coleta regular dos RSU e, em seguida, discutiu-se a coleta seletiva, apresentando, como exemplo, o Programa de Expansão da Coleta Seletiva no Município do Rio de Janeiro. Com relação ao tratamento, primeiramente foi abordada a questão da reciclagem, sendo feita, a distinção entre reciclagem, pré-consumo e reciclagem pósconsumo. Para a análise da reciclagem, adotou-se outro recorte da questão e discutiu-se o fluxo de cada material reciclável individualmente. Foi ainda efetuada a análise da situação da compostagem no Estado do Rio de Janeiro, na qual foram levantados os motivos deste tipo de tratamento não ser aplicado em maior escala no Estado. Posteriormente, foi realizada feita uma breve análise sobre as formas e unidades de disposição final, para, em seguida, analisar os aspectos econômicos incidentes sobre a gestão de RSU. O diagnóstico procurou também abranger a geração de energia a partir da biomassa de resíduos, com ênfase no biogás dos aterros sanitários. Por fim, foram efetuados comentários técnicos e econômicos, apresentando-se algumas conclusões e recomendações. 8/265

9 2.2. LEVANTAMENTO DE DADOS Em função das dificuldades encontradas na obtenção de dados primários que apresentassem um nível mínimo de precisão, buscou-se compilar e avaliar dados secundários extraídos de fontes oficiais, trabalhos científicos e empresas do setor de resíduos sólidos, conforme demonstrado relacionadas a seguir; Ministério das Cidades - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS - Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, 2010; Ministério de Minas e Energia - Anuários Estatísticos; Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Secretaria de Estado do Ambiente - SEA; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE - Dados Censitários de 2010 e Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB, 2000 e Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE; Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM); Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST); Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA); e Associação Brasileira do Alumínio (ABRAL). Registra-se as possíveis inconsistências dos dados apresentados tanto na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico quanto do Diagnostico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos. Nestas pesquisas, as informações são obtidas por meio da autodeclaração dos órgãos e entidades prestadoras do serviço público de manejo de resíduos sólidos, não sendo incomum que as respostas das entidades responsáveis pela coleta sejam diferentes daquelas fornecidas pelas entidades responsáveis pela disposição final, por exemplo. O mesmo pode ocorrer nas demais fontes consultadas, porem os dados disponíveis foram relevantes para amostragem dos resíduos sólidos gerados no Estado. Foram identificadas pequenas diferenças nas amostras das edições de 2000 e de 2008 da PNSB, uma vez que a Pesquisa realizada no ano 2000 trabalhou com uma amostra menor de municípios fluminenses. O levantamento de custos associados à gestão dos RSU exigiu a adoção de outra metodologia. Como a PNSB não apresentou dados sobre os custos incidentes no 9/265

10 manejo dos resíduos sólidos, foi necessária a adoção de dados de outras pesquisas de menor abrangência. As informações econômicas apresentadas foram extraídas do SNIS, que, apesar de ser uma amostragem dos municípios brasileiros, fornece indicações sobre a evolução dos custos de disposição final dos resíduos sólidos. Porém, conforme já discutido anteriormente, os dados apresentados pelo SNIS também apresentam fragilidade, uma vez que os municípios são convidados a declarar suas informações por meio do preenchimento de formulários, que muitas vezes apresentam imprecisões em suas respostas em função de possíveis deficiências do corpo técnico municipal, seja quantitativa ou qualitativa. Outro fator limitador identificado relaciona-se às diferenças nas abordagens adotadas pelos órgãos do governo no levantamento de seus dados. As informações produzidas pelo Ministério de Minas e Energia, por exemplo, estão focadas na etapa da produção, enquanto que as informações geradas pelo Ministério das Cidades e pelo IBGE, por exemplo, estão focadas nos aspectos relacionados ao saneamento básico. Dessa forma, recomenda-se que um futuro sistema de informações voltado aos resíduos sólidos adote procedimentos declaratórios no âmbito do ciclo de vida dos mesmos e compatibilize dados disponíveis sobre os materiais em cada uma de suas etapas. Diante das limitações encontradas, o diagnóstico deve ser considerado como uma primeira abordagem em sua consolidação. Os dados apresentados devem ser considerados e avaliados quando da elaboração das políticas públicas para o setor POPULAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Os cálculos efetuados neste diagnóstico foram efetuados com base no levantamento da população urbana realizado pelo IBGE no ano de As populações urbana, rural e total dos municípios do Estado do Rio de janeiro encontram-se apresentada no QUADRO a seguir. QUADRO POPULAÇÃO URBANA, RURAL E TOTAL DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) Angra dos Reis Aperibé /265

11 MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) Araruama Areal Armação dos Búzios Arraial do Cabo Barra do Piraí Barra Mansa Belford Roxo Bom Jardim Bom Jesus do Itabapoana Cabo Frio Cachoeiras de Macacu Cambuci Campos dos Goytacazes Cantagalo Carapebus Cardoso Moreira Carmo Casimiro de Abreu Comendador Levy Gasparian Conceição de Macabu Cordeiro Duas Barras Duque de Caxias Eng. Paulo de Frontin Guapimirim Iguaba Grande Itaboraí Itaguaí Italva Itaocara Itaperuna Itatiaia Japeri Laje do Muriaé Macaé Macuco Magé /265

12 MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) Mangaratiba Maricá Mendes Mesquita Miguel Pereira Miracema Natividade Nilópolis Niterói Nova Friburgo Nova Iguaçu Paracambi Paraíba do Sul Paraty Paty do Alferes Petrópolis Pinheiral Piraí Porciúncula Porto Real Quatis Queimados Quissamã Resende Rio Bonito Rio Claro Rio das Flores Rio das Ostras Rio de Janeiro Santa Maria Madalena Santo Antônio de Pádua São Fidélis São Francisco de Itabapoana São Gonçalo São João da Barra São João de Meriti São José de Ubá /265

13 MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) São José do Vale do Rio Preto São Pedro da Aldeia São Sebastião do Alto Sapucaia Saquarema Seropédica Silva Jardim Sumidouro Tanguá Teresópolis Trajano de Morais Três Rios Valença Varre-Sai Vassouras Volta Redonda T O T A L FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO, Dos números apresentados, é possível verificar que 97% da população do Estado encontra-se nas áreas urbanas dos municípios, e somente 3% encontra-se em áreas rurais (Figura 2.3-1). 3% - RURAL 97% - URBANA FIGURA PROPORCIONALIDADE ENTRE AS POPULAÇÕES URBANA E RURAL NO ESTADO 13/265

14 A Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico (Lei nº /07), anterior a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº /10), considerou os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos como o conjunto de atividades, infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final de resíduos doméstico e dos resíduos originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas. A PNRS ao vigorar, reafirmou essas considerações e apresentou a classificação dos resíduos sólidos que deve ser adotada em todos os processos inerentes aos resíduos sólidos no país. Neste argumento, os resíduos domiciliares gerados em ambientes domésticos nas áreas rurais devem ser geridos no âmbito das atividades agrossilvopastoris. Portanto, a população considerada neste diagnóstico é a população urbana presente no Estado e os esses resíduos domiciliares gerados nas atividades agrossilvopastoris não foram contabilizados como RSU ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS A estimativa de geração de resíduos sólidos urbanos pressupõe a utilização de índices de geração per capita compatíveis à realidade de cada município. Para o presente diagnóstico, a composição dos índices de geração per capita de resíduos sólidos urbanos nos municípios fluminenses foi baseada nos dados disponibilizados pelas diversas instituições que elaboram estudos na área de saneamento básico no Estado e nos Municípios. Partiu-se do Diagnóstico de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Rio de Janeiro elaborado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2008, produto componente do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PGIRS, cujas referências são anteriores à Lei Federal nº /2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e, desta forma, não contemplou todas as tipologias de resíduos apresentadas na referida Lei. Este diagnóstico apresentou, ainda que de forma expedita, a situação dos resíduos sólidos nos 92 municípios que constituem o Estado, por meio de dados primários (levantamentos de campo por meio de visita técnicas a todos os municípios) e secundários. Naquela oportunidade, o diagnóstico da situação dos resíduos sólidos apresentou aspectos demográficos, indicadores socioeconômicos, estruturas organizacionais e legislações municipais, além dos índices de geração per capita que foram calculados com base nos dados de coleta fornecidos pelas municipalidades. Ainda, para a composição dos índices, os 12 (doze) principais Centros de Tratamento de Resíduos Sólidos e Aterros Sanitários do Estado do Rio de Janeiro, que são responsáveis pela disposição final de resíduos sólidos gerados em 41 municípios fluminenses e que, juntos, agregam 88% da população total do 14/265

15 Estado, forneceram informações sobre o histórico de recebimentos de resíduos sólidos urbanos - RSU segundo sua origem, conforme pode ser observado no Quadro 2.4-1, a seguir: QUADRO CENTROS DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS E ATERROS SANITÁRIOS CONSULTADOS, MUNICÍPIOS E POPULAÇÃO ATENDIDA ITEM CTR'S/ATERROS SANITÁRIOS MUNICÍPIOS ATENDIDOS POPULAÇÃO TOTAL (IBGE, 2010)* CTR Rio Seropédica Aterro Dois Arcos São Pedro da Aldeia CTR Nova Iguaçu Nova Iguaçu CTR Barra Mansa Barra Mansa CTR Alcântara São Gonçalo CTR Macaé Macaé CTR Itaboraí Itaboraí Rio de Janeiro Itaguaí Seropédica Mangaratiba Angra dos Reis São Pedro da Aldeia Armação dos Búzios Arraial do Cabo Cabo Frio Casimiro de Abreu Iguaba Grande Silva Jardim Nova Iguaçu Mesquita Nilópolis Queimados S. J. Meriti Barra Mansa Volta Redonda São Gonçalo Macaé Quissamã Itaboraí Maricá Niterói Cachoeiras de Macacu Tanguá Guapimirim /265

16 ITEM CTR'S/ATERROS SANITÁRIOS MUNICÍPIOS ATENDIDOS POPULAÇÃO TOTAL (IBGE, 2010)* CTR Campos Campos dos Goytacazes CTR Teresópolis Teresópolis Aterro Sanitário de Nova Friburgo Nova Friburgo CTR Bob Ambiental Belford Roxo Aterro de Bongaba Magé Paty do Alferes Campos dos Goytacazes São Francisco de Itabapoana São João da Barra Miracema Teresópolis Carmo Sumidouro São José do Vale do Rio Preto Nova Friburgo Belford Roxo Duque de Caxias Magé TOTAL 41 municípios TOTAL ESTADUAL 92 municípios Conforme relatado, a dificuldade de obtenção de dados tornou difícil a identificação do melhor índice de geração per capita para cada um dos municípios fluminenses, uma vez que as diferentes metodologias de obtenção dos dados, somados aos períodos de coleta dos dados, produziram índices com nível de variância tal que justificam o seu tratamento estatístico para obtenção do melhor índice per capita a ser utilizado. Desta forma, optou-se por estabelecer um intervalo de confiança para determinar quais índices possuem probabilidade de serem verdadeiros e adequados no universo de fontes consultadas. O quadro a seguir apresenta as fontes consultadas e os respectivos índices de geração per capita. 16/265

17 MUNICÍPIO QUADRO ÍNDICES DE GERAÇÃO PER CAPITA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ANALISADOS POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ABRELPE (2006) (*1) GERAÇÃO PER CAPITA IBGE (*2) GERAÇÃO PER CAPITA UERJ/PGIRS (2010) (*3) GERAÇÃO PER CAPITA ECOLOGUS/ CTR'S (2013) (*4) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2009) (*5) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2010) (*6) GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) Angra dos Reis ,819 0,840 0,950 0,575 0,810 0,90 Aperibé ,487 0,660 1,050 0,810 0,80 Araruama ,819 0,840 0,910 0,810 0,90 Areal ,595 0,580 0,670 0,810 0,80 Armação dos Búzios ,651 0,640 1,750 2,064 0,810 0,80 Arraial do Cabo ,651 0,640 1,860 0,941 0,810 0,80 Barra do Piraí ,819 0,840 0,520 0,770 0,81 Barra Mansa ,819 1,720 0,510 0,619 0,810 0,90 Belford Roxo ,050 1,720 1,200 0,852 0,970 0,90 Bom Jardim ,651 0,640 0,600 0,810 0,80 Bom Jesus do Itabapoana ,651 0,640 0,740 0,770 0,81 Cabo Frio ,819 0,840 1,080 0,927 0,810 0,90 Cachoeiras de Macacu ,769 0,710 0,520 0,576 0,770 0,81 Cambuci ,595 0,580 0,410 0,810 0,80 Campos dos Goytacazes ,936 0,910 0,690 0,970 0,90 Cantagalo ,651 0,640 0,490 0,810 0,80 Carapebus ,595 0,580 1,420 0,810 0,80 17/265

18 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ABRELPE (2006) (*1) GERAÇÃO PER CAPITA IBGE (*2) GERAÇÃO PER CAPITA UERJ/PGIRS (2010) (*3) GERAÇÃO PER CAPITA ECOLOGUS/ CTR'S (2013) (*4) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2009) (*5) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2010) (*6) GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) Cardoso Moreira ,595 0,580 0,640 0,810 0,80 Carmo ,595 0,580 0,610 0,548 0,810 0,80 Casimiro de Abreu ,651 0,640 0,430 0,929 0,770 0,81 Comendador Levy Gasparian ,487 0,660 0,570 0,810 0,80 Conceição de Macabu ,651 0,640 0,870 0,810 0,80 Cordeiro ,595 0,580 0,750 0,810 0,80 Duas Barras ,595 0,580 0,460 0,810 0,80 Duque de Caxias ,050 1,720 1,220 1,170 0,970 0,90 Engenheiro Paulo de Frontin ,595 0,580 0,760 0,810 0,80 Guapimirim ,651 0,640 0,600 0,740 0,770 0,81 Iguaba Grande ,651 0,640 0,580 0,826 0,810 0,80 Itaboraí ,936 0,910 0,520 0,528 0,810 0,90 Itaguaí ,819 0,840 1,040 1,079 0,810 0,90 Italva ,595 0,580 0,680 0,810 0,80 Itaocara ,595 0,640 0,530 0,810 0,80 Itaperuna ,769 0,710 0,800 0,770 0,81 Itatiaia ,651 0,640 0,420 0,810 0,80 Japeri ,819 0,840 0,760 0,770 0,81 18/265

19 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ABRELPE (2006) (*1) GERAÇÃO PER CAPITA IBGE (*2) GERAÇÃO PER CAPITA UERJ/PGIRS (2010) (*3) GERAÇÃO PER CAPITA ECOLOGUS/ CTR'S (2013) (*4) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2009) (*5) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2010) (*6) GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) Laje do Muriaé ,487 0,660 0,750 0,810 0,80 Macaé ,819 0,840 1,290 0,978 0,810 0,90 Macuco ,487 0,660 0,270 0,810 0,80 Magé ,936 0,910 0,410 0,880 0,810 0,90 Mangaratiba ,651 0,640 0,700 1,688 0,770 0,81 Maricá ,819 0,840 0,890 0,810 0,90 Mendes ,595 0,580 0,670 0,810 0,80 Mesquita ,819 0,840 1,230 0,884 0,810 0,90 Miguel Pereira ,651 0,640 0,700 0,810 0,80 Miracema ,651 0,640 0,560 0,810 0,80 Natividade ,595 0,580 0,780 0,810 0,80 Nilópolis ,819 0,840 0,740 0,640 0,810 0,90 Niterói ,936 0,910 1,360 0,778 0,970 0,90 Nova Friburgo ,819 0,840 0,870 0,673 0,810 0,90 Nova Iguaçu ,050 1,720 1,220 1,120 0,970 0,90 Paracambi ,651 0,640 0,670 0,770 0,81 Paraíba do Sul ,651 0,640 0,650 0,770 0,81 Paraty ,651 0,640 0,560 0,770 0,81 19/265

20 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ABRELPE (2006) (*1) GERAÇÃO PER CAPITA IBGE (*2) GERAÇÃO PER CAPITA UERJ/PGIRS (2010) (*3) GERAÇÃO PER CAPITA ECOLOGUS/ CTR'S (2013) (*4) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2009) (*5) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2010) (*6) GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) Paty do Alferes ,651 0,640 0,760 0,477 0,810 0,80 Petrópolis ,936 0,910 0,730 0,970 0,90 Pinheiral ,651 0,640 0,490 0,810 0,80 Piraí ,651 0,640 1,150 0,810 0,80 Porciúncula ,595 0,580 0,490 0,810 0,80 Porto Real ,595 0,580 0,370 0,810 0,80 Quatis ,595 0,580 0,380 0,810 0,80 Queimados ,819 0,840 0,720 0,434 0,810 0,90 Quissamã ,595 0,580 0,450 0,646 0,810 0,80 Resende ,819 0,840 0,640 0,810 0,90 Rio Bonito ,769 0,710 0,560 0,770 0,81 Rio Claro ,595 0,580 0,290 0,810 0,80 Rio das Flores ,487 0,660 0,480 0,810 0,80 Rio das Ostras ,769 0,710 0,720 0,810 0,90 Rio de Janeiro ,630 1,500 1,420 1,513 0,950 0,91 Santa Maria Madalena ,595 0,580 0,570 0,810 0,80 Santo Antônio de Pádua ,651 0,640 0,640 0,770 0,81 São Fidélis ,651 0,640 0,460 0,770 0,81 20/265

21 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ABRELPE (2006) (*1) GERAÇÃO PER CAPITA IBGE (*2) GERAÇÃO PER CAPITA UERJ/PGIRS (2010) (*3) GERAÇÃO PER CAPITA ECOLOGUS/ CTR'S (2013) (*4) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2009) (*5) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2010) (*6) GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) São Francisco de Itabapoana ,651 0,640 0,630 0,770 0,81 São Gonçalo ,050 1,720 0,740 1,210 0,970 0,90 São João da Barra ,651 0,640 0,820 0,770 0,81 São João de Meriti ,936 0,910 0,920 0,417 0,970 0,90 São José de Ubá ,487 0,660 0,340 0,810 0,80 São José do Vale do Rio Preto ,651 0,640 0,870 0,427 0,810 0,80 São Pedro da Aldeia ,769 0,710 0,540 0,614 0,770 0,81 São Sebastião do Alto ,487 0,660 0,880 0,810 0,80 Sapucaia ,595 0,580 0,860 0,810 0,80 Saquarema ,769 0,710 1,010 0,770 0,81 Seropédica ,769 0,710 0,630 0,571 0,770 0,81 Silva Jardim ,651 0,640 0,670 0,587 0,810 0,80 Sumidouro ,595 0,580 0,780 0,235 0,810 0,80 Tanguá ,651 0,640 0,460 0,430 0,770 0,81 Teresópolis ,819 0,840 0,800 0,608 0,810 0,90 Trajano de Moraes ,487 0,660 0,810 0,810 0,80 Três Rios ,769 0,710 0,850 0,770 0,81 Valença ,769 0,710 0,590 0,770 0,81 21/265

22 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ABRELPE (2006) (*1) GERAÇÃO PER CAPITA IBGE (*2) GERAÇÃO PER CAPITA UERJ/PGIRS (2010) (*3) GERAÇÃO PER CAPITA ECOLOGUS/ CTR'S (2013) (*4) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2009) (*5) GERAÇÃO PER CAPITA SNIS/CIDADES (2010) (*6) GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) (KG/HAB X DIA) Varre-Sai ,487 0,660 0,680 0,810 0,80 Vassouras ,651 0,640 0,500 0,770 0,81 Volta Redonda ,936 0,910 0,610 0,729 0,970 0,90 TOTAL FONTES: (*1) PANORAMA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (ABRELPE, 2006). (*2) PESQUISA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO (IBGE, 2010); (*3) PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS - PGIRS (UERJ, 2010); (*4) CENTROS DE TRATAMENTO E DE RESÍDUOS SÓLIDOS E ATERROS SANITÁRIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (ECOLOGUS, 2013); (*5) DIAGNÓSTICO DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS/ SNIS (CIDADES, 2009); (*6) DIAGNÓSTICO DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS/ SNIS (CIDADES, 2010). 22/265

23 Aplicando-se a metodologia ora apresentada, estabelecendo-se um coeficiente de confiança de 95%, e elegendo-se o intervalo superior como o índice a ser adotado (Média dos Índices + Intervalo de Confiança dos Índices), obteve-se o seguinte: QUADRO ÍNDICES DE GERAÇÃO PER CAPITA DE RSU MUNICÍPIO ÍNDICE PER CAPITA (KG/HABXDIA) Angra dos Reis 0,82 Aperibé 0,77 Araruama 0,86 Areal 0,69 Armação dos Búzios 1,14 Arraial do Cabo 0,96 Barra do Piraí 0,76 Barra Mansa 0,91 Belford Roxo 1,12 Bom Jardim 0,70 Bom Jesus do Itabapoana 0,72 Cabo Frio 0,90 Cachoeiras de Macacu 0,70 Cambuci 0,64 Campos dos Goytacazes 0,88 Cantagalo 0,68 Carapebus 0,85 Cardoso Moreira 0,69 Carmo 0,66 Casimiro de Abreu 0,71 Comendador Levy Gasparian 0,67 Conceição de Macabu 0,76 Cordeiro 0,71 Duas Barras 0,65 Duque de Caxias 1,18 Engenheiro Paulo de Frontin 0,71 Guapimirim 0,70 Iguaba Grande 0,72 Itaboraí 0,77 Itaguaí 0,92 Italva 0,70 Itaocara 0,68 Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 23/265

24 MUNICÍPIO ÍNDICE PER CAPITA (KG/HABXDIA) Itaperuna 0,77 Itatiaia 0,67 Japeri 0,80 Laje do Muriaé 0,68 Macaé 0,94 Macuco 0,61 Magé 0,81 Mangaratiba 0,89 Maricá 0,85 Mendes 0,69 Mesquita 0,92 Miguel Pereira 0,72 Miracema 0,70 Natividade 0,72 Nilópolis 0,79 Niterói 0,98 Nova Friburgo 0,82 Nova Iguaçu 1,17 Paracambi 0,71 Paraíba do Sul 0,71 Paraty 0,69 Paty do Alferes 0,69 Petrópolis 0,89 Pinheiral 0,68 Piraí 0,82 Porciúncula 0,66 Porto Real 0,64 Quatis 0,64 Queimados 0,76 Quissamã 0,65 Resende 0,80 Rio Bonito 0,73 Rio Claro 0,62 Rio das Flores 0,65 Rio das Ostras 0,78 Rio de Janeiro 1,33 Santa Maria Madalena 0,67 24/265

25 MUNICÍPIO ÍNDICE PER CAPITA (KG/HABXDIA) Santo Antônio de Pádua 0,70 São Fidélis 0,67 São Francisco de Itabapoana 0,70 São Gonçalo 1,11 São João da Barra 0,74 São João de Meriti 0,85 São José de Ubá 0,63 São José do Vale do Rio Preto 0,70 São Pedro da Aldeia 0,70 São Sebastião do Alto 0,73 Sapucaia 0,73 Saquarema 0,82 Seropédica 0,71 Silva Jardim 0,70 Sumidouro 0,64 Tanguá 0,63 Teresópolis 0,80 Trajano de Moraes 0,72 Três Rios 0,78 Valença 0,73 Varre-Sai 0,69 Vassouras 0,68 Volta Redonda 0,85 MÉDIA ESTADUAL 0,77 QUADRO PLANILHA DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - RSU (2010) MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ÍNDICE DE GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HABXDIA) QUANTITATIVO ESTIMADO (TON/DIA) Angra dos Reis ,82 133,90 Aperibé ,77 6,84 Araruama ,86 91,58 Areal ,69 6,85 Armação dos Búzios ,14 31,14 25/265

26 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ÍNDICE DE GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HABXDIA) QUANTITATIVO ESTIMADO (TON/DIA) Arraial do Cabo ,96 26,61 Barra do Piraí ,76 69,89 Barra Mansa ,91 160,34 Belford Roxo ,12 525,65 Bom Jardim ,70 10,69 Bom Jesus do Itabapoana ,72 21,55 Cabo Frio ,90 126,44 Cachoeiras de Macacu ,70 32,86 Cambuci ,64 7,23 Campos dos Goytacazes ,88 368,48 Cantagalo ,68 9,53 Carapebus ,85 8,96 Cardoso Moreira ,69 6,04 Carmo ,66 8,89 Casimiro de Abreu ,71 20,25 Comendador Levy Gasparian ,67 5,27 Conceição de Macabu ,76 13,94 Cordeiro ,71 14,10 Duas Barras ,65 5,03 Duque de Caxias , ,52 Engenheiro Paulo de Frontin ,71 6,76 Guapimirim ,70 34,82 Iguaba Grande ,72 16,45 Itaboraí ,77 165,87 Itaguaí ,92 95,87 Italva ,70 7,17 Itaocara ,68 11,78 Itaperuna ,77 68,04 Itatiaia ,67 18,63 Japeri ,80 76,39 Laje do Muriaé ,68 3,83 Macaé ,94 190,69 Macuco ,61 2,80 Magé ,81 174,34 26/265

27 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ÍNDICE DE GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HABXDIA) QUANTITATIVO ESTIMADO (TON/DIA) Mangaratiba ,89 28,59 Maricá ,85 106,67 Mendes ,69 12,21 Mesquita ,92 154,91 Miguel Pereira ,72 15,48 Miracema ,70 17,32 Natividade ,72 8,67 Nilópolis ,79 124,37 Niterói ,98 477,81 Nova Friburgo ,82 130,69 Nova Iguaçu ,17 921,45 Paracambi ,71 29,62 Paraíba do Sul ,71 25,67 Paraty ,69 19,11 Paty do Alferes ,69 12,82 Petrópolis ,89 250,34 Pinheiral ,68 13,88 Piraí ,82 17,09 Porciúncula ,66 9,17 Porto Real ,64 10,56 Quatis ,64 7,70 Queimados ,76 104,85 Quissamã ,65 8,45 Resende ,80 89,86 Rio Bonito ,73 30,12 Rio Claro ,62 8,54 Rio das Flores ,65 3,87 Rio das Ostras ,78 77,93 Rio de Janeiro , ,19 Santa Maria Madalena ,67 3,97 Santo Antônio de Pádua ,70 21,77 São Fidélis ,67 19,88 São Francisco de Itabapoana ,70 14,76 São Gonçalo , ,89 27/265

28 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) ÍNDICE DE GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HABXDIA) QUANTITATIVO ESTIMADO (TON/DIA) São João da Barra ,74 19,01 São João de Meriti ,85 389,87 São José de Ubá ,63 1,92 São José do Vale do Rio Preto ,70 6,30 São Pedro da Aldeia ,70 57,50 São Sebastião do Alto ,73 3,37 Sapucaia ,73 9,69 Saquarema ,82 57,77 Seropédica ,71 45,64 Silva Jardim ,70 11,28 Sumidouro ,64 3,48 Tanguá ,63 17,28 Teresópolis ,80 116,97 Trajano de Moraes ,72 3,44 Três Rios ,78 58,63 Valença ,73 45,42 Varre-Sai ,69 4,00 Vassouras ,68 15,78 Volta Redonda ,85 219,03 TOTAL ,61 A observação dos valores estimados ainda permite que sejam inferidas as seguintes conclusões: Geração Percentual de RSU na Região Metropolitana 1 : 82% Geração Percentual de RSU no Restante do Estado: 18% Índice de Geração Per Capita na Região Metropolitana (média): 0,90 Kg/hab.dia 1 Conforme definida pela Lei Complementar Estadual n 133, de 15 de dezembro de 2009: "Art. 1º Fica instituída a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, composta pelos Municípios do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica, Tanguá e Itaguaí..." 28/265

29 Índice de Geração Per Capita do Estado do Rio de Janeiro (média): 0,77 Kg/hab.dia 2.5. ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE LIMPEZA URBANA (RLU) E RESÍDUOS DOMICILIARES (RDO) A PNRS classifica os resíduos sólidos urbanos (RSU), como aqueles que englobam os resíduos domiciliares (RDO), ou seja, os originários de atividades domésticas em residências urbanas e os resíduos de limpeza urbana (RLU), aqueles originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana. Estima-se, conforme Quadro anterior, que o Estado do Rio de Janeiro gere aproximadamente toneladas diárias de RSU, o que implica em registrar uma geração aproximada de 0,77 kg/hab.dia, valor atribuído à somatória de RDO e RLU. Diferente da nomenclatura utilizada na PNRS, o SNIS , denominou os resíduos de limpeza urbana RLU como resíduos públicos RPU, agrupa municípios por porte populacional (Quadro 2.5-1) e estabelece valores mínimos, médios e máximos de massa coletada (RDO + RPU) em relação ao porte populacional dos municípios. Tais valores podem ser verificados no Quadro QUADRO AGRUPAMENTODOS MUNICÍPIOS POR FAIXAS POPULACIONAIS, SEGUNDO SNIS-2010 FAIXA NÚMERO DE HABITANTES 1 até habitantes 2 de até habitantes 3 de a habitantes 4 de a habitantes 5 de a habitantes 6 mais de de habitantes FONTE: SNIS, O SNIS, importante sistema nacional de informações do setor saneamento brasileiro, apoia-se em um banco de dados, que contém informações de caráter operacional, gerencial, financeiro e de qualidade sobre a prestação de serviços públicos de saneamento básico. O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos é elaborado anualmente desde /265

30 QUADRO VALORES DE MASSA DE RESÍDUOS COLETADOS ATRIBUÍDOS PELO SNIS-2010 FAIXA MASSA COLETADA PER CAPITA (RDO+RPU) (KG/HAB.DIA) FONTE: SNIS-2010 MÍNIMO MÁXIMO MÉDIO 1 0,10 2,72 0,80 2 0,10 2,46 0,81 3 0,28 2,68 0,90 4 0,46 1,56 0,90 5 0,30 2,30 1,13 6 0,89 0,95 0,81 Nestas considerações, dos 92 municípios do Estado, aproximadamente 72% apresentam população entre 5 e 100 mil habitantes, 17% contam com população entre 100 e 250 mil habitantes e apenas 11% com população superior a 250 mil habitantes. Deste universo apenas o município do Rio de Janeiro se enquadra na faixa de municípios com população superior a de habitantes, segundo CENSO IBGE, FAIXA 3 17% FAIXA 5 0% FAIXA 4 10% FAIXA 6 1% FAIXA 1 47% FAIXA 2 25% FIGURA DIVISÃO DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO POR FAIXA POPULACIONAL, SEGUNDO SNIS, 2010 Os municípios pesquisados no Estado foram divididos em conformidade com as faixas de extratos populacionais apresentados pelo SNIS-2010 e os valores de massa coletada atribuída aos RSU foram verificados (Quadro 2.5-3). 30/265

31 QUADRO MASSA COLETADA DE RSU NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO, DE ACORDO COM AS FAIXAS POPULACIONAIS FAIXA POPULACIONAL Representatividade dos municípios do Estado Massa coletada SNIS 2010 (RDO+RPU) (kg/hab.dia) Massa coletada (RSU - PERS) (kg/hab.dia) 1 47% 0,80 0, % 0,81 0, % 0,90 0,84 4, 5 e 6 11% 0,95 1,04 Média 0,84 0,77 Conforme os valores apresentados no Quadro 2.5-3, o valor médio de massa coletada de resíduos sólidos urbanos, respeitando-se a proporção da distribuição dos municípios do Estado pelas faixas de referência é de 0,77 kg/hab.dia, ou seja, 9% menor do que a apresentada no dado nacional oficial. O SNIS-2010 expõe ainda, de forma especifica que a massa coletada per capta de resíduos domiciliares e resíduos públicos (RDO+RPU) é de 0,96 kg/hab.dia para o Estado do Rio de Janeiro, ou seja, aproximadamente 25% superior ao índice encontrado pelo presente diagnóstico. Para o Estado do Rio de Janeiro, de acordo com os dados disponibilizados no SNIS-2010, o índice médio estimado para a geração de RDO em relação à massa coletada de RSU é de 0,7 kg/hab.dia para o universo de municípios avaliados, conforme pode ser observado no quadro a seguir: QUADRO ÍNDICE MÉDIO ESTIMADO DA MASSA COLETADA DE RDO NO ESTADO MUNICÍPIO MASSA COLETADA DE RDO (kg/hab.dia) Barra Mansa 0,6 Cabo frio 0,7 Campos do Goytacazes 0,6 Carapebus 0,7 Casemiro de Abreu 0,7 Duque de Caxias 0,8 Iguaba Grande 0,8 Itaboraí 0,6 Macuco 1,0 Maricá 0,7 31/265

32 Mendes 0,7 Mesquita 0,7 Niterói 0,9 Nova Friburgo 0,8 Paty dos Alferes 0,8 Petrópolis 1,1 Pinheiral 0,6 Piraí 0,7 Porciúncula 1,5 Queimados 0,6 Rio Bonito 0,7 Rio das Flores 0,8 Rio de Janeiro 0,9 São José Vale do Rio Preto 0,1 Valença 0,6 Média 0,7 FONTE: SNIS, 2010 (MUNICÍPIOS QUE APORTARAM DADOS) Nas estimativas apresentadas e para efeitos de cálculo da massa coletada de resíduos domiciliares e resíduos de limpeza urbana, os três índices apresentados foram projetados em relação à população do Estado (Quadro 2.5-5). REFERÊNCIA (massa coletada de RSU) QUADRO MASSA COLETADA DE RDO E RLU NO ESTADO População Total do Estado (hab) Massa coletada total (ton/dia) Massa coletada RDO (ton/dia) Massa coletada RLU (ton/dia) Índice por extratos populacionais (SNIS/10) 0, Índice atribuído ao Estado (SNIS/10) Índice diagnostico RSU (PERS- RJ) 0, , Portanto, estima-se que o Estado do Rio de Janeiro colete aproximadamente 1 a 4 mil ton/dia de RLU e aproximadamente 11mil ton/dia de RDO. A considerar que outras tipologias de resíduos podem estar contabilizadas no montante e para efeitos de cálculo estimativo, os valores mínimos encontrados serão adotados neste documento. 32/265

33 Ainda, segundo confirmado nos indicadores nacionais (SNIS, 2010), os órgãos públicos gestores do manejo de resíduos sólidos urbanos nos municípios são, em sua maioria, os órgãos da administração direta. Segundo ainda esses indicadores, a taxa de cobertura da coleta de RDO no Estado é igual ou superior a 90% GERAÇÃO DE RECICLÁVEIS A PARTIR DO CONSUMO APARENTE Nesta seção, a análise adotada parte de dois parâmetros: o consumo aparente de materiais potencialmente recicláveis e a participação de cada um destes na produção de embalagens. Entende-se por Consumo Aparente de um bem ao total da sua produção adicionada das importações e subtraída das exportações calculada sobre um determinado período ou base de tempo, geralmente de um ano. O destaque dado às embalagens se deve à proposta da Política Nacional de Resíduos Sólidos de avaliar a possibilidade da criação de um sistema de logística reversa e de responsabilidade compartilhada para elas. Serão apresentados dados relativos ao consumo aparente dos seguintes materiais em território nacional: alumínio, aço, papel/papelão, plástico e vidro. O primeiro quadro apresenta os dados relativos ao alumínio. QUADRO DADOS RELATIVOS AO CONSUMO DE ALUMÍNIO ALUMÍNIO UNIDADE Consumo Aparente t 832,6 892,8 984, ,7 Embalagens t 256,4 275,0 303,3 347,0 Latas t 132,6 147,4 166,5 180,9 Embalagens por Habitante Kg/hab 1,4 1,5 1,6 1,4 FONTES: ABAL (2011) E ABRELPE (2010). Da simples observação dos valores apresentados, nota-se que o consumo aparente deste produto tem crescido de forma contínua nos últimos anos, sendo as embalagens responsáveis por aproximadamente 30% do consumo deste material. Entre as embalagens, as latas de alumínio são aquelas com mais destaque, principalmente no campo da reciclagem, e respondem por cerca de 55% de todas as embalagens de alumínio vendidas. Os dados também indicam o crescimento do consumo de embalagens de alumínio por habitante, embora sem uma alteração significativa da participação das latas no setor. 33/265

34 O consumo aparente de aço no Brasil, também vem crescendo de forma significativa. Todavia, para este material o setor de embalagens tem uma relevância menor, uma vez que responde por apenas 4% do consumo aparente do material. Desta forma, a quantidade de aço e sucata ferrosa encontrada nos resíduos se deve menos à presença de embalagens e mais a outros bens, como eletrodomésticos. Neste sentido, possíveis programas de eficiência energética que venham a estimular a substituição de eletrodomésticos pouco eficientes devem ser acompanhados de uma política de coleta seletiva para remanufatura ou reciclagem destes bens. O quadro a seguir apresenta dados relativos ao consumo de aço no Brasil. QUADRO DADOS RELATIVOS AO CONSUMO DE AÇO AÇO UNIDADE Consumo Aparente t , , , ,3 Embalagens t 936,0 873,0 891,0 886,0 Embalagens por Habitante Kg/hab 5,1 4,7 4,7 4,7 FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR METALÚRGICO, 2010 MME. Apesar da pequena participação do setor de embalagens para o setor siderúrgico, as embalagens de aço, em termos de quantidade por habitante, ainda correspondem a mais que o dobro das embalagens de alumínio. Isto provavelmente se deve à maior densidade do ferro e à maior gama de produtos que ainda utilizam latas de aço. Todavia, diferentemente do alumínio, a quantidade consumida de embalagens de aço por habitante mostrou uma leve redução no consumo durante o período analisado, talvez pela própria substituição desse material por outros mais leves, como o alumínio e o plástico. Já o papel e o papelão se diferenciam dos materiais descritos anteriormente pelo fato de grande parte de seus produtos terem um ciclo de vida curto e acabarem sendo descartados como RSU (caso de jornais, revistas e uma grande parte do papel de imprimir e escrever). Todavia, para manter a consistência com os demais setores e devido à dificuldade de se estimar o quanto dos outros segmentos da indústria de papel seria descartado, manteve-se o destaque apenas para as embalagens, cujo quadro a seguir apresenta dados relativos ao consumo de papel/papelão no Brasil. 34/265

35 QUADRO DADOS RELATIVOS AO CONSUMO DE PAPEL/PAPELÃO PAPEL / PAPELÃO UNIDADE Consumo Aparente t 7.328, , , ,0 Embalagens t 3.535, , , ,0 Embalagens por Habitante Kg/hab 19,2 19,2 20,1 21,9 FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL RELATÓRIO ANUAL 2008/2009. Os dados apresentados mostram a importância das embalagens para o setor de papel/papelão, uma vez que elas representam quase 50% do consumo aparente deste material. Ao mesmo tempo, o papel e, principalmente, o papelão, têm um uso bastante elevado entre as embalagens, uma vez que o consumo deste material por habitante é significativamente superior ao consumo de embalagens fabricadas com os outros materiais. Os dados de geração de resíduos de plástico consistem em informações bastante complexas, devido à diversidade de polímeros existentes, cada um com usos específicos e importância diferenciada nos resíduos sólidos. Esta complexidade se torna um dos principais desafios para a recuperação do plástico, uma vez que a reciclagem de resíduos plásticos misturados somente é usada para a fabricação de produtos de menor valor. O quadro, a seguir, apresenta dados relativos ao consumo de plástico no Brasil. QUADRO DADOS RELATIVOS AO CONSUMO DE PLÁSTICO PLÁSTICO UNIDADE Consumo Aparente t 4.174, , , ,0 PEAD t 691,8 776,1 662,0 --- PEBD t 545,3 542,0 573,5 --- PET t 495,3 449,2 544,1 --- PP t 1.070, , ,5 --- PS t 289,4 321,5 352,5 --- PVC t 682,3 625,5 804,4 --- Embalagens t 605,0 650,0 723,0 782,0 Embalagens por Habitante Kg/hab 3,3 3,5 3,8 4,1 FONTES: ABIPLAST (2010), ABIQUIM (2008) E ABRELPE (2010). Legenda: PEAD Polietileno de Alta Densidade; PEBD Polietileno de Baixa Densidade PET Politereftalato de Etila PP Polipropileno PS Poliestireno PVC Policloreto de Vinila 35/265

36 Conforme os dados do quadro anterior, embora o consumo per capita de embalagens de plástico seja da mesma ordem de grandeza do aço, considerando sua baixa densidade, pode-se inferir que o volume de resíduos de embalagens plásticas seja bastante superior ao volume das embalagens de aço. O quadro, a seguir, apresenta os dados relativos ao consumo de vidro no Brasil. QUADRO DADOS RELATIVOS AO CONSUMO DE VIDRO VIDRO UNIDADE Consumo Aparente t 2.482, , , ,0 Embalagens t 939,0 961, , ,0 Embalagens por Habitante Kg/hab 5,1 5,1 5,6 5,5 FONTES: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DE NÃO METÁLICOS, 2010 MME A observação dos valores apresentados evidencia que as embalagens têm um papel importante para os fabricantes de vidro, sendo responsáveis por cerca de 40% do consumo deste material. A participação do vidro nos RSU possui algumas particularidades: em primeiro lugar, existem dificuldades técnicas para se reciclar vidros diferentes, como vidros de embalagem juntamente com vidros planos. Além disso, há a possibilidade da reutilização das embalagens, seja pela própria indústria, como no caso do setor de bebidas, seja pelo mercado informal. Estas possibilidades precisam ser levadas em consideração em uma política de logística reversa e responsabilidade compartilhada para estas embalagens. Por fim, ao se somar a geração per capita de embalagens, chega-se aos números apresentados na tabela a seguir, para o ano de Aplicando-se esta geração per capita à população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, conclui-se que, anualmente, são lançados como resíduos sólidos urbanos o total aproximado de 443 mil toneladas de embalagens potencialmente recicláveis. QUADRO GERAÇÃO PER CAPITA DE EMBALAGENS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO MATERIAL GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HAB) Alumínio 1,4 POPULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA (HAB) DESCARTE DE EMBALAGENS (1000 T/ANO) 16,5 Aço 4, ,4 Papel / Papelão 21,9 257,9 36/265

37 Plástico 4,1 48,3 Vidro 5,5 64,8 T O T A L 37,6 442, GRAVIMETRIA ELEMENTOS DE GRAVIMETRIA - MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO A gravimetria é a determinação dos percentuais, em peso, de cada um dos componentes dos resíduos domiciliares, dos quais os mais importantes são a matéria orgânica putrescível, os materiais plásticos e os papéis e papelões. Historicamente, estes três grupos de materiais constituem cerca de 90% do resíduo domiciliar da cidade do Rio de Janeiro. Os 10% restantes são constituídos de vidro, metais, folhas, madeiras, borracha, pano e trapo, couro, osso, velas e parafinas, eletroeletrônicos e agregados finos. Desta forma, a gravimetria é importante para a gestão dos RSU porque, dentre outros fatores, é através dela que se pode avaliar o potencial dos RSU para efeito de reciclagem (teor de materiais recicláveis) e compostagem (teor de matéria orgânica). Porém, apesar de sua importância, no Estado do Rio de Janeiro apenas o Município do Rio de Janeiro realiza regularmente a caracterização gravimétrica do resíduo municipal. Por esta razão, este tópico irá apresentar os resultados obtidos pela Gerência de Pesquisas Aplicadas da COMLURB (ano 2012) para, em seguida, efetuar uma extrapolação sobre qual (ou quais) resultados se aplicam aos demais municípios fluminenses (vide Anexo 2) Outro ponto importante a ser observado é que os resultados apresentados não levam em consideração os recicláveis retirados pelos catadores de rua. Esse fator contribui para o aumento no percentual de matéria orgânica, já que catadores retiram uma fração considerável de papel, papelão, plástico, metal não ferroso (alumínio), deixando sobressair o componente orgânico. A caracterização dos elementos gravimétricos começa com a análise da série histórica da composição dos RSU da cidade do Rio de Janeiro apresentada no quadro a seguir. 37/265

38 QUADRO SÉRIE HISTÓRICA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DO RESÍDUO DOMICILIAR DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO COMPONENTES Matéria Orgânica 51,27 51,65 55,96 53,04 59,73 60,74 61,35 58,23 56,21 53,63 55,02 52,68 53,28 Papel / Papelão 19,77 18,71 18,78 16,06 12,48 13,51 14,83 14,56 15,96 16,08 16,46 16,84 15,99 Plásticos 17,61 19,77 17,61 19,17 15,44 15,34 14,69 17,15 18,58 20,31 19,11 19,29 19,14 Vidro 3,22 3,52 2,74 2,99 3,23 3,24 2,71 2,96 2,79 2,84 2,96 3,19 3,28 Metais 2,66 1,96 1,97 1,92 1,70 1,65 1,61 1,59 1,51 1,74 1,40 1,68 1,57 Outros 5,47 4,39 2,94 6,82 7,42 5,52 4,81 5,51 4,95 5,27 4,85 6,09 6,54 Eletroeletrônicos ,13 0,20 0,23 0,20 T O T A L 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Teor de Umidade 62,91 60,89 63,74 72,49 76,55 50,45 56,86 65,30 50,12 40, ,57 Massa Específica 198,47 169,02 150,81 154,44 153,60 148,35 144,93 143,57 140,60 123,96 111,15 109,09 133,02 NOTA: TODOS OS VALORES EM % EM PESO, EXCETO A MASSA ESPECÍFICA QUE ESTÁ EM KG/M³. Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 38/265

39 A observação dos valores apresentados nos permite inferir as seguintes conclusões: de uma maneira geral, pode-se dizer que na cidade do Rio de Janeiro há uma tendência de queda na quantidade de papéis e papelão encontrado nos resíduos. Entretanto, longe de significar uma diminuição na produção ou no consumo, essa diminuição se deve à substituição destes materiais pelo plástico em embalagens (como aconteceu nas sacolas de supermercados) e na área de alimentos prontos e semiprontos, assim como à segregação destes materiais na fonte que são retirados do fluxo antes da mistura com o resíduo domiciliar principalmente nos prédios comerciais do Centro da Cidade; a série do plástico mostra um aumento constante na sua utilização, principalmente no setor de embalagens, sendo que em 2001 aconteceu o cruzamento das duas curvas com o percentual de plástico ultrapassando o de papel; com o vidro ocorreu evento semelhante ao plástico, com uma tendência (nem sempre linear) de aumento no consumo. É importante observar que, apesar de aumentar em todas as regiões, esse aumento do vidro é mais significativo em áreas de maior poder aquisitivo, o que indica um consumo mais sofisticado por parte da população; o teor de umidade, embora com uma queda pouco acentuada, mostra que o resíduo domiciliar está vindo mais seco, muito provavelmente devido à conteinerização do serviço de coleta; o peso especifico do resíduo domiciliar tem diminuído ao longo dos anos, principalmente, depois de a COMLURB criar o serviço de remoção gratuita, passando a coletar os resíduos da construção civil e resíduos volumosos e inservíveis separadamente, evitando que o mesmo fosse sendo misturado com o resíduo domiciliar; Em paralelo a estas observações, sabe-se que a quantidade de matéria orgânica encontrada nos resíduos é um importante parâmetro a ser avaliado, pois indica o maior ou menor poder aquisitivo da população, principalmente das áreas mais carentes. Nas favelas, nos subúrbios e nos bairros da Zona Oeste, o percentual de matéria orgânica está sempre acima de 50%, o que indica uma maior manipulação de alimentos nas residências, que é facilmente identificado pela grande quantidade de restos de comida encontrados nas amostras retiradas. A esse fator soma-se, ainda, uma deficiência na armazenagem (falta de refrigeração por exemplo) e a aquisição de produtos de pior qualidade, gerando um maior desperdício e uma perda prematura dos gêneros alimentícios. A caracterização gravimétrica detalhada abrange todas as Áreas de Planejamento - AP's do Município, onde 27 Regiões Administrativas - RA s são amostradas, Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 39/265

40 tendo sido excluídas do estudo, em função das dificuldades operacionais, as Regiões Administrativas da Rocinha (XXII), Jacarezinho (XXVIII), Complexo do Alemão (XXIX), Maré (XXX) e Cidade de Deus (XXXIV). Os resultados apresentados no quadro e no conjunto de figuras a seguir englobam não só os elementos gravimétricos das Áreas de Planejamento - AP's, como informações sócio-demográficas relativas às áreas. COMPONENTES / AP QUADRO ANÁLISE GRAVIMÉTRICA DO RSU DO RIO DE JANEIRO POR AP MATÉRIA ORGÂNI CA PAPEL / PAPELÃ O PLÁSTICOS VIDRO METAIS OUTROS AP 1 53,03 16,57 19,69 2,95 1,49 6,27 AP ,36 19,20 18,19 3,92 1,46 6,87 AP ,09 18,13 21,37 3,86 1,66 6,89 AP ,79 15,95 19,08 2,86 1,40 5,92 AP ,18 15,80 18,38 2,84 1,39 5,41 AP ,60 13,99 18,98 2,77 1,68 6,98 AP 4 50,30 16,27 20,41 4,44 1,78 6,80 AP ,72 13,45 18,63 2,83 1,58 6,79 AP ,40 14,58 19,54 2,91 1,44 8,13 AP ,48 16,66 17,54 2,69 1,71 7,92 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO 1 40/265

41 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO 2.1 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO /265

42 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO 3.1 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO /265

43 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO 3.3 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO 4 43/265

44 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO 5.1 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO /265

45 FIGURA DADOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO ELEMENTOS DE GRAVIMETRIA - EXTRAPOLAÇÃO PARA O ESTADO Conforme abordado anteriormente, nenhum outro município do Estado do Rio de Janeiro, à exceção da Cidade do Rio de Janeiro, realiza análises gravimétricas dos resíduos com regularidade. Assim, para efeito do presente trabalho, será feita uma extrapolação dos valores medidos para a Cidade do Rio de Janeiro, a fim de se ter uma primeira estimativa do potencial de reciclagem e compostagem nos demais municípios. A extrapolação proposta foi efetuada com base no corte proposto pelo Ministério das Cidades que leva em consideração que os hábitos e o poder aquisitivo destes municípios estão intrinsecamente ligados ao tamanho dos mesmos. Desta forma, os municípios foram divididos em três grupos, a saber: Municípios Pequenos: população até habitantes; Municípios Médios: Municípios Grandes: população entre e habitantes; população acima de habitantes. 45/265

46 A similaridade destes grupos de municípios com as Áreas de Planejamento do Rio de Janeiro foi estabelecida da seguinte forma: Municípios Pequenos: similares aos bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro caracterizados pela AP 5.1; Municípios Médios: Municípios Grandes: similares aos bairros do Centro do Rio de Janeiro caracterizados pela AP 1; similares à cidade do Rio de Janeiro caracterizados pela média apresentada na Série Histórica para Com base nesta metodologia, a gravimetria do Estado assumiu o aspecto apresentado no quadro a seguir. QUADRO ESTIMATIVA DE GRAVIMETRIA DOS RESÍDUOS GERADOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO MUNICÍPIOS MATÉRIA ORGÂNICA PAPEL / PAPELÃO PLÁSTICOS VIDRO METAIS OUTROS Pequenos 56,72 13,45 18,63 2,83 1,58 6,79 Médios 53,03 16,57 19,69 2,95 1,49 6,27 Grandes 53,28 15,99 19,14 3,28 1,57 6, GERAÇÃO DE RECICLÁVEIS A PARTIR DA GRAVIMETRIA Aplicando-se os respectivos teores de materiais às populações urbanas dos municípios fluminenses, chega-se aos valores estimados da geração de recicláveis, de matéria orgânica e de rejeitos de cada município, reunidos no conjunto quadros apresentados a seguir. 46/265

47 QUADRO GERAÇÃO DE RSU NOS MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE, POR TIPO DE MATERIAL (ATÉ HABITANTES) TIPOS DE MATERIAIS MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU MAT. ORGÂNICA PAPEL PLÁSTICO VIDRO METAIS OUTROS 56,72% 13,45% 18,63% 2,83% 1,58% 6,79% TON/DIA TON/ANO TON/ANO Aperibé , , ,67 331,19 458,75 69,69 38,91 167,20 Areal , , ,72 331,68 459,42 69,79 38,96 167,44 Armação dos Búzios , , , , ,50 317,25 177,12 761,19 Arraial do Cabo , , , , ,68 271,10 151,36 650,45 Barra do Piraí , , , , ,38 712,04 397, ,39 Bom Jardim , , ,81 517,61 716,96 108,91 60,80 261,31 Bom Jesus do Itabapoana , , , , ,32 219,55 122,58 526,77 Cachoeiras de Macacu , , , , ,85 334,78 186,91 803,23 Cambuci , , ,31 350,08 484,90 73,66 41,12 176,73 Cantagalo , , ,95 461,44 639,16 97,09 54,21 232,95 Carapebus , , ,56 433,84 600,93 91,28 50,96 219,02 Cardoso Moreira , , ,32 292,46 405,09 61,54 34,36 147,64 Carmo , , ,27 430,45 596,23 90,57 50,57 217,31 Casimiro de Abreu , , ,89 980, ,13 206,31 115,18 494,99 Comendador Levy Gasparian , , ,09 255,17 353,45 53,69 29,98 128,82 Conceição de Macabu , , ,44 674,97 934,93 142,02 79,29 340,75 Cordeiro , , ,11 682,72 945,66 143,65 80,20 344,66 Duas Barras , , ,09 243,55 337,35 51,25 28,61 122,95 Engenheiro Paulo de Frontin , , ,34 327,32 453,38 68,87 38,45 165,24 Guapimirim , , , , ,31 354,75 198,06 851,14 Iguaba Grande , , ,96 796, ,27 167,59 93,57 402,10 Italva , , ,06 347,17 480,88 73,05 40,78 175,26 Itaocara , , ,38 570,39 790,06 120,01 67,00 287,95 Itaperuna , , , , ,31 693,19 387, ,17 Itatiaia , , ,10 902, ,48 189,80 105,97 455,39 Japeri , , , , ,32 778,26 434, ,28 Laje do Muriaé , ,80 782,06 185,45 256,87 39,02 21,79 93,62 Macuco , ,00 571,74 135,58 187,79 28,53 15,93 68,44 Mangaratiba , , , , ,47 291,27 162,62 698,85 Mendes , , ,18 591,21 818,90 124,40 69,45 298,46 Miguel Pereira , , ,89 749, ,21 157,71 88,05 378,39 Miracema , , ,61 838, ,62 176,46 98,52 423,37 Natividade , , ,34 419,80 581,48 88,33 49,31 211,93 Paracambi , , , , ,55 301,77 168,48 724,03 Paraíba do Sul , , , , ,64 261,53 146,01 627,48 Paraty , , ,11 925, ,67 194,69 108,70 467,12 Paty do Alferes , , ,74 620,74 859,81 130,61 72,92 313,37 Pinheiral , , ,18 672,07 930,90 141,41 78,95 339,28 Piraí , , ,64 827, ,19 174,11 97,21 417,75 Porciúncula , , ,44 444,01 615,01 93,42 52,16 224,15 Porto Real , , ,27 511,32 708,24 107,59 60,07 258,13 Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 47/265

48 TIPOS DE MATERIAIS MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU MAT. ORGÂNICA PAPEL PLÁSTICO VIDRO METAIS OUTROS 56,72% 13,45% 18,63% 2,83% 1,58% 6,79% TON/DIA TON/ANO TON/ANO Quatis , , ,28 372,83 516,42 78,45 43,80 188,22 Quissamã , , ,42 409,15 566,72 86,09 48,06 206,55 Rio Bonito , , , , ,09 306,86 171,32 736,25 Rio Claro , , ,80 413,51 572,76 87,01 48,58 208,75 Rio das Flores , ,20 790,22 187,39 259,55 39,43 22,01 94,60 Rio das Ostras , , , , ,61 793,95 443, ,92 Santa Maria Madalena , ,20 810,64 192,23 266,26 40,45 22,58 97,04 Santo Antônio de Pádua , , , , ,07 221,79 123,83 532,15 São Fidélis , , ,34 962, ,31 202,54 113,08 485,95 São Francisco de Itabapoana , , ,87 714,68 989,92 150,37 83,95 360,79 São João da Barra , , ,69 920, ,96 193,67 108,13 464,68 São José de Ubá ,92 691,20 392,05 92,97 128,77 19,56 10,92 46,93 São José do Vale do Rio Preto , , ,41 305,05 422,53 64,18 35,83 154,00 São Pedro da Aldeia , , , , ,41 585,81 327, ,53 São Sebastião do Alto , ,20 688,13 163,18 226,02 34,33 19,17 82,38 Sapucaia , , ,62 469,19 649,89 98,72 55,12 236,86 Saquarema , , , , ,52 588,56 328, ,13 Seropédica , , , , ,98 464,98 259, ,62 Silva Jardim , , ,29 546,18 756,53 114,92 64,16 275,73 Sumidouro , ,80 710,59 168,50 233,40 35,45 19,79 85,07 Tanguá , , ,44 836, ,94 176,05 98,29 422,39 Trajano de Moraes , ,40 702,42 166,56 230,71 35,05 19,57 84,09 Três Rios , , , , ,20 597,32 333, ,15 Valença , , , , ,23 462,74 258, ,25 Varre-Sai , ,00 816,77 193,68 268,27 40,75 22,75 97,78 Vassouras , , ,15 764, ,33 160,77 89,76 385,73 TOTAL , , , , , , , ,24 48/265

49 QUADRO GERAÇÃO DE RSU NOS MUNICÍPIOS DE MÉDIO PORTE, POR TIPO DE MATERIAL ( ATÉ HABITANTES) TIPOS DE MATERIAIS MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU MAT. ORGÂNICA PAPEL PLÁSTICO VIDRO METAIS OUTROS 53,03% 16,57% 19,69% 2,95% 1,49% 6,27% TON/DIA TON/ANO TON/ANO Angra dos Reis , , , , , ,02 718, ,39 Araruama , , , , ,56 972,58 491, ,14 Barra Mansa , , , , , ,81 860, ,19 Belford Roxo , , , , , , , ,97 Cabo Frio , , , , , ,79 678, ,00 Campos dos Goytacazes , , , , , , , ,33 Duque de Caxias , , , , , , , ,60 Itaboraí , , , , , ,54 889, ,02 Itaguaí , , , , , ,14 514, ,98 Macaé , , , , , , , ,25 Magé , , , , , ,49 935, ,20 Maricá , , , , , ,84 572, ,76 Mesquita , , , , , ,14 830, ,63 Nilópolis , , , , , ,81 667, ,28 Niterói , , , , , , , ,13 Nova Friburgo , , , , , ,93 701, ,93 Nova Iguaçu , , , , , , , ,97 Petrópolis , , , , , , , ,67 Queimados , , , , , ,51 562, ,67 Resende , , , , ,64 954,31 482, ,32 São Gonçalo , , , , , , , ,87 São João de Meriti , , , , , , , ,15 Teresópolis , , , , , ,22 627, ,25 Volta Redonda , , , , , , , ,95 TOTAL , , , , , , , ,65 QUADRO GERAÇÃO DE RSU NOS MUNICÍPIOS DE GRANDE PORTE, POR TIPO DE MATERIAL (ACIMA HABITANTES) TIPOS DE MATERIAIS MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU MAT. ORGÂNICA PAPEL PLÁSTICO VIDRO METAIS OUTROS 53,28% 15,99% 19,14% 3,28% 1,57% 6,74% TON/DIA TON/ANO TON/ANO Rio de Janeiro , , , , , , , ,79 TOTAL , , , , , , , ,79 49/265

50 QUADRO GERAÇÃO RSU POR TIPO DE MATERIAL - RESUMO TIPOS DE MATERIAIS PORTE DOS MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU QUANTITATIVO ESTIMADO DE RSU MAT. ORGÂNICA PAPEL PLÁSTICO VIDRO METAIS OUTROS* 53,28% 15,99% 19,14% 3,28% 1,57% 6,74% TON/DIA TON/ANO TON/ANO Pequeno , ,8 Médio , , , , , , , , , , , , , ,65 Grande , , , , , , , ,79 TOTAL , , , , , , , ,68 Observação: * Considera-se "outros" a parcela dos resíduos secos que possui potencial de reciclagem, composto por materiais menos nobres. Dos resultados apresentados, vê-se que, no Estado do Rio de Janeiro são descartadas aproximadamente 3,3 milhões de toneladas de matéria orgânica por ano. Admitindo-se que cada tonelada de orgânico gere, pelo menos, 140,0 m³ de biogás, tem-se, ao final de 1 ano, uma geração de aproximadamente 500 milhões de m³ de biogás. Sabendo-se que 5 milhões de m³ de biogás são capazes de gerar 1,0 MW de potência anual disponível, chega-se a uma disponibilidade mínima de 100 MW que, atualmente, ainda não é utilizada COLETA DE RSU COLETA REGULAR Segundo dados coligidos pelo IBGE na sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2010), a coleta regular de RSU vem alcançando a universalidade em toda a Região Sudeste, conforme pode ser observado no quadro a seguir: QUADRO COBERTURA DA COLETA REGULAR NA REGIÃO SUDESTE AO LONGO DOS ANOS REGIÃO SUDESTE Urbana 97,8 98,5 98,6 98,7 98,9 99,1 99,3 99,2 99,5 Rural 27,9 34,1 35,0 38,0 39,0 42,1 44,7 47,0 50,5 T O T A L 92,3 93,6 93,9 94,2 94,4 94,8 95,3 95,3 95,9 FONTE: IBGE, /265

51 O diagnóstico elaborado pela UERJ em 2010 corrobora estes dados gerais, acusando uma cobertura próxima a 100% para a coleta porta a porta em todas as áreas urbanas dos municípios. Observe-se ainda que o levantamento anterior foi realizado considerando a conhecida deficiência dos serviços de coleta de resíduos nas áreas rurais dos municípios, principalmente nos de pequeno porte. A este respeito cabe salientar que a maior parte dos municípios fluminenses terceiriza os serviços de coleta regular. Apenas alguns municípios de pequeno porte continuam a realizar a coleta por conta própria COLETA SELETIVA Segundo os dados da Pesquisa Ciclosoft do Compromisso Empresarial para Reciclagem - CEMPRE, no ano de 2010 havia 443 municípios brasileiros operando sistemas de coleta seletiva e, embora tenha ocorrido um aumento no número de municípios, houve um decréscimo na população atendida, conforme se mostra nas Figuras e FIGURA MUNICÍPIOS QUE OPERAM SISTEMAS DE COLETA SELETIVA FIGURA POPULAÇÃO ATENDIDA POR COLETA SELETIVA A pesquisa aponta que 62% destes sistemas são operados por cooperativas de catadores, sendo que 78% dos sistemas efetuam a coleta porta a porta e 44% dos sistemas operam com Postos de Entrega Voluntária. Em termos qualitativos, a composição gravimétrica média do material coletado seletivamente apresenta as características indicadas na Figura a seguir. 51/265

52 FIGURA MÉDIA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DA COLETA SELETIVA FONTE: CEMPRE Por outro lado, dados do Ministério das Cidades indicam a seguinte recuperação de recicláveis através da coletiva: QUADRO QUANTITATIVO DE MATERIAL RECICLÁVEL (PAPEL, PLÁSTICO, VIDRO E METAL) RECUPERADO EM AÇÕES DE COLETA SELETIVA POR PORTE DE MUNICÍPIO E TIPOLOGIA DE MATERIAL MUNICÍPIOS Nº DE MUNICÍPIOS QUANTIDADE DE MATERIAL RECUPERADO (KG/HAB URBANO) PAPEIS PLÁSTICOS METAIS VIDROS Até 100 mil hab 36 4,8 2,9 1,5 0,9 Entre 100 mil e 1 milhão hab 87 5,3 3,0 1,2 0,8 Acima de 1 milhão hab 8 1,5 1,1 0,4 0,4 FONTE: MINISTÉRIO DAS CIDADES, Projetando-se estes valores unitários para os municípios do Estado do Rio de Janeiro que operavam sistemas de coleta seletiva (ver relação a seguir com base em dados do CEMPRE), chega-se às quantidades estimadas de material recuperado por programas desta natureza. QUADRO RELAÇÃO DE MUNICÍPIOS FLUMINENSES QUE OPERAM SISTEMAS DE COLETA SELETIVA MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA TAMANHO Arraial do Cabo Barra do Piraí Carmo Iguaba Grande Laje do Muriaé Mendes Miguel Pereira Paracambi Sapucaia Municípios Pequenos 52/265

53 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA TAMANHO Vassouras Subtotal Pequenos Municípios Angra dos Reis Barra Mansa Duque de Caxias Mesquita Niterói Nova Friburgo Nova Iguaçu Petrópolis Queimados Teresópolis Volta Redonda Subtotal Municípios Médios Rio de Janeiro Subtotal Municípios Grandes FONTE: CEMPRE Municípios Médios Municípios Grandes QUADRO QUANTITATIVO DE RESÍDUOS RECUPERADOS EM COLETA E SEPARAÇÃO SELETIVA MUNICÍPIOS POPULAÇÃO QUANTIDADE DE MATERIAL RECUPERADO (1000 T/ANO) PAPEIS PLÁSTICOS METAIS VIDROS Pequenos ,34 0,81 0,42 0,25 Médios ,17 10,85 4,34 2,89 Grandes ,48 6,95 2,53 2,53 T O T A L ,99 18,61 7,29 5,67 61,56 mil ton/ano Da análise dos valores do quadro anterior, pode-se inferir que os sistemas de coleta seletiva em operação no Estado do Rio de Janeiro conseguem recuperar uma quantidade de materiais recicláveis de aproximadamente 60 mil toneladas por ano. A esse respeito, faz-se a seguinte síntese: 53/265

54 3,2 MILHÕES DE TON/ANO DE RESÍDUOS ÚMIDOS (53%) DESTINO FINAL: ATERROS SANITÁRIOS 6 MILHÕES DE TON/ANO DE RSU 2,8 MILHÕES DE TON/ANO DE RESÍDUOS SECOS POTENCIALMENTE RECICLÁVEIS (47%) 2,4 MILHÕES DE TON/ANO DE RECICLÁVEIS NOBRES - PAPEL, PLÁSTICO, VIDRO E METAL (86%) 60 MI,L TON/ANO DE MATERIAIIS RECICLÁVEIS NOBRES RECUPERADOS (3%) 2,34 MILHÕES DE TON/ANO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NOBRES DESTINADOS EM ATERROS SANITÁRIOS (83%) 400 MIL TON/ANO DE OUTROS MATERIAIS (14%) 400 MIL TON/ANO DE OUTROS MATERIAIS DESTINADOS EM ATERROS SANITÁRIOS (14%) Considerando-se apenas o potencial de geração de recicláveis "nobres" (2,4 milhões de ton/ano de papel, plástico, vidro e metal), as ações de coleta seletiva municipais conseguem recuperar apenas 3% (aproximadamente 60 mil ton/ano) destes materiais, onde os demais 2,34 milhões de ton/ano são descartados em aterros sanitários, conforme ilustrado pela figura a seguir: FIGURA RELAÇÃO ENTRE RECICLÁVEIS NOBRES RECUPERADOS E DESCARTADOS RECICLÁVEIS NOBRES RECUPERADOS 3% RECICLÁVEIS NOBRES DESCARTADOS 97% 54/265

55 A COLETA SELETIVA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO A cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de atender ao disposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, criou, e está desenvolvendo, um Programa de Expansão da Coleta Seletiva que pretende reciclar 25% da quantidade de RSU gerado na cidade até o ano de Este Programa tem a finalidade de ampliar a coleta seletiva na Cidade do Rio de Janeiro, com benefícios socioambientais para a população e ganhos para a limpeza urbana e para o ordenamento urbano. Conforme pode ser obervado na relação a seguir, atualmente a coleta seletiva acontece em 42 dos 158 bairros da cidade e o modelo adotado foi o do recolhimento porta a porta. QUADRO RELAÇÃO DE BAIRROS E QUANTITATIVO DE LOGRADOUROS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO ATENDIDOS POR COLETA SELETIVA Nº BAIRROS QUANTIDADE DE LOGRADOUROS NUMERO DE HABITANTES 1 GRAJAU ANDARAÍ MARACANÃ VILA ISABEL TIJUCA PRAÇA DA BANDEIRA SÃO CONRADO GÁVEA JARDIM BOTÂNICO LAGOA LEBLON IPANEMA COPACABANA LEME URCA HUMAITÁ BOTAFOGO COSME VELHO CATETE LARANJEIRAS GLÓRIA MUNDO NOVO 13 55/265

56 Nº BAIRROS 23 LARGO DO MACHADO (*) 1 QUANTIDADE DE LOGRADOUROS NUMERO DE HABITANTES 24 FLAMENGO SANTA TERESA CAMPO GRANDE SENADOR CAMARÁ BANGU PADRE MIGUEL REALENGO CAMPO DOS AFONSOS R. BANDEIRANTES B. DA TIJUCA JOÁ VILA VALQUEIRE PRAÇA SECA TANQUE TAQUARA PECHINCHA JACAREPAGUÁ FREGUESIA VILA KENNEDY (*) 32 TOTALATENDIDO Fonte: Instituto Pereira Passos - IPP Obs.: (*) Os bairros Mundo Novo, Largo do Machado e Vila Kennedy embora tenham coleta seletiva, não constam da relação de bairros oficiais fornecido pelo IPP. A Coleta Seletiva nada mais é do que a coleta diferenciada dos resíduos por tipo, onde é preciso que o gerador (a população em geral) faça a separação dentro dos seus domicílios, evitando a contaminação provocada pela mistura dos diversos tipos de resíduos. A COMLURB optou por dividir os resíduos gerados nos domicílios em ÚMIDO (basicamente os restos de comida), que continua sendo coletado 3 vezes por semana, e em SECO, que é composto pelos materiais passíveis de reciclagem (papel, papelão, vidro, metal, plásticos) que deverão ser ofertados todos juntos embalados em sacos plásticos transparentes (para facilitar sua identificação pelos garis da coleta seletiva, que são orientados a não coletar os sacos contaminados com matéria orgânica) uma vez por semana em dia diferente daquele da coleta regular. 56/265

57 Um mês antes de começar a coleta seletiva em um determinado bairro, uma equipe da COMLURB visita todos os domicílios ali existentes e orientam os síndicos, porteiros ou diretamente os moradores sobre a implantação do novo sistema de coleta de resíduos. É deixado farto material de divulgação e orientação do que deve e do que não deve ser entregue para a coleta seletiva, indicando ainda o dia da semana e a hora em que ocorrerá a coleta. O material disponibilizado pela população é removido pela guarnição de coleta e transportado por veículos específicos para galpões de triagem e acondicionamento onde sofrerão uma segregação mais fina. A coleta seletiva será realizada por meio de dois tipos de veículos, cujas características são fornecidas nas figuras a seguir. FIGURA CAMINHÃO DE BAIXA COMPACTAÇÃO DE 15 M³ FONTE: COMLURB 57/265

58 FIGURA CAMINHÃO GAIOLA DE 20 M³ FONTE: COMLURB Nos galpões, os sacos retirados do caminhão são acondicionados em contêineres de triagem primária de 240 (duzentos e quarenta) litros e daí seguem para uma área de armazenamento temporária até serem conduzidos para as mesas de catação, aonde acontece a separação por tipo de material. O rejeito é armazenado em recipientes situados na extremidade da bancada que são recolhidos regularmente e depois dispostos em área reservada para este fim, até seu encaminhamento para a disposição final em aterro sanitário. O material previamente segregado segue para a triagem secundária aonde é classificado dentro da sua categoria (separando o vidro claro do escuro, o papel branco do jornal, etc.). Em seguida é prensado e posteriormente os fardos são levados para a área de estocagem a espera da comercialização, quando então seguem para a doca de expedição, onde são carregados no caminhão do comprador. O programa de ampliação da Coleta Seletiva a Prefeitura do Rio de Janeiro conta com a parceria do BNDES, que disponibilizou através do Contrato Nº colaboração financeira não reembolsável no valor de R$ ,00 (vinte e dois milhões cento e oitenta e seis mil quinhentos e quarenta e um reais). Estes recursos são destinados à construção e equipagem de 6 (seis) galpões de triagem e acondicionamento dos materiais oriundos da coleta seletiva. O mapa abaixo mostra a localização destes galpões. 58/265

59 FIGURA LOCALIZAÇÃO DOS GALPÕES DA COLETA SELETIVA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO FONTE: COMLURB Na situação atual o primeiro galpão construído foi o de Irajá (ver Figura a seguir), que está em fase final de licenciamento aguardando a liberação da Companhia Estadual de Águas e Esgotos - CEDAE para a obtenção da Licença de Operação - LO. FIGURA GALPÃO DE IRAJÁ Além do galpão de Irajá, está em construção o galpão que atenderá a área do Centro e da Zona Sul e terá uma capacidade de processamento prevista de 30 (trinta) toneladas de materiais recicláveis por dia (ver Figura a seguir). 59/265

60 FIGURA ÁREA ONDE ESTÁ SENDO CONSTRUÍDO O GALPÃO CENTRO Além destes galpões que se acham em construção, outros dois, um em Campo Grande e outro em Bangu, estão em fase de licitação. FIGURA ÁREA DO GALPÃO CAMPO GRANDE FIGURA ÁREA DO GALPÃO BANGU Os dois últimos galpões previstos, a se localizarem nos bairros da Penha e de Jacarepaguá, ainda estão sem local de implantação definido. Um fator importante desse Programa é que, além da preocupação com a parte física, galpões e equipamentos, existem subprogramas ligados à regularização das cooperativas que irão operar esses galpões, bem como a capacitação técnica dos cooperativados. Tudo isto faz-se necessário para que se possa atingir as metas de 5% de reciclagem no final do ano de 2013 e de 25% no final de Como se disse anteriormente, os Galpões de Triagem serão operados por catadores, preferencialmente organizados em cooperativas. 60/265

61 Para tanto, a Prefeitura do Rio de Janeiro contratou uma empresa com o objetivo de formar, capacitar, treinar e assessorar a autogestão das cooperativas de materiais recicláveis. Esta contratação visa atingir as seguintes metas, através das atividades relacionadas: Meta 1 - Regularização de Cooperativas e Pré-Cooperativas Existentes Atividade 1.1: Diagnóstico da situação legal das Organizações de Catadores existentes no município do Rio de Janeiro; Atividade 1.2: Seleção das Organizações que integrarão cada Central de Triagem e seleção de catadores ou cooperativas; Atividade 1.3: Constituição das 6 (seis) novas cooperativas de catadores, devidamente regularizadas; Atividade 1.4: Regularização das Organizações de catadores que optarem por não integrar as Centrais de Triagem ou que mantiverem seus núcleos em seus próprios locais de operação. Meta 2 - Capacitação de Catadores Atividade 2.1: Desenvolvimento de conteúdos programáticos; Atividade 2.2: Oficina de gestão de pessoal cooperado; Atividade 2.3: Oficina de gestão operacional de materiais recicláveis; Atividade 2.4: Oficina de segurança e prevenção de acidentes de trabalho; Atividade 2.5: Oficina de comércio e mercado de materiais recicláveis em rede; Atividade 2.6: Oficina de gestão financeira e contábil das Centrais de Triagem; Atividade 2.7: Oficina de gestão administrativa (recursos humanos, contábil e fiscal); Atividade 2.8: Oficina de gestão de capital de giro; Atividade 2.9: Oficina de planejamento orçamentário. Meta 3 - Assessoria de Gestão de Cooperativas de Catadores nas Centrais de Triagem Atividade 3.1: Assessoria de Gestão de Cooperativas de Catadores nas 6 Centrais de Triagem. 61/265

62 Meta 4 - Assessoria de comercialização e comercialização em rede das Centrais de Triagem e outras Cooperativas organizadas em seus próprios espaços Atividade 4.1: Assessoria para orientar a forma de comercialização, em função da viabilidade econômica, social e ambiental, saúde ocupacional e segurança no trabalho das Cooperativas em cada uma das Centrais PROGRAMAS DO ESTADO VOLTADOS PARA A RECICLAGEM PROGRAMA PRÓ-LIXO O Programa Pró-Lixo foi criado com o objetivo de estabelecer linhas de ação para o controle do lixo urbano, sobretudo para sua destinação final, através de parcerias com as prefeituras. Através deste programa, o Estado liberou recursos, oriundos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano - FECAM, para que os municípios pudessem apresentar e implementar projetos voltados para a destinação final dos resíduos urbanos sólidos, além de atuar na capacitação do quadro funcional. A implantação destes sistemas de destinação final de resíduos sólidos urbanos envolvia não só a disposição dos resíduos em aterros sanitários, mas também o seu beneficiamento através de unidades de triagem e de compostagem. Além disto, o programa também atuou no desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental, no treinamento de pessoal das prefeituras e das secretarias municipais envolvidas e, principalmente, na retirada das pessoas que viviam nos lixões, com sua respectiva inclusão social. Dentre os municípios contemplados com recursos do Pró-Lixo destacam-se: Areal, Arraial do Cabo, Barra Mansa, Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana, Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Campos, Cantagalo, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Engenheiro Paulo de Frontin, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Itaperuna, Itatiaia, Macaé, Macuco, Mangaratiba, Mendes, Nilópolis, Petrópolis, Pinheiral, Piraí, Quatis, Quissamã, São João da Barra, Sapucaia, Seropédica, Sumidouro, Tanguá, Teresópolis, Varre-Sai e Volta Redonda Em termos de Usinas de Triagem e Compostagem, o diagnóstico realizado pela UERJ, em 2010, identificou que os municípios relacionados a seguir tiveram 62/265

63 instalações implantadas com recursos deste programa: Angra dos Reis; Araruama; Armação de Búzios; Carmo; Casimiro de Abreu; Comendador Levy Gasparian; Duas Barras; Iguaba Grande; Maricá; Mendes; Porto Real; Queimados; Rio Bonito; Rio Claro; São Francisco de Itabapoana; São José de Ubá e Valença PROGRAMA COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA O Programa Coleta Seletiva Solidária (PCSS) do Estado do Rio de Janeiro é uma iniciativa da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Inserido no Pacto pelo Saneamento (Decreto /11), tem como objetivos, na vertente resíduos sólidos, a erradicação dos lixões até 2014 e a remediação destes até Para que essas metas sejam alcançadas, a SEA incentiva a criação de consórcios intermunicipais com vistas à gestão integrada de resíduos sólidos. O Pacto pelo Saneamento está em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal n /10) e com a Lei Nacional de Saneamento Básico (Lei Federal n /07), que definem a coleta seletiva como um instrumento fundamental para o manejo adequado dos resíduos sólidos urbanos. Lançado em outubro de 2009, o PCSS é executado pela Gerência de Educação Ambiental (GEAM), subordinada à Diretoria de Gestão das Águas e do Território (DIGAT) do INEA, e pela Faculdade de Engenharia da UERJ. Para a realização de atividades nas escolas estaduais, conta ainda com a parceria da Coordenação de Educação Ambiental e Saúde da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC). Os objetivos do PCSS são: Assessorar os municípios fluminenses na implantação dos programas municipais de coleta seletiva solidária em seu território; Assessorar a implantação da coleta seletiva solidária nas 120 escolas estaduais incluídas no Programa Agenda 21 Escolar; Acompanhar a coleta seletiva implantada nos órgãos públicos estaduais e a continuidade no cadastramento de cooperativas do estado do Rio de Janeiro; 63/265

64 Promover a capacitação de catadores em temas relacionados ao seu cotidiano; Produzir e articular seminários mensais com temas relativos aos projetos ambientais do Estado; Prestar assessoria jurídica para formalização dos grupos de catadores em atenção às demandas da categoria apresentadas nos grupos de trabalho de catadores realizados em Para alcançar estes objetivos, o PCSS utiliza como recurso metodológico o planejamento participativo, a educação ambiental e o controle social, tendo como perspectiva a implantação de programas municipais de coleta seletiva solidária. O PCSS atua nas seguintes linhas de ação: Capacitação de Gestores públicos para a implantação da coleta seletiva solidária; Capacitação de catadores; Acompanhamento da implantação da CSS nos órgãos públicos estaduais; Acompanhamento da implantação da CSS nas escolas estaduais. A implantação do programa ocorre em três fases: 1. Estruturação: fase em que o município define as responsabilidades entre suas secretarias e participa dos módulos de capacitação no INEA; 2. Fase Piloto: nesta etapa, o município, envolvendo catadores, escolas e demais órgãos públicos, alcança a capacidade técnica e obtém recursos necessários à implantação, em caráter piloto, do programa municipal de coleta seletiva solidária; 3. Fase de Expansão: nela, o município amplia a abrangência do serviço municipal de coleta seletiva, visando o aumento da adesão populacional e da quantidade de recicláveis coletados. Para implantar o programa no município, o gestor público municipal deve enviar um ofício à presidência do INEA solicitando a implementação do programa no seu município. Uma vez aprovada a solicitação, a Gerência de Educação Ambiental realiza as atividades de capacitação e assessoria dos gestores municipais para o planejamento da implantação do programa municipal de coleta seletiva solidária (Fase de Estruturação), e, após este período, caso o município alcance os 64/265

65 aspectos técnicos e estruturais necessários, está apto a iniciar a coleta seletiva solidária em escala piloto (Fase Piloto). Uma vez implantado o programa municipal de coleta seletiva solidária em escala piloto, o PCSS continua assessorando o município para a ampliação de seu programa (Fase de Expansão). O PCSS encontra-se implementado em 60 municípios, os resultados obtidos até outubro de 2012 foram: Do total de municípios atendidos, 20 (cerca de 33%) já implantaram efetivamente a coleta seletiva solidária; 117 escolas foram atendidas, cerca de 50% já implantaram a coleta seletiva solidária; 600 toneladas de matérias recicláveis foram comercializados mensalmente; 8 municípios contam com Decreto Municipal que institui a coleta seletiva solidária nas repartições públicas municipais; 480 catadores de materiais recicláveis foram integrados em cooperativas e/ou associações nos diversos municípios cobertos pelo programa; 21 cooperativas e/ou associações de catadores de materiais recicláveis foram integradas aos programas municipais de coleta seletiva solidária; 6 cooperativas e/ou associações de catadores de materiais recicláveis foram criadas a partir da implantação de programas municipais de coleta seletiva solidária CATADORES E CATADORAS EM REDE SOLIDÁRIA O Programa Catadores e Catadores em Redes Solidárias é fruto de um convênio firmado entre a SEA e o Governo Federal na Rio+20, em junho do ano passado. A iniciativa vem se somar às demais ações do Governo do Estado no cumprimento da Lei Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº de 02/08/2010). Inicialmente, o programa possui a abrangência de 41 municípios, conforme relação a seguir: Cabo Frio, Araruama, Saquarema, Rio das Ostras, Macaé, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Búzios, Arraial do Cabo, Angra dos Reis, Parati, Itatiaia, Barra Mansa, Resende, Volta Redonda, Paracambi, Belford Roxo, Japeri, Queimados, Guapimirim, Magé, Itaguaí, Seropédica, Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Mesquita, São João de Meriti, São Gonçalo, Niterói, 65/265

66 Maricá, Rio Bonito, Tanguá, Itaboraí, Itaperuna, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, Bom Jesus do Itabapoana, Petrópolis, Três Rios e Paraíba do Sul. Este programa tem como objetivo principal implementar a capacitação de catadores e catadoras buscando a valorização e a inclusão dos catadores de materiais recicláveis através do incentivo ao seu protagonismo e emancipação. Para facilitar a comunicação e a interação entre as partes interessadas nesse processo, é utilizado o método denominado de catador para catador, no qual as abordagens e capacitações são realizadas por catadores de materiais recicláveis que integram a equipe da CSS. Nos municípios onde está em curso a implantação do programa municipal de coleta seletiva solidária é realizado o diagnóstico da situação dos catadores. Após o cadastramento individual, eles são sensibilizados para se organizarem em grupo, através de associações ou cooperativas e orientados para o trabalho coletivo em um galpão de triagem de materiais recicláveis. Até outubro de 2012, o programa havia apresentado os seguintes resultados: 480 catadores de materiais recicláveis integrados em cooperativas e/ou associações; 21 cooperativas e/ou associações integradas aos programas municipais de coleta seletiva solidária; 6 cooperativas e/ou associações criadas a partir da implantação de programas municipais de coleta seletiva solidária. 66/265

67 FIGURA : LOCALIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA CRS Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 67/265

68 PROGRAMA DE REAPROVEITAMENTO DE ÓLEOS VEGETAIS - PROVE O Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais do Estado do Rio de Janeiro (Prove) foi criado em 2008, pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA/RJ), com o objetivo de evitar o despejo de óleo de cozinha usado em corpos hídricos através do estímulo à sua coleta e reutilização na produção de sabão e de fontes alternativas de energia, como o biodiesel. Atualmente, a maior parte do óleo vegetal é despejada em ralos, comprometendo as tubulações dos edifícios e das redes de tratamento de esgoto. Nas regiões onde não há rede coletora, o óleo vai diretamente para os rios e lagoas, aumentando significativamente a poluição e a degradação ambiental, prática esta que acarreta prejuízos à população, às concessionárias de saneamento e aos governos. Além do aspecto ambiental, o PROVE incentiva a criação de cooperativas de coleta seletiva de resíduos sólidos e líquidos (no caso, o óleo de cozinha) e a geração de trabalho e renda para os catadores organizados. Em 2010, esse programa ultrapassou as fronteiras da Região Metropolitana, chegando à Região Central e ao Sul Fluminense e, no ano seguinte, atingiu todas as regiões hidrográficas do Rio de Janeiro, alcançando a maioria dos municípios fluminenses. Desenvolvido em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), o PROVE tem dialogado também com a iniciativa privada, estabelecendo parcerias focadas na coleta de óleo de cozinha usado, a exemplo da Ampla. No Poder Público, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro também é importante parceiro do programa. Em 2011, a coordenação do PROVE contabilizou 5,5 milhões de litros de óleo recolhidos por suas 45 cooperativas filiadas em vários municípios do Estado do Rio de Janeiro, sendo que, em 2012, foram coletados mais de 4,5 milhões de litros de óleo em todo o Estado do Rio de Janeiro. Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 68/265

69 FIGURA : RELATÓRIO PROVE 2012 FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE (SEA) Para o ano de 2013 está prevista a implantação da primeira usina de combustível ecologicamente correta do Estado do Rio de Janeiro, produzido a partir da reutilização do óleo de cozinha coletado através do PROVE, que vai funcionar em uma cooperativa em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. O produto será usado para abastecer máquinas estacionárias e barcos pesqueiros ECOBARREIRAS O objetivo deste programa é o de reduzir a poluição da Baía de Guanabara por resíduos sólidos flutuantes, através de sua remoção e reciclagem. Os trabalhos são desenvolvidos pelo INEA que usa estruturas compostas de materiais reciclados, como garrafas PET, instaladas próximas à foz de rios, com a finalidade de reter os resíduos sólidos flutuantes. Até o primeiro semestre de 2013, foram instaladas 14 (quatorze) ecobarreiras, das quais 11 (onze) em rios e canais que deságuam na Baía de Guanabara, e que fazem parte do Plano Guanabara Limpa, que visa a sanear 80% da baía até 2016, quando da realização dos Jogos Olímpicos Rio As 11 ecobarreiras que beneficiam a Baía de Guanabara foram instaladas em uma praia situada no interior da Base da Marinha, próximo ao Centro de Instrução de Fuzileiros, na Ilha do Governador, e na foz dos canais do Mangue e do Cunha e dos rios Meriti, Irajá, dos Cachorros (próximo à Ceasa), Pavuna/Meriti (em São 69/265

70 João de Meriti), Botas (em Nova Iguaçu), Bomba e Brandoas (em São Gonçalo) e Sarapuí (em Catiri, no bairro de Bangu). Além das 11 ecobarreiras em rios e canais que deságuam na baía, outras três ecobarreiras estão instaladas nos canais de Sernambetiba, Arroio Fundo e Itanhangá, na Barra da Tijuca, e que contribuem para o Complexo Lagunar de Jacarepaguá. Os recursos para a instalação das ecobarreiras são oriundos de patrocínio, de compensações ambientais e de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC). Em 2012, só a ecobarreira do Rio Bomba retirou 48 toneladas de material reciclável, 7 toneladas de resíduos orgânicos e 128 pneus. Além disto, o Projeto Ecobarreiras incentiva a geração de emprego e renda para a população que vive no entorno de rios, oferecendo treinamento especializado para moradores que queiram se tornar ecogaris, atuando na coleta e na separação dos resíduos que ficam retidos nessas estruturas flutuantes. Nas ecobarreiras são coletadas, em média, 370 toneladas de resíduos por mês e, aproximadamente, 10 toneladas de resíduos recicláveis. A expectativa do INEA é instalar, até 2016, mais quatro ecobarreiras: uma no município de São Gonçalo e outras três em rios que deságuam no Complexo Lagunar de Jacarepaguá. 70/265

71 FIGURA : LOCALIZAÇÃO DAS ECOBARREIRAS FONTE: INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (INEA) 71/265

72 2.9. TRATAMENTO DE RSU RECICLAGEM Antes de passar aos números relativos à reciclagem dos RSU, convém esclarecer que existem dois tipos de reciclagem: a reciclagem pré-consumo e a reciclagem pós-consumo. O primeiro tipo se refere à reciclagem efetuada ao longo dos processos produtivos, sendo uma importante ferramenta de análise de eficiência industrial e podendo ser utilizado pelo governo como indicador de eficiência material das empresas. O segundo tipo é aquele que é decorrente da utilização de um bem, tendo mais relevância para estudos na área de saneamento. Neste trabalho serão apresentados os dados disponíveis sobre a reciclagem dos materiais (alumínio, aço, papel, plástico e vidro) e, salvo quando explicitado, os valores se referem aos dois tipos de reciclagem de forma conjunta. No caso do alumínio, conforme apresentado na tabela a seguir, a taxa geral de reciclagem tem-se mantido estável nos últimos anos, oscilando na faixa dos 37%. Já a taxa de reciclagem das latas de alumínio também tem se mantido estável, porém em um patamar bastante superior, já acima dos 90%. QUADRO SITUAÇÃO DA RECICLAGEM DE ALUMÍNIO ALUMÍNIO UNIDADE Resíduo Reciclado t 301,6 370,0 340,0 412,0 Latas Recicladas t 127,7 139,1 160,6 165,8 Taxa de Reciclagem % 36,2 41,4 35,5 36,6 Taxa de Reciclagem (Latas) % 96,2 94,4 96,5 91,5 FONTES: ABAL (2011) E ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR METALÚRGICO - MME (2010). Conforme apresentado no quadro a seguir, as estimativas para a reciclagem do aço são mais detalhadas graças ao esforço do MME, que vem buscando aumentar a sistematização das informações na área. No quadro, o resíduo interno às usinas se refere àquele gerado pelo próprio setor siderúrgico na confecção de produto de aço; o resíduo industrial se refere àquele gerado durante a produção de bens, como a indústria automobilística e de 72/265

73 eletrodomésticos; e, por fim, a sucata de obsolescência seria o ferro velho propriamente dito. Com relação a este último grupo, uma importante fração se relaciona com resíduos volumosos, como aqueles da indústria automotiva e dos bens de capital que, segundo as estimativas, corresponderiam a quase 60% dos resíduos pósconsumo reciclados no país. Da mesma forma, o resíduo gerado pela construção civil tem uma importância bastante significativa na quantidade total de resíduos pós-consumo. Dessa forma, uma possível estratégia para estimular a reciclagem de aço seria a elaboração de políticas voltadas para resíduos de automóveis e para resíduos industriais, onde tais políticas poderiam ser desenvolvidas a partir de parcerias entre a Secretaria de Estado do Ambiente - SEA e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviço - SEDEIS. Uma política de estímulo à reciclagem de aço teria ainda um impacto positivo nas emissões de gases de efeito estufa pelo país, uma vez que a reciclagem é feita, em geral, em fornos elétricos, ao contrário do aço produzido a partir de minério de ferro, que requer carvão mineral. QUADRO SITUAÇÃO DA RECICLAGEM DE AÇO AÇO UNIDADE Resíduo Reciclado t 8.125, , , ,0 Resíduo Interno às usinas t 2.470, , , ,0 Resíduo Industrial t 2.486, , , ,0 Resíduos de Obsolescência t 3.169, , , ,0 Automobilístico t 1.014, , , ,0 Bens de Capital t 866,0 910,0 943,0 991,0 Construção Civil t 447,0 470,0 487,0 629,0 Utilidades Domésticas t 275,0 290,0 300,0 347,0 Embalagens t 224,0 235,0 244,0 97,0 Outros t 138,0 145,0 150,0 214,0 Taxa de Reciclagem % 40,9 42,2 35,4 34,6 Taxa de Recic. (Embalagens) % 23,9 27,0 27,4 --- FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR METALÚRGICO - MME (2010). A reciclagem de aparas de papel e papelão no Estado também é uma atividade bastante consolidada, seja pelo próprio sistema de retorno de resíduos de gráficas e empresas de embalagem, seja pela atuação dos catadores de material reciclável. 73/265

74 Considerando os setores estudados neste relatório, este seria aquele com taxa de recuperação de resíduos mais elevada, conforme dados apresentados na tabela a seguir, embora isto se deva, conforme discutido anteriormente, à natureza dos produtos de papel, que, em sua maioria, têm um ciclo de vida curto. QUADRO SITUAÇÃO DA RECICLAGEM DE PAPEL/PAPELÃO PAPEL / PAPELÃO UNIDADE Resíduo Reciclado t 3.437, , , ,9 Embalagens Recicladas t 2.410, , , ,8 Taxa de Reciclagem % 46,9 45,4 45,0 43,7 Taxa de Recic. (Embalagens) FONTE: BRACELPA (2009). % 68,2 67,8 68,1 66,5 A avaliação da reciclagem de plásticos, conforme apresentado no quadro a seguir, requer uma análise mais cuidadosa, devido à diversidade de polímeros envolvidos. Como não há uma única organização por trás da indústria do plástico, o quadro foi criado a partir de fontes diversas. Outra dificuldade da coleta de dados sobre a reciclagem de plástico é a grande quantidade de pequenas empresas envolvidas, o que dificulta pesquisas com todo o universo, sendo os dados elaborados a partir de pesquisas amostrais. Dos materiais analisados nesta pesquisa, o plástico, como um todo, é aquele com menor taxa de reciclagem. Os vários polímeros, entretanto, têm comportamentos bastante distintos. O PET talvez seja o segmento que vem obtendo melhor resultado, com taxas de reciclagem pós-consumo da ordem de 60%. O PEBD aparece em segundo lugar, com uma reciclagem pós-consumo de cerca de 20%. Todos os outros polímeros, porém, apresentam taxas inferiores a 10%. Dessa forma, comparando os diferentes materiais, os plásticos são aqueles que apresentam menor taxa de recuperação, sendo potenciais alvos para políticas específicas de estímulo à reciclagem. QUADRO SITUAÇÃO DA RECICLAGEM DE PLÁSTICOS PLÁSTICOS UNIDADE Resíduo Reciclado t 860,0 914,0 962,0 Industrial t 335,4 402,2 375,2 Pós-Consumo t 455,1 511,8 592,0 PEAD t 51, ,0 PEBD t 89, ,0 74/265

75 PET t 244, ,0 PP t 32, ,0 PS t 18, ,0 PVC t 9, ,0 Outros t 77, ,8 Taxa de Reciclagem % 20,6 20,4 19,3 Taxa de Recic. Industrial % 8,0 9,0 7,5 Taxa de Recic. Pós-Consumo % 12,9 11,4 11,8 PEAD % 7, ,9 PEBD % 16, ,5 PET % 49, ,1 PP % 3, ,4 PS % 6, ,8 PVC % 1, ,7 FONTES: ABIPLAST (2010); ABIQUIM (2008) E PLASTIVIDA (2008). O Quadro abaixo resume as principais características da reciclagem de vidro. Os dados disponíveis referem-se apenas ao segmento de embalagens, sendo este o principal componente reciclado. QUADRO SITUAÇÃO DA RECICLAGEM DE VIDRO VIDRO UNIDADE Embalagens Reutilizadas t 187,8 192,1 212,5 208,1 Resíduo Reciclado t 422,6 441,9 499,4 489,0 Taxa de Recic. (Embalagens) % 45,0 46,0 47,0 47,0 FONTES: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DE NÃO METÁLICOS, 2010 MME E ABRELPE (2010). Conforme mencionado anteriormente, o vidro é caracterizado pela possibilidade de reutilização, sendo estimado que cerca de 20% das embalagens sejam reutilizadas pela indústria. Além do reuso industrial, estimativas indicam que o reuso caseiro e informal seria responsável por 33% dos destinos destas embalagens (ABRELPE, 2010) COMPOSTAGEM Apesar de os resíduos sólidos domiciliares no Brasil apresentarem alto percentual de resíduos orgânicos, as experiências de compostagem da fração orgânica são ainda incipientes. 75/265

76 O resíduo orgânico, por não ser coletado em separado, acaba sendo encaminhado para disposição final junto com os resíduos perigosos e com aqueles que deixaram de ser coletados de maneira seletiva. Esta forma de destinação gera, para a maioria dos municípios, despesas que poderiam ser evitadas caso a matéria orgânica fosse separada na fonte e encaminhada para um tratamento específico, por exemplo, via compostagem. A Lei n /2010, em seu Artigo 3, inciso VII, considera a compostagem como uma forma de destinação final ambientalmente adequada de resíduos. Cabe destacar que esta mesma lei estabelece como prioridade para a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos (Artigo 9 ) a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Dessa forma, apesar de a lei não explicitar a compostagem como um tipo de tratamento, ela assim será considerada no presente documento. No Brasil, os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB de 2000 e 2008 indicam que, apesar do aumento do número de municípios com unidades de compostagem, a quantidade de resíduos tratada foi reduzida. Esta redução foi mais expressiva na região Sudeste, que no ano de 2000 tratava 5.368,9 t/dia de resíduos e em 2008 passou a tratar apenas 684,6 t/dia, redução esta atribuída principalmente ao município de São Paulo, pelo encerramento da Unidade de Vila Leopoldina. No Estado do Rio de Janeiro, o processo foi similar, com a redução quantitativa se relacionando à queda de produção da Usina de Triagem do Caju, de 400 t/dia para 100 t/dia. Segundo levantamento realizado pelo Instituto de pesquisa econômica Aplicada - IPEA, em 2012 o Estado do Rio de Janeiro contava com 12 municípios com unidades de tratamento por compostagem, todas operando com compostagem aeróbia. Este mesmo trabalho conclui que apenas 1,6% dos resíduos orgânicos são destinados para unidades de compostagem, sendo o restante encaminhado para outros destinos finais, destacando-se lixões, aterros controlados e aterros sanitários. Verifica-se, portanto, que o processo de tratamento da fração orgânica via compostagem é ainda pouco utilizado em programas municipais de gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos. Os motivos identificados por este diagnóstico são: o custo de se segregar adequadamente os resíduos orgânicos; 76/265

77 ausência de mercado para o composto produzido, em grande parte devido à resistência a utilização de composto oriundo de resíduos; a necessidade de grandes extensões de área (para a compostagem aeróbia); a geração de odores desagradáveis no caso de má operação (para a compostagem anaeróbia); e a carência de investimentos e de tecnologia adequada. Porém, com a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS que tornou obrigatória a prática da coleta seletiva, espera-se que, em decorrência desta segregação, a fração orgânica destinada à compostagem aumente de volume. Ainda com foco no Estado do Rio de Janeiro, merece destaque a atuação da Secretaria Estadual do Ambiente - SEA que, no desenvolvimento do Programa Lixão Zero, vem implantando Centros de Tratamento e Destinação Final de Resíduos - CTDR's dotados de unidades de reciclagem e compostagem, como é o caso de: Volta Redonda, Paracambi e Teresópolis. Complementando o relato, não se pode deixar de mencionar os interesses distintos dos atores envolvidos na compostagem, que podem ser resumidos da seguinte forma: 1) No contexto onde os municípios encaminham seus resíduos para aterros sanitários licenciados, as administrações municipais buscam alternativas que desviem a maior quantidade possível de resíduos dos aterros sanitários, como forma de reduzir os custos de destinação final; 2) As universidades e os centros de pesquisa se preocupam com a proposição de novos modelos de gestão, com o desenvolvimento ou melhoramento de tecnologias e também com a avaliação da qualidade do composto produzido; 3) As organizações não governamentais buscam divulgar boas práticas de gestão de resíduos sólidos e criar oportunidades de emprego; 4) As empresas privadas têm por objetivo aproveitar as oportunidades de mercados e o lançamento de novas tecnologias e produtos no intuito de aumentar seus ganhos; 5) As agências reguladoras se preocupam em estabelecer normas e leis, visando a conservação do meio ambiente. Assim, é recomendável que as políticas de incentivo ao tratamento dos RSU levem em consideração os interesses de todos os atores envolvidos, não se 77/265

78 esquecendo de considerar os interesses da comunidade do entorno e dos possíveis compradores do composto FLUXO DE MATERIAIS Complementando a proposta deste relatório de apresentar o melhor diagnóstico da situação da gestão dos RSU no Rio de Janeiro, apresenta-se, a seguir, uma visão a partir do fluxo dos diferentes materiais, onde ressalta-se que os dados levantados resultam da combinação de indicadores de diferentes fontes, natureza e graus de precisão. Os gráficos apresentados nesta seção têm como ponto de partida, novamente, o consumo aparente dos materiais, apesar das limitações já explicitadas anteriormente. As informações apresentadas resumem, a partir de outra organização, dados apresentados ao longo do relatório. Estas informações são separadas em: coletadas em fontes secundárias e outras estimadas neste trabalho. Como os dados foram obtidos a partir de diferentes fontes, os gráficos tendem a variar de acordo com a qualidade e a disponibilidade de tais informações. No que se refere ao alumínio, a quantidade de material não descartado foi estimada como a diferença entre o consumo aparente e o somatório das demais frações (figura a seguir). Este material corresponderia, em teoria, àquela quantidade que possui um ciclo de vida mais longo, como por exemplo: esquadrias de alumínio usadas na construção civil ou peças de alumínio incluídas nos automóveis. cabe observar que os dados sobre material descartado foram estimados a partir de elementos gravimétricos. 78/265

79 FIGURA FLUXO DO ALUMÍNIO (1000 T) FONTES: ABAL (2008) E ABRELPE (2010). Esse gráfico aponta para a importância da reciclagem das latas de alumínio, que chega a responder por cerca de 40% de todo o alumínio reciclado no país. Esta participação está relacionada ao grande volume de embalagens que usam alumínio. Apesar do cuidado com que o setor divulga as taxas de reciclagem de latas de alumínio, não foram identificados valores precisos para outros materiais, nem para a distinção entre reciclagem pré e pós-consumo. A análise do aço, apresentada na figura a seguir, mostra uma quantidade mais elevada do material sendo incorporada pela sociedade, o que se deve principalmente ao papel que ele possui para as indústrias da construção civil e automobilística. Além disto, os dados mostram outra escala de indústria, com um consumo aparente cerca de vinte vezes superior ao do alumínio. As estatísticas são mais bem organizadas e permitem identificar a importância da reciclagem préconsumo. O volume do material aterrado é bastante baixo, talvez reflexo do volume dos artefatos de aço (por exemplo, geladeiras, máquinas de lavar etc.) que são descartados pela população e de fácil coleta pela rede de ferros-velhos existente no país. 79/265

80 FIGURA FLUXO DO AÇO (1000 T) FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR METALÚRGICO, 2010 MME. Os dados coletados para papel/papelão, apresentados na figura a seguir, precisam ser considerados com cautela. As diferentes fontes de informação mostram uma elevada inconsistência na quantidade estimada de papel descartado e reciclado, sendo superior ao consumo aparente do país. Devido a esta inconsistência, não se pode estimar a quantidade de material não descartado, tal como livros, papéis de imprimir etc. As causas dessa inconsistência, que também foi identificada nos dados de plástico e de vidro, não são claras. Elas podem ser associadas a possíveis erros na estimativa da quantidade de resíduos gerados, à variação na taxa de descarte de materiais de um ano para outro, ou à não inclusão do comércio internacional de produtos e embalagens de papel nas estatísticas de consumo aparente. Para a construção do fluxo, foram utilizadas as informações do SNIS (2010). Segundo estas informações, a participação dos programas oficiais (com participação ou não de catadores) para a reciclagem seria muito baixa, sendo a grande parte do material secundário resultante da reciclagem de aparas préconsumo ou material obtido com a coleta informal. 80/265

81 FIGURA FLUXO DO PAPEL E PAPELÃO (1000 T) FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL RELATÓRIO ANUAL A análise do plástico, apresentada na figura a seguir, também apresentou uma significativa inconsistência entre os dados referentes ao consumo aparente e ao material descartado. Independente desta inconsistência, o gráfico demonstra a pequena taxa de reciclagem deste material, tanto pré-consumo quanto pósconsumo. Ele também aponta para a importância da coleta informal, a qual teria uma contribuição equivalente àquela dos programas de coleta seletiva desenvolvidos pelos governos locais. 81/265

82 FIGURA FLUXO DO PLÁSTICO (1000 T) FONTE: ABIPLAST (2010), PLASTIVIDA (2008) E SNIS (2010). Por fim, a figura a seguir, apresenta os dados levantados para o vidro. Semelhante ao que ocorre com o plástico e o papel, existem inconsistências entre a quantidade estimada de vidro descartado e o seu consumo aparente. Os dados disponíveis, mais uma vez, apontam para a pequena contribuição dos programas de coleta seletiva e a importância de outras formas de reciclagem. Ao mesmo tempo, indicam a relevância da reutilização de embalagens, prática que poderia ainda ser estimulada em um eventual acordo setorial com o setor de embalagens. 82/265

83 FIGURA FLUXO DO VIDRO (1000 T) FONTES: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DE NÃO METÁLICOS, 2010 MME DISPOSIÇÃO FINAL DESTINAÇÃO FINAL DE RSU QUANTITATIVOS FLUMINENSES De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB de 2008, metade dos municípios brasileiros destina inadequadamente seus resíduos sólidos urbanos para vazadouros a céu aberto (lixões). A outra metade dos municípios brasileiros destina seus resíduos para locais com formas mais apropriadas de tratamento, sendo que 22% deles são qualificados pelo IBGE como aterros controlados e 27% como aterros sanitários (PNSB, 2008). Em 2010, a situação do Estado do Rio de Janeiro não era muito diferente da média brasileira, como se pode ver dos resultados apresentados no quadro a seguir. 83/265

84 MUNICÍPIO QUADRO SITUAÇÃO DO DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NO ANO DE 2010 ATERRO SANITÁRIO UTILIZADO GERAÇÃO DE RSU (T/DIA) % ESTADO 1 Nova Iguaçu 748,18 4,89 2 Mesquita Nova Iguaçu 109,44 0,72 3 Pinheiral 11,22 0,07 4 Piraí Piraí 11,45 0,07 5 Rio Claro 7,57 0,05 6 Quissamã 7,14 0,05 7 Carapebus 5,27 0,03 8 Conc. Macabu de 10,08 0,07 9 Bom Jardim 8,39 0,05 10 Cordeiro Santa Maria 10,92 0,07 Madalena 11 Duas Barras 3,86 0, Sta Madalena Trajano Moraes M 2,96 0,02 2,39 0,01 14 Macuco 2,29 0,01 15 Teresópolis 109,65 0,71 16 Carmo 7,40 0,05 17 S. J. Vale R. Teresópolis Preto 4,95 0,03 18 Sumidouro 2,72 0,02 19 Cabo Frio 126,43 0,83 20 Búzios 17,91 0,12 Iguaba 21 12,56 0,08 Grande São Pedro da 22 Silva Jardim Aldeia 8,86 0,06 23 São Pedro Aldeia 61,61 0,40 24 Casimíro de Abreu 15,68 0,10 EMISSÃO LO VIDA ÚTIL (TOTAL) 13/10/ anos 06/ anos 5/10/ anos Não possui licença 24/8/ anos Não encontrado 25 Macaé Macaé 162,28 1,06 13/5/ anos 26 Rio das Ostras Rio das Ostras 74,92 0,49 30/1/2012 Não encontrado 27 Sapucaia Sapucaia 7,30 0,05 24/2/ anos Não 28 Nova Friburgo Nova Friburgo 132,27 0,86 22/12/2010 encontrado 29 São Sebastião São Sebastião do 2,30 0,01 Não Não 84/265

85 do Alto Alto* encontrado encontrado 30 Cantagalo Cantagalo** 7,71 0, *ATERRO PEQUENO PORTE**COPROC ESSAMENTO Totais ,05 FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE - SEA/SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE SANEAMENTO - SUPS Atualmente, após a implementação do Programa Pacto pelo Saneamento da SEA, em especial do Subprograma Lixão Zero, a situação é bastante diferente. Este subprograma que tem a meta primordial de erradicar os lixões do território estadual até 2014 e remediá-los até 2016, vem implantando Centros de Tratamento e Destinação de Resíduos Sólidos - CTDR's de âmbito regional, ao mesmo tempo em que incentiva e apoia a implantação de consórcios públicos intermunicipais, visando o enfrentamento conjunto pelos municípios dos problemas vivenciados por eles quanto à disposição final adequada de resíduos sólidos urbanos. O resultado destas ações se vê através dos números apresentados nos quadros a seguir. QUADRO MUNICÍPIOS COM DISPOSIÇÃO FINAL EM VAZADOUROS MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) Aperibé Araruama Areal Bom Jesus do Itabapoana Cambuci Cardoso Moreira Comendador Levy Gasparian Engenheiro Paulo de Frontin Italva Itaocara Itaperuna Itatiaia Japeri Laje do Muriaé Mendes Natividade Paraíba do Sul Porciúncula /265

86 MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) Porto Real Quatis Rio das Flores Santo Antônio de Pádua São Fidélis São José de Ubá Saquarema Silva Jardim Três Rios Valença Varre-Sai MUNICÍPIOS FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE / INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE QUADRO MUNICÍPIOS COM DISPOSIÇÃO FINAL EM ATERROS COM ALGUM TIPO DE LICENÇA OU AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) Angra dos Reis Armação dos Búzios Arraial do Cabo Barra do Piraí Barra Mansa Belford Roxo Bom Jardim Cabo Frio Cachoeiras de Macacu Campos dos Goytacazes Cantagalo Carapebus Carmo Casimiro de Abreu Conceição de Macabu Cordeiro Duas Barras Duque de Caxias* Guapimirim Iguaba Grande /265

87 MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) Itaboraí Itaguaí Macaé Macuco Magé Mangaratiba Maricá Mesquita Miguel Pereira Miracema Nilópolis Niterói* Nova Friburgo Nova Iguaçu Paracambi Paraty Paty do Alferes Petrópolis Pinheiral Piraí Queimados Quissamã Resende Rio Bonito Rio Claro Rio das Ostras Rio de Janeiro Santa Maria Madalena São Francisco de Itabapoana São Gonçalo São João da Barra São João de Meriti São José do Vale do Rio Preto São Pedro da Aldeia São Sebastião do Alto Sapucaia Seropédica /265

88 MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (IBGE 2010) Sumidouro Tanguá Teresópolis Trajano de Moraes Vassouras Volta Redonda MUNICÍPIOS FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE / INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE Ainda segundo dados da SEA, atualmente mais de 90% da geração de RSU está sendo destinada em aterros controlados e sanitários DESTINAÇÃO FINAL PARA PEQUENOS MUNICÍPIOS É de conhecimento geral que uma das maiores dificuldades ambientais enfrentadas pelas Prefeituras de pequeno porte é a de dar destino final adequado a seus resíduos. Aterros sanitários que atendem a pequenos municípios têm custo operacional unitário elevado quando comparados àqueles que recebem grandes volumes de resíduos. Dessa forma, o consorciamento entre pequenos municípios é vantajoso e tende a viabilizar financeiramente a gestão de resíduos, visto que o compartilhamento reduz consideravelmente tanto os custos operacionais como os investimentos iniciais. O ganho de escala alcançado pela operação conjunta de aterros por meio de consórcios permite o aperfeiçoamento da capacidade técnica, gerencial e financeira, melhorando assim a prestação de serviços públicos. Entre as principais vantagens do aterro sanitário compartilhado estão: redução das áreas afetadas pelos aterros, dando assim solução solidária, compartilhada e regional ao problema; racionalização do uso de máquinas e equipamentos para operação, garantindo economia de escala; rateio dos custos de instalação e operação entre municípios; 88/265

89 viabilidade de adesão dos municípios que ainda depositam os resíduos em lixões, aperfeiçoando a gestão dos resíduos e melhorando a qualidade ambiental; facilidade na obtenção de recursos e a universalização dos serviços; viabilização econômica de se instalar um projeto de captura, queima e geração de energia elétrica, uma vez que quanto maior o volume de resíduos orgânicos depositados em um único aterro, maior a geração de gás metano, além de possibilitar a implantação de um projeto de MDL. Assim, a formação de consórcios é positiva e deve ser incentivada. A união dos diversos recursos de municípios a partir da formação de consórcios públicos objetivando solução comum para reduzir, mitigar ou eliminar problemas de gestão de resíduos sólidos urbanos tem mostrado tendência eficiente e pode ser uma boa prática especialmente para municípios com populações inferiores a habitantes. Entretanto, em termos políticos, são muitas as dificuldades em se reunir quatro municípios (às vezes cinco ou mais) para se constituir um Consórcio. A principal dificuldade para a formação de um consórcio é que este parte da premissa de que a melhor solução sempre será a do interesse coletivo e não do interesse individual, pensamento que ainda está longe de ser a constante no cenário político nacional. Outras dificuldades relevantes podem ser listadas como segue: Deixar colocar os resíduos de outros municípios dentro do território municipal; Dividir o poder de comando na contratação do transporte, do tratamento e da destinação final dos resíduos; Ter que se associar a prefeitos de partidos políticos diferentes, com interesses diversificados e, às vezes, conflitantes; Impor mais uma taxa aos munícipes, acarretada pelo repasse dos custos de transporte e destinação dos resíduos. Além destas, sempre haverá a eterna luta pelo comando do consórcio, o que pode levar prefeitos de municípios médios com grandes aspirações políticas a abandonarem a melhor opção de consórcio para poderem liderar um grupo de prefeituras menores. Porém, levando em consideração as dificuldades que os pequenos municípios têm em gerir o complexo sistema de manejo dos resíduos sólidos e, 89/265

90 principalmente, de alavancar recursos para uma obra do porte de um aterro sanitário, vale a pena enfrentar o desafio político para se conseguir implementar um consórcio. Como dito anteriormente, a Secretaria de Estado do Ambiente vem incentivando a criação de consórcios intermunicipais para disposição final de resíduos sólidos desde 2007 com base na Lei Federal n , de 06 de abril de 2005, através do Subprograma Lixão Zero componente do Programa Pacto pelo Saneamento. No Estado do Rio de Janeiro estão montados os consórcios intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos relacionados na tabela a seguir. QUADRO CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS PREVISTOS CONSÓRCIO Baixada Fluminense Lagos 1 Centro Sul Vale do Café Noroeste MUNICÍPIO Belford Roxo Duque de Caxias Mesquita Nilópolis Nova Iguaçu São João de Meriti Araruama Saquarema Silva Jardim Eng Paulo de Frontin Mendes Paracambi Japeri Queimados Vassouras Barra do Piraí Rio das Flores Valença Aperibé Cambuci Cardoso Moreira Italva Itaocara São Fidélis Santo Antônio de Pádua Itaperuna São José de Ubá Lage de Muriaé Bom Jesus de Itabapoana Miracema 90/265

91 CONSÓRCIO Serrana 1 Serrana 2 MUNICÍPIO Porciúncula Natividade Varre-Sai Carmo Sumidouro São J. do Vale do Rio Preto Teresópolis Três Rios Areal Comend. Levy Gasparian Paraíba do Sul Petrópolis Sapucaia FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE / INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE Tendo em vista a fragilidade técnica e econômica que alguns dos municípios consorciados apresentaram, o Estado houve por bem participar temporariamente dos consórcios, dando suporte técnico e financeiro até que os mesmos adquiram sua autossustentabilidade. Entretanto, caso não seja possível montar o consórcio, recomenda-se que se aproveitem as novas concessões técnicas feitas para aterros sanitários de pequeno porte, cujas vantagens já foram objeto de descrição no Volume 5 - Avaliação de Alternativas Tecnológicas GERAÇÃO E TRATAMENTO DE CHORUME NOS ATERROS SANITÁRIOS Conforme abordado anteriormente, 63 municípios do Estado do Rio de Janeiro já encaminham seus resíduos para os 23 aterros licenciados. Porém, uma problemática de todo o aterro sanitário é o tratamento dos efluentes líquidos percolados, tecnicamente conhecidos como chorume, cuja elevada carga orgânica demanda tratamento especial para o seu enquadramento em padrões legais de lançamento. A situação atual dos sistemas de tratamento de chorume nos aterros é a seguinte: 91/265

92 QUADRO SITUAÇÃO ATUAL DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE CHORUME DOS ATERROS ATERRO SANITÁRIO SITUAÇÃO ATUAL DO TRATAMENTO DE CHORUME CTR Barra Mansa CTR Santa Rosa CTR São Gonçalo CTR Santa Maria Madalena Pré-Tratamento + ETE Águas de Niterói (E07/501886/09) Pré-Tratamento + ETE Águas de Niterói (E07/501886/09) Pré-Tratamento + ETE Águas de Niterói (E07/501886/09) Recirculação Aterro de Macaé Acumulação + Recirculação Aterro de Campos Aterro de Piraí ETE Imperial (E07/202242/07) Fitoremediação + Recirculação CTR Belford Roxo ETE Sarapuí CTR Dois Arcos (São Pedro da Aldeia) ETE Pró-Lagos (E07/203562/03) CTR Itaboraí ETE Icaraí (E07/501886/09) Aterro de Nova Friburgo UTC + Recirculação Aterro de Miguel Pereira ETDI Gaiapan (Haztec) CTR Nova Iguaçu ETC Aterro de Rio das Ostras Geobags Aterro de Sapucaia ETE Palatinato (E07/202092/01) 92/265

93 ATERRO SANITÁRIO SITUAÇÃO ATUAL DO TRATAMENTO DE CHORUME Aterro de Teresópolis Geobags +Lagoa + Polímero Aterro de Vassouras Recirculação CTR Angra dos Reis Geobags +Lagoa + Polímero Aterro de Paracambi Recirculação Aterro de Niterói ETE Icaraí (E07/501886/09) Aterro de Bongaba (Magé) Geobags +Lagoa + Polímero Aterro de Barra do Piraí Recirculação Aterro de Pedro do Rio (Pettrópolis) ETE Palatinato (E07/202092/01) FONTE: INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE - INEA Segundo previsto nos projetos, as vazões de chorume dos aterros sanitários são as seguintes: QUADRO VAZÕES DE CHORUME PROJETADAS ATERRO SANITÁRIO VAZÃO DE CHORUME PROJETADA (L/S) CTR Barra Mansa Não encontrado CTR Santa Rosa 280m³ /dia CTR São Gonçalo 60m³ /dia 93/265

94 ATERRO SANITÁRIO CTR Santa Maria Madalena VAZÃO DE CHORUME PROJETADA (L/S) Não encontrado Aterro de Macaé Não encontrado Aterro de Campos 6 m³ /dia Aterro de Piraí 22,46m³ /dia CTR Belford Roxo 127 m³ /dia CTR Dois Arcos (São Pedro da Aldeia) Não encontrado CTR Itaboraí Não encontrado Aterro de Nova Friburgo 40m³ /dia -70m³/dia Aterro de Miguel Pereira 44,93 m 3 /dia CTR Nova Iguaçu 600 m 3 /dia Aterro de Rio das Ostras Não encontrado Aterro de Sapucaia Não encontrado Aterro de Teresópolis Não encontrado Aterro de Vassouras 8,4 m 3 /dia CTR Angra dos Reis 32,05 m 3 /dia 94/265

95 ATERRO SANITÁRIO VAZÃO DE CHORUME PROJETADA (L/S) Aterro Paracambi Não encontrado Aterro de Niterói Não encontrado Aterro de Bongaba (Magé) 108m 3 /dia Aterro de Barra do Piraí Não encontrado Aterro de Pedro do Rio (Petrópolis) Não encontrado GERAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DO BIOGÁS No Brasil, por conta da matriz energética estar fundamentada na energia hídrica, as tecnologias alternativas de geração de energia elétrica nunca foram incentivadas. Somente agora, em face dos recentes apagões verificados no sistema matricial é que a viabilidade de implementação de outros tipos de tecnologias começou a ser estudada. Em paralelo, o próprio setor privado manifestou interesse limitado em tais investimentos oriundos de fontes diversas das tradicionais por conta de uma série de particularidades, tais como: o elevado custo do capital nacional; a limitada capacidade para o desenvolvimento de projetos de financiamento externo; as limitadas fontes de pesquisas tecnológicas; e as restrições de barreiras regulatórias, principalmente porque as fontes renováveis (como no caso do biogás) geralmente transitam por diversos âmbitos da administração pública. Os investimentos em energia renovável apresentam, em sua maioria, custos superiores aos necessários para a adoção de fontes tradicionais. Não obstante, invariavelmente as energias renováveis trazem consigo externalidades positivas 95/265

96 passíveis de serem mensuradas, como o desenvolvimento das áreas econômica e social. Adicionalmente, investimentos na geração de energia que se utiliza do biogás como fonte combustível podem ser viáveis economicamente devido à apropriação de receitas oriundas da venda da energia elétrica e da comercialização dos créditos de carbono, embora este último mercado esteja em queda. Nesse contexto, incentivos públicos para a elaboração e implantação de projetos de recuperação e queima de biogás são justificáveis sob a ótica do desenvolvimento sustentável. Portanto, para a viabilização destes projetos, a municipalidade a quem compete prestar o serviço de limpeza urbana e a coleta dos resíduos sólidos urbanos pode: explorar diretamente a utilização desses resíduos na atividade de geração de eletricidade a partir da queima do biogás, assumindo o papel de empreendedor; conceder a terceiros, por meio de devido processo licitatório, o direito de utilizar os resíduos sólidos. O papel da municipalidade neste caso restringe-se ao de conceder o direito de exploração, por terceiros, dos resíduos sólidos ou da fração orgânica desses resíduos, uma vez que a concessão, autorização ou permissão dos serviços de eletricidade, entre os quais se inclui a geração de energia elétrica, é de competência da União. Para a produção de eletricidade em uma usina térmica movida a biogás, tanto a municipalidade, como o terceiro, no caso de se fazer a concessão do direito de explorar os resíduos sólidos urbanos, podem organizar-se como autoprodutor, ou como produtor independente de energia. No caso do autoprodutor, a eletricidade gerada tem como finalidade atender, parcial ou totalmente, as necessidades de consumo do próprio produtor, podendo não obstante ser autorizada pela ANEEL a venda de eventuais excedentes de energia, na forma do inciso IV do art. 26 da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de Assim, caso a municipalidade explore diretamente, a produção de eletricidade destinar-se-á a suprir parcial ou totalmente suas necessidades de consumo, não sendo objeto de comercialização, exceto no que tange à existência de eventuais excedentes que, sob a autorização prévia da ANEEL, poderão ser comercializados. 96/265

97 No caso de terceiros, a produção igualmente destinar-se-á a suprir suas necessidades de consumo e eventualmente pode ser comercializado o excedente de produção de energia sobre o consumo. No caso de produtor independente, a geração de eletricidade destina-se à finalidade de venda, seja no ACR - Ambiente de Contratação Regulada, seja no ACL - Ambiente de Contratação Livre. Tanto o autoprodutor como o produtor independente, que utilizam fonte térmica (exceto nuclear), deve solicitar autorização à ANEEL, no caso de potência superior a 5 MW, ou apenas comunicar à ANEEL, para registro, no caso de uma usina com capacidade reduzida (até 5 MW), nos termos da Lei nº 9074/95 e observado o disposto na Resolução nº 390 de 15 de dezembro de Observe-se que, só na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (que descarta um montante de aproximadamente 3 milhões de toneladas de matéria orgânica por ano) há uma disponibilidade energética anual de, pelo menos, 80 MW. Embora não existam instalações no Estado do Rio de Janeiro para se gerar energia a partir do biogás, existem unidades que visam o aproveitamento direto do biogás. A mais antiga destas unidades se baseou no Projeto de Aproveitamento do Biogás de Aterro Sanitário de Nova Iguaçu, elaborado pela Nova Gerar (Brazil Nova Gerar Landfill Gas to Energy Project). Este projeto, pioneiro em aproveitar recursos advindos das negociações no âmbito da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima e seu Protocolo de Quioto, teve como objetivo inicial viabilizar o uso de biogás de aterro como fonte energética. Originalmente o projeto previa reduzir mil t de gás carbônico equivalente (CO 2 eq) em 21 anos ao gerar, de forma líquida, 654 mil MWh de energia elétrica neste período, porém, o projeto não foi implementado. Já a unidade do Aterro de Gramacho, gerida pela empresa Novo Gramacho Energia Ambiental, tem concessão para explorar o biogás gerado pelo período de 15 anos. Ao longo deste período, a empresa espera gerar cerca de 160 milhões de m³ de biogás por ano, equivalente ao consumo de gás natural da cidade do Rio de Janeiro no mesmo período. Todo o gás gerado será vendido para a Refinaria Duque de Caxias REDUC da Petrobrás e será transportado diretamente através de um gasoduto do aterro para as instalações da REDUC, conforme descrito no projeto Gramacho Landfill Gas Project. Para isso, estão sendo aplicados cerca de 90 milhões de reais, tanto para o transporte, como para a implantação do sistema de purificação do gás, não havendo previsão de geração de energia elétrica a partir do gás tratado. 97/265

98 Estes dois projetos, juntos, devem gerar mais de 1,2 milhões de Certificados de Redução de Emissões (CRE), também conhecidos como Créditos de Carbono, dos quais 50% já foram negociados. Entretanto, convém salientar que projetos de recuperação de gás de aterro e de geração de energia por combustão do gás devem estar atrelados a uma política de destinação otimizada de resíduos sólidos. Considerando-se o balanço energético de uma gestão de resíduos que englobe coleta seletiva, reuso e reciclagem de materiais e captação de gás de aterro para fins energéticos, vê-se que tal balanço é fortemente positivo, pois soma a economia de energia advinda da produção de bens a partir de matéria prima reciclada com a geração de energia propriamente dita. A participação da geração de energia por uso de resíduos sólidos no Brasil ainda é muito tímida, não chegando a ser explicitada no Balanço Energético Nacional BEN. No âmbito do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), apesar de estar prevista a compra da eletricidade a partir do biogás de aterro sanitário, nenhum projeto foi apresentado. Porém, segundo empresas do setor, o índice de nacionalização exigido pelo PROINFA é muito alto, sendo proibitivo para o setor. Além disso, a maior parte dos interessados achou o preço oferecido muito baixo. Da mesma forma, a exigência de que os créditos de carbono gerados em projetos com o financiamento do PROINFA fossem atribuídos à Eletrobrás certamente pesou na evasão dos investidores. A título precário de comparação, na Comunidade Europeia, os governos garantem preços subsidiados para a energia gerada por biogás, preços estes semelhantes aos pagos por energia eólica. Tal procedimento fez com que a capacidade instalada de produção de eletricidade desta modalidade atingisse 24% da eletricidade produzida entre as diversas fontes de biomassa. Assim, políticas de incentivo devem ser melhoradas para contemplar de maneira mais eficaz o aproveitamento energético dos RSU, de forma a viabilizá-la economicamente ASPECTOS ECONÔMICOS DA GESTÃO DOS RSU ASPECTOS GERAIS Nesta seção, busca-se apresentar alguns itens relacionados à economia da gestão dos RSU. Devido a esta questão não ser abordada de forma detalhada pela PNSB nem por outros documentos oficiais, os dados apresentados foram 98/265

99 todos retirados da série histórica do SNIS publicada pelo Ministério das Cidades, apesar da fragilidade destas informações, já comentada em tópico anterior. Porém, antes de se passar à apresentação das informações disponíveis, cabe salientar que a principal causa encontrada para a ausência de dados confiáveis está na dificuldade que os municípios, notadamente os de pequeno porte, têm em apropriar corretamente os custos relativos à gestão dos resíduos sólidos. Muitas vezes esta dificuldade se relaciona com a necessidade de se ratear equipamentos e até mesmo mão de obra entre diversos órgãos municipais. O caso mais comum encontrado por este diagnóstico, a título de exemplo, foi o uso do veículo que efetua a coleta dos resíduos domiciliares em outras atividades municipais, como transportando terra e materiais de construção para a Secretaria de Obras. Outro exemplo é o uso de garis para realizar tarefas fora do escopo da limpeza urbana, o que dificulta a aferição do rateio de custos, falseando as informações fornecidas. Devido à sua complexidade, a gestão dos RSU pode representar despesas significativas para os governos locais. Esta despesa tende a variar de acordo com as características do município (tamanho, relevo, distância até o local de disposição final) e a qualidade do serviço prestado (coleta seletiva de materiais recicláveis, coleta de resíduos volumosos, frequência da coleta e da varrição e outros). O tamanho da amostra e a qualidade dos dados apresentados pelo SNIS, todavia, não permitem uma avaliação qualitativa muito aprofundada. Entretanto, cabe frisar que as várias etapas da gestão de resíduos sólidos, incluindo o aspecto econômico-financeiro, serão mais bem abordadas no documento relativo ao Sistema de Informações e no relatório Arranjos Financeiro e Orçamentário. Considerando uma amostra de 256 municípios, a despesa com manejo de RSU corresponde em média a 5,3% das despesas correntes das prefeituras. Este valor também é verificado para a amostra dos municípios médios e grandes, sendo, porém, um pouco inferior nos municípios pequenos 4,2%. O quadro a seguir apresenta os valores médios das despesas com os serviços de manejo de RSU para QUADRO VALORES MÉDIOS DAS DESPESAS COM OS SERVIÇOS DE MANEJO DE RSU PARA 2008 TAMANHO DOS MUNICÍPIOS GESTÃO COMPARTILHADA DESPESAS COM O SERVIÇO DE MANEJO DE RSU (R$/HAB) GESTÃO PÚBLICA GESTÃO PRIVADA Pequenos 44,18 40,74 53,03 Médios 54,74 41,81 46,35 99/265

100 Grandes 84,32 56, M É D I A G E R A L 67,09 45,39 46,79 FONTE: IPEA, RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE RSU, As informações obtidas mostram um aumento das despesas de acordo com o tamanho dos municípios. Esta tendência, em princípio, poderia ser associada a um aumento dos custos logísticos ou à melhoria da qualidade dos serviços prestados nas cidades maiores. Por exemplo, normalmente a varrição e capina em cidades grandes é realizada com mais frequência que em cidades pequenas. Por sua vez, um valor menor nas cidades pequenas também poderia ser explicado por um controle menos rigoroso dos custos, devendo tal informação ser avaliada em estudos futuros. Com relação à natureza dos agentes, os dados indicam que nos três grupos de municípios existe uma predominância da divisão de atividades entre agentes públicos e agentes privados. Considerando a atuação exclusiva de um grupo, existe uma predominância de agentes públicos em municípios pequenos e de agentes privados em municípios médios e grandes. Comparando a atuação exclusiva de cada grupo nos tipos de município, as despesas são mais elevadas quando desempenhadas por agentes privados, mas estas despesas mais elevadas estão intrinsecamente associadas a uma melhor qualidade na prestação dos serviços acarretada por um maior grau de exigência por parte dos governos locais após a concessão do serviço. Para complementar as informações sobre despesas com manejo de RSU, o quadro a seguir apresenta dados relativos apenas às despesas com coleta de materiais. Para a construção desta tabela, seguiu-se o mesmo raciocínio da tabela anterior, apresentando-se, a princípio, as informações de todos os municípios e, depois, separando-se aqueles cuja coleta é exclusivamente pública daqueles cuja coleta é exclusivamente privada. QUADRO VALORES MÉDIOS DAS DESPESAS COM OS SERVIÇOS DE COLETA DE RSU PARA 2008 TAMANHO DOS MUNICÍPIOS GESTÃO COMPARTILHADA DESPESAS COM O SERVIÇO DE COLETA DE RSU GESTÃO PÚBLICA GESTÃO PRIVADA (R$/HAB) (R$/T) (R$/HAB) (R$/T) (R$/HAB) (R$/T) Pequenos 21,28 39,06 15,73 32,77 22,50 62,75 Médios 24,15 67,37 21,69 49,89 23,20 74,99 Grandes 40,70 90,82 10,10 31,01 60,25 167,50 M É D I A G E R A L 32,24 78,07 18,29 43,29 39,71 118,88 FONTE: IPEA, RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE RSU, /265

101 Os dados da amostra obtida do SNIS sugerem uma predominância de agentes públicos na coleta em municípios pequenos e de agentes privados em municípios médios. Quanto aos municípios grandes, a coleta tende a ser desenvolvida por ambos os agentes. Com relação aos valores, do ponto de vista da amostra total, também se percebe um aumento do preço de acordo com o tamanho dos municípios, ou seja, a coleta em municípios grandes seria mais onerosa que em municípios médios e pequenos. Na comparação entre serviços prestados por agentes públicos e agentes privados, os dados sugerem, novamente, que as despesas com agentes privados seriam mais elevadas que as despesas com agentes públicos. Da mesma forma que no caso da gestão dos RSU, esta tendência estaria associada a uma melhor qualidade na prestação dos serviços acarretada por um maior grau de exigência por parte dos governos locais após a concessão do serviço ASPECTOS TRIBUTÁRIOS Conforme já mencionado, a gestão dos RSU, devido à sua complexidade e estrutura, apresenta grande necessidade de recursos financeiros, seja para investimentos compra de caminhões e instalação dos aterros sanitários, seja para custeio das operações, como pagamento de pessoal e aquisição de material de consumo. Apesar dessa necessidade, em muitos locais é comum a oferta do serviço à população, sem cobrança direta. Em geral, taxas de limpeza pública são embutidas nos impostos prediais e territoriais e acumuladas no tesouro municipal, embora nem sempre sejam coerentes com os gastos reais. Seu uso, portanto, é decidido durante a votação do orçamento pelas câmaras municipais, o que nem sempre garante que estes recursos tenham a utilização prevista originalmente. Além de gerar receita, a cobrança por esses serviços poderia servir de meio para transmitir mensagens à sociedade e educar a população quanto à necessidade de se reduzir a quantidade de resíduos gerados. Entretanto, quando a cobrança está embutida nos impostos territoriais, por exemplo, perde-se esse fator educativo. O sentimento de que gerenciar os RSU não custa nada propicia o aumento da geração dos mesmos. Além disso, o custo marginal é inexistente. Gerando muito resíduo ou não, as pessoas pagam o mesmo valor. 101/265

102 Com esse objetivo, diversos países por exemplo, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo e Nova Zelândia cobram pela coleta de resíduos. Tais cobranças visam não apenas financiar o sistema, mas também incentivar a população a produzir menos resíduos. Esta cobrança, usualmente, recai apenas sobre os resíduos que são encaminhados para aterros ou incineradores, enquanto os resíduos coletados para posterior reciclagem não são cobrados. Esta arrecadação diferenciada também procura incentivar as pessoas a participarem dos programas de coleta seletiva. Todavia, embora a cobrança pelo serviço de coleta de resíduos gere benefícios financeiros e educativos, ela também apresenta alguns riscos e problemas. O primeiro problema seria fruto das nossas condições socioculturais, ou seja, a cobrança por coleta de resíduos aumentaria a disposição ilegal, uma vez que isto reduziria os valores pagos na forma de tarifa. Embora experiências internacionais demonstrem que uma fiscalização inicial efetiva diminua a chance de disposição ilegal, o histórico da gestão de RSU no Brasil demonstra que o controle é muito frágil no país para se esperarem resultados semelhantes. Em segundo lugar, a cobrança de tarifas tende a tornar o gerenciamento mais complexo e a aumentar o custo administrativo do sistema. Além disso, pode haver aumento da irregularidade no fluxo de caixa. Na projeção deste, deve-se levar em consideração que o objetivo dos programas é reduzir a quantidade de resíduos, o que significa redução da receita. Independente das experiências internacionais, a implantação de sistemas de cobrança pela gestão de resíduos sólidos no Brasil vinha, historicamente, sendo dificultada por questões legais, principalmente devido à dificuldade de criar novos impostos ou de caracterizar a coleta de resíduos como serviço passível de cobrança por taxas ou tarifas. Uma das estratégias de estimular a criação de sistemas de cobrança veio através da Lei Federal n /2007, que definiu a possibilidade de remuneração mediante cobrança dos serviços de saneamento básico, incluindo limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, na forma de taxas, tarifas e outros preços públicos. Para garantir que diferentes formas de tributação fossem experimentadas, o texto da lei define que as taxas e tarifas poderão considerar nível de renda, características dos lotes urbanos e peso ou volume médio coletado por habitante ou domicílio. O diagnóstico realizado pela UERJ indicou que 100% dos municípios fluminenses cobravam pelo serviço de limpeza pública ou coleta de resíduos; todos eles através do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). 102/265

103 Embora a instalação de sistemas de cobrança seja importante, por si só ela não é suficiente para garantir a viabilidade econômica dos sistemas de gestão de RSU. Além de ser implantada, ela precisa ser eficaz e eficiente, sendo necessária a profissionalização destes sistemas e o correto controle financeiro e operacional. Em 2008, dos 152 municípios que responderam ao SNIS que realizavam algum tipo de cobrança pelo serviço de gestão de RSU, apenas dezenove (12,5%) apresentaram resultado positivo, sendo todos os demais deficitários. Esta realidade, que se aplica na íntegra aos municípios fluminenses, indica a clara necessidade de melhorar os sistemas de custeio e cobrança pelos serviços de gestão de RSU. Portanto, apesar de a cobrança pela gestão de resíduos sólidos parecer equacionada do ponto de vista legal, existe uma série de desafios práticos a serem superados. A este respeito, recomenda-se que seja desenvolvido um sistema de cálculo da taxa de manejo dos RSU que, levando em consideração todos os custos ligados aos RSU e à limpeza urbana, permita que estes custos sejam rateados pela população, eliminando a possibilidade de déficit público, conforme se proporá em relatório futuro (ver Arranjo Financeiro e Orçamentário). No rateio destes custos, sugere-se que a população de maior renda (que é a responsável pela geração de maior volume de resíduos) se responsabilize por um valor mais elevado, subsidiando a população de baixa renda que não teria recursos para arcar com as despesas do manejo de seu resíduo. Por fim, recomenda-se que seja feita a capacitação dos gestores municipais responsáveis pelo gerenciamento dos custos dos serviços de manejo dos RSU e atividades de limpeza urbana, de forma a garantir que as atividades relacionadas aos resíduos sólidos não sejam deficitárias CUSTOS DA DESTINAÇÃO FINAL As informações referentes aos custos de disposição final são escassas nas pesquisas existentes no Brasil. Assim, para o levantamento dos custos despendidos com a disposição final dos resíduos sólidos domiciliares foi utilizada a base de dados do SNIS. É importante destacar que no SNIS nem todos os municípios respondem a todas as perguntas, sobretudo no que diz respeito aos gastos. Sendo assim, o levantamento de custos com a disposição final de resíduos foi levantado a partir da média dos dados existentes referentes às publicações da série histórica do SNIS resíduos sólidos entre 2003 e /265

104 Estas limitações levaram à criação do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos - SINIR e à proposição de um Sistema de Informações simplificados, cujas diretrizes são apresentadas no Volume 9 - Sistema de Informações. O quadro, a seguir, apresenta os valores de disposição final dos resíduos em lixão, aterro controlado e aterro sanitário, respectivamente, para o ano de Para a elaboração desta tabela foram excluídos os dados que extrapolavam a ordem de grandeza dos custos de disposição. UNIDADE DE ANÁLISE QUADRO CUSTOS PARA DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS CUSTO DA DESTINAÇÃO FINAL EM 2008 (R$/T) LIXÃO ATERRO CONTROLADO ATERRO SANITÁRIO Todas as Operadoras 13,09 22,26 41,37 Empresas Privadas 12,68 21,76 43,60 Prefeituras 13,50 26,80 20,02 Consórcios ,16 Outros ,60 FONTE: IPEA, RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE RSU, Como esperado, tem-se que o custo de disposição em aterros sanitários é mais elevado que o custo em aterros controlados, por sua vez mais oneroso que a operação de lixões. Cabe ressaltar que é insuficiente utilizar apenas o custo de disposição para avaliar o melhor modelo para gerenciar a disposição final dos resíduos. É preciso conhecer também em quais condições os resíduos estão sendo aterrados. Verifica-se também que o custo da disposição final é mais elevado quando o aterro sanitário é operado por empresa privada. Novamente, isto se deve à melhor qualidade operacional das empresas privadas sobre os órgãos públicos, associada a um melhor controle dos custos operacionais. No quadro, a seguir, apresenta-se o custo médio por tonelada para disposição de resíduos em aterros sanitários considerando o porte do município, no período entre 2004 e 2008, enquanto a Figura 28 representa graficamente as informações constantes da tabela. QUADRO EVOLUÇÃO DOS CUSTOS DE DESTINAÇÃO FINAL EM ATERROS SANITÁRIOS EVOLUÇÃO DOS CUSTOS DE TAMANHO DOS MUNICÍPIOS DESTINAÇÃO FINAL EM ATERROS SANITÁRIOS (R$/T) Pequenos 38,63 36,08 61,22 54,08 54,25 Médios 19,24 23,70 29,48 28,12 35,46 104/265

105 Grandes 17,05 21,09 25,67 20,70 33,06 M É D I A G E R A L 21,83 25,40 30,71 30,63 40,37 FONTE: MINISTÉRIO DAS CIDADES, SNIS, 2004 A FIGURA EVOLUÇÃO DOS CUSTOS DE DESTINAÇÃO FINAL EM ATERROS SANITÁRIOS (R$/T) A partir da análise da tabela e do gráfico anteriores, verifica-se que há uma redução no custo por tonelada de resíduos aterrados quanto maior a quantidade a ser aterrada, apontando o ganho de escala conforme o porte do município. Por outro lado, o gráfico revela que os custos unitários sobem com o passar dos anos. Isto se deve ao fato de que o nível de exigência dos órgãos ambientais, no que toca ao processamento dos resíduos sólidos, vem crescendo a cada ano que passa. Levantamento recente efetuado pela equipe da Ecologus revelou os seguintes valores praticados na destinação final dos RSU: São Gonçalo: R$ 52,00/t; Vitória: Niterói: Maceió: R$ 53,00/t; R$ 55,00/t; R$ 61,00/t; Região Metropolitana de Curitiba: R$ 73,00/t; 105/265

106 Região Metropolitana de Florianópolis: R$ 85,00/t A FIGURA DO GRANDE GERADOR Como se frisou em relatório específico, a utilização da figura do Grande Gerador traz incontestáveis e irrefutáveis vantagens para o órgão municipal de limpeza urbana e a maior destas vantagens é a redução em cerca de 20% de seus custos operacionais. Porém, a vantagem econômica não se restringe somente aos custos operacionais. Ao criar a figura do GG, a Prefeitura pode conceder à empresa responsável pela operação do aterro sanitário o direito de ter como receita acessória o faturamento da disposição final dos RSU gerados pelos GG e, desta forma, baratear o valor da destinação final dos resíduos municipais. Tal procedimento foi adotado por muitos anos pela Prefeitura de Nova Iguaçu que permitia à Haztec receber os GG do Rio de Janeiro a preços entre R$ 50,00 e R$ 60,00 por tonelada, viabilizando o custo de destinação final dos resíduos de Nova Iguaçu por apenas R$ 32,00 a tonelada COMENTÁRIOS FINAIS Antes de se passar às conclusões que podem ser extraídas do material levantado, convém frisar que a estratégia adotada pela Secretaria Estadual do Ambiente SEA de erradicar os lixões fluminenses, fomentando a criação de Centros de Tratamento de Resíduos aptos a beneficiar diferentes tipos de resíduos, vem de encontro, ou melhor, antecipa a estratégia maior do Governo Federal. Segundo as informações constantes do site da própria SEA, em menos de 2 anos, a quantidade de RSU destinada a aterros sanitários passou de t/dia em 2010, para o valor de t/dia em 2012, representando um acréscimo mais de 80% do total de resíduos com dispostos adequadamente. Ainda segunda a SEA, atualmente menos de 8% dos RSU gerados no Estado são descartados em lixões, onde a expectativa é de que a meta de se erradicar com este arcaico método de disposição final seja alcançada até 2014, onde também estabeleceu-se como meta a remediação dos antigos vazadouros até o ano de Para se ter uma ideia do tamanho deste problema, estudos conduzidos pela empresa operadora do Aterro de Gramacho identificaram várias áreas degradadas no seu entorno que serviam, à época, como aterros clandestinos para a retirada de materiais recicláveis. 106/265

107 Mas o equacionamento da gestão dos RSU engloba ainda o controle das novas unidades implantadas, pois, como é sabido no meio técnico, basta um leve descuido para se transformar um aterro sanitário em um lixão. Sendo assim, recomenda-se fortemente que se dê início imediato à implementação de um sistema de controle e avaliação das áreas de destinação final dos RSU, com o objetivo de se impedir a involução deste programa. A este respeito, cabe menção ao trabalho elaborado pela equipe técnica que realizou o diagnóstico anterior, e que foi anexado integralmente ao presente trabalho (ver Anexo 3). Sugere-se que este trabalho seja atualizado e aplicado, de forma a se estabelecer um Índice de Qualidade de Destinação Final para cada um dos locais de disposição final em operação no Estado do Rio de Janeiro CONCLUSÕES ASPECTOS GERAIS Um primeiro aspecto que precisa ser considerado da gestão dos RSU geral é sua viabilidade econômica. Conforme mencionado anteriormente, apesar da totalidade dos municípios estarem cobrando pelo serviço de gestão dos RSU, ainda é necessário que esta gestão seja aprimorada, bem como os sistemas de custeio e gestão financeira, de forma que tais serviços deixem de ser deficitários. Em segundo lugar, considerando questões associadas à coleta de resíduos, parecem ser necessárias duas iniciativas principais. A princípio, o desenvolvimento de programas específicos para estimular a coleta regular em áreas rurais, de forma a minimizar a diferença percebida entre coleta em domicílios urbanos e rurais (como sugerido no Diagnóstico dos Resíduos Agrossilvopastoris). Do ponto de vista da coleta seletiva, os dados disponíveis sobre a participação dos programas oficiais indicaram uma contribuição consideravelmente inferior àquela estimada para a coleta informal e para a reciclagem pré-consumo, sendo necessária a ampliação de tais programas. Neste sentido, recomenda-se que se proceda à consolidação dos programas de coleta seletiva nas cidades de grande porte e sua expansão nas cidades de médio e pequeno porte. Ao longo deste estudo, um dos grandes problemas identificados foi a incompatibilidade entre os dados disponibilizados pelos representantes setoriais e as informações coletadas nos órgãos de saneamento. Desta forma, recomendase que políticas, programas e estatísticas sobre reciclagem passem a considerar todo o ciclo de vida dos produtos, em vez de tratá-los de forma separada. 107/265

108 Porém, sugere-se que a adoção de políticas estaduais neste setor seja precedida de um amplo debate com os atores responsáveis pela produção das estatísticas relacionadas ao ciclo de vida dos produtos (produção, consumo aparente, descarte, reciclagem e outros), de forma a buscar-se uma base única de informação, a qual permita não apenas a formulação de políticas adequadas, mas também o monitoramento dos resultados de tais políticas. Em termos de controle e fiscalização, atividades imprescindíveis para o sucesso das políticas estabelecidas, não se pode deixar de mencionar as limitações de recursos materiais com que o órgão de controle ambiental tem que lidar diariamente nas suas tarefas cotidianas. Dentre outras necessidades, sugere-se que se proceda à implementação de um banco de dados que permita à equipe técnica do INEA efetuar o controle e a fiscalização das atividades de gestão dos RSU de forma eficaz e eficiente. Por fim, não se pode deixar de reforçar outras recomendações entre elas: incentivar a utilização da figura do Grande Gerador de modo a desonerar os cofres públicos e viabilizar a gestão dos resíduos municipais; capacitar as equipes técnica e administrativa dos órgãos municipais através de cursos (preferencialmente cursos a distância) que permitam aos gestores conhecer em detalhes o conjunto das atividades ligadas à gestão dos RSU, tanto em termos técnicos, como em termos econômicos, sociais e ambientais; prestar apoio técnico e orientação sobre as atividades de manejo dos RSU e de limpeza urbana, seja diretamente ou através do Consórcio ao qual o município está integrado; disponibilizar assessoria jurídica que permita aos prefeitos efetuar a melhor forma de cobrança, para o seu município, da gestão dos RSU, evitando repercussões negativas da mídia, da população ou de grupos políticos; estabelecer incentivos econômicos para os estabelecimentos comerciais que adiram voluntariamente ao programa de coleta seletiva e que participem ativamente do fluxo da logística reversa ASPECTOS ESPECÍFICOS Além dos pontos levantados ao longo do texto apresentado, cabem ainda as seguintes recomendações: Quanto à compostagem: 108/265

109 incentivar, inclusive economicamente, os municípios que procederem à compostagem em suas áreas de tratamento de RSU; é de fundamental importância que se crie um mercado fixo para o composto, através de leis estaduais e municipais que obriguem o uso do composto orgânico nas praças e gramados públicos e concedendo incentivos fiscais para quem processar os resíduos; estabelecer, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Pecuária, programas de utilização do composto gerado nas áreas de tratamento, do tipo Horta Comunitária e outros similares, de forma a empregar e gerar renda para a mão de obra de baixa qualificação; adotar medidas simplificadoras para o licenciamento ambiental de pequenas unidades de compostagem, de forma semelhante ao que foi proposto para os aterros sanitários de pequeno porte. Quanto à erradicação dos lixões: manter o aporte financeiro e o apoio operacional aos municípios que ainda operam lixão para a correta gestão de seus resíduos, principalmente no que concerne a destinação final, conforme repasse de recursos através do Programa Compra de Lixo Tratado; incentivar os municípios que operam aterros controlados a fazer o seu encerramento e iniciar a implantação de aterros sanitários. Quanto à disposição final: implementar um sistema de controle e avaliação das áreas de destinação final dos RSU em todo o Estado; continuar a incentivar os municípios pequenos a realizar a disposição final dos resíduos por meio de consórcios, de forma a reduzir seus custos em função do ganho em escala. Entretanto, este incentivo deve estar abalizado por estudos prévios sobre a viabilidade de transporte dos resíduos e a ociosidade de equipamentos utilizados nestes municípios pequenos, comparando a solução de se transportar o resíduo com a solução de se implantar um aterro de pequeno porte no próprio município, que seria operado e administrado pelo mesmo consórcio, de forma a assegurar o controle de qualidade da disposição dos resíduos. que os consórcios promovam de otimização do destino final dos resíduos sólidos de pequenos municípios, como, por exemplo, a viabilidade da implantação de aterros sanitários de pequeno porte como alternativa para os municípios que produzam até 20 t/dia; 109/265

110 que o estado adote medidas simplificadoras para o licenciamento ambiental de aterros sanitários de pequeno porte. 110/265

111 2.15. ANEXOS 111/265

112 ANEXO 1 RELAÇÃO DE MUNICÍPIOS DE ACORDO COM O TAMANHO DA POPULAÇÃO URBANA Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 112/265

113 QUADRO :MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) Aperibé Areal Armação dos Búzios Arraial do Cabo Barra do Piraí Bom Jardim Bom Jesus do Itabapoana Cachoeiras de Macacu Cambuci Cantagalo Carapebus Cardoso Moreira Carmo Casimiro de Abreu Comendador Levy Gasparian Conceição de Macabu Cordeiro Duas Barras Eng. Paulo de Frontin Guapimirim Iguaba Grande Italva Itaocara Itaperuna Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 113/265

114 MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) Itatiaia Japeri Laje do Muriaé Macuco Mangaratiba Mendes Miguel Pereira Miracema Natividade Paracambi Paraíba do Sul Paraty Paty do Alferes Pinheiral Piraí Porciúncula Porto Real Quatis Quissamã Rio Bonito Rio Claro Rio das Flores Santa Maria Madalena Santo Antônio de Pádua /265

115 MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) São Fidélis São Francisco de Itabapoana São João da Barra São José de Ubá São José do Vale do Rio Preto São Pedro da Aldeia São Sebastião do Alto Sapucaia Saquarema Seropédica Silva Jardim Sumidouro Tanguá Trajano de Morais Três Rios Valença Varre-Sai Vassouras T O T A L /265

116 QUADRO :MUNICÍPIOS DE MÉDIO PORTE MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) Angra dos Reis Araruama Barra Mansa Belford Roxo Cabo Frio Campos dos Goytacazes Duque de Caxias Itaboraí Itaguaí Macaé Magé Maricá Mesquita Nilópolis Niterói Nova Friburgo Nova Iguaçu Petrópolis Queimados Resende Rio das Ostras São João de Meriti Teresópolis Volta Redonda /265

117 T O T A L MUNICÍPIOS DE GRANDE PORTE MUNICÍPIOS POPULAÇÃO URBANA (HAB) POPULAÇÃO RURAL (HAB) POPULAÇÃO TOTAL (HAB) Rio de Janeiro São Gonçalo T O T A L /265

118 ANEXO 2 DIN - GERÊNCIA DE PESQUISAS APLICADAS LIXO DOMICILIAR POTENCIALMENTE RECICLÁVEL VS. LIXO DOMICILIAR RECICLÁVEL NA PRÁTICA (MÉTODO P. NAVARRO) Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 118/265

119 Definições: Lixo domiciliar potencialmente reciclável: separados, no Laboratório de Gravimetria da IGP, todos os papéis, papelões, tetra packs, plásticos, vidros e metais, não importando se estão sujos de fezes (papel higiênico), de óleo ou de outras impurezas, se são pequenos pedaços ou cacos de vidro, plásticos ou metais, se são comercializáveis ou não. Lixo domiciliar reciclável na prática: utilizando o método de separação usado no Depósito do Padre Navarro, que consiste em separar materiais que possuem valor para venda às indústrias recicladoras. Para determinar qual a relação existente entre o lixo domiciliar potencialmente reciclável e o lixo domiciliar reciclável na prática, coletamos uma amostra de lixo domiciliar dos bairros da Penha, Mal. Hermes, Taquara, Barra e Recreio (que resultaram em composição semelhante à média do município), que pesou 126,36 kg, da qual separamos os materiais recicláveis na prática (método P. Navarro) e, em seguida, os materiais potencialmente recicláveis. Verificamos que: O percentual (em peso) de materiais potencialmente recicláveis em relação ao peso total da amostra de lixo domiciliar é de 45,00%. O percentual (em peso) de materiais recicláveis na prática (Método P. Navarro) em relação ao peso total da amostra de lixo domiciliar é de 22,81%. Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 119/265

120 QUADRO : COMPONENTES DA AMOSTRA UTILIZADA COMLURB DIRETORIA TÉCNICA E INDUSTRIAL - DIN GERÊNCIA DE PESQUISAS APLICADAS - IGP AMOSTRAS /06/12 28/06/12 28/06/12 28/06/12 28/06/12 COMPONENTES (%) PENHA M. HERMES TAQUARA BARRA RECREIO SOMA PERCENTUAL PAPEL 6,37 1,42 7,00 2,12 4,04 20,95 16,58 PAPELÃO 0,24 0,64 0,42 0,88 0,12 2,30 1,82 TETRA PACK 0,46 0,24 0,24 0,37 0,56 1,87 1,48 TOTAL (PAPEL) 7,07 2,30 7,66 3,37 4,72 25,12 19,88 PLÁSTICO DURO 0,54 2,02 0,48 1,72 1,27 6,03 4,77 PLÁSTICO FILME 2,98 7,22 1,98 0,92 1,76 14,86 11,76 PET 0,52 0,13 0,31 0,58 0,17 1,71 1,35 TOTAL (PLASTICO) 4,04 9,37 2,77 3,22 3,20 22,60 17,89 VIDRO CLARO 0,00 0,22 0,62 1,12 0,46 2,42 1,92 VIDRO ESCURO 0,51 0,61 0,00 1,37 2,25 4,74 3,75 TOTAL (VIDRO) 0,51 0,83 0,62 2,49 2,71 7,16 5,67 MATERIA ORGÂNICA PUTRESCÍVEL 13,25 10,12 11,67 2,48 14,82 52,34 41,42 AGREGADO FINO 1,30 1,38 1,69 2,45 1,53 8,35 6,61 TOTAL (ORGÂNICO) 14,55 11,50 13,36 4,93 16,35 60,69 48,03 METAL FERROSO 0,37 0,13 0,09 0,34 0,65 1,58 1,25 METAL NÃO FERROSO 0,02 0,16 0,20 0,00 0,02 0,40 0,32 TOTAL (METAL) 0,39 0,29 0,29 0,34 0,67 1,98 1,57 PEDRA/AREIA 0,00 0,00 0,00 2,89 0,00 2,89 2,29 LOUÇA / CERÂMICA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TOTAL (INERTE) 0,00 0,00 0,00 2,89 0,00 2,89 2,29 FOLHA/ FLORES 1,05 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05 0,83 MADEIRA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 BORRACHA 0,49 0,84 0,00 0,00 0,00 1,33 1,05 PANO / TRAPO 0,70 1,10 0,49 0,61 0,64 3,54 2,80 COURO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 OSSO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 COCO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 VELA/ PARAFINA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ELETRÔNICO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TOTAL (OUTROS) 2,24 1,94 0,49 0,61 0,64 5,92 4,69 TOTAL GERAL 28,80 26,23 25,19 17,85 28,29 126,36 100,00 120/265

121 FIGURA : RESULTADO DA SEPARAÇÃO DE RECICLÁVEIS Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 121/265

122 CARACTERIZAÇÃO DO LIXO POTENCIALMENTE RECICLÁVEL E RECICLÁVEL NA PRÁTICA Componentes (Kg) PESO (kg) POTENCIALMENTE RECICLÁVEL (1) - separado no Laboratório da IGP RECICLÁVEL NA PRÁTICA (2) - método p. Navarro Papel 20,95 9,61 Papelão 2,30 2,30 Tetra pack 1,87 1,87 Plástico duro 6,03 0,93 Plástico filme 14,86 3,44 PET 1,71 1,71 Vidro claro 2,42 2,42 Vidro escuro 4,74 4,74 Metal ferroso 1,58 1,58 Metal não ferroso 0,40 0,22 TOTAL 56,86 28,82 TOTAL GERAL COLETADO PARA PESQUISA (amostra): 126,36 Kg Percentual em peso de materiais potencialmente recicláveis em relação ao peso total da amostra de lixo domiciliar = 45,00% Percentual em peso de materiais recicláveis na prática (método P. Navarro) em relação ao peso total da amostra de lixo domiciliar = 22,81% Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 122/265

123 ANEXO 3 PLANO ESTADUAL DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PEGIRS - MAIO DE 2010 Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Tomo I 123/265

124 3.1 ÍNDICE DE QUALIDADE DA DESTINAÇÃO FINAL - IQDF Introdução Já foi alertado neste documento sobre a necessidade de se atualizar sempre as informações do Diagnóstico, principalmente no que concerne aos aspectos ambientais ligados aos vazadouros e aos aterros. A explicação para tal recomendação é bastante simples: num país onde a maior parte das prefeituras não dispõe de recursos financeiros para gerir suas principais obrigações (educação e saúde), cuidar do meio ambiente depende da vontade política do Prefeito. Assim, aterros sanitários implantados e operados adequadamente por administrações anteriores, de uma hora para outra passam a verdadeiros lixões exclusivamente por falta de recursos financeiros. Mesmo nas grandes metrópoles, tal fato se reproduz com frequência inacreditável. O Aterro de Gramacho é um exemplo típico. Projetado e construído no ano de 1978 como o primeiro aterro sanitário intermunicipal do Brasil, Gramacho esteve pouco tempo nesta situação. Como as demais municipalidades da Região Metropolitana não contribuíam para compor seu custo operacional, o então Aterro Metropolitano do Rio de Janeiro rapidamente involuiu de aterro sanitário para aterro controlado e deste para um sórdido e tenebroso lixão, chegando a atingir a impressionante quantidade de catadores lixo. E nesta categoria de vazadouro Gramacho se situou desde o ano de 1980 até sua recuperação ambiental, que teve início em Nesta segunda fase, a situação se inverteu, com o vazadouro e seu entorno sendo recuperados ambientalmente e as instalações operacionais mínimas sendo restauradas, como o sistema de coleta e tratamento de chorume e o sistema de drenagem e queima do biogás. Paulatinamente o entorno foi trabalhado, com a integral regeneração do manguezal vizinho; os principais sistemas operacionais, assim como as instalações de apoio, foram ampliados e melhorados, limitados, é óbvio, pelas condições físicas do subsolo constituído de argila orgânica muito mole. Com este enfoque, Gramacho atingiu seu ápice em 2008, com a implantação de um sistema de recuperação e aproveitamento do biogás. Atualmente, devido a condições operacionais extremas vinculadas à sua estabilidade geotécnica, o Aterro de Gramacho está, de novo, num processo 124/265

125 involutivo, talvez até em face de sua curta vida útil, prevista para dezembro deste ano de Portanto, se ao longo dos últimos anos a principal cidade do nosso Estado teve dificuldades em manter seu local de destino final dentro de um padrão de qualidade continuado, é fácil imaginar o que acontece com municípios que não dispõem, nem de recursos financeiros, nem de recursos humanos O Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos - IQA Lançado em 1997 pela CETESB, este índice teve a finalidade precípua de servir para a comparação e aferição das ações de controle e remediação implementadas pela instituição, fornecendo subsídios para os programas da área de resíduos sólidos. Este índice é composto de quatro partes distintas, a saber: Caracterização do Aterro, com informações gerais sobre o empreendimento (esta parte não é utilizada para o cálculo do índice); Características do Local, onde é feita uma avaliação das condições do local escolhido para a implantação do aterro frente a critérios técnicos (esta avaliação é praticamente fixa, sofrendo muito poucas alterações com o tempo); Infraestrutura Implantada, parte que contém uma análise das instalações e recursos implantados, incluindo a forma como foram projetados; Condições Operacionais, onde se avalia a forma com que o aterro vem sendo operado e como se pretende operá-lo até o encerramento. Cada uma destas partes é constituída de um conjunto de informações baseadas em critérios que podem ser técnicos, legais, sociais e ambientais. O índice procura não retratar aspectos econômicos do empreendimento, apesar de muitos dos aspectos técnicos serem função da disponibilidade de recursos. A cada um destes critérios se atribui uma nota que, somada à dos outros critérios, fornece a pontuação de cada parte. Efetuada a avaliação de cada uma das partes, chega-se à pontuação total do aterro que, dividida pela pontuação máxima possível, gera o IQA do aterro. As tabelas a seguir exemplificam como se procede para o cálculo do IQA. 125/265

126 1) CARACTERIZAÇÃO DO ATERRO Município: Localização (endereço): Coordenadas: N = ; E = Área total do terreno: Bacia hidrográfica: Licenciamento Ambiental: ( ) LP; ( ) LI; ( ) LO. Data de início de operação: Quantidade de RSU recebido (t/dia): 126/265

127 2) CARACTERÍSTICAS DO LOCAL PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Capacidade de Suporte do Solo Adequada 5 Inadequada 0 Baixa 5 Permeabilidade do Solo Média 2 Alta 0 Proximidade de Núcleos Habitacionais Proximidade a Corpos d'água > 500 m 5 < 500 m 0 > 200 m 3 < 200 m 0 > 3,0 m 4 Profundidade do Lençol Freático 1,0 < d < 3,0 2 < 1,0 m 0 Suficiente 4 Disponibilidade de material de cobertura Insuficiente 2 Nenhuma 0 Qualidade do material de cobertura Boa 2 Ruim 0 Boas 3 Condições do sistema viário Acesso Regulares 2 Ruins 0 Isolamento visual da vizinhança Bom 4 Ruim 0 Legalidade da localização Permitida 5 127/265

128 Proibida 0 Subtotal 1 Máximo 40 3) INFRAESTRUTURA IMPLANTADA PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Cercamento da Área Portaria / Guarita Sim 2 Não 0 Sim 1 Não 0 Com balança 2 Controle de Recebimento de Carga Sem balança 1 Sem Controle 0 Acesso à Frente de Trabalho Bom 2 Ruim 0 Permanente 5 Trator de Esteiras ou similar Periódico 2 Inexistente 0 Outros equipamentos Impermeabilização da base Sim 1 Não 0 Sim / Desnec. 5 Não 0 Suficiente 5 Drenagem de chorume Insuficiente 1 Inexistente 0 Drenagem definitiva de águas pluviais Suficiente 4 128/265

129 PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Insuficiente 2 Inexistente 0 Suficiente 2 Drenagem provisória de águas pluviais Insuficiente 1 Inexistente 0 Suficiente 3 Drenagem de gases Insuficiente 1 Inexistente 0 Tratamento de chorume Suficiente 5 Insuf. ou 0 Inexistente Suficiente 3 Monitoramento de águas subterrâneas Insuficiente 1 Inexistente 0 Suficiente 3 Monitoramento de águas superficiais, lixiviado e gases Insuficiente 1 Inexistente 0 Suficiente 3 Monitoramento da estabilidade de maciços e lixo Insuficiente 1 Inexistente 0 Sim 2 Atendimento a estipulações de projetos Parcialmente 1 Não 0 Subtotal 2 Máximo /265

130 4) CONDIÇÕES OPERACIONAIS PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Presença de lixo disperso pelo vento Recobrimento diário do lixo Não 1 Sim 0 Sim 4 Não 0 Adequada 4 Compactação do lixo Inadequada 2 Inexistente 0 Presença de aves Presença de moscas em grande quantidade Queima de lixo Presença de catadores Presença de animais de grande porte Descarga de resíduos de serviços de saúde Descarga de resíduos sólidos industriais perigosos Não 1 Sim 0 Não 2 Sim 0 Não 1 Sim 0 Não 3 Sim 0 Não 3 Sim 0 Não 3 Sim 0 Não 4 Sim 0 Bom 3 Funcionamento da drenagem de chorume Regular 2 Inexistente 0 130/265

131 PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Funcionamento da drenagem definitiva de águas pluviais Funcionamento da drenagem provisória de águas pluviais Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Bom 2 Funcionamento da drenagem de gases Regular 1 Inexistente 0 Bom 5 Funcionamento do tratamento de chorume Regular 2 Inexistente 0 Funcionamento do monitoramento de águas subterrâneas Funcionamento do monitoramento de águas superficiais, lixiviado e gases Funcionamento do monitoramento da estabilidade de maciços Necessidade de medidas corretivas Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Desnecessárias 2 Necessárias 0 Dados gerais sobre o aterro Sim 1 131/265

132 PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Não 0 Boa 2 Manutenção dos acessos internos Regular 1 Péssima 0 Plano de encerramento do aterro Sim 1 Não 0 Subtotal 3 Máximo 52 5) CÁLCULO DO IQA IQA = Soma da Pontuação Real / 14 6) AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO ATERRO Valor do IQA Avaliação do Aterro 0,00 a 6,00 Condições Inadequadas 6,01 a 8,00 Condições Controladas 8,01 a 10,00 Condições Adequadas Através da aferição sistemática do IQA, a CETESB conseguiu melhorar substancialmente a qualidade da destinação final do lixo gerado em São Paulo, sendo que a Região Metropolitana de São Paulo, atualmente com 39 municípios, apresenta a seguinte situação: Destinação final adequada: Destinação final controlada: 19 municípios; 05 municípios; Destinação final inadequada: 15 municípios Proposição de um Índice para o Rio de Janeiro Com o intuito de auxiliar a Secretaria do Ambiente no combate à destinação inadequada dos resíduos sólidos, apresentamos a seguir uma proposição de 132/265

133 índice de controle de qualidade da destinação final dos resíduos sólidos, tomando por base o IQA da CETESB e efetuando algumas complementações que julgamos necessárias. Dentro do índice proposto, serão utilizados os seguintes critérios: a) Critérios de Localização do Destino Final Para abrigar uma instalação de disposição final de resíduos sólidos domiciliares, o local de implantação deve atender, no mínimo, aos critérios impostos pelas normas federais da ABNT (NBR n o ) e pela leis federais, estaduais e municipais (quando houver). Nos critérios listados a seguir procuramos listar todos os condicionantes e restrições relativas às normas da ABNT, assim como os aspectos técnicos da legislação em vigor. Uso do solo - As áreas devem se localizar numa região onde o uso do solo seja rural (agrícola) ou industrial e fora de qualquer Unidade de Conservação. Situação fundiária A documentação da área deve estar totalmente regularizada, de modo a se evitar futuros transtornos com demandas judiciais. Proximidade a cursos d água relevantes - As áreas não podem situar-se a menos de 200m de corpos d água relevantes, tais como, rios, lagos, lagoas e oceano. Também não poderão estar a menos de 50m de qualquer corpo d água, inclusive valas de drenagem que pertençam ao sistema de drenagem municipal ou estadual. Proximidade a núcleos residenciais urbanos - As áreas não devem situarse próximas a núcleos residenciais urbanos que abriguem 200 ou mais habitantes. Esta distância mínima deve girar em torno de m. Caso a área se situe a menos de m de núcleos urbanos, convém que sejam implementadas algumas obras de cunho social a título de medidas compensatórias com o objetivo de recompensar os moradores pelo incômodo causado pela proximidade do aterro e também para minimizar eventuais reações negativas que possam ocorrer em função da construção do aterro. Distância a núcleos urbanos de baixa renda - Aterros são locais que atraem pessoas desempregadas, de baixa renda ou sem outra qualificação profissional, que buscam a catação do lixo como forma de sobrevivência e que passam a viver deste tipo de trabalho, em condições insalubres, gerando, para a prefeitura, uma série de responsabilidades sociais e políticas. Por isto, caso a nova área se localize próxima a núcleos urbanos de baixa renda, deverão ser criados mecanismos alternativos de geração de emprego 133/265

134 e/ou renda, que minimizem as pressões sobre a administração do aterro, em busca da oportunidade de catação. Entre estes mecanismos poderão estar iniciativas de incentivo à formação de cooperativas de catadores, que podem trabalhar em instalações de reciclagem dentro da área delimitada do próprio aterro ou mesmo nas ruas da cidade, de forma organizada, fiscalizada e incentivada pela prefeitura. Proximidade a aeroportos - As áreas não podem situar-se próximas a aeroportos ou aeródromos e devem respeitar a legislação em vigor. Atualmente, a Resolução CONAMA nº 004/95 exige um afastamento de 20 km para aeroportos comerciais e de 13 km para aeródromos de pequeno porte, como aeroclubes. Entretanto, cabe ressaltar que a citada resolução se refere a vazadouros de lixo e não a aterros sanitários. Convém observar que, se for mantida a atual interpretação da norma (que considera esta distância como mínima, mesmo para aterros sanitários) toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro não poderá dispor de locais para aterros sanitários. Distância ao lençol freático - As distâncias mínimas recomendadas pelas normas federais e estaduais são as seguintes: Para aterros com impermeabilização inferior, através de manta plástica sintética, a distância do lençol freático à manta não poderá ser inferior a 1,5 metro; Para aterros com impermeabilização inferior, através de camada de argila, a distância do lençol freático à camada impermeabilizante não poderá ser inferior a 2,5 metros e a camada impermeabilizante deverá ter um coeficiente de permeabilidade inferior a 10-6 cm/s. Permeabilidade do solo natural - É desejável que o solo do terreno selecionado tenha certa impermeabilidade natural, com vistas a reduzir as possibilidades de contaminação do aquífero. As áreas selecionadas devem ter características argilosas, evitando-se terrenos arenosos. São consideradas áreas adequadas aquelas cujo solo apresente coeficiente de permeabilidade inferior a 10-6 cm/s. Vida útil mínima - As novas áreas de aterro sanitário não devem ter vida útil inferior a cinco anos, sendo recomendável que a vida útil para os aterros seja de, no mínimo, 15 anos. Atualmente, com a proliferação de contratos de concessão para a destinação dos resíduos, é imperativo que as instalações concedidas tenham vida útil para atender a todo o período de concessão. É importante que se frise o aspecto de vida útil do aterro, uma vez que é grande a dificuldade de se encontrar novos locais, próximos às áreas de 134/265

135 coleta, para receber o volume de lixo urbano gerado na região, em face da rejeição natural que a população tem de morar perto de um local de disposição de lixo. Extensão da bacia de drenagem - A bacia de drenagem das águas pluviais deve ser pequena, de modo a evitar o ingresso de grandes volumes de água de chuva na área do aterro, o que aumentaria a probabilidade de geração de chorume. Disponibilidade de material de cobertura - Preferencialmente, o terreno deve possuir ou situar-se próximo a jazidas de material de cobertura, de modo a assegurar a permanente cobertura do lixo a baixo custo. A cobertura do lixo compactado poderá eventualmente ser feita com material inerte como entulho da construção civil, ou o lixo estabilizado, no caso do aterro sanitário estar instalado em áreas contíguas ao aterro antigo. Qualidade do material de cobertura - O material de cobertura deve ter uma característica argilosa (para minimizar a geração de chorume), mas sem ser totalmente impermeável (para deixar percolar até o dreno de fundo a fração das águas pluviais que se infiltrarem no aterro). Assim, tanto o material arenoso como o material excessivamente argiloso devem ser considerados como de baixa qualidade para a cobertura dos resíduos. Facilidade de acesso a veículos pesados - O acesso ao terreno deve ter pavimentação de boa qualidade, sem rampas íngremes e sem curvas acentuadas, de forma a minimizar o desgaste dos veículos coletores e permitir seu livre acesso ao local de vazamento, mesmo na época de chuvas muito intensas. Acesso à área através de vias com baixa densidade de ocupação - O tráfego de veículos transportando lixo é um transtorno para os moradores das ruas por onde estes veículos passam, sendo desejável que o acesso à área do aterro seja exclusivo ou passe por locais de baixa densidade demográfica. Isolamento visual da vizinhança - É desejável que a área selecionada seja protegida pelo relevo natural da região que esconda a área operacional do aterro das vistas de pessoas não relacionadas com os serviços de aterramento. Bosques de mata primária e outras áreas ambientalmente protegidas poderão ser consideradas como elemento de proteção visual. Inexistência de problemas entre a municipalidade e a comunidade local - É desejável que, nas proximidades da área selecionada, não tenha havido nenhum tipo de problema da prefeitura com a comunidade local, com organizações não-governamentais ONG e com a mídia, pois esta indisposição com o poder público poderá aumentar as reações negativas à instalação do aterro. 135/265

136 b) Critérios de Infraestrutura Implantada Para compensar as deficiências da área escolhida e permitir uma operação de aterramento ambientalmente adequada, é necessário que a instalação disponha de uma infraestrutura mínima. Dentre os principais aspectos de infraestrutura, destacamos os seguintes: Cercamento da área - A área deve ser cercada, seja por muro de alvenaria ou de concreto, seja por cercas de arame, de modo a impedir ou dificultar o ingresso de pessoas estranhas ao serviço e de animais. Isolamento da área Caso a área não seja isolada da vizinhança por elementos naturais, o muro externo deve ser complementado por uma cerca viva que promova o isolamento da área, ao mesmo tempo em que auxilia em dificultar o ingresso de pessoas e animais. Dispersão de odores - A cerca viva deve ser projetada com árvores e arbustos de diferentes tamanhos e dispostos de maneira a auxiliar na dispersão dos odores desagradáveis para a atmosfera. Controle de entrada - A área deve possuir uma guarita com vigilante ou uma portaria que efetue o controle da entrada de pessoas e veículos. Instalações administrativas É desejável que o aterro disponha de instalações físicas para abrigar o pessoal administrativo. Estas instalações deverão abrigar, quando necessário, vestiário e refeitório para o pessoal de campo. Implementação de medidas compensatórias Sempre que o aterro estiver situado próximo a comunidades de baixa renda, devem ser implementadas medidas compensatórias com vistas a recompensar os moradores da região pelos transtornos causados pela operação do aterro. Dentre as medidas mais usuais estão a construção de creches, de postos de saúde, de escolas municipais e de ginásios poliesportivos. Controle de recebimento de carga O aterro deve possuir balança rodoviária com capacidade adequada para permitir a pesagem de todos os veículos que ingressem no aterro. Estradas de serviço As estradas internas devem ser executadas, pelo menos, em pavimento primário, com drenagem de águas pluviais interligada ao sistema geral da área. As estradas deverão permitir o acesso dos veículos às frentes de trabalho em qualquer época do ano, mesmo por ocasião do período de chuvas intensas. 136/265

137 Disponibilidade de equipamentos O Aterro deverá contar, pelo menos, com tratores de esteira, retroescavadeira e caminhões basculantes para o transporte de material de cobertura. Se a jazida de material de cobertura for na mesma área do aterro, este deverá possuir também uma escavadeira hidráulica. Impermeabilização de fundo Caso a área não esteja situada sobre solo eminentemente argiloso que dispense a impermeabilização de fundo, o aterro deverá contar com sistema de impermeabilização sintético ou por meio de camadas impermeáveis de argila de boa qualidade. Drenagem de chorume - A área operacional deverá contar com sistema de coleta e drenagem de chorume capaz de reunir todo o percolado gerado pela infiltração das águas pluviais, conduzindo-o até a estação de tratamento. Tratamento de chorume - O aterro deve dispor de sistema de tratamento de chorume capaz de lançar o efluente dentro das características do corpo receptor e/ou exigidas pelo órgão de controle ambiental. Drenagem de águas pluviais O sistema de drenagem pluvial deverá ser projetado de forma a afastar toda á água da bacia de drenagem para longe da área operacional e deverá evoluir conforme o aterro vá sendo elevado. Drenagem de biogás - A drenagem de biogás deve ser capaz de remover todo o gás do interior da massa de resíduos, evitando a formação de bolsões que poderiam provocar explosões desastrosas. Monitoramento das águas superficiais Todos os cursos d água das imediações (num entorno de 1,5 km, aproximadamente) devem ser monitorados com, pelo menos, dois pontos de coleta de amostras, um a montante e outro a jusante da área operacional do aterro. A atividade de monitoramento das águas superficiais deve ser executada desde antes do início da operação do aterro. Monitoramento das águas subterrâneas De forma similar, as águas subterrâneas devem ser monitoradas, pelo menos, por 4 poços de monitoramento, sendo um a montante da área operacional, no sentido do fluxo do lençol freático, e os outros três a jusante. Monitoramento do chorume O chorume deve ser monitorado em pelo menos três pontos da estação de tratamento, a saber: na entrada da estação, num ponto intermediário do processo de tratamento e na tubulação de saída, antes de ser lançado no corpo receptor. Monitoramento geotécnico A área operacional do aterro deve contar com dispositivos (piezômetros e inclinômetros) que permitam avaliar a estabilidade do maciço da massa de resíduos. 137/265

138 Monitoramento topográfico Do mesmo modo, o aterro deve contar com marcos topográficos que permitam avaliar os recalques diferenciais ocorridos. Disponibilidade de instalações para tratamento de outros tipos de resíduos É comum o descarte de resíduos de toda a sorte num aterro destinado a receber somente lixo domiciliar e similares. Desta forma, com o objetivo de minimizar o vazamento de resíduos inadequados junto com o lixo domiciliar, é interessante a instalação contar com recursos que permitam tratar outros tipos de resíduos, como resíduos de serviços de saúde (RSS) e resíduos da construção civil (RCC). c) Critérios de Condições Operacionais Talvez estes sejam os critérios mais relevantes do índice, tendo em vista que, tanto a escolha do terreno, como a preparação da infraestrutura do aterro são atividades estáticas, realizadas apenas no início da implantação da unidade, enquanto que estes critérios variam com o tempo, deixando transparecer o comprometimento das diferentes administrações públicas com o empreendimento. Dentre os principais critérios operacionais, destacamos: Manutenção da via de acesso A via de acesso externa deve ser permanentemente mantida, seja com relação à sua pavimentação, seja com respeito à limpeza das imediações do aterro. Manutenção das vias de serviço As vias de serviço internas devem ter sua pavimentação refeita sempre que necessário, assim como o sistema de drenagem de águas pluviais, de modo a garantir o livre acesso dos veículos às frentes de trabalhos em qualquer época do ano. Tempo de permanência dos veículos no interior do aterro O tempo de permanência de um veículo no interior do aterro não deve exceder 40 minutos, a partir deste tempo, o tempo de coleta do lixo na malha urbana começa a ser sacrificado, podendo chegar a exigir complementação de frota em casos excepcionais. Espalhamento e compactação do lixo O lixo disposto na área operacional deve ser espalhado pelo trator de esteiras em camadas de 30 cm, para ser compactado em seguida. Cobertura diária dos resíduos Ao final da jornada de trabalho, o lixo, após ser espalhado e compactado, deve ser coberto para que não sirva de alimento, nem de abrigo aos diferentes vetores. Presença de lixo leve O vento sempre se encarrega de espalhar o lixo leve quando a operação do aterro não se processa nos moldes adequados. 138/265

139 Presença de vetores Quando há algum tipo de deficiência na cobertura do lixo, haverá sempre o aparecimento de aves (urubus e garças) e de animais (cachorros, porcos e cavalos) que, após se alimentarem da matéria orgânica presente, podem servir como elementos decisivos na cadeia de transmissão de doenças. Presença de catadores Diante do atual quadro econômico do país, com a dificuldade de se conseguir empregos, a catação do lixo é uma prática constante em quase todos os lixões. Portanto, caso haja falhas no controle de entrada do aterro, sempre existirão pessoas tentando efetuar a catação do lixo. Existência de focos de incêndio Mesmo que não haja queima proposital do lixo, quando a operação é mal realizada, o lixo permanece descoberto e pode apresentar focos espontâneos de incêndio. Presença de resíduos sólidos industriais perigosos A presença de resíduos sólidos industriais perigosos misturados ao lixo domiciliar sempre denota uma falha no controle do recebimento dos resíduos. Presença de resíduos de serviços de saúde Da mesma forma, a presença de lixo hospitalar misturado ao lixo domiciliar sempre denota falha no controle do recebimento dos resíduos. Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais O adequado funcionamento da drenagem de águas pluviais reflete os cuidados com a manutenção dos sistema implantado no início das obras. Funcionamento do sistema de drenagem de chorume Mesmo comentário do item anterior. Funcionamento do sistema de tratamento de chorume Mesmo comentário do item anterior. Funcionamento do sistema de drenagem de gases Mesmo comentário do item anterior. Operação do sistema de monitoramento ambiental O monitoramento ambiental deve seguir a rotina de frequência estabelecida pelo órgão de controle ambiental de modo a apresentar uma sequencia de dados que permita aferir a qualidade dos serviços prestados. Operação do sistema de monitoramento geotécnico As medições devem ser feitas de forma regular, para permitir a análise da estabilidade dos taludes e do maciço como um todo com vistas a se prever com antecedência possíveis escorregamentos. 139/265

140 Operação do sistema de monitoramento topográfico Além de servir como complementação do monitoramento geotécnico, o monitoramento topográfico deve acompanhar o Plano de Avanço para verificar se o mesmo está adequadamente seguido. Aproveitamento econômico do biogás Sempre é desejável que se efetue algum tipo de recuperação dos resíduos aterrados. O aproveitamento do biogás pode ser feito simplesmente computando-se os créditos de carbono ou, o que é mais interessante, com geração de energia através da queima do biogás. Existência de plano de encerramento Antes de entrar em seu último ano de vida útil, o aterro deve contar com um plano que oriente o seu encerramento de maneira ambientalmente adequada, inclusive com a especificação de todas as atividades pós-encerramento. A ponderação destes critérios poderia seguir o modelo apresentado nas tabelas a seguir. 140/265

141 QUADRO :CARACTERÍSTICAS DO LOCAL PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Uso do Solo Situação Fundiária Proximidade a Corpos d'água Relevantes Proximidade a Núcleos Residenciais Urbanos Proximidade a Núcleos de Urbanos de Baixa Renda Adequada 5 Inadequada 0 Legalizada 3 Irregular 0 > 200 m 3 < 200 m 0 > 1000 m 5 < 1000 m 0 > 3000 m 3 < 3000 m 0 > 20 km 5 Proximidade a Aeroportos 13 < d < 20 km 3 < 13 km 0 > 2,5 m 4 Profundidade do Lençol Freático 1,5 < d < 2,5 m 2 < 1,0 m 0 Baixa 3 Permeabilidade do Solo Natural Média 1 Alta 0 > 15 anos 3 Vida Útil Mínima 15 < VU < 5 anos 1 < 5 anos 0 Extensão da Bacia de Drenagem Grande 2 Pequena 0 141/265

142 Suficiente 4 Disponibilidade de material de cobertura Insuficiente 2 Nenhuma 0 Qualidade do material de cobertura Boa 2 Ruim 0 Boas 3 Acesso a Veículos Pesados Regulares 1 Ruins 0 Trajeto do Acesso por Vias com Elevada Densidade Demográfica Isolamento Visual da Vizinhança Problemas Anteriores com a Comunidade Próxima Não 2 Sim 0 Bom 3 Ruim 0 Não 5 Sim 0 Subtotal Características da Área Escolhida Máximo /265

143 QUADRO : INFRAESTRUTURA IMPLANTADA PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Cercamento da Área Isolamento da Área Dispersão de Odores Controle de Entrada Instalações Administrativas Sim 3 Não 0 Sim 2 Não 0 Sim 1 Não 0 Sim 1 Não 0 Adequadas 2 Inad. ou Inexist. 0 > 4 obras 3 Implementação de Medidas Compensatórias 1 < MC < 4 obras 1 Sem obras 0 Com balança 2 Controle de Recebimento de Carga Sem balança 1 Sem Controle 0 Estradas de Serviço Internas Boas 2 Ruins 0 Permanente 5 Trator de Esteiras ou similar Periódico 2 Inexistente 0 Outros Equipamentos Sim 2 Não 0 Impermeabilização de Fundo Sintética 5 143/265

144 Natural 3 Não possui 0 Suficiente 5 Drenagem de Chorume Insuficiente 1 Inexistente 0 Suficiente 5 Tratamento de Chorume Insuficiente 2 Inexistente 0 Suficiente 3 Drenagem de Águas Pluviais Insuficiente 1 Inexistente 0 Suficiente 3 Drenagem de Biogás Insuficiente 1 Inexistente 0 Monitoramento de Águas Superficiais Monitoramento de Águas Subterrâneas Monitoramento do Chorume Monitoramento Geotécnico Monitoramento Topográfico Tratamento de Outros Tipos de Resíduos Sim 3 Não 0 Sim 3 Não 0 Sim 1 Não 0 Sim 1 Não 0 Sim 1 Não 0 RSS e RCC 2 Só RSS ou RCC 1 144/265

145 Nenhum 0 Subtotal Infraestrutura Implantada Máximo 55 QUADRO :CONDIÇÕES OPERACIONAIS PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Pavi. e Limpeza 4 Manutenção da Via de Acesso Só Pavimentação 3 Sem manut. 0 Pavi. e Drenagem 4 Manutenção das Vias de Serviço Internas Só Pavimentação 2 Sem manut. 0 > 1 h 2 Tempo de Permanência dos Veículos no Aterro 40 < t < 60 min 1 < 40 min 0 Adequada 4 Espalhamento e Compactação do Lixo Inadequada 2 Inexistente 0 Recobrimento Diário do Lixo Dispersão de Lixo Leve Presença de Vetores Sim 4 Não 0 Não 1 Sim 0 Não 2 Sim 0 Não 3 Presença de Catadores Adultos 0 Crianças /265

146 PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Focos de Incêndio Presença de RSI Perigosos Presença de RSS Funcionamento do Sistema de Drenagem de Águas Pluviais Funcionamento do Sistema de Drenagem de Chorume Funcionamento do Sistema de Tratamento de Chorume Funcionamento do Sistema de Drenagem de Gases Operação do Sistema de Monitoramento Ambiental Operação do Sistema de Monitoramento Geotécnico Não 2 Sim 0 Sim 3 Não 0 Sim 2 Não 0 Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Bom 3 Regular 2 Inexistente 0 Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 146/265

147 PARÂMETRO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Padrão Real Operação do Sistema de Monitoramento Topográfico Bom 2 Regular 1 Inexistente 0 c/ Ger. Energia 3 Aproveitamento Econômico do Biogás s/ Ger. Energia 1 Inexistente 0 Existência de Plano de Encerramento do Aterro Sim 1 Não 0 Subtotal Condições Operacionais Máximo 50 CÁLCULO DO IQDF O cálculo do índice de qualidade é feito de modo similar ao da CETESB, ou seja, dividindo-se o total de pontos alcançado pela instalação pelo valor máximo possível e multiplicando-se o resultado por 10 (dez). AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO ATERRO Também a avaliação das condições do aterro pode ser mantida, conforme tabela a seguir. Valor do IQDF Avaliação do Aterro 0,00 a 6,00 Condições Inadequadas 6,01 a 8,00 Condições Controladas 8,01 a 10,00 Condições Adequadas 147/265

148 3. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO A discussão técnica relativa aos resíduos dos serviços de saúde, só se tornou mais consistente nos últimos anos. Até a década de 1980, estes resíduos eram conhecidos genericamente por lixo hospitalar, mesmo quando os resíduos não eram gerados em unidades hospitalares, como é o caso dos estúdios de tatuagem, das clínicas dentárias, das instituições de pesquisa, dos centros de zoonose e de tantos outros geradores de RSS. Na verdade, tal generalidade acarretava vários problemas, como a errada percepção, por parte da população, de que todo resíduo que provém de uma unidade de saúde necessita de cuidados especiais. Porém, pouco a pouco esta denominação foi substituída pela expressão" Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde" que engloba os resíduos produzidos por outras unidades prestadoras de serviço de saúde. Isto induziu os pequenos geradores a adotarem uma nova postura frente à questão da geração e manejo dos resíduos em geral, e dos resíduos de serviços de saúde em particular, implementada a partir de bases científicas, normativas e legais. O marco inicial destas mudanças se deu no ano de1993, com a publicação da Resolução nº 5, de 5 de agosto de1993, do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, que estabeleceu os "procedimentos mínimos para o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, de portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários, com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente". Este documento é a primeira publicação técnica que define, de forma clara, os diferentes tipos de resíduos gerados nos estabelecimentos prestadores de serviço de saúde. Posteriormente, o mesmo órgão, através da Resolução nº 283, de 12 de julho de 2001, do CONAMA, veio complementar a Resolução anterior, dispondo sobre o Tratamento e Destinação Final dos Resíduos dos Serviços de Saúde. Logo após, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, através de sua Resolução RDC nº 33, de 25 de fevereiro de 2003, estabelece o seu Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, publicada no D.O.U. em 05 de março de 2003, determinando que todo gerador de RSS elabore o Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde PGRSS e que a não observância do disposto na Resolução configurará infração sanitária e sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei Federal nº 6.437/97, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis. 148/265

149 À época, esta publicação da ANVISA trouxe um certo clima de desconforto para as unidades prestadoras de serviços de saúde, tendo em vista a duplicidade de normas (CONAMA e ANVISA) que, apesar de não serem conflitantes, apresentavam algumas diferenças que deixavam o gerador sem saber a qual norma atender. Porém, em dezembro de 2004, a ANVISA e o CONAMA, após uma série de reuniões técnicas, publicaram a revisão do Regulamento Técnico da ANVISA (Resolução ANVISA RDC Anexo 1), seguida pela publicação da Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005 (Anexo 2), do CONAMA, que promoveu a revogação da Resolução nº 283 do CONAMA e aparou as arestas que haviam entre as normas das duas entidades. Estas duas resoluções se encontram em vigor até os dias de hoje. Dentre os principais pontos abordados por estas resoluções, destacam-se: a nova classificação dos resíduos de serviços de saúde, a obrigatoriedade de se elaborar o Plano de Gerenciamento e a definição dos procedimentos que devem ser adotados no adequado manejo dos RSS, cujos principais pontos encontram-se destacados a seguir CLASSIFICAÇÃO DOS RSS Grupo A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Divide-se em 5 subgrupos (A1, A2, A3, A4 e A5), caracterizados pelos diferentes níveis de virulência e pelas diferentes formas de contaminação. Grupo B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Grupo C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Grupo D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares, como por exemplo, papel de uso sanitário, fraldas, restos alimentares de paciente, entre outros. Grupo E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas 149/265

150 e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares OBRIGATORIEDADE DE ELABORAR O PGRSS Embora esta obrigatoriedade já constasse das normas anteriores, as novas diretrizes descem a detalhes de quais itens devem fazer parte do Plano e de como o gerador deverá acompanhar o seu Plano através da evolução de indicadores. As normas definem o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), como "um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados baseando-se em normas científicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção e proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos funcionários, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente". O PGRSS deve ser elaborado com base nas características e volume dos resíduos de serviços de saúde gerados, estabelecendo as diretrizes de manejo desses resíduos, incluindo as medidas de segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento intermediário, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externo e destinação final. Cada uma dessas etapas é indicada de maneira específica para cada tipo de resíduo de serviços de saúde MANEJO ADEQUADO DOS RSS As resoluções também se preocuparam em definir que o gerenciamento dos RSS é de extrema importância na neutralização dos possíveis riscos à saúde dos seres humanos e também ao meio ambiente, e que um gerenciamento adequado é feito através de um conjunto de ações que tem seu início no manejo interno, onde é realizada uma segregação adequada dentro das unidades de serviços de saúde. Como parte deste adequado manejo as normas estabelecem as seguintes etapas: Segregação: que consiste na separação dos resíduos em seus diferentes grupos, no instante e no local de sua geração. Acondicionamento: que envolve a colocação, em sacos impermeáveis e resistentes e de maneira adequada, de todos os resíduos segregados segundo suas características físicas, químicas e biológicas. 150/265

151 Identificação: que serve para indicar quais resíduos estão contidos nos recipientes de acondicionamento. Armazenamento temporário: caracterizado pelo(s) local(is) onde é feita a estocagem temporária dos recipientes contendo os resíduos, próximo ao ponto em que eles foram gerados. Esta medida visa agilizar o recolhimento dentro do estabelecimento. Armazenamento externo: traduzido pelo local onde é feita a guarda dos recipientes que contêm os resíduos, até que seja realizada a coleta externa. Coleta e transporte externos: que engloba o recolhimento dos RSS no local do armazenamento externo, o seu transporte até uma unidade de tratamento (se for o caso) e, por fim, sua destinação final em local adequado. Convém frisar que o tipo de tratamento e a forma de destinação final dependem exclusivamente das características do grupo onde o resíduo se enquadra. Assim, resíduos do Grupo A, de uma forma geral, devem passar por processos de desinfecção ou inertização antes de serem dispostos em um aterro sanitário, por exemplo (exceção aos resíduos do subgrupo A5 que tem que ser necessariamente incinerados). Os do Grupo B, quando não reaproveitáveis, devem ser dispostos em aterros industriais Classe I, enquanto os do Grupo C devem ser enviados a unidades licenciadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, no caso de resíduos com uma meia vida mais longa. Já os do Grupo D, cujas características se assemelham aos resíduos domiciliares, podem sofrer qualquer tipo de beneficiamento usado em resíduos sólidos urbanos (lixo domiciliar), como reciclagem ou reaproveitamento, antes de serem dispostos em um aterro sanitário. Outro ponto a ser observado é que as normas mantiveram a exclusiva responsabilidade do gerador pelo adequado manejo de seus resíduos sólidos, desde a segregação na fonte e o correto acondicionamento do resíduo, até a sua adequada destinação final, após o tratamento. Porém, é de fundamental importância observar que as especificações técnicas contidas nas resoluções da ANVISA e do CONAMA, não são respeitadas pela grande maioria das prestadoras de serviços de saúde, denotando serem falhos os sistemas de fiscalização e punição destes serviços. Também merece destaque o fato de que, apesar de já estar ocorrendo uma mudança no enfoque político do problema do adequado manejo dos RSS, caracterizada pelo aumento do número de municípios que adota uma destinação final adequada, não houve avanços nos sistemas de gestão interna dos RSS, onde a segregação na fonte é elemento fundamental para a escolha dos melhores processos de tratamento e para a redução dos custos operacionais. 151/265

152 3.2. CARACTERÍSTICAS QUALI-QUANTITATIVAS DOS RSS Segundo CANDEIAS (2008) 3, as características dos RSS são as seguintes: Dos diferentes grupos de resíduos a maior proporção provem do Grupo D, responsável por uma fração do total de resíduos que varia de 75 a 90%. Em seguida, tem-se o Grupo A, com uma participação de 5 a 10% e, na dependência do tipo de unidade hospitalar, os demais grupos B e C. Em termos qualitativos, os principais componentes da fração correspondente ao Grupo A pertencem ao subgrupo A4 e são compostos por materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Os resíduos do Grupo B, chamados de resíduos químicos, mais comumente gerados nas unidades de serviços de saúde são o Mercúrio, encontrado em pilhas, baterias, termômetros, lâmpadas fluorescentes, barômetros e equipamentos de aferição de pressão arterial; o Formol; o Xilol; o Glutaraldeído; produtos hormonais e antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; antiretrovirais; saneantes; desinfetantes; desinfestantes; reagentes de laboratórios; fixadores de raios-x e demais produtos contendo metais pesados e remédios vencidos com princípio químico ativo (que já estão sendo alvo de procedimentos ligados à logística reversa). O resíduo do Grupo C mais comumente gerado nas unidades de serviços de saúde é o material proveniente de pacientes e animais submetidos à terapia, tratamentos, exames ou experimentos nucleares, como, por exemplo, radioisótopos, como o iodo 131. Os resíduos do Grupo D, chamados de resíduos comuns, são compostos de até 90% de todo o resíduo gerado pelas unidades de serviço de saúde, sendo equiparados, em termo de características qualitativas, ao resíduo domiciliar. Entretanto, dados da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro - COMLURB, indicam um predominância de papéis e plásticos sobre os demais componentes. Os resíduos do Grupo E, caracterizados por suas características perfurantes e cortantes e pelas suas propriedades escarificantes, são encontrados nos serviços de saúde na forma de lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de 3 Candeias, Antonio Henrique - Avaliação do transporte, tratamento e destino final dos resíduos biológicos gerados por unidades de serviços de saúde do município do Rio de Janeiro - Dissertação de mestrado - UERJ - Faculdade de Engenharia /265

153 vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri), e outros similares. Já segundo TONUCI (2006) 4 as características dos RSS do Estado de São Paulo, segundo a origem nas unidades de saúde, apresenta os seguintes resultados (QUADRO 3.2-1): QUADRO 3.2-1: CARACTERÍSTICAS DOS RSS DO ESTADO DE SÃO PAULO LOCAIS Cozinha 58 Enfermaria 17 Maternidade 8 Ortopedia 7 Centro Cirúrgico 4 Escritórios 2 Demais Setores 4 GERAÇÃO DE RSS (PERCENTAGEM EM MASSA) Ainda em termos qualitativos, segundo TONUCI (2006), o maior grau de contaminação dos RSS se dá nas unidades de pronto socorro, ambulatório, setor de enfermagem e cozinha, ao passo que o centro cirúrgico e a unidade de terapia intensiva apresentaram um menor grau de contaminação nos resíduos. Em termos de composição, os diversos setores das unidades de saúde geram os seguintes tipos de resíduos (Quadro 3.2-2): QUADRO 3.2-2: TIPOS DE RESÍDUOS FONTE GERADORA Administração Centro obstétrico Sala de Emergência e Centro Cirúrgico Laboratório, Morgue e Patologia Sala de Isolamento COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS Papéis em geral Roupas sujas, gases, placentas, agulhas, seringas e lancetas descartáveis, absorventes, fraldas e luvas descartáveis Roupas sujas, gases, tecidos humanos, agulhas, seringas e lancetas descartáveis, gesso e luvas cirúrgicas Frascos de vidro, pipetas, placas de Petri, lâminas e recipientes de amostras, tecido humano, órgãos e ossos Papéis impregnados de secreções, ataduras, curativos e faixas e restos de alimento 4 Tonuci, L. R. da Silva - Desinfecção de Resíduos de Serviços de Saúde por Aquecimento Dielétrico do Tipo Microondas - Dissertação de Mestrado - Universidade de Ribeirão Preto - Centro de Ciências Exatas, naturais e Tecnológicas /265

154 Posto de Enfermagem Áreas de Serviço Ampolas, agulhas e seringas descartáveis, papéis Restos de embalagem (papel, papelão, metais e plásticos), flores, restos de alimentos, resíduos de raios-x e trapos Estudos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, levados a efeito na década de 1980, fornecem alguns valores de parâmetros físicoquímicos, dos quais foram extraídos o teor de umidade e o poder calorífico, por serem os mais relevantes, conforme pode ser observado no Quadro 3.2-3, a seguir: FONTES Quadro 3.2-3: PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS UMIDADE (%) PCI (KCAL/KG) PCS (KCAL/KG) Maternidade 59, Enfermaria 24, Ortopedia 7, Centro Cirúrgico 28, Outras Áreas 12, Efetuando-se o cruzamento deste Quadro com os percentuais de geração de resíduos fornecidos inicialmente, chega-se a um teor de umidade médio da ordem de apenas 14%, enquanto que o poder calorífico superior (PCS) apresenta um valor médio de aproximadamente kcal/kg. Estes dois valores são bastante significativos, tendo em vista que o teor de umidade é parâmetro preponderante na escolha do processo de tratamento (quanto maior o teor de umidade mais difícil é o tratamento) e o PCS bastante elevado indica boa viabilidade de exploração da geração de energia a partir da queima dos RSS. Em termos quantitativos, segundo TONUCI 2006, os municípios analisados apresentaram os seguintes dados de geração: MUNICÍPIO POPULAÇÃO QUADRO 3.2-4: DADOS DE GERAÇÃO RSS (T/DIA) RSU (T/DIA) Rio Claro - SP , ,02 Americana - SP ,00 Piracicaba - SP , ,78 Santos - SP , ,89 RELAÇÃO RSS/RSU (%) 154/265

155 Guarulhos - SP , ,00 Porto Alegre - RS , ,91 Analisando os valores do Quadro com o Quadro 3.2-3, observa-se que as cidades de pequeno e médio porte tendem a apresentar uma relação RSS/RSU da ordem de 1,0%, enquanto que as cidades de maior porte se aproximam do dobro deste valor. O Diagnóstico da Situação dos Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 2010), indicou a existência de poucos dados específicos sobre a geração de RSS. Assim, esta relação com a geração dos RSU pode ser um bom parâmetro para se ter uma primeira ideia do quantitativo gerado em cada município, ou até mesmo para se avaliar a confiabilidade das informações prestadas FORMAS DE TRATAMENTO Conforme abordado anteriormente, cada tipo de resíduo de serviços de saúde deve ser tratado de forma individual, de acordo com suas características. O texto a seguir apresenta as principais formas de tratamento para cada um dos grupos dos RSS GRUPO E Tendo em vista que a classificação complementar dos resíduos perfurocortantes (como Classe A, B, C ou D) depende da existência, ou não, de um contaminante e do tipo de material que o contaminou, as formas de tratamento deverão atender às necessidades de cada grupo complementar. Assim, um bisturi contaminado, além dos cuidados para não provocar ferimentos em quem o estiver manuseando, deverá ser desinfetado como um resíduo do Grupo A. Já um frasco de vidro quebrado que continha alguma substância com características químicas agressivas, deverá ter o mesmo tratamento dado a esta substância, e assim sucessivamente. Os resíduos tratados desta forma se equiparam aos resíduos comuns - Grupo D GRUPO D Como dito anteriormente, os resíduos do Grupo D podem sofrer qualquer tipo de beneficiamento e valorização usado em resíduos sólidos urbanos (lixo domiciliar), 155/265

156 como reciclagem ou reaproveitamento, sendo que até mesmo a compostagem pode se tornar viável se houver uma boa segregação dos resíduos da cozinha GRUPO C A única forma de tratamento permitida pelas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN se prende a radionuclídeos de meia vida curta e consiste no armazenamento destes resíduos em salas especiais esperando que ocorra o decaimento nuclear para dentro dos limites admissíveis. De modo similar aos demais resíduos, os resíduos tratados desta forma também se equiparam aos resíduos comuns - Grupo D GRUPO B De forma similar, a única forma de tratamento permitida pelas normas da ANVISA é o reaproveitamento dos resíduos químicos. Resíduos químicos não passíveis de reaproveitamento devem sofrer o mesmo tipo de tratamento / destinação final que os resíduos industriais Classe I, ou seja, incineração ou disposição em aterros Classe I GRUPO A Conforme já abordado no presente documento, no Grupo A de resíduos de saúde, apenas o subgrupo A5 deve, obrigatoriamente, sofrer processo de destruição térmica. Os demais subgrupos, tanto pela sua maior quantidade, como pelo seu risco de veiculação de doenças, são objeto dos mais variados tipos de tratamento. Porém, antes de se passar à descrição dos processos de tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde, convém esclarecer dois pontos que causam confusão quando se fala de tratamento de RSS. São eles: A diferença entre tratamento e destinação final; A diferença entre desinfecção e esterilização. Não são raros os artigos técnicos que confundem estes conceitos, agrupando métodos de tratamento como sendo de destino final e se utilizando dos termos desinfecção e esterilização como sendo a mesma coisa. 156/265

157 Nos tópicos a seguir, além de se esclarecer tais pontos, serão apresentadas as diferentes maneiras de processamento dos RSS, de forma a atender a todas as exigências ambientais. a) Tratamento e Destinação Final Por definição, Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde é todo e qualquer conjunto de atividades de natureza física, química ou biológica, realizada manual ou mecanicamente com o objetivo de alterar qualitativamente os resíduos, eliminando suas características patogênicas e podendo promover sua descaracterização física, ou seja, tornando os resíduos irreconhecíveis como lixo hospitalar, de modo a permitir sua disposição final sem riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Já a Destinação Final é o conjunto de atividades que objetiva receber os resíduos, tratados ou não, dispondo-o tecnicamente no solo, sem causar danos ao meio ambiente e sem trazer riscos à saúde pública. Pelas definições apresentadas, pode-se verificar claramente que os métodos de tratamento têm por objetivo preparar os resíduos para serem dispostos de forma segura e adequada, enquanto que os métodos de destinação final recebem estes resíduos para dar um fim a eles, dispondo-os no solo. A confusão feita por muitas pessoas é que a incineração, um dos primeiros métodos de tratamento dos RSS, propicia uma redução de volume muito alta, cerca de 95%, necessitando de aterros de pequenas dimensões para dispor suas cinzas e escórias. Porém, qualquer que seja o princípio utilizado pelo método de tratamento, ele sempre terá rejeitos que deverão ser dispostos em unidades de destinação final. Assim, são processos de tratamento de RSS que dependem de um aterro sanitário para disposição final de seus rejeitos: Incineração; Pirólise; Autoclavagem; Desativação Eletrotérmica; Micro-ondas; Radiação Ionizante; Desinfecção Química. 157/265

158 b) Desinfecção e Esterilização Antes de se passar à descrição dos métodos de tratamento, convém recordar a diferença entre desinfecção e esterilização, já apresentada no Volume 5 - Avaliação de Alternativas Tecnológicas. Sabe-se que o lixo biológico (Grupo A) vem contaminado por uma série de micro-organismos patogênicos que podem transmitir doenças para o homem. Diz-se que um processo de tratamento é capaz de desinfetar estes resíduos quando possui uma eficiência comprovada de eliminar pelo menos 99,99% dos agentes patogênicos, ou em linguagem mais técnica, que possui uma eficiência mínima de 4 ciclos de logaritmo (tecnicamente 4 log 10 que, de forma resumida se fala log4). Já os processos de esterilização são aqueles que possuem, pelo menos, uma eficiência de 99,9999%, ou log6 de eficiência mínima na eliminação dos agentes patogênicos. Como se vê, a esterilização é um passo adiante da desinfecção, exigindo maiores cuidados operacionais e propiciando um resultado mais seguro em termos ambientais e de saúde pública. Entretanto, são processos mais caros, difíceis de serem implantados em pequenos e médios municípios. Em linhas gerais, os processos térmicos de incineração e pirólise são considerados como métodos de esterilização, enquanto que os demais são considerados processos de desinfecção, apesar de muitas autoclaves atingirem log6 de eficiência, na dependência de suas condições operacionais. Porém, observe-se que a eficiência dos processos térmicos está sempre associada ao binômio "temperatura" e "tempo de detenção". No caso dos incineradores e fornos de pirólise, por exemplo, tendo em vista o reduzido tempo de detenção dos resíduos na grelha de queima (da ordem de 3 a 5 segundos), a temperatura deve ser muito elevada, normalmente acima dos 1.000ºC. Já para as autoclaves e micro-ondas, como o tempo de detenção é maior, da ordem de 45 a 60 minutos, a temperatura pode ser mais baixa, oscilando na faixa dos 100 aos 150ºC. Assim, fica claro que a simples "queima" dos resíduos em temperaturas da ordem dos 400ºC, não só não resolve o problema da inertização do lixo biológico, como cria um novo problema ambiental, com a liberação de dibenzo dioxinas e dibenzofuranos para a atmosfera. 158/265

159 No presente relatório, quando se falar, de um modo geral, da descontaminação dos resíduos de serviços de saúde, será usado o termo inertizar, que tanto serve para a desinfecção como para a esterilização. c) Formas de Tratamento Mais Comuns no Estado do Rio de Janeiro Em linhas gerais pode-se dizer que existem três grupos de processos de tratamento para o lixo biológico: Processos Térmicos: através da realização da autoclavagem, incineração, pirólise, ou até mesmo pelo uso de aparelhos de micro-ondas. Processos Químicos: previamente os materiais ao passarem por este processo devem ser triturados para que haja um aumento na eficiência deste. Em seguida à trituração os RSS são imersos em desinfetantes por alguns minutos. Processos por Irradiação: neste caso, há uma excitação da camada externa dos elétrons das moléculas. Devido à radiação ionizante, tal excitação pode provocar dois fenômenos sobre os micro-organismos: pode elevar a temperatura matando os germes pela ação do calor; ou pode romper o material genético (DNA) dos micro-organismos, acarretando a morte dos mesmos. No Estado do Rio de Janeiro, os processos mais comuns de serem encontrados são os processos térmicos. A descrição destes processos, com fotos das principais instalações fluminenses, pode ser encontrada no Volume 5 do PERS, no capítulo relativo a Tecnologias Disponíveis para a Gestão de Resíduos QUANTITATIVOS E INSTALAÇÕES POR MUNICÍPIO FLUMINENSE Com base na metodologia da estimativa a partir da relação RSS/RSU, apresentase no conjunto de tabelas a seguir a estimativa das quantidades de RSS geradas nos 92 municípios do Estado. Observe-se que, para os municípios com população igual ou inferior a setecentos mil habitantes, foi usado o fator de 1%, enquanto que para cidades maiores usouse o fator de 2%. Nas tabelas também estão apresentadas informações levantadas junto às diversas prefeituras, como dados de medição e tipo de tratamento dado ao RSS 159/265

160 coletado. Estas informações foram extraídas do PEGIRS de maio de e atualizadas através de pesquisas nos sites das Prefeituras. O mapa a seguir apresenta a localização espacial das unidades de tratamento identificadas. 160/265

161 FIGURA LOCALIZAÇÃO ESPACIAL DAS UNIDADES DE TRATAMENTO IDENTIFICADA 161/265

162 Com respeito à localização e licenciamento das unidades de tratamento, foi feita a checagem e confirmação com os dados do INEA, porém, quando se tentou efetuar a verificação das quantidades coligidas com os dados do INEA, constatouse que o controle das quantidades de RSS geradas é feito através dos Planos de Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde encaminhados pelos grandes geradores (hospitais, clínicas, etc), não dispondo de totalizações por município. A este respeito cabe reforçar a necessidade de se dar ao INEA condições materiais e quantitativo de recursos humanos adequados para se efetuar o controle e fiscalização do setor, principalmente com relação à obtenção e manuseio de dados. MUNICÍPIO QUADRO 3.4-1: ESTIMATIVA DAS QUANTIDADES GERADAS DE RSS POPULAÇÃO URBANA (HAB) (1) QUANT. RSU INFORMADA (T/DIA) (2) QUANT. RSS ESTIMADA (KG/DIA) QUANT. RSS INFORMADA (KG/DIA) (2) TIPO DE TRATAMENTO / DESTINAÇÃO(2) Angra dos Reis Aterro Aperibé Incineração Araruama Incineração Areal Incineração Armação dos Búzios Arraial do Cabo Aterro Sanitário Barra do Piraí Aterro Sanitário Barra Mansa Queima Belford Roxo Bom Jardim Autoclave Bom Jesus do Itabapoana Lixão Cabo Frio Aterro Sanitário Cachoeiras de Macacu Aterro Sanitário Cambuci Incineração Campos dos Goytacazes Vala Séptica Cantagalo Incineração Carapebus Autoclave Cardoso Moreira Carmo Incineração Casimiro de Abreu Aterro Sanitário Comendador Levy Gasparian Incineração Conceição de Macabu Aterro Sanitário Cordeiro Aterro Sanitário 162/265

163 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (HAB) (1) QUANT. RSU INFORMADA (T/DIA) (2) QUANT. RSS ESTIMADA (KG/DIA) QUANT. RSS INFORMADA (KG/DIA) (2) TIPO DE TRATAMENTO / DESTINAÇÃO(2) Duas Barras Aterro Sanitário Duque de Caxias (3) Eng. Paulo de Frontin Autoclave Guapimirim Lixão Iguaba Grande Aterro Sanitário Itaboraí Lixão Itaguaí Autoclave Italva Itaocara Queima Itaperuna Incineração Itatiaia Aterro Japeri Lixão Laje do Muriaé Lixão Macaé Autoclave Macuco , Aterro Sanitário Magé Mangaratiba Autoclave Maricá Aterro Sanitário Mendes Autoclave Mesquita (3) Autoclave Miguel Pereira Lixão Miracema Lixão Natividade Nilópolis (3) Autoclave Niterói Incineração Nova Friburgo Aterro Sanitário Nova Iguaçu (4) Autoclave Paracambi Autoclave Paraíba do Sul Parati Paty do Alferes Incineração Petrópolis Incineração Pinheiral Aterro Sanitário Piraí Aterro Sanitário Porciúncula Incineração Porto Real Aterro 163/265

164 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (HAB) (1) QUANT. RSU INFORMADA (T/DIA) (2) QUANT. RSS ESTIMADA (KG/DIA) QUANT. RSS INFORMADA (KG/DIA) (2) Quatis TIPO DE TRATAMENTO / DESTINAÇÃO(2) Incineração / Queima Queimados (3) Autoclave Quissamã Autoclave Resende Aterro Rio Bonito Aterro Rio Claro , Autoclave Rio das Flores , Autoclave Rio das Ostras Autoclave Rio de Janeiro (3) Incineração / Autoclave Santa Maria Madalena Incineração Santo Antônio de Pádua Lixão São Fidélis Lixão São Francisco de Itabapoana Vala Séptica São Gonçalo Incineração São João da Barra Incineração / Queima São João de Meriti Autoclave São José de Ubá , Queima São José do Vale do Rio Preto Incineração São Pedro da Aldeia , Aterro Sanitário São Sebastião do Alto Incineração Sapucaia Incineração Saquarema Lixão Seropédica Silva Jardim Incineração Sumidouro Incineração Tanguá Lixão Teresópolis Aterro Trajano de Morais Aterro Sanitário Três Rios Incineração Valença Varre-Sai Incineração Vassouras Lixão 164/265

165 MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA (HAB) (1) QUANT. RSU INFORMADA (T/DIA) (2) QUANT. RSS ESTIMADA (KG/DIA) QUANT. RSS INFORMADA (KG/DIA) (2) TIPO DE TRATAMENTO / DESTINAÇÃO(2) Volta Redonda Lixão (1) Projeção da População Urbana para FIBGE; (2) Diagnóstico da Situação dos Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro UERJ maio/2010 (3) Dados COMLURB, (4) Dados CTR Nova Iguaçu, 2010 Com base nos valores do quadro anterior, elaborou-se um quadro-síntese das destinações praticadas no Estado do Rio de Janeiro (Quadro 3.4-2) QUADRO 3.4-2: QUADRO SÍNTESE DAS DESTINAÇÕES PRATICADAS NO ESTADO Número de Municípios Quantidade Estimada de RSS Destinado Tipo de Destinação (Kg/dia) Quantidade Percentual Quantidade Percentual Queima 05 5, ,5 Lixão 14 15, ,1 Aterros e Vala Séptica 26 28, ,9 Autoclave 15 16, ,8 Incineração 21 22, ,1 Não Informado 11 12, ,5 T O T A L , ,0 Como se vê, o número de municípios que destinam corretamente seus resíduos de serviços de saúde ainda é muito baixo, não atingindo 40% dos municípios do Estado. Entretanto, em termos quantitativos, o volume tratado ultrapassa os 70%, ainda que puxado pelo Município do Rio de Janeiro, responsável por 65% dos RSS tratados adequadamente. Efetuando-se uma análise localizada na Região Metropolitana chega-se aos valores do Quadro 3.4-3, apresentado a seguir. 165/265

166 QUADRO 3.4-3:QUADRO SÍNTESE DAS DESTINAÇÕES PRATICADAS NA REGIÃO METROPOLITANA Número de Municípios Quantidade Estimada de RSS Destinado Tipo de Destinação (Kg/dia) Quantidade Percentual Quantidade Percentual Queima 00 0, ,0 Lixão 04 21, ,0 Aterros e Vala Séptica 01 5, ,5 Autoclave 08 42, ,8 Incineração 02 10, ,8 Não Informado 04 21, ,9 T O T A L , ,0 Dos valores encontrados, vê-se claramente que a situação dos RSS na Região Metropolitana está praticamente sob controle, com cerca de 90% do total de resíduos sendo destinada de forma adequada. Assim, recomenda-se que o esforço do Estado se volte para o equacionamento dos demais municípios, mantendo a Região Metropolitana sob controle com os estímulos realizados até o momento A EXPERIÊNCIA DA COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO - COMLURB Conforme se pode constatar do levantamento efetuado, ficou evidente a preocupação dos técnicos do setor com o manejo adequado dos RSS, em especial com a segregação na fonte. A importância deste procedimento fica mais evidente ainda quando se analisa os dados informados pela COMLURB após introduzir um conjunto de melhorias na segregação na fonte nos principais hospitais do município, no ano de Os gráficos a seguir traduzem os resultados obtidos pela COMLURB. Observe-se que, à época, a reciclagem dos resíduos só era feita no hospital Lourenço Jorge, uma vez que esta unidade havia sido escolhida para servir de modelo na gestão dos RSS. 166/265

167 FIGURA SEGREGAÇÃO NA FONTE NO HOSPITAL LOURENÇO JORGE RIO DE JANEIRO FIGURA SEGREGAÇÃO NA FONTE NO MIGUEL COUTO RIO DE JANEIRO 167/265

168 FIGURA SEGREGAÇÃO NA FONTE NO HOSPITAL SOUZA AGUIAR RIO DE JANEIRO A avaliação dos gráficos permite concluir que, a partir do ano de 2004, em todos os hospitais indicados houve um decréscimo na geração do lixo biológico associado a um acréscimo na geração de resíduos comuns. De uma forma geral, pode-se afirmar que houve uma inversão na composição dos RSS que passaram de 60% de resíduos biológicos e 40% de resíduos comuns, para a composição inversa, ou seja, 40% de resíduos biológicos e 60% de resíduos comuns, não pela redução na geração dos resíduos biológicos, e sim pela segregação dos resíduos que reduziu a contaminação dos resíduos comuns com os biológicos. Raciocinando em termos econômicos e considerando que, na média, o transporte, tratamento e destinação final do lixo biológico está na faixa de R$1.200,00/t, enquanto que os mesmos serviços para o lixo comum está na faixa de R$ 150,00/t, pode-se afirmar que a melhoria introduzida pela COMLURB no sistema de segregação dos RSS dos hospitais cariocas trouxe uma economia da ordem de 30% no manejo dos RSS, não considerando a redução dos custos de investimento em lixeiras e contêineres, bem como redução dos custos de materiais de consumo como sacos plásticos especiais, acarretada pela diminuição do volume de lixo biológico. Porém, o mais importante é que estes resultados foram alcançados sem nenhum outro investimento que não fosse a capacitação técnica e o treinamento exaustivo da mesma equipe que já operava no setor, usando os mesmos dispositivos já disponíveis anteriormente, ou seja, a COMLURB não comprou nenhum 168/265

169 equipamento novo, nem contratou mais profissionais para aprimorar seu desempenho CONCLUSÕES Por todo o exposto no presente documento, pode-se inferir as seguintes conclusões: Já existe uma cultura de se efetuar um manejo adequado dos RSS, cultura esta mais acentuada nos municípios de maior porte e maior poder aquisitivo. Porém, se por um lado a pressão da corrente ambientalista associada à conscientização da população quanto aos riscos deste tipo de resíduo induzem o Poder Público a manusear corretamente os RSS, por outro lado, os custos envolvidos para se efetuar o manejo adequado são elevados, o que afasta os municípios mais pobres das práticas consentâneas. O levantamento de mercado feito e apresentado no Volume 5 do PERS mostrou que os custos para se processar o lixo biológico é da ordem de 8 vezes maior que o do processamento do lixo domiciliar. Já os resíduos químicos têm um processamento que varia desde o valor mínimo de R$ 800,00/t até o limite superior de R$ 5.000,00/t e só não representam uma parcela maior de desembolso público pelo pequeno volume gerado. Portanto, em muitos casos, embora haja a consciência ambiental e a vontade política, o correto manejo dos RSS fica atrelado à disponibilidade dos recursos públicos municipais. A arma identificada pelo diagnóstico para reduzir os custos do tratamento é a segregação na fonte, tendo em vista que reduz as quantidades de lixo biológico e lixo químico, e ainda permite a reciclagem de resíduos comuns. No entanto, a maioria dos municípios (e este fato independe da capacidade financeira do município) não dispõe de equipe e nem possui conhecimento e capacitação técnica para tanto. Esta mesma falta de conhecimento e de capacitação técnica faz com que municípios de pequeno e médio porte deixem de elaborar e implementar bons Planos de Gerenciamento de RSS, embora dispondo de recursos financeiros para isto. Outros pontos identificados pelo diagnóstico são: A pequena geração de RSS em alguns municípios não justifica, economicamente, a implantação de um sistema para tratar o lixo biológico e, muito menos, os resíduos químicos, o que deve ser levado em consideração na formulação dos consórcios e, principalmente, na definição do tipo de tratamento a ser adotado nos Centros de Tratamento de Resíduos; 169/265

170 Efetuar uma análise técnico-econômica antes de se selecionar o local de implantação da Central de Tratamento de RSS (que não precisa se localizar necessariamente no mesmo município ou na mesma área do aterro sanitário e de outras facilidades); Considerar a regionalização existente e proposta para avaliar as escalas de atendimento Por se tratar de um lixo bastante leve (peso específico médio do lixo biológico na faixa de 150 kg/m³) e de alto risco de contaminação, exige veículos de transporte com rígidas especificações técnicas quanto à estanqueidade; O uso de veículos especiais encarece ainda mais o custo de transporte do lixo biológico; Não há instalações para destinação final do lixo químico em Aterro Classe I no Estado do Rio de Janeiro, embora haja empresas que promovam a incineração de resíduos industriais e outras que promovem o beneficiamento e transporte dos resíduos para São Paulo. Por fim, a título de sugestão a ser estudada em relatório futuro, recomendase que a SEA adote algumas medidas, dentre as quais destacam-se: Incentivar a capacitação técnica de profissionais através de cursos a distância, inclusive sobre como elaborar um PGRSS e, principalmente, sobre procedimentos práticos para a redução do volume de lixo biológico através da segregação na fonte; Incentivar as prefeituras que efetuarem o manejo adequado dos RSS, através de incentivos fiscais, do tipo ICMS Verde, que permitam às prefeituras recuperar parte significativa do valor aplicado no manejo; Incentivar o uso de soluções regionais, seja através dos CTR s implementados para os consórcios, seja através de arranjos individuais entre dois ou mais municípios; Incentivar empresários privados que queiram investir em soluções regionais de tratamento do lixo biológico, por meio de isenção de impostos, complementando a rede de tratamento de RSS criada pela SEA com os consórcios intermunicipais; Atuar junto ao INEA e à ANVISA no sentido de intensificar a fiscalização. 170/265

171 4. RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO Os Resíduos Sólidos da Construção Civil RCC, são resíduos gerados nas construções, reformas, reparos e demolições, incluindo os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis realizadas no Estado do Rio de Janeiro, conforme definido na alínea "h" do art. 13 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Lei Federal nº , de 02 de agosto de Tendo em vista que esta tipologia de resíduos já foi considerada e quantificada pelas municipalidades como resíduo sólido urbano, a obtenção de dados específicos sobre RCC ainda é bastante difícil, seja em termos quantitativos, seja qualitativamente, em especial nos municípios de pequeno e médio porte cujo sistema de coleta recolhe conjuntamente diversas tipologias de resíduos ASPECTOS LEGAIS A disposição inadequada dos Resíduos da Construção Civil - RCC, também chamados de Resíduos de Construção e Demolição - RCD, é um dos grandes fatores de degradação do espaço urbano. Além da poluição visual, a disposição inadequada destes resíduos traz danos ambientais e à saúde pública. Para remediar esta situação, o Governo Federal editou em 05/07/2002 a Resolução nº 307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA (alterada posteriormente pelas resoluções 348/04; 431/11 e 448/12, conforme Anexo 1), que disciplinou a gestão dos RCC, criando as bases legal e técnica para o enfrentamento do problema. Entre outros avanços, a resolução estabeleceu as responsabilidades de cada um dos entes envolvidos nas diversas etapas da cadeia de produção e transporte destes resíduos. Posteriormente, a publicação da Lei Nacional de Saneamento Básico - Lei Federal nº , de 05 de janeiro de 2007 (que considera a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos como parte dos serviços de saneamento básico) e da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Lei Federal nº /10 (que institui a obrigatoriedade da elaboração de Planos de Gestão de Resíduos em diferentes níveis da administração pública) acabou de delinear o arcabouço legal que rege os RCC. Por fim, o Decreto Federal nº 7.404, de 23/12/2010 (que regulamenta a PNRS), estatuiu, no Capítulo I (Disposições Gerais) do Título VI (Planos de Resíduos Sólidos), que: Os planos de gerenciamento de resíduos da construção civil serão regidos pelas normas estabelecidas pelos órgãos competentes do SISNAMA. 171/265

172 Uma vez consolidado o arcabouço legal e normativo referente aos RCC's, caberá aos órgãos ambientais seccionais do SISNAMA e às municipalidades o estrito e imediato atendimento, promovendo a regulamentação das referidas leis em âmbito estadual e municipal, de igual teor ou mais restritivas do que a legislação federal e resoluções do CONAMA. Assim, entende-se que as resoluções do CONAMA, leis e decretos federais e normativas e diretrizes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA serão sempre válidas para todo o território nacional, assim como as normas e diretrizes da Secretaria de Estado do Ambiente - SEA, devidamente referenciadas no arcabouço legal e normativo federal, serão válidas para todo o território fluminense. Desta forma, por se tratar de uma atribuição eminentemente municipal, caberá às municipalidades a responsabilidade pela elaboração dos seus Planos Municipais de Gestão de Resíduos da Construção Civil, contendo todas as Diretrizes Técnicas e Procedimentos Básicos para a correta gestão dos RCC dentro dos limites municipais. Além de estabelecer o zoneamento adequado onde podem ser realizadas as atividades de recepção, triagem, tratamento e/ou beneficiamento e disposição final dos RCC, o Plano Municipal de RCC também deve criar critérios para a apresentação, junto ao órgão competente, dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a serem elaborados pelos grandes geradores. Em um cenário cujos municípios se consorciaram para fins de tratamento e destinação final de resíduos sólidos, as municipalidades podem delegar a competência da elaboração do referido Plano Municipal para o Consórcio Intermunicipal, que passa a ser o responsável pela elaboração do plano, cabendo ao Consórcio decidir, de acordo com as particularidades de cada caso, se o plano terá caráter regional, válido para todos os municípios integrantes do consórcio, ou se haverá um plano específico para cada município. Observe-se, também, que este plano deve ser compreendido como parte do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que, por sua vez, deve ser compatível com o Plano Estadual de Resíduos Sólidos CRITÉRIOS PARA ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE RCC Quando se fala em Resíduos da Construção Civil, a primeira dificuldade que se encontra é determinar as quantidades efetivamente geradas, pois, em realidade, apenas o material que chega às áreas legalizadas é contabilizado. Vazamentos clandestinos em terrenos baldios, margens de corpos hídricos, encostas, ou mesmo usados para aterramentos de áreas baixas, só podem ser estimados. A falta de dados específicos sobre a geração de RCC é o que acontece na quase totalidade das 92 Prefeituras do Estado do Rio de Janeiro, conforme Diagnóstico da Situação dos Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 2010). 172/265

173 Esta ausência de informações muitas vezes decorre da metodologia de coleta de resíduos adotada pelo município. Dentro da ótica da limpeza urbana, as ações efetuadas pelas prefeituras no âmbito da coleta de RCC são as seguintes: identificação das áreas utilizadas sistematicamente para descarte clandestino de resíduos, seguida da desobstrução e limpeza da área identificada, com eventual análise de utilização futura desta área como parque ou praça. Seguindo esta ótica, o passo seguinte ao da localização é o da remoção do LIXO encontrado nestas áreas, que, na maioria dos casos, é composto por diversas tipologias de resíduos. E assim, o objetivo da empresa de limpeza urbana passa a ser LIMPAR O LOCAL, impossibilitando a identificação e a quantificação das frações dos diversos tipos de resíduos removidos das áreas em questão, onde o LIXO REMOVIDO" fica contabilizado como Resíduos Sólidos Urbanos RSU, quando a experiência prática mostra que entre 60 e 70 % do total dos RSU recolhidos em áreas de descarte clandestino é constituído de RCC 6. No entanto, caso seja adotado este critério para determinação da geração de RCC no município, pode-se incorrer no erro de medir um volume de resíduos que não reflete o total recolhido nas áreas clandestinas, e sim apenas o volume que conseguiu-se coletar. A imprecisão do uso deste critério tende a aumentar ao ser considerado que existem muitas outras áreas de descarte irregular ainda não identificadas pela municipalidade. Outro critério também usado para estimar a produção de RCC dos municípios é vincular sua geração às novas construções. Historicamente estima-se que o desperdício na construção civil tradicional chega a 25% de todo o peso de material que entra na obra, sendo que metade deste percentual sai sob a forma de resíduos (PINTO, Ver Referência Bibliográfica). Com base neste critério, os cálculos feitos para determinar a quantidade de RCC que será produzido usam o valor de 150 (cento e cinquenta) quilogramas para cada metro quadrado de área a ser construída 1, sendo este valor determinado a partir dos pedidos de licenças para construções que dão entrada nas secretarias de obras ou de urbanismo dos municípios. Porém, este critério não consegue aferir o quanto é gerado pelas obras ilegais, nem a fração gerada em pequenas e médias reformas que isentas de licenças municipais. Como se vê quase todos os critérios normalmente usados para estimar a geração de RCC tendem a subavaliá-los, pois não conseguem abranger toda a sua geração, criando, com isto, uma série de dados que, apesar de reais, mostram apenas uma parte do problema a ser resolvido. A falta de dados específicos quanto às quantidades dos RCC geradas em cada local, somada à baixa abrangência dos critérios utilizados para previsão de sua 6 Relatório 4 Contrato 08/ Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos da Construção Civil da Baixada Fluminense - Projeto Entulho Limpo na Baixada DEZEMBRO/2011, I&T Gestão de Resíduos 173/265

174 produção, faz com que seja preciso recorrer a novos parâmetros, de caráter mais geral, que permitam um maior ajuste aos quantitativos reais observados na prática. Na tentativa de sanar estas deficiências, as empresas especializadas em resíduos efetuam estimativas a partir da geração per capita de RCC. Tal método, apesar de ser mais abrangente que os anteriores, também possui suas falhas, pois não leva em consideração o crescimento econômico da região, fator que afeta diretamente a geração de resíduos da construção civil. Desta forma, a média nacional utilizada para estimativa de geração de RCC é de 0,52 ton/hab x ano. Já a Secretaria de Estado do Ambiente - SEA elaborou, no ano de 2012, o Plano Regional de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos da Baixada Fluminense, no âmbito do Projeto Entulho Limpo da Baixada, implementado nos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu e São João de Meriti, cujo estudo, com base nos dados obtidos pelo referido projeto, definiu um índice de geração per capita médio para a região de 456 kg/hab x ano. Também a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE realizou, em 2011, um estudo denominado Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, cujos dados levantados, em todo o território nacional, definiu para a Região Sudeste um índice de geração per capita igual a 0,691 kg/hab x dia, ou 252 kg/hab x ano. Ao longo do presente estudo será apresentado quadro com a estimativa de geração de RCC nos municípios do Estado do Rio de Janeiro, e uma análise dos índices de geração anteriormente abordados CARACTERIZAÇÃO DOS RCC A principal característica dos RCC é sua heterogeneidade, pois podem ser constituídos por diversos tipos de materiais como: argamassa, areia, solo, diferentes cerâmicas, concretos, madeira, metais, papel, pedras, asfalto, tintas, solventes, gesso, plástico, borracha, matéria orgânica, embalagens diversas, entre outros. Em linhas gerais, pode-se afirmar que suas características dependem diretamente do desenvolvimento da indústria da construção civil da região, bem como da localização geográfica, do perfil das atividades econômicas, da densidade demográfica, do tipo e fase da obra, das técnicas construtivas empregadas, das características regionais, entre outros fatores. Em termos específicos, a caracterização dos RCC é de fundamental importância para ajudar a identificar alternativas para reduzir, reutilizar e reciclar o entulho gerado nas obras de construção e demolição, incluindo as pequenas reformas 174/265

175 domiciliares, principalmente porque o conhecimento preciso das propriedades do entulho expande as oportunidades de maximizar sua utilização como material reciclado para construção civil. Não existem muitos estudos brasileiros sobre a caracterização qualitativa do entulho de obras. Dos trabalhos publicados foram analisados os estudos e pesquisas realizadas por empresas ou autarquias municipais de limpeza urbana, a saber: Companhia de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro - COMLURB; Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte - SLU; e Empresa de Limpeza Urbana de Salvador - LIMPURB. Após análise dos estudos disponíveis, optou-se por adotar o estudo da LIMPURB, onde mostrou-se como o mais completo de todos, utilizou uma boa metodologia de composição da amostra e foi feito com base em uma cidade de porte médio, com características similares às cidades do Rio de Janeiro (inclusive sob o aspecto turístico) e ainda levou em consideração os aspectos relacionados com o nível econômico das áreas geradoras (baixo, médio e alto padrão econômico). Para elaboração do estudo foram coletadas amostras de entulho nos aterros de WDS e Canabrava, tendo sido analisadas dezesseis amostras, num total estimado de 155 toneladas, equivalente a 10% (dez por cento) da geração diária de RCC de Salvador, o que representa uma amostragem estatística confiável para este tipo de estudo. A metodologia utilizada para se obter as amostras que foram submetidas aos testes de caracterização dos RCC foi a de Quarteamentos Sucessivos, partindo de uma amostra inicial de 5 a 10 toneladas de resíduos, conforme exemplificado na figura a seguir. 175/265

176 FIGURA 4.1-1:FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE AMOSTRAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL A composição gravimétrica dos RCC foi determinada para classificar os tipos de materiais de cada fração do processo de retirada de amostra. Estes elementos compostos por mais de um tipo de material foram classificados de acordo com o mais predominante. O resultado da classificação está apresentado na Figura 4.1-2, a seguir. FIGURA 4.1-2: COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA MÉDIA DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL A análise da Figura anterior permite que sejam feitas as seguintes observações: A maior porção dos resíduos é constituída por concreto, sendo também significativa a quantidade de materiais cerâmicos (15%). Estes dois grupos, adicionados às pedras (5%) representam 70% das amostras estudadas. Estes materiais, quando processados (britados e peneirados), resultam em agregados de alto potencial para utilização como base de rodovias e concretos não estruturais; 176/265

177 Areia e solos (20%) compõem outra significativa porção dos RCC que podem ser aplicados como finos para a construção de base e sub-base de rodovias, assim como produção de blocos de solo-cimento e tijolos. Outros materiais (metal, papel, madeira, asfalto, gesso, couro e tecidos) representam apenas 10% do total de RCC. Da amostra avaliada, a massa específica calculada foi de kg/m 3. Logo, com base nos dados obtidos, pode-se chegar às seguintes conclusões: Em termos quantitativos, a reciclagem dos resíduos da construção civil e o seu reaproveitamento como agregado é interessante e tecnicamente viável, podendo chegar a índices superiores a 75% de reaproveitamento dos materiais; Os RCC apresentam elevado valor de massa específico, o que torna seu transporte mais oneroso, embora com custo unitário mais baixo INSTRUMENTOS DE GESTÃO Como em qualquer negócio, o correto manejo dos RCC envolve um produtor (o gerador de RCC), um intermediário (o transportador) e um consumidor, no caso o agente que irá receber, processar e destinar os resíduos recebidos. Também como em qualquer negócio, a adequada gestão passa necessariamente por se estabelecer um rigoroso controle de todas as fases e todos os agentes envolvidos, responsabilidade esta das municipalidades, e que deixam de fiscalizar as etapas do processo por deficiências administrativas, na maioria dos casos. Analisando as informações obtidas dos municípios onde esta atividade é bem gerenciada, observa-se que o primeiro passo para se disciplinar o manejo dos RCC é a elaboração de normas e procedimentos específicos que regulamentem o correto acondicionamento, transporte e disposição final dos RCC. O passo seguinte é o cadastramento e fiscalização das empresas transportadoras que se propõem a operar no município. Este cadastramento deve englobar as condições técnicas mínimas que serão exigidas das transportadoras, como características qualitativas e quantitativas da frota, além de procedimentos e responsabilidades da transportadora quanto ao correto acondicionamento, forma de transporte e local de destinação final dos RCC. Em termos de fiscalização, o Estado do Rio de Janeiro possui o SISTEMA DE MANIFESTO DE RESÍDUOS, estabelecido pela DZ-1310.R7 do Instituto Estadual do Ambiente - INEA, que é um instrumento fundamental de mapeamento da 177/265

178 origem, transporte e destino de diversos tipos de resíduos. A análise dos Manifestos de Resíduos já apresenta uma tendência de comportamento dos RCC gerados no estado, que pode auxiliar nas estratégias de planejamento do aproveitamento dos RCC, porém só é emitido por grandes geradores. Outra medida fundamental é aumentar a fiscalização sobre as áreas de transbordo e de destinação final, licenciadas ou não, incentivando a criação de unidades de reciclagem de RCC e obrigando as operadoras destas unidades a só receber resíduos que vierem acompanhados do Manifesto de Resíduos, no caso dos grandes geradores, e limitando os pequenos geradores a entregarem apenas o volume máximo permitido para estes. Outro aspecto que foi constatado no levantamento dos dados, é que os transportadores clandestinos dão preferência a vazar os RCC sempre nos mesmos pontos. Como forma de coibir tais práticas, a Companhia de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro - COMLURB identifica estas áreas e providencia a sua transformação em áreas de lazer, parques e praças. Com a melhoria da urbanização do local, os próprios moradores das imediações passam a tomar conta desta nova área de lazer, denunciando as práticas irregulares ou até mesmo impedindo que novos vazamentos irregulares sejam feitos. Porém, trata-se de uma atribuição municipal coibir o vazamento clandestino de RCC, e a maioria dos municípios fluminenses não possui recursos para a criação de áreas específicas para beneficiamento de RCC, cabendo ao estado fomentar a criação de estruturas para a correta destinação destes resíduos. A realidade atual, trazida à tona pelas informações coletadas, é que os municípios adotam, predominantemente, um conjunto de ações que levam a um "círculo vicioso", caracterizado pelo seguinte: o município relega o manejo dos resíduos da construção civil a segundo plano porque os recursos são escassos e não há interesse do setor privado em investir no assunto; ao relegar o correto manejo dos RCC a segundo plano, a Prefeitura não disponibiliza recursos para fiscalizar e obter dados e informações sobre a geração, o tipo e a destinação final dos RCC; sem dados sobre a geração, o tipo e a destinação final dos RCC, os empresários do setor privado não demonstram interesse (nem necessidade, visto que não há fiscalização) em investir no manejo dos resíduos da construção civil. Por fim, convém lembrar, uma vez mais, que os RCC não incomodam a população da mesma forma que o lixo domiciliar e, desta forma, a pressão da população sobre a Prefeitura para resolver o problema do entulho de obra é quase inexistente, se resumindo a poucas solicitações de associações de moradores de comunidades de baixa renda. 178/265

179 Desta forma, a ruptura do círculo vicioso dificilmente se dará por vontade política dos responsáveis municipais. Conclui-se que, a exemplo do que já foi feito no Projeto Entulho Limpo da Baixada, há uma necessidade premente de atuação por parte do Estado, no sentido de incentivar todos os lados da questão: seja o lado municipal (diretamente ou através de consórcios), seja o lado do gerador de resíduo, seja o lado do empresário que quer investir no setor ALGUNS ASPECTOS FINANCEIROS A RESPEITO DE RCC CUSTOS DA GERAÇÃO DE RCC A simples observação dos dados relativos aos RCC permite inferir três afirmativas: Ausência de Dados: a maioria das Prefeituras não dispõe de dados sistematizados sobre gestão de RCC visando minimizar os custos de gestão; Lançamento Clandestino: os lançamentos clandestinos tem como origem a redução dos gastos do Gerador e o aumento do ganho do Transportador; e Gestão Municipal: a ausência de um sistema municipal de gestão do RCC e que possua um braço fiscalizador. Aprofundando um pouco mais a análise da segunda afirmação, vê-se que o agente responsável por grande parte dos lançamentos clandestinos não são as empresas de construção e demolição, conhecidos como Grandes Geradores, mas sim, as pessoas físicas que promoveram reformas em suas moradias, ou seja, os Pequenos Geradores 7. Esta análise é fruto das observações de campo conduzidas pela a Companhia Municipal de Limpeza Urbana - COMLURB em fins da década de 90, com o propósito de abolir com a cobrança pela remoção do entulho, tornando esta operação gratuita para os Pequenos Geradores com o objetivo exclusivo de reduzir o número de locais de deposição irregular dos RCC. Mesmo cenário no município metropolitano de Niterói, onde a Companhia de Limpeza de Niterói - CLIN apontou os mesmos motivos como a principal, senão a única, fonte de locais de deposição irregular de entulho, ou seja, redução de custos do gerador ou do transportador. 7 COMLURB Coordenadoria Especial de Controle Urbano Informações sobre Recuperação de Áreas Degradadas por Deposições Irregulares fornecidas verbalmente pelo Gerente em /265

180 Isto fica evidente quando se observa os comentários de usuários do Sistema de Remoção Gratuita da COMLURB, relatados pelos atendentes do teleatendimento da Companhia, reclamando que vão ter que gastar dinheiro com sacos plásticos para acondicionar adequadamente o entulho para sua remoção gratuita. O resultado desta constatação é o crescente aumento da quantidade de resíduos dispostos em terrenos baldios, encostas de morro ou margens de cursos d água. A dificuldade de se fiscalizar os Pequenos Geradores, não só por causa do grande número, mas também por causa da sua enorme dispersão, torna o procedimento de fiscalização inviável, técnica e economicamente, reforçando a tese de se fiscalizar as empresas transportadoras. Já os Grandes Geradores, por serem facilmente identificáveis e fiscalizados, preferem optar pelos procedimentos adequados, mesmo que tais procedimentos sejam mais onerosos. Além do mais, as grandes construtoras buscam as certificações ambientais usando-as como diferencial em suas campanhas de marketing na promoção de seus lançamentos. Aliás, cumpre salientar que quem acaba pagando pelo correto manejo dos RCC é o consumidor, pois as empresas repassam este custo de manejo para os compradores dos imóveis. Por estas razões, os Grandes Geradores acabam por se submeter aos procedimentos legais, elaborando e respeitando seus Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Em paralelo à ação do Gerador existe a intervenção do Transportador, que, via de regra, age de acordo com o tipo de cliente. A Fiscalização da COMLURB, por diversas vezes, constatou que o Transportador que entrega o Manifesto de Resíduos assinado, comprovando o descarte em um aterro licenciado, é o mesmo que vaza em áreas clandestinas quando não precisa comprovar o destino dado ao RCC. Outra observação feita pela Fiscalização da COMLURB é, quanto menor o porte do Transportador, maior é a tendência de efetuar descartes irregulares. A estes custos, some-se ainda os custos ambientais, representados, na maioria das vezes por enchentes ou deslizamentos de encostas provocados pela deposição inadequada de resíduos em geral. Outro ponto importante a se considerar é que, com base em estudos realizados pela Gerência de Pesquisas Aplicadas da COMLURB 8, pode-se afirmar que um local de descarte irregular acaba por atrair toda sorte de dejetos. No caso específico dos RCC, conforme já abordado anteriormente, tal procedimento promove a contaminação dos resíduos dispostos, eliminando a viabilidade do seu reaproveitamento, embora provenientes de área irregular. 8 Estudo para Implementação de Sistema de Contêineres Enterrados na Varrição do Centro da Cidade - Gerência de Pesquisas Aplicadas, /265

181 CUSTOS DA COLETA E TRANSPORTE DE RCC É de conhecimento geral no meio técnico especializado que o custo de se coletar o lixo jogado ao chão é o triplo do custo da coleta do lixo ensacado. Com os RCC não é diferente. Para se ter uma ideia dos valores envolvidos, citase o diagnóstico do Programa Entulho Limpo da Baixada, que obteve dos municípios os seguintes custos médios mensais de manejo de RCC (base outubro 2011): Nova Iguaçu: R$ ,00 Duque de Caxias: R$ ,00 Nilópolis: R$ ,00 São João de Meriti: R$ ,00 Foi com este pensamento que, em 2001, a COMLURB criou seu Sistema de Remoção Gratuita, visando minimizar a quantidade de lançamentos clandestinos de entulho de obras e de bens móveis inservíveis. Atualmente, o custo operacional direto deste sistema, sem computar os custos administrativos, totalizou, ao longo do ano de 2012, o montante de R$ ,61, responsabilizando-se pelo manejo de toneladas anuais, o que dá um custo unitário de R$ 115,67/t. De modo análogo, algumas prefeituras instituíram serviços do tipo Disque Entulho, também baseadas no fato de que é mais econômico recolher de graça o entulho das pessoas físicas, do que limpar as áreas de vazamento clandestino. Por outro lado, há que se levar em consideração o custo de transporte dos resíduos até seu local de destinação final. Assim, quanto mais instalações houver e quão mais próximas elas sejam do centro gravimétrico de geração, melhor. Por fim, reafirma-se o que já foi dito em tópico anterior de que os RCC apresentam elevada massa específica, o que torna seu transporte mais oneroso, embora com custo unitário mais baixo. 181/265

182 CUSTOS DA DESTINAÇÃO DOS RCC Segundo as informações obtidas para a cidade do Rio de Janeiro, o custo de destinação final dos RCC em instalações cariocas varia de R$ 7,00 a R$ 25,00 por tonelada, conforme se especifica a seguir. O preço mais baixo corresponde a material de boa qualidade, fácil de ser reciclado e com grande quantidade de material reciclável. Material de qualidade média pode ser recebido na faixa de R$ 10,00 a R$ 15,00 por tonelada. Estes preços são praticados por empresas particulares que se recusam a receber material tido como contaminado. Este tipo de material só é recebido pela COMLURB, que cobra os preços de R$ 20,00 por tonelada entregue nos aterros ou de R$ 25,00 por tonelada de resíduo entregue nas estações de transferência. Na região da Baixada Fluminense, o CTR-Nova Iguaçu, em Adrianópolis, cobra um preço médio de R$ 64,50/t para entulho limpo, sendo que este preço pode variar para menos com a quantidade e qualidade do resíduo, enquanto que o CTR da Bob Ambiental, em Belford Roxo, cobra R$ 20,00 por tonelada, como preço médio geral ALGUMAS CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES A RESPEITO DE RCC A utilização pelas prefeituras de instrumentos como o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, para estabelecer normas e procedimentos para o correto manejo dos RCC, dará mais segurança aos diferentes agentes envolvidos na geração, no transporte e na disposição final destes materiais. Por outro lado, o avanço da consciência ambiental faz crescer a pressão pela implementação de procedimentos ambientalmente adequados e certificados, como o Manifesto de Resíduos, que permitirá aos geradores comprovar que o transporte e a disposição final de seus resíduos foram adequados. O uso do Manifesto de Resíduos permitirá também que os transportadores comprovem que realizaram a disposição em área legalizada e, consequentemente, permitirá que os receptores confirmem esta disposição. Esse acompanhamento passo a passo, ajuda a afastar as práticas danosas ao meio ambiente, tão comuns de serem encontradas nesta atividade. 182/265

183 Outro aspecto a ser contemplado, visa dar sustentabilidade à cadeia de reciclagem dos RCC. Sob este ponto de vista, seria fundamental que as prefeituras e/ou seus consórcios e até mesmo o Estado, estabelecessem a obrigatoriedade do uso, em obras públicas, de um percentual mínimo de agregados reciclados e artefatos produzidos a partir dos RCC. Esta medida ajudaria na consolidação deste mercado, dando maior segurança ao reciclador para investir na produção, pois teria como garantia uma demanda mínima para estes materiais. Ações estratégicas dessa natureza alteram a visão sobre os RCC, deixando de serem vistos como resíduos e se transformando em matéria prima. Por fim, no campo fiscal, uma redução no valor do IPTU cobrado para imóveis usados em atividades de reciclagem, pode ser mais um incentivo a ser dado pelas prefeituras para melhorar a gestão de resíduos no município SITUAÇÃO DOS RCC NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO De forma similar à da tipologia Grande Gerador, apenas o Município do Rio de Janeiro e alguns poucos municípios da Baixada Fluminense apresentam informações específicas a respeito da geração, coleta, transporte, beneficiamento e destinação final dos resíduos da construção civil, embora muitos municípios disponham de serviços específicos para a remoção de entulho de obras. Os dados referentes à Cidade do Rio de Janeiro e a outros municípios com iniciativas na área de RCC estão apresentados nos tópicos a seguir RIO DE JANEIRO a) Aspectos de Gestão A capital do Estado tem desenvolvido nos últimos anos uma série de esforços no sentido de gerir corretamente a questão dos RCC. No Rio de Janeiro, a Lei Municipal nº de 06/09/2001, atribuiu a responsabilidade pela gestão dos RCC à Companhia Municipal de Limpeza Urbana COMLURB. Mesmo antes da publicação da Resolução nº 307/02 do CONAMA, que define as responsabilidades sobre os RCC, a Prefeitura do Rio de Janeiro já compreendia como sua a responsabilidade pela coleta e pelo destino final adequado aos resíduos dos chamados Pequenos Geradores. Pela legislação carioca, do ponto de vista da geração de RCC, Pequeno Gerador é todo aquele, pessoa física, que produza até 2 (dois) metros cúbicos 183/265

184 por semana e, para atender a esta demanda a COMLURB criou o Serviço de Remoção Gratuita de RCC que coleta também bens inservíveis, incluindo os de grande volume que não podem ser recolhidos pela coleta regular. Logo após a publicação desta Resolução, o município do Rio de Janeiro criou um grupo de trabalho do qual fizeram parte representantes do poder público, dos sindicados de classe e da sociedade civil, com o objetivo de criar subsídios para a elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos da Construção Civil. O primeiro passo para a ordenação dos RCC no município veio através de uma ação conjunta da Secretaria Municipal de Urbanismo SMU e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente SMAC que resultou na publicação da Resolução SMAC n 387 de 24 de maio de 2005 (Anexo 2), especificando as normas técnicas e procedimentos para apresentação de Projetos de Gerenciamento de RCC no Município do Rio de Janeiro. Em seguida, o Grupo de Trabalho, composto pelas Secretarias de Meio Ambiente, de Urbanismo, de Transporte e da COMLURB, com a participação do Sindicato da Indústria de Mineração de Brita do Estado do Rio de Janeiro - SINDBRITA e do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro - SINDUSCON-Rio, elaborou o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PIGRCC, que gerou o Decreto n de 27 de setembro de 2006 (Anexo 3). Como resultado deste trabalho em grupo, a Prefeitura do Rio de Janeiro foi uma das primeiras do país a publicar, dentro do prazo fixado pela Resolução nº 307/02 do CONAMA, o seu PIGRCC. Este trabalho em conjunto, do poder público com a iniciativa privada, permitiu uma maior difusão das novas regras, com a promoção, por parte do SINDUSCON-Rio, de vários cursos aos seus associados, orientando-os na elaboração dos então chamados Projetos de Gerenciamento de RCC. O SINDUSCON-Rio também teve papel de destaque na implementação do Plano Municipal de Gerenciamento de RCC, incentivando e efetuando o treinamento da mão de obra da construção civil nas práticas de segregação dos resíduos na origem para fins de recuperação e reciclagem e, principalmente, na minimização da geração de resíduos. Em termos de gestão da reciclagem dos RCC, a SMAC publicou, em 02 de setembro de 2010, a Resolução SMAC nº 479 (Anexo 4), que dispõe sobre procedimentos administrativos simplificados para o Licenciamento Ambiental Municipal de atividades destinadas à reutilização e reciclagem de materiais e resíduos não perigosos. Mais tarde, a Prefeitura exarou o Decreto Municipal nº , de 13 de junho de 2011 (Anexo 5), que dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização de 184/265

185 agregados reciclados oriundos de resíduos da construção civil RCC em obras e serviços de engenharia realizados pelo Município do Rio de Janeiro. O desafio que se impõe no momento é precisamente a consolidação da Cadeia de Reciclagem dos RCC através do fortalecimento e perpetuação do mercado de recicláveis. Observe-se que o momento atual é particularmente propício para o uso em grande escala de agregados reciclados, tendo em vista as obras que estão sendo realizadas na cidade. Sob a ótica do investidor, o município incentiva a implementação de novos projetos de reciclagem, oferecendo linhas especiais de financiamento junto aos Bancos de Fomento. b) Estrutura Existente Em linhas gerais, no município do Rio de Janeiro existem, para o pequeno gerador, as seguintes alternativas: Solicitar pelo telefone 1746 o Serviço de Remoção Gratuita. Feito o pedido, a COMLURB, em até 72 horas, providencia a retirada do material devidamente acondicionado, respeitados os seguintes limites: Até 150 sacos plásticos de 20 litros de entulho; Até 12 conjuntos de amarados de galhadas de pequenas podas; Até 150 telhas ou tijolos; Até 2 bens inservíveis grandes ou 6 pequenos. Obs. O solicitante tem direito a uma remoção gratuita por semana. Levar, por meios próprios, seus RCC para um dos mais de 150 Ecopontos implantados pela cidade, respeitados os limites para os pequenos geradores. Nos Ecopontos, que são áreas preparadas para receberem resíduos de diferentes tipologias e provenientes de pequenos geradores, não é permitida a disposição de RCC produzido por pessoas jurídicas (Grandes Geradores). Para os Grandes Geradores, existe a alternativa da contratação de caixas estacionárias de 5 ou 7 m³, disponibilizadas e transportadas por empresas credenciadas pela COMLURB, que também as fiscaliza. Atualmente, entre empresas e autônomos credenciados, existem 85 (oitenta e cinco) transportadoras. Para as empreiteiras de grande porte, outra possibilidade é o uso de caminhão próprio devidamente credenciado, exclusivo para este tipo de transporte. 185/265

186 No que concerne à disposição final, a COMLURB recebe atualmente este material tanto nas suas cinco estações de transferência, como em seus dois aterros, o CTR-Gericinó, no Rio de Janeiro, e o CTR-Rio, em Seropédica. Nestes aterros, após o vazamento, o material sofre uma pequena triagem, onde recicláveis são separados e o restante do material, basicamente os resíduos Classe A segundo a Resolução nº 307/02 do CONAMA, é usado na formação de pistas de acesso à frente de trabalho e como material de cobertura provisória do lixo domiciliar. Além dessas áreas sob a responsabilidade da COMLURB, no Anexo 6 encontra-se apresentada a relação de empresas licenciadas pela SMAC para receber os RCC gerados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, indicando também os tipos de RCC passíveis de serem recebidos em cada área. Para finalizar, convém lembrar que, com os altos custos do transporte e com as áreas de descarte cada vez mais distantes, a tendência tem sido tratar os RCC em locais próximos à sua geração, com uso de britadores/classificadores móveis, evitando-se ao máximo o transporte de RCC a longas distâncias. Dentro desta ótica, a COMLURB já preparou os editais de licitação para implantação de unidades de valoração de RCC, em áreas administradas pela companhia, situadas nos bairros do Caju e de Cordovil. Além disto, estuda a possibilidade de implantar uma terceira unidade de beneficiamento de RCC na área do CTR-Gericinó, destinada a atender aos pequenos geradores da Zona Oeste da cidade. c) Características dos RCC do Rio de Janeiro Através de ensaios e análises realizadas pela Gerência de Pesquisas Aplicadas da COMLURB, foram feitas análises gravimétricas do material coletado pelo Sistema de Remoção Gratuita da COMLURB e pelos transportadores credenciados cujos resultados estão apresentados nos Quadros e Figuras, a seguir. REMOÇÃO GRATUITA CAÇAMBAS ESTACIONÁRIAS COMPONENTES PERCENTUAL COMPONENTES PERCENTUAL Papel 1,34 Papel 0,26 Plástico 2,57 Plástico 0,14 Vidro 0,59 Vidro 0,01 Metal 0,67 Metal 0,04 Total de Recicláveis 5,16 Total de Recicláveis 0,45 186/265

187 REMOÇÃO GRATUITA CAÇAMBAS ESTACIONÁRIAS COMPONENTES PERCENTUAL COMPONENTES PERCENTUAL Madeira 2,21 Madeira 0,86 Pano / Trapo 0,11 Pano / Trapo 0,03 Borracha 0,04 Borracha 0 Total de Outros 2,36 Total de Outros 0,89 Barro 0,3 Barro 0 Cerâmica 7,76 Cerâmica 5,79 Concreto 21,17 Concreto 26,91 Gesso 0,02 Gesso 0,71 Mármore 0,45 Mármore 0 Pedra 14,8 Pedra 12,71 Tijolo 4,15 Tijolo 9,26 Amianto 0,18 Amianto 0 Agregado Fino 43,64 Agregado Fino 43,3 Total de Entulho 92,48 Total de Entulho 98,66 Total Geral 100 Total Geral 100 Massa Específica(Kg/m³) 1.000,37 Massa Específica(Kg/m³) 1.341,05 Na comparação das duas composições podemos destacar: Maior mistura de materiais na Remoção Gratuita; Maior Massa Específica das Caçambas; Pequena variação da composição entre ambas, menor que 10%. 187/265

188 FIGURA 4.4-1: COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RCC GERADOS NO RIO DE JANEIRO d) Quantitativos Mesmo considerando toda a especialização da COMLURB no manejo de resíduos, os dados da geração de RCC fornecidos, padecem dos mesmos males de imprecisão já citados anteriormente. Assim, apesar de todo o controle exercido pela COMLURB, até o ano de 2007, grande parte do material coletado pelo Serviço de Remoção Gratuita foi computada como material de cobertura, tendo em vista que, ao chegar aos aterros, este material era usado no recobrimento de lixo e na pavimentação das vias de serviço internas. Por outro lado, a COMLURB também não quantifica as diferentes tipologias, em ações de limpeza de áreas de descarte irregular de resíduos, coletando todos misturados. Desta forma, até 2007, parte dos RCC coletados foi classificada como lixo público". O Quadro 4.4-1, a seguir mostra a média diária do volume de RCC recebido nos últimos cinco anos nas áreas de disposição ofertadas pela COMLURB. 188/265

189 QUADRO 4.4-1:MÉDIA DIÁRIA DO VOLUME DE RCC ANO MÉDIA DIÁRIA (T) MÉDIA PER CAPITA (KG/HAB.DIA) , , , , ,295 FONTE: COMLURB NOTA: NO CÁLCULO DA MÉDIA PER CAPITA FORAM USADOS OS DADOS POPULACIONAIS FORNECIDOS PELO INSTITUTO PEREIRA PASSOS. Nos primeiros oito meses de 2012, a média diária de recebimento nestas áreas foi de toneladas o que corresponde a um per capita de 0,279 quilogramas por habitante. Observe-se que os valores fornecidos restringem-se somente às áreas operadas pela COMLURB, não computando os valores das áreas operadas por empresas privadas. O Rio de Janeiro está passando por intervenções urbanas profundas na preparação para os megaeventos já programados para a cidade, que estão exigindo grande movimentação de terra. Parte deste material está sendo britado na frente de trabalho e após acerto na granulometria, usado nas próprias obras em andamento, como a reforma do Estádio do Maracanã, as obras da Transoeste, do Metrô Linha 4, da Transolímpica e outras; e, portanto, sem ser contabilizado como RCC. Outro complicador na determinação das quantidades de RCC geradas na cidade do Rio de Janeiro, está no fato de que, além da SMAC autorizar o uso de RCC para aterramento de áreas, também o INEA e algumas prefeituras da Região Metropolitana emitem autorizações semelhantes, o que dispersa os resíduos e, na prática, impede a sua real quantificação. Outra dificuldade encontrada na quantificação da geração de RCC está em estimar quanto desse material é usado em aterramentos ilegais, em acertos de greide não autorizados, lançados em terrenos vazios, etc. Pela experiência prática, estima-se que uma quantidade igual àquela que é recebida legalmente nas áreas da COMLURB, é ilegalmente descartada. 189/265

190 Ressalte-se, entretanto que informações prestadas pela recém-criada Associação dos Aterros de Resíduos de Construção e Demolição - ASSAERJ indicam que, desde o início de 2012, tem crescido a procura por uma disposição final Certificada Ambientalmente. Dados recentes revelam que a ASSAERJ tem recebido mensalmente em suas áreas mais de toneladas de resíduos Classe A, dando uma média diária de toneladas, material este proveniente, por exemplo, das obras do Metrô Linha 4 e da Transoeste. A partir dos dados apresentados, estima-se que a geração atual de RCC no Rio de Janeiro chegue a mais de toneladas por dia, volume este que deve se manter no mesmo nível pelos próximos anos, devido às obras de preparação da cidade para as Olimpíadas de e) Plano Municipal Em atenção ao disposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal n /2010) o Município do Rio de Janeiro já elaborou seu Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que, conforme se pode ver nos excertos apresentados no Anexo 7, corrobora os termos do Decreto Municipal n /2006 para a gestão dos resíduos da construção civil. A versão preliminar do Plano já foi enviada à Procuradoria Geral do Município, cumprindo a última etapa da sua aprovação, prevendo-se sua publicação para o início de MUNICÍPIOS DA BAIXADA FLUMINENSE a) Aspectos de Gestão Localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com quase três milhões de habitantes, a Baixada Fluminense apresenta uma grande população de baixa renda que vive em precária situação sanitária e tendo como um de seus principais problemas sanitários a situação das áreas após inundações. Instada a solucionar estes problemas de cunho sanitário, a Secretaria de Estado do Ambiente - SEA reuniu um grupo de técnicos e especialistas em hidráulica e hidrologia que identificou como uma das principais causas das enchentes, o manejo inadequado dos resíduos da construção civil, que são depositados de forma irregular nas margens dos rios e córregos, quando não são jogados diretamente no leito dos corpos d'água. Assim, a Secretaria de Estado do Ambiente - SEA construiu, em conjunto com os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova 190/265

191 Iguaçu e São João de Meriti, um programa com vistas a solucionar os graves problemas de enchentes da região, que, em junho de 2011, se transformou no Projeto Entulho Limpo da Baixada. O Projeto partiu de um diagnóstico em que foram identificadas 300 (trezentas) áreas de descarte irregular sistemático, cuja distribuição pelos municípios consorciados encontra-se apresentada na Figura 4.4-2, a seguir. FIGURA 4.4-2: DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DE DESCARTE IRREGULAR DE RCC NA BAIXADA FLUMINENSE A identificação de tantas áreas de descarte irregular contrasta com a ausência de áreas licenciadas, públicas ou privadas, para disposição final adequada. Por ser esta região a mais densamente povoada do Estado, os poucos terrenos livres ainda existentes são de pequenas dimensões e, quando usados como destino final de RCC, se esgotam rapidamente, obrigando as prefeituras a estar sempre procurando por novas áreas. Esta ausência de locais com capacidade de recebimento adequada que acarreta a constante troca de destino final dos RCC é a principal questão operacional a ser enfrentada pelo projeto e deixa as prefeituras sem controle efetivo da cadeia de geração, prejudicando toda a logística de transporte. Por sua vez, esta ausência de controle traz consequências mais desastrosas ainda para os municípios da Baixada, pois acaba por atrair descartes irregulares dos resíduos gerados na cidade do Rio de Janeiro, agravando ainda mais a falta de áreas adequadas e os problemas de enchentes na região. Em função da expressiva geração de Resíduos da Construção Civil - RCC nos municípios da região, associada ao volume de RCC proveniente de outras regiões, há um interesse objetivo das municipalidades e da SEA em construir, de forma articulada, soluções para a gestão desses resíduos de maneira eficaz e uniforme. 191/265

192 A maneira encontrada para implementar estas soluções foi a de reunir os municípios envolvidos em um consórcio, sendo o Estado ente participante deste do consórcio, conforme Lei Estadual nº 6.333/2012. Assim, com o objetivo de estabelecer um controle mínimo sobre a gestão dos RCC, o Projeto Entulho Limpo da Baixada, juntamente com os municípios envolvidos, elaborou um Plano Regional de Gestão e Manejo dos Resíduos da Construção Civil, em conformidade com a legislação aplicável. Durante a vigência deste Projeto, já foram realizados diagnósticos e o planejamento de sistemas de gestão dos Resíduos da Construção e Demolição, com a participação dos gestores públicos municipais, que foram devidamente capacitados para a gestão dos sistemas. O Projeto ainda prevê a implantação das unidades de manejo definidas neste plano, devidamente equipadas para operação, como contribuição do Estado à solução permanente da gestão desses resíduos pelos municípios da região, como se verá em tópico específico. b) Estrutura Existente A infraestrutura existente nos municípios da Baixada para a gestão adequada dos RCC é precária. Dos seis municípios que compõem esta região, apenas Belford Roxo, Nilópolis e Nova Iguaçu dispõem de sistema de atendimento para remoção de entulho, mas são sistemas que não conseguem manejar adequadamente o volume de RCC gerado diariamente. O resultado desta situação é a proliferação das áreas de descarte irregular, já mencionadas no item anterior. Em termos de destinação final, apenas o Município de Nova Iguaçu possui instalação para beneficiamento do entulho coletado. A Usina de Beneficiamento de Entulho foi implantada em terreno do CTR - Nova Iguaçu e tem capacidade para processar todo o RCC gerado no município, produzindo brita 1, brita 2 e agregado fino. Nos demais municípios, todo o entulho coletado é conduzido para aterros de lixo urbano ou descartado em áreas baixas, o que agrava o problema de transbordamentos dos principais rios da região, sendo os rios Capivari, Iguaçu, Sarapuí e Botas. Ainda na região da Baixada Fluminense, merecem ser citadas as instalações do Centro de Tratamento de Resíduos da Bob Ambiental, no bairro de Recantus, em Belford Roxo, que, embora ainda não esteja processando o material, já está recebendo e armazenando os resíduos encaminhados que, em futuro próximo, serão processados por equipamento móvel, do tipo Global 110, dotado de triturador de impacto e capaz de triturar até 250 toneladas por hora, gerando brita 0, brita 1, brita 2 e agregado fino. 192/265

193 No Município de Magé, a empresa Terra Ambiental e Incorporadora Ltda., está em processo de licenciamento de uma área global de aproximadamente 300 mil metros quadrados, onde será implantado um equipamento fixo capaz de processar até 140 t/h. c) Características dos RCC dos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu e São João de Meriti De uma forma geral pode-se dizer que a composição gravimétrica dos resíduos da construção civil desta região segue os mesmos parâmetros apresentados na Caracterização dos RCC. Porém, é importante que se observe que o material retirado das áreas de descarte irregular possui, em média, a seguinte composição: 69% de entulho de obra; 6% de terra; 11% de resíduos de poda; 2% de resíduos volumosos; e 12% de lixo comum misturado aos resíduos. d) Quantitativos É intuitivo que, sem possuir infraestrutura para gerir os resíduos, as prefeituras não dispõem de informações confiáveis a respeito da quantidade de RCC gerados em seus territórios. Entretanto, a maior parte delas forneceu números sobre a quantidade de resíduos coletados no município, como se mostra a seguir 9 : Belford Roxo: 214 t/dia; Mesquita: 277 t/dia; Nilópolis: 270 t/dia; Nova Iguaçu: 842 t/dia; S. J. de Meriti 316 t/dia Diante da dificuldade na obtenção de dados confiáveis sobre a geração de RCC junto às prefeituras envolvidas e da necessidade de números de referência para o correto dimensionamento do projeto, o Programa Entulho Limpo da Baixada utilizou-se de três parâmetros técnicos para efetuar sua estimativa de quantidades (PINTO, 2012): 1) Aplicação da média nacional estimada para a geração per capita de RCC, estabelecida em 0,52 t/ano por habitante. 2) Aplicação do cenário verificado em grande número de municípios brasileiros, que aponta que a geração de RCC é o dobro da geração dos resíduos sólidos domiciliares. 9 Projeto Entulho Limpo da Baixada - Relatório 3 - Diagnóstico, SEA, /265

194 3) Aplicação de percentual de perda (25%) sobre a média dos agregados consumidos no Estado do Rio de Janeiro. Com base nestes três parâmetros e considerando que a coleta será realizada em 26 dias por mês (312 dias por ano), o Projeto Entulho Limpo da Baixada construiu as seguintes estimativas: MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA ÁREA DO DENSIDADE ESTIMATIVA MUNICÍPIO DEMOGRÁFICA 1 ESTIMATIVA 2 ESTIMATIVA 3 (HAB) (KM²) (HAB/KM²) (T/DIA) (T/DIA) (T/DIA) Belford Roxo , Duque de Caxias , Mesquita , Nilópolis , Nova Iguaçu , São João de Meriti , Baixada Fluminense , FONTE: PINTO, 2012 e) Estrutura Projetada Segundo informações do Projeto Entulho Limpo, o financiamento do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano - FECAM prevê a implantação de 107 ecopontos e 6 Áreas de Transbordo e Triagem. De posse dos locais de vazamento e assumindo que a geração de RCC da região está entre a t/dia, o projeto Entulho Limpo Baixada, dividiu os municípios em bacias de captação de RCC, prevendo que em cada uma dessas bacias será construído um ecoponto dimensionado para receber o volume estimado de RCC gerado na sua área. Os resíduos recebidos nos ecopontos serão depois encaminhados para uma Área de Transbordo e Triagem e o rejeito levado para a disposição final adequada. A implantação do sistema proposto encontra dificuldades como: Falta de áreas públicas adequadas para a disposição final dos RCC; Cultura da população local de se livrar do entulho na via pública; Hábito de cobrar das municipalidades a remoção gratuita dos RCC, não valorando a atividade; 194/265

195 Falta de documentação das áreas a serem usadas no projeto OUTRAS INICIATIVAS Além dos municípios anteriores, outras prefeituras também estão realizando incursões no setor de coleta e processamento de RCC. As principais ações levantadas estão relacionadas nos tópicos a seguir CAMPOS DOS GOYTACAZES De acordo com informações publicadas pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos, os moradores podem solicitar os trabalhos de remoção de entulho através do Disque Limpeza ( ), o serviço de coleta de pequenos volumes de entulho e demais resíduos (galhadas, telhas, tijolos e bens inservíveis), se estiverem armazenados dentro das casas. Neste mesmo número telefônico, no horário de 08:00 às 18:00 horas, as pessoas podem ligar e dar sugestões, fazer reclamações ou observações quanto à limpeza e serviços feitos nos respectivos bairros. Esta ação tem uma dupla finalidade que é a de tornar a população mais participativa no sentido de fiscalizar a limpeza nos bairros da cidade e a de conscientizar a população de que nenhum tipo de resíduo deve ser depositado em via pública (calçadas, canteiros, ruas e avenidas). Em caso de solicitações sequenciais de remoção de entulho, a mesma só poderá ser realizada 15 dias após a anterior. Caso o cidadão não queira aguardar este prazo, o serviço de remoção deverá ser contratado junto a carroceiro ou empresa transportadora particular. Em caso de contratação de carroceiro avulso ou empresa privada, o mesmo deverá transportar e destinar a carga de resíduos (entulho, terra ou galhada) para um dos Pontos de Entrega Voluntária de Entulho (PEVE) existentes, ou diretamente para o aterro de inertes localizado na Avenida Santo Amaro, s/n, no bairro da Codin, subdistrito de Guarus. Todo entulho e demais resíduos só serão coletados se estiverem armazenados dentro da residência e em obediência às seguintes condições: Entulho de pequenas obras: deverão estar obrigatoriamente acondicionados em sacos plásticos de até 20 litros e serão removidos no máximo 150 sacos por residência. 195/265

196 Galhadas de pequenas podas: deverão ser formados conjuntos de galhos, de comprimento máximo de 1,5 metros, amarrados através de barbantes ou outro material (para facilitar o manuseio pelo gari) e serão removidos no máximo 12 conjuntos de amarrados por residência. Telhas (pequenas) ou Tijolos: unidades inteiras (unidades quebradas devem ser consideradas como entulho) deverão estar agrupadas de forma a facilitar o carregamento e serão removidos no máximo 150 unidades de telhas e/ou de tijolos por residência. Bens Inservíveis: somente serão removidos no máximo 6 itens por residência com suas respectivas quantidades, exceto para os bens de grande peso ou volume (geladeira, freezer, cofre, sofá, armário, etc.), que a remoção fica limitada a 2 itens por residência. Os PEVE's (Figura 4.4-3), originalmente chamados de "entulhódromos", foram criados pela Prefeitura como uma forma prática de solucionar o trabalho da coleta de entulhos no município, no intuito de resolver o problema de descarte de materiais em ruas, avenidas e, principalmente, terrenos baldios. FIGURA 4.4-3: PONTO DE ENTREGA VOLUNTÁRIA DE ENTULHO DA AVENIDA ZUZA MOTA Os PEVE's ocupam uma área aproximada de 900 metros quadrados e estão destinados a receber da população e de carroceiros, pequenas quantidades de entulho, galhadas e terra. Resíduos como galhadas e vegetais são destinados à Usina de Compostagem, em Santo Amaro, enquanto os demais resíduos, serão encaminhados ao Aterro de Inertes da Codin. Os PEVE's funcionam de segunda a sábado, de 08:00 às 18:00 horas, sendo proibida a entrada de veículos automotores de grande porte. Para melhor definição dos locais de implantação dos PEVE's, a cidade foi dividida em quatro regiões, sendo elas as regiões leste e oeste de Guarus (margem 196/265

197 esquerda do rio Paraíba do Sul) e leste e oeste da margem direita do rio Paraíba do Sul (sede do município). Cada área possui uma cor padrão e de acordo com as cores, os carroceiros estão sendo convidados a pintar seus veículos de tração animal com a mesma cor da região onde operam. Atualmente, a cidade conta com nove PEVE's, sendo intenção da Prefeitura instalar um total de 18 unidades. Em paralelo ao apoio dado pela Prefeitura aos carroceiros, o Centro de Controle e Zoonozes (CCZ), também efetua o acompanhamento, junto com a Secretaria de Serviços Públicos, dos carroceiros e seus animais, para que possam ter condições de trabalho. Agentes fiscais da Coordenadoria de Fiscalização de Posturas realizam trabalho cíclico que consiste na identificação de terrenos baldios e vias públicas, onde é feito despejo irregular de lixo por caminhões de supermercados e outros estabelecimentos, além de carros particulares e carroceiros e conta com a ajuda da população que faz suas denúncias das irregularidades através do Disque Limpeza. Durante as varreduras, as equipes surpreendem carroceiros, que possivelmente deixariam entulhos em locais proibidos, e orientam para que eles se dirijam aos PEVE's implantados na cidade NITERÓI O Município de Niterói dispõe de Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil instituído pela Lei Municipal 2.730, de 21 de setembro de Com base nesta Lei, a Companhia de Limpeza Urbana de Niterói - CLIN, com a coordenação do Núcleo Permanente de Gestão, vem implementando o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil, constituído pelo seguinte conjunto de instalações e ações governamentais: I - Pontos de Entrega voluntária de Resíduos da Construção Civil, implantada em alguns logradouros públicos, Distritos de Limpeza Urbana e ECOCLINS, destinados à captação de resíduos Classe B; II - Serviço Disque Coleta para Pequenos Volumes: disponibilizado pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói - CLIN, com acesso telefônico a pequenos transportadores privados de Resíduos da Construção Civil; 197/265

198 III - Áreas para Recepção de Grandes Volumes: Área de Transbordo e Triagem (ATTR), Área de Reserva, Área de Reciclagem e/ou Beneficiamento e Aterros de Resíduos da Construção Civil e Aterro Sanitário, apenas os resíduos da construção civil classe A, beneficiados e solos não contaminados; IV - Ações para informação e educação ambiental dos munícipes, dos geradores, dos transportadores e dos receptores de resíduos, definidas em programas específicos; V - Ações para controle, licenciamento e fiscalização do conjunto de agentes envolvidos, definidas em Leis e Resoluções; VI - Usinas, públicas ou privadas, de reciclagem e de fabricação de agregados feitos a partir de resíduos da construção civil. A operação das instalações relacionadas nos incisos I, II e III pode ser executada por empreendedor privado, sob regime de concessão ou licitação. Ainda de acordo com as disposições legais, o serviço de coleta e remoção de entulho não é gratuito, podendo ser cobrado pela CLIN. A CLIN mantém em seu site a relação das empresas credenciadas para realizar a remoção de entulho PETRÓPOLIS Também Petrópolis disponibiliza um serviço do tipo Disque Entulho, criado pela Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis - COMDEP em 2009, com o objetivo de coletar e dar destino final adequado ao lixo verde (poda de árvores e jardins) e ao entulho de obras. O Serviço funciona de modo similar aos demais congêneres, ou seja: O cidadão liga para o Disque Entulho; Uma atendente registra o pedido em um sistema computadorizado; Um funcionário da operação retorna a ligação para o usuário agendando a visita do pessoal de coleta, dando instruções sobre como proceder e tirando dúvidas do usuário; No dia e hora agendados, o pessoal de coleta vai ao local onde os resíduos estão acondicionados promovendo a sua remoção para destino final adequado. Até pouco tempo atrás, estes resíduos eram encaminhados para o aterro de Pedro do Rio, porém, a Prefeitura de Petrópolis assinou convênio com a Fundação Banco do Brasil para a implantação de uma Usina de Reciclagem de 198/265

199 Entulho URE, no valor de 1,5 milhões de reais com uma contrapartida do município de 200 mil reais em projeto. A usina, capaz de processar até 40 toneladas de entulho por dia, será instalada em terreno da BR-040, junto ao aterro de Pedro do Rio e permitirá a criação de 30 novos empregos. Inicialmente, a usina terá assessoria técnica e acompanhamento, realizada pelo Instituto Nova Ágora de Cidadania - INAC, que será a responsável pela coordenação dos serviços e manuseio do maquinário feito pelos funcionários, cabendo à COMDEP a responsabilidade pela administração do local e pelo fornecimento de mão de obra. Todo o entulho reciclado será utilizado em obras realizadas pelo governo municipal, seja diretamente na recuperação da pavimentação de vias secundárias, seja na fabricação de artefatos de concreto pré-moldado RIO DAS OSTRAS A Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca disponibiliza para a população local um serviço gratuito de recolhimento de entulho que pode ser agendado através dos telefones ou e que coleta cerca de 1540 toneladas ao mês. Em março de 2012, a Prefeitura de Rio das Ostras, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, inaugurou a Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil, única em funcionamento em toda a região. A Usina está localizada no Aterro Sanitário Municipal, situado na estrada do Macuco, Vila Verde, e tem a capacidade para reciclar 25 toneladas de resíduos por dia. A exemplo do que se faz em Petrópolis, o material reciclado é utilizado em obras públicas, como por exemplo, na manutenção de estradas SAQUAREMA Embora não disponibilize nenhum serviço do tipo Disque Entulho, o Município de Saquarema, através da Lei 1.055, de 19 de março de 2010 (que institui o Código Municipal de Meio Ambiente) define, no 1º do art. 19, que: "Deverá ser removido por conta do proprietário qualquer resíduo que não seja domiciliar (de fábricas, oficinas e quintais particulares como entulhos, resíduos da construção civil e 199/265

200 restos vegetativos), bem como os comerciais acima de 100 kg, os industriais e os de serviço de saúde, salvo convênio" PINHEIRAL No Município de Pinheiral, bairro Parque Maíra, acham-se localizadas as instalações da Recitec Reciclagem e Comércio de Resíduos Metálicos Ltda. Esta empresa possui equipamentos fixos capazes de processar até m³ de material por mês e está devidamente licenciada pelo INEA. Atualmente, estão produzindo cerca de m³ de agregado reciclado que está sendo comercializado na faixa de R$ 35,00/m³. Os rejeitos, pouco menos de 10% do material processado, são encaminhados para o aterro de Volta Redonda OUTROS MUNICÍPIOS Existem outros municípios que disponibilizam serviços do tipo Disque Entulho, embora não divulguem mais nenhuma informação sobre o funcionamento dos serviços, nem sobre as instalações e recursos existentes. São eles: Casimiro de Abreu; Cordeiro; Nova Iguaçu; São João da Barra CENÁRIO FUTURO DO ESTADO Além destas unidades que já se encontram operativas a Secretaria de Estado do Ambiente vem desenvolvendo e implementando projetos para a implantação de novas áreas de beneficiamento dos resíduos da construção civil, principalmente com o enfoque de atender às necessidades dos municípios de pequeno e médio portes. Dentre as ações da SEA que se acham em pleno desenvolvimento, merecem destaque as obras no âmbito do Programa Lixão Zero, que prevêem a implantação de 7 (sete) Centros de Tratamento e Destinação Final de Resíduos Sólidos - CTDR's e que também promoverão o beneficiamento dos resíduos sólidos de construção civil, a saber: 200/265

201 CTDR Teresópolis; CTDR Vassouras; CTDR Saquarema; CTDR Três Rios; CTDR São Fidélis; CTDR Paracambi; CTDR Itaperuna. Por fim, cabe mencionar que a SEA, com recursos provenientes de convênio com a Refinaria Duque de Caxias da Petrobrás, está implantando a Área de Transbordo e Transferência (ATT) de Resíduos Sólidos do Município de São João de Meriti, situada a apenas 10 Km da sede da Prefeitura, a qual contará com uma Unidade de Beneficiamento de RCC que segundo o projeto apresentado pela Prefeitura, será capaz de processar 40 toneladas de RCC por hora ESTIMATIVA DAS QUANTIDADES DE RCC NO ESTADO Com base na metodologia da estimativa a partir do per capita apresenta-se, no Quadro a estimativa das quantidades de RCC geradas nos 92 municípios do Estado. Em função das características dos municípios, definiu-se pela utilização de 2 (dois) índices de geração diferentes, utilizando-se como fontes os seguintes estudos técnicos: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2011, da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE; Plano Regional de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos da Baixada Fluminense, 2012, da Secretaria de Estado do Ambiente - SEA. Definiu-se pelo estabelecimento de dois grupos de municípios, compostos por aqueles com população superior a habitantes e aqueles com população inferior a habitantes, onde, para cada grupo, foi definido um índice de geração per capita de RCC, conforme Quadro 4.4-2, a seguir: 201/265

202 QUADRO 4.4-2:ÍNDICE DE GERAÇÃO PER CAPITA DE RCC GRUPOS DE MUNICÍPIOS ÍNDICE DE GERAÇÃO PER CAPITA (TON/HAB X ANO) 1 População superior a habitantes 0,456* 2 População inferior a habitantes 0,252** * SEA, 2012 ** ABRELPE, 2011 Neste mesmo diapasão, fez-se uma comparação com o índice nacional de geração de RCC, que é de 0,52 ton/hab x ano. O Quadro 4.4-3, a seguir, apresenta a estimativa de geração de RCC nos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro. QUADRO 4.4-3:GERAÇÃO DE RCC NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO QUANTITATIVO TON/ANO MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA 2010 NACIONAL 0,52 TON/HAB X ANO ESTUDO BAIXADA 0,456 TON/HAB X ANO ABRELPE 0,252 TON/HAB X ANO ADOTADO* Angra dos Reis Aperibé Araruama Areal Armação dos Búzios**** Arraial do Cabo**** Barra do Piraí Barra Mansa Belford Roxo Bom Jardim Bom Jesus do Itabapoana /265

203 QUANTITATIVO TON/ANO MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA 2010 NACIONAL 0,52 TON/HAB X ANO ESTUDO BAIXADA 0,456 TON/HAB X ANO ABRELPE 0,252 TON/HAB X ANO ADOTADO* Cabo Frio Cachoeiras de Macacu Cambuci Campos dos Goytacazes Cantagalo Carapebus Cardoso Moreira Carmo Casimiro de Abreu Comendador Levy Gasparian Conceição de Macabu Cordeiro Duas Barras Duque de Caxias Engenheiro Paulo de Frontin Guapimirim Iguaba Grande Itaboraí Itaguaí Italva Itaocara Itaperuna /265

204 QUANTITATIVO TON/ANO MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA 2010 NACIONAL 0,52 TON/HAB X ANO ESTUDO BAIXADA 0,456 TON/HAB X ANO ABRELPE 0,252 TON/HAB X ANO ADOTADO* Itatiaia Japeri Laje do Muriaé Macaé Macuco Magé Mangaratiba Maricá Mendes Mesquita Miguel Pereira Miracema Natividade Nilópolis Niterói Nova Friburgo Nova Iguaçu Paracambi Paraíba do Sul Paraty Paty do Alferes Petrópolis /265

205 QUANTITATIVO TON/ANO MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA 2010 NACIONAL 0,52 TON/HAB X ANO ESTUDO BAIXADA 0,456 TON/HAB X ANO ABRELPE 0,252 TON/HAB X ANO ADOTADO* Pinheiral Piraí Porciúncula Porto Real Quatis Queimados Quissamã Resende Rio Bonito Rio Claro Rio das Flores Rio das Ostras Rio de Janeiro Santa Maria Madalena Santo Antônio de Pádua São Fidélis São Francisco de Itabapoana São Gonçalo São João da Barra São João de Meriti São José de Ubá São José do Vale do Rio Preto /265

206 QUANTITATIVO TON/ANO MUNICÍPIO POPULAÇÃO URBANA 2010 NACIONAL 0,52 TON/HAB X ANO ESTUDO BAIXADA 0,456 TON/HAB X ANO ABRELPE 0,252 TON/HAB X ANO ADOTADO* São Pedro da Aldeia São Sebastião do Alto Sapucaia Saquarema Seropédica Silva Jardim Sumidouro Tanguá Teresópolis Trajano de Moraes Três Rios Valença Varre-Sai Vassouras Volta Redonda TOTAL ,49 Observações: * O índice proposto estabeleceu uma linha de corte, onde adotou-se o índice de geração de 0,252 ton/hab x ano para municípios com população inferior a habitantes, 0,456 ton/hab x ano para municípios com população superior a habitantes. ** Em função das características imobiliárias, adotou-se o índice de 0,456 ton/hab x ano. *** Fonte: IBGE, População Urbana. **** Adotou-se o índice de 0,456 ton/hab x ano em função da dinâmica urbana. 206/265

207 QUADRO RESUMO Pelos quadros-resumo apresentados a seguir e baseados nas informações contidas no PEGIRS de maio de , constata-se que os dados provenientes dos municípios de maior porte tendem a ser mais específicos e confiáveis, pois são oriundos de organizações, como Companhias de Limpeza Urbana e Empresas Municipais de Coleta, criadas com o fito de gerenciar os resíduos. Já para os pequenos e médios municípios, muito em função da falta de um órgão específico para gerir a questão dos resíduos, o que existe é uma ausência de dados quanto à produção de RCC. O conjunto de quadros, a seguir resume o atual estágio da gestão dos RCC nas 92 Prefeituras do Estado do Rio de Janeiro. LEGISLAÇÃO SOBRE RCC NÚMERO DE PREFEITURAS PERCENTUAL Especifica 5 5 % Geral % Inexistente* 5 5 % *Não há referência a resíduo ou lixo nem em Plano Diretor, nem na Lei Orgânica do município. QUANTIDADES DE RCC NÚMERO DE PREFEITURAS PERCENTUAL Contabilizada % Não Contabilizada % USO DADO AOS RCC NÚMERO DE PREFEITURAS PERCENTUAL Não Informado % Pavimentação Primária % Acerto de Greide / Cobertura 6 7% de Lixo 10 Diagnostico da Situação dos Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro Universidade do Estado do Rio de Janeiro MAIO/ /265

208 4.5. ANÁLISE DOS DADOS LEVANTADOS O quadro exposto neste diagnóstico demonstra a deficiência dos municípios no que tange à gestão dos resíduos sólidos, particularmente os RCC. A ausência de um órgão municipal responsável pela gestão de resíduos é o principal fator para a manutenção da situação atual, onde mais de 80% das prefeituras não contabiliza os RCC recolhidos e mais de 60% não tem controle sobre o seu destino, que tanto pode ser um Aterro de Inertes, quanto às margens de um corpo hídrico. O bloqueio ao acesso de recursos federais, para as prefeituras que não apresentarem seus respectivos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, deve ser compreendido como ponto de partida para uma mudança nos procedimentos já ultrapassados, muito dos quais em desacordo com a legislação em vigor COMENTÁRIOS FINAIS Atualmente, a reciclagem de RCC vem sendo bastante enfocada, porém suas particularidades não têm sido analisadas com a profundidade necessária. A reciclagem aparece como a solução perfeita para a destinação final de RCC e a ideia de agregar valor ao resíduo processado seria o fim das disposições irregulares. Enfim, passar para a população a imagem de que RCC tem um valor comercial acabaria com uma série de problemas ambientais, já apresentados neste relatório. Entretanto, esta não é a realidade do Estado do Rio de Janeiro. Por falta de informação, a maior parte da população considera os RCC como algo inútil e descartável e que deverá ser removido, não havendo diferença se junto ou separado de outros resíduos. Esta falta de informação é, sem dúvida, um dos grandes obstáculos à reciclagem de RCC, pois propiciam a contaminação dos resíduos, impossibilitando seu reaproveitamento pela presença de materiais como restos alimentares, animais mortos, substâncias químicas, restos de solventes, tintas, entre outros. Por outro lado, não é raro encontrar pessoas que julgam estar facilitando o trabalho dos garis ao descartar o resíduo doméstico juntamente com o RCC, já que ambos são lixo. Porém, se por um lado a reciclagem de RCC encontra dificuldades, por outro lado a difusão da reciclagem trouxe uma enorme evolução para a linha de equipamentos da construção civil, específicos para reciclagem de RCC. Como se vê a seguir, atualmente existem equipamentos capazes de realizar desde uma simples moagem de resíduos menos resistentes, como restos de argamassas, até máquinas que efetuam a separação granulométrica dos resíduos britados, dando origem a materiais capazes de substituir parcialmente os agregados naturais. 208/265

209 Os principais equipamentos disponíveis no mercado são: Masseiras-moinho equipamentos de pequeno porte para uso preferencial em obras de edificações, onde a moagem de resíduos menos resistentes, principalmente de alvenarias e argamassas, possibilita sua reutilização dentro do próprio canteiro de obras, para aplicação em assentamento e revestimento de alvenarias (Figura 4.6-1). FIGURA 4.6-1:MASSEIRA MOINHO (ANVI 2007) Reciclador Móvel um britador especial, com capacidade de processar até 200 toneladas de concreto armado/hora, transformando-as em agregado reciclado, com características que se assemelham à da brita, no próprio canteiro de obra (Figura 4.6-2). 209/265

210 FIGURA 4.6-2:RECICLADOR MÓVEL (POWERCRUSHER) Plantas Móveis de Peneiramento São estruturas móveis, onde o material reciclado pode ser separado por granulometria, compatíveis às de mercado (Figura 4.6-3). FIGURA 4.6-3:PENEIRAS MÓVEIS PARA SEGREGAÇÃO DE RCC (POWERCRUSHER) 210/265

211 Reciclador Estacionário um britador especial, como o reciclador móvel, capaz de processar concreto armado, porém fixo (Figura 4.6-4). FIGURA 4.6-4:RECICLADOR ESTACIONÁRIO (MAQBRIT) Outro aspecto identificado no presente estudo foi a falta de comprometimento dos transportadores, principalmente dos pequenos transportadores, conhecidos como carroceiros, com a destinação final adequada dos RCC. A este respeito, sugerese que seja analisada a implementação de um programa, paralelo à divulgação popular do valor do RCC, que atue junto aos carroceiros e pequenos transportadores, com o objetivo de aliar a preservação ambiental à geração de trabalho e renda. Este programa poderia atuar nas seguintes frentes: Social: promovendo o reconhecimento dos carroceiros como profissionais dignos; Técnica: oferecendo treinamento padronizado para os carroceiros e propiciando o licenciamento formal das carroças; Veterinária: efetuando o monitoramento e acompanhando da saúde dos animais utilizados no transporte dos RCC. Por fim, cabe realçar que há uma forte movimentação das empresas particulares no sentido de estabelecer um mercado no segmento dos RCC. No momento, esta concentração de esforços está direcionada para o setor da coleta e transporte e 211/265

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